terça-feira, 13 de março de 2012

O que estamos a perder com a Internet?


Há quem diga que a Internet, os computadores, as redes sociais e as novas tecnologias estão a tornar as pessoas menos sociáveis, estão menos em grupo, saem menos, fazem menos actividades, tudo trocado por mais tempo em frente ao computador.
Há dias, o jornalista Miguel Sousa Tavares dizia, na Sic, que não compreendia como havia quem preferisse estar no Facebook do que estar no café entre amigos. O escritor Pedro Mexia escreveu, há cerca de um ano, no público, que o  Facebook era “uma segunda vida, que substituía as relações presenciais e criava amizades imaginárias” (ler na integra aqui).
O escritor António Sousa Homem, no blog com o mesmo nome, protestava que “Coisas catastróficas como o Facebook e os jornais online tomaram conta da vida das pessoas (…) Os jornais da manhã, por exemplo, perderam grande parte daquela importância decisiva que era a de despertarem a curiosidade e o apetite do leitor“ porque as notícias eram lidas online durante a noite (ler na integra aqui).

Mas há, também, os defensores das novas tecnologias, pessoas que como eu, acham que estamos menos isolados do mundo, que partilhamos mais, sabemos mais, conhecemos mais. Não acredito que estejamos menos sociáveis ou mais isolados, também. Há 20 anos, a minha avó falava com o filho no estrangeiro uma ou duas vezes por mês. Hoje, falo com a minha prima em Boston, diariamente, e a custo zero, se desconsiderar a mensalidade da Internet. Não é que acredite que os amigos estão no Facebook, mas imagino facilmente que pessoas mais isoladas socialmente se possam sentir menos sós, com estas ferramentas. Também sei que li livros e jornais que nunca teria lido, vi filmes que nunca teria visto e ouvi musica que possivelmente não teria sequer conhecido, simplesmente porque tive acesso fácil e gratuito a eles. 

Não acredito que haja alguém que diga que era melhor sem a Internet do que com ela. Mas também sei que os nossos hábitos mudaram e sempre que há mudanças tão grandes algo se perde no caminho. O que vos deixo como questão é: o que estamos a perder com as novas tecnologias e com a Internet?

Para ajudar a vossa resposta, deixo-vos esta imagem J



4 comentários:

  1. Penso que até agora, todos estamos de acordo ácerca da importância da internet nos dias de hoje. Já não consigo ver o mundo sem a internet e sem todas as possibilidades que ela nos dá, quer ao nível de informação e comunicação, quer ao nível de contatos e interligações. A internet veio facilitar muito o dia a dia das pessoas. Por exemplo, ao nível do trabalho, com o envio de uns simples emails pode-se fechar um negócio sem haver deslocação da partes interessadas. Outro exemplo flagrante,e que mudou muito, foi ao nível do emprego. Hoje em dia já não é preciso enviar as tradicionais cartas de resposta a anúncio. A maior parte das vezes, resolve-se com um simples email.
    Aqui a questão essencial é o seu uso que, como em tudo na vida, tem de ser com conta, peso e medida. A internet não deve funcionar como um instrumento de substituição às ligações pessoais mas sim deve ser vista como uma ferramenta de apoio e complemento às atividades quotidianas. Pessoalmente, eu acho que o único problema que poderá existir é nas camadas mais jovens, que ainda se estão a formar e que podem não ter a noção(ou meio de comparação)desse fator e tornarem-se "addicted to internet".
    Contudo, não devemos contradiar as realidades, a sociedade mudou, o que era há 10 anos, já não faz sentido hoje. Por isso, o melhor é tirarmos partido do que temos disponível e estarmos sempre de mente aberta para nos adaptarmos à evolução dos tempos.

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  2. Tudo depende das pessoas, por exemplo se soubermos utilizar as tecnologias a nosso favor para resolver situações urgentes, descarregar ficheiros para estudar, partilhar curiosidades e falar com amigos e familiares à distância, tudo bem. Por outro lado, existem empresas que chegaram ao cúmulo de enviar um e-mail, quando o subordinado ou o chefe estão em frente um ao outro e deixaram de falar, é tudo por e-mail ou pela rede interna da empresa, aí torna-se ridículo.

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  3. Uma das desvantagens da internet ...em caso de bigamia não vale a pena estar numa rede social!!!

    homem com duas esposas ‘apanhado’ em rede social

    Duas mulheres de origem chinesa descobriram que estavam casadas com o mesmo homem, depois de terem travado conhecimento numa rede social local. O homem já foi preso e poderá vir a ser condenado por bigamia.

    http://canais.sol.pt/paginainicial/tecnologia/interior.aspx?content_id=157890

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  4. No que diz respeito à comunicação via e-mail ou através de programas de instant messaging acho produtivo e até mais eficaz.
    No caso do e-mail há imensas coisas que, necessariamente, devem ficar por escrito, para salvaguardar pedidos, orientações, decisões, etc.
    Por outro lado, e embora trabalhe num open space onde as pessoas com quem comunico estejam próximas, não quero nem imaginar o que seria levantar-me para ir falar com elas, sempre que isso fosse necessário. Acredito que em certos empregos, se possa promover a comunicação presencial, noutros nem por isso. Funções intensivas em processos e com uma gestão apertada de filas de espera e service level agreements, não se podem dar a esse luxo :)
    Claro que há momentos para a comunicação presencial e esta existe diariamente. O que quero dizer é que estas ferramentas fazem-me ganhar imenso tempo de trabalho.
    Uma vez mais, há que saber usar, quando a utilização traz mais valias.

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