A internet não é estanque nem rígida, pelo contrário, é flexível, aberta, descentralizada e multidireccional; e é neste seu aspecto mais fascinante que reside o seu efeito mais perverso: Em contrapartida “da inovação, criatividade, produtividade e riqueza; surgem as características da volatilidade, insegurança, desigualdade e exclusão social.”
Ao verificar a que parâmetros de gestão obedece “uma instituição mundial que é de todos e, aparentemente não pertence a ninguém”, constata-se a existência de barreiras de acesso à Sociedade da Informação, de natureza económica, educacional e cultural. Estas barreiras levam a que importantes camadas da população fiquem excluídas dos seus benefícios.
Ao contrário do que seria imaginável, a internet não se assume, desde logo, acessível para todos da mesma forma e com a mesma cara”, tendo em conta que implica pré-requisitos, tais como capacidade económica, conhecimento, situação geográfica e domínio de outras línguas que não a materna, nomeadamente a inglesa.
Decorrem, deste raciocínio, as inevitáveis discrepâncias entre “o mundo dos que têm acesso à rede e aqueles que, não o tendo, se vêem presos nela.” (faixas de população com menor índice de conhecimento que ficam inevitavelmente mais afastadas do seu acesso, mas sempre dependentes da sua existência).
Um artigo de Christiano German, considera que “ao lado da má distribuição de alimentos, energia e matéria-prima, vem ainda a desigualdade na distribuição dos bens não palpáveis, como conhecimento e capacidade”; ora, os fluxos informacionais da rede global não estão, pelos motivos referidos, à disposição de todos, pelo que se acentua a desigualdade entre o que German descreve como o “proletariado off-line” e os “cidadãos da rede”.
Era este tópico que pretendia levar à discussão… O fenómeno da info-exclusão e o seu impacto nas sociedades actuais.
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