O Youtube lançou, na passada segunda feira, um serviço de aluguer de filmes em streaming nos EUA. O serviço permite aceder a mais de seis mil títulos a partir de 2,99 dólares. O serviço está entre o iTunes da Apple e o Netflix. O consumidor paga por uma transacção, mas não fica com o filme alojado no computador. A primeira experiência foi feita em Janeiro, disponibilizando 5 filmes independentes do Festival Sundance e rendeu cerca de 11 mil dólares, correspondentes a 2864 visualizações.
O catálogo resulta de parcerias estabelecidas com os maiores estúdios de Hollywood. Se não podes vencê-los, junta-te a eles? A indústria cinematográfica está desesperada. Por mais anúncios que lancem a criticar ferozmente a pirataria online, está cada vez mais difícil convencer o público a pagar entre cinco a seis euros por algo que é tão fácil, ainda que ilegal, conseguir de graça. Mesmo o argumento de que a experiência de visionamento numa sala de cinema não é a mesma está a começar a perder força face à evolução tecnológica que se tem registado nos sistemas de home video. E não é preciso pagar por cada vez que se tira um DVD da caixa. Continua a não ser exactamente o mesmo, mas é complicado colocar um preço na magia do cinema. As recentes incursões pelo 3D são vistas como uma forma de levar o consumidor a pagar bilhete pela experiência total. A que agora se junta a possibilidade de aluguer no Youtube.
Vídeo killed the cinema star?...
É lógico que com o acesso à internet cada vez mais rápido e barato e este tipo de iniciativas, é muito mais difícil a sobrevivência do cinema mas como em todos os negócios à que inovar e/ou competir pelo preço e penso que no cinema, pelo menos no português, têm-se verificado muitas alterações nesse sentido. Quer em termos tecnologicos (como os filmes 3D) e isso é um facto mundial, quer em termos de preço. Com os diversos cartões de desconto como os ZON ou o cartão vermelho do BCP que na compra de um bilhete de cinema oferecem outro, com pacotes de jantar e cinema para dois por preços muito muito acessíveis, os cinemas em Portugal têm reagido muito bem... Aliás, as filas para a compra de bilhetes aos fins de semana são enormes em todos os centros comerciais a que vou...
ResponderEliminarNão tenho ideia de como está a evoluir o negócio do cinema em Portugal mas parece-me que continua a ser um programa a ter em conta por muitas pessoas, especialmente ao fim-de-semana, de acordo com aquilo que, tal como a Simone, tenho visto nos centros comerciais.
ResponderEliminarAgora é um facto que a pirataria tem crescido mesmo com todas as condicionantes legais. Acho que a maioria da população jovem já deve ter pelo menos visto 1 filme pirateado na vida! Já para não falar na quantidade de piratas no meio de nós...
Mas provavelmente quem mais ficou a perder com isto tudo terão sido os clubes de vídeo porque esses é que não têm nenhuma forma de rivalizar com a pirataria. Sou daqueles que ainda acha que ir ao cinema e ver um filme no computador ou na televisão não é a mesma coisa, tal como beber um gin tónico num bar não é o mesmo que em casa!
Este sistema poderá até funcionar bem nos EUA, mas tenho muitas dúvidas que sirva para os portugueses, não por causa da "Crise", mas também porque não faz parte da nossa cultura pagar por este tipo de coisas. Não se diferencia em quase nada de um filme pirateado, e ainda por cima é só um aluguer...
Quantos de nós compram músicas no iTunes ou aplicações para o iPod? Acho que a maioria prefere o gratuito ainda assim...
Eu não costumo estar muito actualizada sobre filmes mas dei uma espreitadela na página do serviço de aluguer do youtube e não conhecia nenhum... Portanto, não será mais um serviço que disponibiliza os "menos" (filmes menos procurados/ mais raros) da cauda longa do que propriamente a substituição do cinema?
ResponderEliminarEu concordo em parte com o que o Tiago disse, cinema é cinema, casa é casa. As experiência de consumo são distintas. Mas o que acontece com muitas pessoas é que o vão ao cinema em algumas ocasiões "mais especiais", nos restantes dias ficam por casa a ver o tal dvd.
ResponderEliminarSegundo um estudo da Marktest de Fevereiro deste ano o cinema é o terceiro local para ver filmes. A televisão é a plataforma mais utilizada pelos portugueses para ver filmes (73,3%), seguida pelos DVD's (35,8) e em terceiro lugar o cinema (35,1%). Estes dois últimos estão contudo muito próximos.
Eu acredito que este site do youtube tenha sucesso, mas não sei o terá em Portugal. Acredito, tal como o Tiago disse, que isto é mais para os americanos. Eles aderem a estas coisas com mais facilidade e para eles ver um filme é uma coisa diária, assim, é bem mais fácil e barato ficar em casa do que ir todos os dias a uma sala de cinema.
Para alguém que tenha interesse neste estudo:
ResponderEliminarhttp://www.marktest.com/wap/clip.aspx?id=a87f
Sara, muito bom teres publicado esse estudo!
ResponderEliminarÉ engraçado que estudo refere que apesar de o cinema estar no 3º lugar nas preferências para ver filmes, a verdade é que a afluência cresceu 5.4% em 2010 face a 2009, e a receita bruta 11,3%!
Outros 2 dados interessantes: a população com mais de 65 anos é quem vê mais filmes na televisão, e a população entre os 15 e 24 anos é quem mais vai ao cinema (71,3%). Vendo isto de uma forma um bocado parcial, o cinema parece estar muito bem enraizado nos jovens e à conta dos números provavelmente tem tudo para continuar a ser um dos programas preferidos desta e da futura geração!
Exactamente Tiago. O cinema é um dos meios de comunicação preferidos pelas marcas para aceder ao público jovem (como aliás se pode ver com os anúncios do manifesto Sumol e com iniciativas curiosas como a da Vodafone). Ainda por cima, não é dos mais dispendiosos e garante que a plateia não faz zapping.
ResponderEliminarTambém não espanta que quem mais veja cinema em casa sejam os mais velhos. O novo serviço do You Tube (julgo que o catálogo agora disponível vai ser ainda enriquecido, ainda está no início), tal como o iTunes, vende sobretudo conveniência para quem é rico em dinheiro mas pobre em tempo; não diria os maiores de 65 anos, mas uma faixa etária acima dos 15-24 anos. Por isso, pode ser que haja mesmo quem esteja disposto a pagar pelo serviço, mesmo que sejam poucos e maioria continue a ver atarvés de downloads ilegais, mas gratuitos