domingo, 18 de fevereiro de 2018
Publicidade no Digital debaixo de Fogo
A Unilever, o segundo maior anunciante do mundo a seguir à concorrente Procter&Gamble, está a ponderar deixar de anunciar em plataformas digitais como o Google e o Facebook, os dois maiores suportes publicitários a nível mundial, se estes meios criarem divisão, incentivarem o ódio e não protegerem as crianças.
A intenção foi anunciada na passada segunda-feira, por Keith Weed, administrador de marketing da Unilever, durante a conferência anual da Interactive Advertising Bureau, em Palm Desert, California, que reúne anunciantes, grupos de media e empresas tecnológicas. "Enquanto um dos maiores anunciantes do mundo, não podemos ter um ambiente em que os nossos consumidores não confiam naquilo que vêem online", justifica Keith Weed, citado pelo Financial Times.
"Não podemos continuar a apoiar uma cadeia de fornecedores digitais, que distribui mais de um quarto da nossa publicidade dirigida aos consumidores, que normalmente é tão transparente como um pântano", ironiza o responsável da Unilever, que em Portugal comercializa marcas como a Dove, Axe, Cif, Knorr, Lipton e os gelados da Olá, entre outras.
Em paralelo, a Unilever tem vindo a pressionar os grupos digitais para garantir que os anúncios são visionados por pessoas reais e que os dados e as métricas são auditadas por entidades independentes. No ano passado, a Unilver investiu no ano passado €7,7 mil milhões em marketing.
In: Jornal Expresso
Não deixa ser ser irónico a Unilever fazer este tipo de críticas a plataformas digitais quando no passado foi a própria empresa a ser alvo de críticas relacionadas com campanhas publicitárias realizadas.
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Muitas empresas estão a fazer o mesmo. A mudança do algoritmo do Facebook feita em Janeiro de 2018 acaba por privilegiar postagens pessoais, em detrimento das promovidas por marcas e empresas. Para os usuários isso significa mais postagens dos amigos e menos de empresas e veículos de comunicação, mas para as empresas significa uma redução no alcance do seu mercado e da sua publicidade em um importantíssimo ambiente digital. Eu, pessoalmente, concordo com o argumento contra as fake news mas acredito que o verdadeiro interesse dessas empresas é pressionar o Facebook.
ResponderEliminarOlá Manuel e Natália! Bem vindos ao blogue! De facto, o algoritmo do Facebook p.e. tem sido afinado para dar prioridade aos posts de amigos, diminuindo o reach orgânico dos posts das marcas para 2% a 6%. O objetivo das plataformas digitais é que as marcas invistam mais em posts patrocinados, mas é natural que a reação das marcas, como a Unilever, não seja de todo positiva...Ao mesmo tempo, as fake news são de facto uma realidade, e estas acabam por tirar partido dos ditos algoritmos. Google, YouTube e Facebook já anunciaram medidas para as travar, e até o primeiro-ministro francês Emmanuel Macron promete criar uma nova lei para as combater.
ResponderEliminarPublicidade no Digital debaixo de Fogo
ResponderEliminarO paradigma da publicidade digital, hoje mais que nunca, com o acesso massificado por via dos smartfones, redes sociai s e dados disponíveis a todos e em todo lado, sem qualquer controlo parental eficaz, somos constantemente “bombardeados” com anúncios que, ao invés de comunicar uma imagem atrativa, saudável, leva a que os consumidores evitem uma determinada marca por excesso de visualizações por via dos ad-blockers.
Sendo que a publicidade digital é tendencialmente gratuita para o consumidor, Google, facebook, etc. a mesma não tem limites físicos, o espaço é ilimitado para a sua massificação, como p. e. jornais em papel, revistas, os quais são pagos, sendo que a sua produção poderá ser efetuada em qualquer sitio e por qualquer entidade.
O e-commerce é uma realidade, deixou de ser virtual e intangível e passou a ser perfeitamente tangível alavancando novas industrias de serviços e bens a nível mundial, quebrou todas as barreias.
Além destes factos, a publicidade digital arrasta outros tipo de conteúdos, violência, sexo, compras compulsivas, são que vistos por crianças, jovens, etc.
Neste momento, decorre na UE uma discussão acesa e não pacifica, sobre o acesso legal de crianças e jovens ate determinadas idades, à internet e seus conteúdos; Não sendo um assunto consensual, quer entre educadores e prestadores de serviços, certo é que a internet e a publicidade digital é um meio confortável, barato, informação interminável, que mudou o paradigma de informação generalizada e a todos.
Em Portugal, em 2014, no ministério do Dr. Nuno Crato, já se discutia o acesso indiscriminado à internet nas escolas sem limitações impondo algumas restrições ao seu uso indiscriminado, muitas vezes sendo um meio de incentivo à violência.