segunda-feira, 12 de março de 2018

Empreendedorismo digital – a internet como ferramenta de reingresso das mulheres ao mercado de trabalho pós maternidade


A participação activa e crescente das mulheres no mercado de trabalho é uma realidade no contexto actual, de onde surge o desejo de conciliar a carreira profissional com a vida pessoal e, em muitos casos, com a maternidade. O ambiente corporativo tem sido pouco acolhedor às mães, devido ao curto período de licença maternidade, falta de flexibilidade de horários e até mesmo um certo preconceito. Diante deste cenário, trago ao blog a pauta do chamado empreendedorismo materno na internet, que nada mais é do que o fenómeno crescente de mulheres que decidem abandonar (ou dar uma pausa) em suas carreiras profissionais, para se dedicar mais efectivamente à criação dos filhos, optando por criar um negócio próprio, utilizando a internet como principal ferramenta. Aproveitam-se, portanto, do advento da web 2.0, também chamada de web social, em que predominam as redes sociais e a intensa interacção dos indivíduos, o que favorece o reingresso destas mulheres ao mercado de trabalho, de diversas formas, conseguindo em sua maioria o tão desejado equilíbrio entre vida profissional e pessoal (o que, por experiência própria, torna-se muito mais difícil quando se tem filhos).



Observa-se cada vez mais profissionais mulheres com carreiras sólidas e bem-sucedidas, que resolvem mudar suas estratégias para priorizar a criação dos filhos. Segundo Bárbara Vitoriano, do site Empreender Materno, “questões como mobilidade, flexibilidade de horário, baixo custo de investimento, possibilidade de atingir nichos específicos, são apenas algumas das características que fazem do empreendedorismo digital um excelente caminho para mães empreendedoras”. A afirmação é correta, pois com os recursos cada vez mais avançados oferecidos pelas redes sociais, é possível atingir quase que precisamente o target desejado, com maior facilidade. Outro factor favorecedor é o custo reduzido em empreender através da internet, uma vez que as principais plataformas e redes sociais, como o Instagram, Facebook e Youtube, são inteiramente gratuitas.

Impulsionados por este recente movimento, também vemos o surgimento das chamadas redes de apoio, onde através da internet, grupos de mães se unem com o objectivo comum de ajuda mútua, networking, divulgação e, como consequência, socialização. Esta é mais uma das muitas utilidades encontradas nas redes sociais, como Instagram e Facebook. Como por exemplo o grupo virtual “Mães em Portugal”, fundado por uma mãe imigrante brasileira, com o intuito de auxiliar outras mulheres (brasileiras e portuguesas) em seus projectos empreendedores. O grupo cresce a cada dia, através de perfis no Facebook e Instagram, fóruns de debates na app Whatsapp e tem ajudado cada vez mais mulheres a divulgarem seus negócios na rede e assim complementarem a renda das famílias ou até mesmo garantir seu sustento, sem precisar se ausentar do lar.





Para além disso, no Brasil destacam-se as redes de relacionamento materno, como o projecto M.A.E – Mãe Aliada ao Empreendedorismo, também criado por mães, para promover eventos, palestras e grupos de apoio e discussão, com o intuito de capacitar e apoiar as mães que desejam empreender sem perder o convívio com os filhos. Tudo isso é viabilizado através das redes sociais e de um website, que gera renda para as sócias fundadoras, através de mensalidades e publicidade.
Portanto, já se consegue observar um circulo auto-sustentado, onde há mulheres a gerar conteúdo e há as que precisam e pagam por este conteúdo, para aplicar em seus próprios projectos.



Por fim: empreender na web, pode não ser uma solução definitiva para a recolocação das mães no mercado de trabalho, mas é inegável a força que possuem as plataformas digitais, apps e redes sociais, no sentido de transformar ideias simples em negócios rentáveis, juntamente com qualidade de vida e presença no quotidiano dos filhos.

Fontes:
http://empreendermaterno.com.br/
https://www.grupomae.com.br
https://revistacrescer.globo.com/

3 comentários:

  1. De facto, é cada vez mais notório a existência de comunidades de mães ou futuras mães, onde estas expõem as suas dúvidas, partilham momentos dos seus filhos ou comentam quais os melhores produtos. Tal acontece, uma vez que é uma altura muito sensível para as mães e que estas querem o melhor para os seus filhos, gostando de ouvir pessoas semelhantes a elas que já vivenciaram ou estão a vivenciar o mesmo. Daí que as marcas estejam muito atentas a esses grupos nas redes sociais para estudarem o mercado, perceberem o que podem fazer para ir de encontro ao que aquelas mulheres precisam e querem. Também é cada vez mais comum as marcas apostarem nos Influencer Marketing, isto é, em pessoas “normais” que começaram a ter cada vez mais seguidores. As marcas entram em contacto com estas pessoas pois como não é a marca em si, os consumidores prestam mais atenção e confiam mais nas suas opiniões, tendo estes uma grande influência na decisão de compra dos consumidores que os seguem. Há então muitas mães que se tornam Influencer Marketing, partilhando momentos dos seus filhos e os produtos que consomem. Como os consumidores que as seguem se envolvem emocionalmente e veem a felicidade da vida destas mães, confiam nas suas decisões e acabam muitas vezes por consumir os mesmos produtos que estas. As marcas beneficiam por entrarem em contacto com estas pessoas e estas mães com influência acabam muitas vezes por trocar os seus trabalhos pela sua dedicação aos seus filhos e aos blogs.

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    1. Olá Maria! Sim, hoje observa-se também a crescente força dos digital influencers, onde as mães e futuras mães também adentraram, basta procurar nas redes sociais e já encontra-se uma imensa variedade de perfis das chamadas "insta moms", motivo pelo qual as marcas já se usam dessas mulheres para divulgar seus produtos e serviços, através de publicidade e parcerias. Mas as mães podem e devem fazer uso das tecnologias digitais não só para vender suas imagens, mas também para se recolocar no mercado de trabalho, por meio da produção e venda de artesanato, revenda de produtos e prestação de inúmeros serviços, as possibilidades são infinitas.

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  2. A utilização generalizada da Internet (quer em número de utilizadores, quer nas formas de acesso) conjuntamente com o boom das Redes Sociais, permitiu o aparecimento destes novos “negócios”.
    A facilidade de chegar aos 4 cantos do mundo e o custo reduzido, ou por vezes nulo, despoleta novas formas de negócio e permite novas experiências que, há uns anos, eram impensáveis.
    A existência das plataformas que referiste, permite também uma forma fácil, rápida e gratuita de divulgação, assim como um WOM positivo que, como sabemos, é muitas vezes preferido comparativamente a uma campanha de marketing tradicional.

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