A partir daqui, gerou-se uma onda de comentários negativos e de desaprovação completamente viral, sendo que até várias figuras públicas quiseram mostrar a sua revolta e indignação com a marca. Foi o caso do cantor The Weeknd que tornou público através do seu Twitter que não trabalharia mais com a H&M.
E a situação poderia ter acabado por aqui. Contudo, dias depois, dezenas de pessoas vandalizaram seis lojas da H&M na região de Gauteng. A cadeia sueca – que já havia emitido o pedido de desculpas – decidiu encerrar temporariamente algumas das lojas na África do Sul, invocando a “segurança dos seus trabalhadores e dos clientes”. A marca voltou a partilhar uma declaração, desta vez sobre a situação em concreto: “Reforçamos que o nosso staff não teve nada a ver com a nossa falta de bom senso ao produzir o hoodie de criança e a imagem”.
Apesar disto, para Mbuyiseni Ndlozi, porta-voz do partido que organizou os protestos – Economic Freedom Fighters (EFF) – qualquer pedido de desculpa já viria tarde demais.
Em suma, esta situação leva-me a questionar se esta terá sido uma atitude coerente, tanto por parte da marca como por parte das pessoas indignadas.
A marca, incapaz de controlar os comentários negativos e partilhas sucessivas dos seus clientes, reagiu rapidamente mostrando que compreendia o motivo da revolta e identificando-se com os mesmos.
Por outro lado, fará sentido demonstrar indignação com o racismo através do vandalismo?
Fontes:
http://observador.pt/2018/01/08/hm-acusada-de-racismo-por-foto-de-crianca-negra-a-usar-camisola-com-palavra-macaco/
https://shifter.pt/2018/01/hm-racismo-camisola-the-weeknd/
https://lifestyle.sapo.pt/moda-e-beleza/noticias-moda-e-beleza/artigos/hm-envolvida-em-caso-de-racismo
http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/acusada-de-racismo-hm-retira-fotografia-polemica
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/01/13/apos-acusacoes-de-racismo-em-campanha-lojas-da-hm-sao-vandalizadas-na-africa-do-sul.htm
https://www.sabado.pt/mundo/detalhe/the-weeknd-nao-colabora-mais-com-hm-apos-acusacoes-de-racismo
Este é um caso interessante de uma enorme falha ao nível da Comunicação de uma multinacional.
ResponderEliminarAcredito que a empresa não tenha tido qualquer intenção da campanha publicitária ter um cariz racista. Aliás, o comportamento racista existe num primeiro momento do lado de quem faz a crítica pois são essas pessoas que associam o rapaz (por ser negro) com um macaco, e não a marca.
Relembro que a mãe do rapaz inclusivamente veio relativizar a situação: "Parem de se indignar assim a toda a hora, é um caso desnecessário".
Hoje em dia as marcas têm de ter extremo cuidado com as campanhas que usam para não serem prejudicas por erros ao nível da comunicação.
Não deixa de ser irónico que o politicamente correto esteja sempre preparado para atacar este tipo de situações (que têm uma importância relativa) menosprezando situações de verdadeiro racismo que ocorrem por esse Mundo fora.
Relativamente a este caso, na minha opinião, o racismo partiu das pessoas que associaram o rapaz negro ao que estava escrito na sweat.
ResponderEliminarNão acho que tenha sido uma manobra de marketing por parte da marca, sendo que, quando despoletou a polémica, tomaram a única atitude possível: pedir desculpa e retirar a sweat das lojas.
Uma vez mais, o poder inflamatório das redes sociais adensou um assunto, que à partida, nada tinha de errado, levando a comportamentos graves por parte de algumas pessoas.
Esta polémica vem demonstrar o enorme cuidado que as marcas e agências publicitárias têm de ter antes de lançar uma nova campanha, tentando antever quaisquer motivo para um buzz negativo.