A “era” digital, que nos atravessa do lés a lés no nosso quotidiano não é, de forma alguma, inocente como vemos a guerra, como a guerra chega tão dramática, tão intensa e feroz até nós que nos anestesia dos horrores existentes que, de alguma forma, torna-se tão “banal”, que olhamos para as situações como se de um filme qualquer se tratasse.
"Um carinhoso pai carrega a sua posse mais preciosa
depois de um breve cessar-fogo ter permitido a fuga de milhares dos intensos
conflitos de Ghouta Oriental”.
Em 1990/1991, aquando a guerra da invasão do Kuwait, as noticias chegavam com algumas horas de atraso; a via mais rápida de informação, eram via satélites, quer imagens quer telefones, que tinham de ser reservados e pagos ao minuto, custavam fortunas à época, dessa forma faziam-se diretos e relatavam-se as ocorrências do dia; não raras vezes, os jornalistas estavam nos cenários de guerra e “tinham a sorte” de serem filmados com ações e bombas a cair perto de si.
Era o máximo, um êxito total da informação jornalística e do jornalista em si.
Outro meio de informação, eram os jornais em papel, que nos chegavam às mãos diariamente e cujas noticias eram diferidas no tempo pelo menos 12 horas, que traziam fotos e descrições, quanto mais chocante melhor, do decorrer dos cenários de guerra.
A radio, manteve-se um pouco afastada do mediatismo frenético da informação, pois não era fácil a transmissão das emoções e dos horrores do que se passava; os noticiários limitavam-se a relatar o que estava escrito e pouco mais.
Ficaram famosos alguns jornalistas das TVs portuguesas deslocados ao Kuwait, tais como, Pedro Moreira, João Gabriel, Pedro Pereira, Pedro Guedes da TVI, Carlos Fino, Luís Castro, José Rodrigues dos Santos, Nuno Rogeiro e Márcia Rodrigues da RTP, Luís Costa Ribas, Cândida Pinto, Henrique Cymermam da SIC, entre outros
Os espaços informativos multiplicaram-se, quais cogumelos, as grelhas televisivas alteram-se, a febre de cobrir a guerra mediática, duplicaram orçamentos e pessoas.
Seria a primeira guerra mediática ao nível dos mass media, quase em tempo real mas, pelo menos, foi a mais mediatizada até então.
Era o máximo, um êxito total da informação jornalística e do jornalista em si.
Outro meio de informação, eram os jornais em papel, que nos chegavam às mãos diariamente e cujas noticias eram diferidas no tempo pelo menos 12 horas, que traziam fotos e descrições, quanto mais chocante melhor, do decorrer dos cenários de guerra.
A radio, manteve-se um pouco afastada do mediatismo frenético da informação, pois não era fácil a transmissão das emoções e dos horrores do que se passava; os noticiários limitavam-se a relatar o que estava escrito e pouco mais.
Ficaram famosos alguns jornalistas das TVs portuguesas deslocados ao Kuwait, tais como, Pedro Moreira, João Gabriel, Pedro Pereira, Pedro Guedes da TVI, Carlos Fino, Luís Castro, José Rodrigues dos Santos, Nuno Rogeiro e Márcia Rodrigues da RTP, Luís Costa Ribas, Cândida Pinto, Henrique Cymermam da SIC, entre outros
Os espaços informativos multiplicaram-se, quais cogumelos, as grelhas televisivas alteram-se, a febre de cobrir a guerra mediática, duplicaram orçamentos e pessoas.
Seria a primeira guerra mediática ao nível dos mass media, quase em tempo real mas, pelo menos, foi a mais mediatizada até então.
A informação chega ao consumidor just-in-time de forma abrupta, crua e brutal sem edição; o consumidor é um jornalista em potência pois, muitas das vezes, encontra-se no local dos acontecimentos, relatando sem qualquer intervenção dos jornalistas, p. ex. os terríveis atentados recentes dos últimos 2 anos.
A famigerada guerra na Síria, em que vemos a morte de crianças e adultos sem qualquer tipo de defesa possível contra a brutalidade dos “senhores do mundo” e nada fazerem, mantemo-nos impávidos e serenos; este é o custo que estamos a pagar pela forma como a comunicação excessiva chega até nós, tornando-nos “frios e sem emoções” perante estas circunstâncias.
Na era do digital, o consumidor é um provedor de conteúdos aonde quer que esteja, P2P genuíno, somente possível com o acesso generalizado à Internet mas, principalmente, no digital aqui, ali e em qualquer lado e em qualquer tempo.
Fontes:
https://medium.com/@UNICEF_Portugal/não-basta-que-o-mundo-fique-chocado-com-as-imagens-que-tem-visto-nas-últimas-semanas-144223825f5
https://www.google.cv/search?source=hp&ei=lV2uWurGBsuBUbLQv5gG&q=noticias+no+digital+e+guerra+da+siria&oq=noticias+no+digital+e+guerra+da+siria&gs_l=psy-ab.3..33i22i29i30k1l6.2106.2106.0.3365.1.1.0.0.0.0.159.159.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.155....0.OVqmSeJ0C3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Invasão_do_Kuwait
http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia/13872/1991--Comeca-a-operacao-Tempestade-no-Deserto/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Invasão_do_Kuwait
http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia/13872/1991--Comeca-a-operacao-Tempestade-no-Deserto/
António, realmente a era digital aproximou-nos, para o bem e para o mal, das guerras tão reais. Infelizmente, a tecnologia deveria de ser patrona de um mundo melhor mas, cada vez mais, os media trazem para casa de cada um, a guerra ignóbil.
ResponderEliminarO mundo como o conhecemos, cada vez melhor e mais rapidamente, não será um lugar recomendável para viver.
Muito obrigado
EliminarEu penso que nunca estivemos tão conectados e tão sós no mundo. Boa reflexão sobre o mundo atual
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua analise; efectivamente é o paradoxo da sociedade atual. Excelente visão.
EliminarUm bom artigo para refletir, sem dúvida a informação chega-nos muito rapidamente,no entanto também temos o reverso da medalha ou talvez seja a fatura a pagar, pk agora em vez de matarem 10 a 20 pessoas com um bastão de madeira, basta apertar um botão para matarem milhões. Uma fatura bastante cara a pagar. Parabéns óptimo artigo.
ResponderEliminarExatamente, verdade nua e crua; como alguém disse, a quarta guerra mundial será travada com paus uma vez que os Homens já destruíram tudo. Obrigado pela seu apontamento acertado.
ResponderEliminarParabéns pela reflexão. Existe de facto a verdade que nos chega por um "click" ou quem se atreve a matar por um "click"
ResponderEliminarO homem existe, logo, a guerra existe. De facto, as guerras sempre existiram e continuam a existir. A diferença é que agora "almoçam" e "jantam" connosco à mesa quase todos os dias, fruto do desenvolvimento tecnológico e de um jornalismo sedento de lucros sem olhar a meios. Um pacto para a comunicação social como o que existe, por exemplo, para os casos de suicídios, impõe-se também para casos de violência extrema e grave. Nas demais vezes, a informação que nos entra pelos diversos artefactos tecnológicos, não é mais do que a construção de uma opinião favorável ou não a uma determinada facção.
ResponderEliminarAntónio,
ResponderEliminarConforme descrito no artigo que é muito interessante, qualquer guerra é sempre um confronto sujeito a interesses e feita por forma a derrotar o adversário.
As imagens demostram a brutalidade da situação que se tem vivido na Síria. Por outro lado, existem outras guerras (ataques) que não são tão visíveis para a sociedade e que tem provocado grandes consequências e alterações no mundo.