Estes aparelhos, como o Amazon Echo ou Google Home são capazes de se conectar com outros aparelhos inteligentes (como telemóveis, tablets, automóveis e equipamentos de IoT) e responder a perguntas e executar tarefas personalizadas em tempo real.
Esta é talvez a maior revolução em tecnologia de consumo desde o iPhone, há quase 12 anos atrás.
Agora, a tecnologia será liberta das amarras físicas, não mais (talvez nunca mais) limitada a um hardware móvel pessoal, como um telemóvel.
Eu posso imaginar que será um espalhar mais rápido do que a onda do smartphone, com mais ramos e mais dinâmica.
Em especial os marketeers precisam encará-los, os assistentes virtuais, como um canal totalmente novo, com uma nova gama de oportunidades.
Pense, poderás impactar vosso cliente pela manhã, ainda na cama, com certo humor e com certa disposição mental. Ou poderás impactá-lo durante a noite, a preparar o jantar, em uma situação totalmente diferente. Como abordar isso com a mensagem certa, a resposta correta e, mais importante, a previsão correta do comportamento / necessidade.
Os economistas e cientistas de dados precisam, por seu turno, pensar em como usar esse novo canal para desenvolver modelos melhores para prever o comportamento humano e ajudar o usuário a se livrar da complexidade da vida moderna / urbana e a oferecer melhores soluções para problemas cada vez mais personalizados.
Já os designers precisam descobrir novas maneiras de interagir com o usuário de modo suave e não invasivo e se adaptar de um jeito diferente a diferentes usuários.
Pense, poderás ter um usuário que queira apenas respostas curtas para questões objectivas, da maneira mais directa possível. Alguns outros talvez queiram um amigo 'digital', que participe activamente da vida real do usuário.
Em minha humilde opinião, esse aspecto, a personalidade adaptativa da máquina, será o aspecto singular mais importante para esboçar o líder desse mercado em sua fase madura.
Por fim, a nós como sociedade, que é o papel mais importante que vamos assumir neste jogo, cabe a missão de garantir a privacidade e os nudges[1] correctos durante o relacionamento entre usuários e máquina.
Pense, terás um amigo quase real, sempre presente em vossa vida, a ajudar-te em tudo, a ouvir e motivar a si. Após 10 anos, esta será a "pessoa" em que mais confiarás. Como evitar que esta máquina traia vossa confiança? Como garantir a ética como uma pedra angular deste jogo? Vamos confiar nas empresas novamente? Olhe para o Facebook e reflicta se é este mundo que queremos.
Muitas oportunidades. Muitas coisas para pensar.
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[1] Nudge (em tradução livre, cutucada ou empurrãozinho) é um termo usado em economia comportamental para indicar “uma orientação ou aspecto da arquitetura de escolhas que altera o comportamento das pessoas de maneira previsível sem proibir nenhuma opção nem mudar significativamente seus incentivos econômicos. Para ser considerada uma mera cutucada ou orientação, uma intervenção deve ser fácil e barata de evitar. As cutucadas não são ordens”. Ver: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_da_escolha
Fontes: