terça-feira, 2 de abril de 2024

A Mudança de Rumo da Segmentação da Disney+

 A Disney+, uma das mais recentes plataformas de streaming over-the-top, chegou rapidamente ao sucesso e todas as suas mudanças estão a acontecer de forma muito repentina. À semelhança de Netflix e HBO Max, a Disney+ funciona como um serviço de susbrição mensal ou anual.

A Disney+ estreou-se nos EUA, Canadá e Países Baixos no dia 12 de novembro de 2019 e expandiu-se para a Austrália, Nova Zelândia e Porto Rico uma semana depois. Chega a Portugal no dia 15 de setembro de 2020, assim como para o resto da Europa, América Latina e Ásia-Pacifica. Rapidamente se internacionalizou mas o seu verdadeiro início não remete a 2019. 

A história da Disney+ começou em 2015 quando não ainda não tinha este nome. Em 2015 é quando a Walt Disney decide lançar um serviço de streaming no Reino Unido, batizado por DisneyLife. Entre diversas burocracias, muito a plataforma esperou para se tornar no sucesso atual. Só em 2019 a Netflix perdia o contrato com os conteúdos da Disney que estavam até então no seu catálogo. 

Como sabemos, a espera valeu a pena e a Disney+ torna-se num dos pricipais concorrentes da famosa Netflix! No momento em que a Disney+ surge em Portugal podemos contar com todos os seus clássicos, também com os seus êxistos da Disney Channel e ainda com conteúdos da Pixar, Marvel, Nat Geo e Star Wars.




Recordo-me de ter subscrito o pacote anual da Disney+ na sua pré-reserva, ciente de que seria uma plataforma diferente da Netflix e HBO Max. Quando subscrevi a plataforma esperava que ela me colocasse ao dispor tudo aquilo pelo o qual eu sentia uma grande nostalgia de infância. Todas as crianças foram grandes fãs dos clássicos, mas também a Disney Channel me marcou muito. Desde a Hannah Montana, ao High School Musical e à Jessie, ansiava por finalmente rever tudo numa qualidade excelente.

Além da inclusão da Marvel (que sou também grande fã), do Star Wars e do National Geographic, não esperei propriamente que a plataforma me fornecesse conteúdo mais maduro, já que o seu cartaz era bastante infantil até então. 


Mas pelo o que parece, não ficar por aqui sempre esteve no plano da Walt Disney. Existiam planos de finalmente conseguirem dar uma nova vida à Hulu, plataforma de streaming que só operava nos EUA, após as formalidades da aquisição da Fox serem concluídas.

O prometido é devido e em 2023 vemos a Disney+ a consolidar-se. A Fox cai em grande parte dos países, incluindo Portugal, e passa a chamar-se Star. Os canais Fox passam a chamar-se Star Channel, Star Life, Star Crime, Star Movies, Star Comedy e Star Mundo. Tudo isto vem a resultar no reforço completo do catálogo da Disney+, sem que haja intenções de alterar a programação antiga da Fox. 



Até agora foi a narração da história resumida desta plataforma. Mas agora é que chego verdadeiramente à questão que me traz a escrever esta publicação. Se eu, e acredito que muitos dos outros utilizadores da Disney+, fizeram a subscrição para ver conteúdos que seriam nostálgicos, ou muitos pais que fizeram a subscrição apenas para usufruto dos filhos que consomem conteúdo infantil, como o marketing da plataforma vai dar a volta a toda aquela segmentação que já tinha estabelecida. 

No meu caso, a adição de conteúdo mais diversificado foi um benefício enorme. Se algum dia ponderei cancelar a minha subscrição, agora coloco essa opção de parte! O novo e mais abrangente conteúdo conseguiu-me conquistar. Mas com toda a certeza que esta união com a Star não vem só para reter consumidores... Serve também para puxar novos consumidores.

No entanto, mudar agora o seu rumo pode ser complicado. Especialmente, se considerarmos que o nome "Disney", por si só, já remete para conteúdos infantis, mais apropriados para crianças. Considero que isto tem de ser uma bota a descalçar pela marca. Como pode a Disney+ fazer-se ouvir ao público mais maduro? Como pode a Disney+ explicar que não é só para crianças? Como podem expandir a sua segmentação?

A Disney+ apresentou recentemente uma jogada de mestre para o público mais velho! Filomena Cautela, Carlão e Herman José são as três caras da nova campanha da marca.

Na conta oficial do Instagram (@disneypluspt) foram publicados 3 vídeos, um por cada personalidade. Deixo os links para os 3: 
https://www.instagram.com/p/C5A3pWfi9-9/
https://www.instagram.com/p/C5A3vusujin/
https://www.instagram.com/p/C5A37EkNtgH/

Estes anúncios estão também a passar nas publicidades do Youtube.

Os vídeos seguram-se na comédia. Filomena diz que foi convidada por ter mais de 30 anos, cito "eu a achar que era por esta carinha laroca, não... 30+". Carlão pergunta se acham que ele "tem carinha de puto" porque foi convidado para um anúncio da Disney+, mas "já tem 40+". Finalmente, Herman brinca "sou jovem, bonito, ótimo... mas sou menino para 50+". 

Todos os vídeos terminam com outra voz a garantir que a Disney+ tem conteúdo, seja para 30+, 40+ ou 50+! Não termina aqui porque também as descrições de cada um dos vídeos são bastante divertidas.





Não há muito que se explique mais sobre esta campanha que, na minha opinião, é genial! Não só vai buscar personalidades queridas aos portugueses na casa dos trintas, quarentas e cinquentas, assim como lhe adiciona um tom humorístico em vídeos curtos e muito bem conseguidos.

A Disney+ aumentou o seu catálogo, a sua segmentação e as suas chances de sucesso para todas as faixas etárias. Agora, cabe-lhe jogar com as suas boas capacidades de marketing. Em Portugal, parece-me que as campanhas de marketing estão a começar muito bem.

Com um catálogo renovado como este, de certeza que a Disney+ é para nós também!



Fontes:

https://www.instagram.com/disneypluspt/

https://pop.proddigital.com.br/empresas/disney-plus

https://help.disneyplus.com/pt-PT/article/disneyplus-en-us-location-availability

https://pt.wikipedia.org/wiki/Disney%2B

https://www.cinema7arte.com/disney-ja-chegou-a-portugal/

https://expresso.pt/cultura/sugestoes_culturais_televisao/2023-11-28-Disney-desliga-a-Fox-em-Portugal-canais-passam-a-chamar-se-Star-f7e2baca

2 comentários:

  1. A Disney sempre teve um lugar especial na infância de muitas pessoas, e é por isso que as suas mudanças nunca passam despercebidas. Desde o início como DisneyLife em 2015 até se tornar numa das principais concorrentes da Netflix, a trajetória da plataforma foi marcada por mudanças significativas. A inclusão do vasto catálogo da Disney, Pixar, Star, Marvel, Star Wars e National Geographic atraiu uma variedade de públicos.
    No entanto, como a marca Disney é frequentemente associada a conteúdo infantil, comunicar eficazmente com um público mais maduro pode ser desafiador. A estratégia de marketing recente, com figuras conhecidas como Filomena Cautela, Carlão e Herman José, é certamente uma jogada inteligente para atrair esse público e destacar a diversidade de conteúdo disponível na plataforma.
    No meu caso, a adição de conteúdo mais variado foi uma surpresa bem-vinda e fez-me reconsiderar a minha subscrição na plataforma, reduzindo a minha presença noutras plataformas concorrentes.

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    1. Olá Carolina :) Obrigada pelo teu comentário! Parece-me que ambas gostamos muito da nova mudança. Realmente, o marketing associado a esta mudança foi um sucesso!

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