quinta-feira, 18 de março de 2010


APOCALIPSE MERCADOLÓGICO

Amigos, peço desculpas, mas gostaria de escrever em Português do Brasil, pois assim fico mais à vontade e creio poder apresentar algo que de alguma forma possa se tornar interessante. Trata-se de uma análise prática da teoria das cinco forças competitivas fundamentais de Michael Porter, descrita no livro “Competitive Strategy: Techniques for analysing Industries and Competitors” , editora free press, 1998 que identifica as cinco forças que atuam no mercado.

A primeira força competitiva de Porter nos fala da rivalidade entre os concorrentes. Neste caso, podemos recordar os diferentes players do mercado de câmeras digitais e o sucesso de seus produtos principalmente nos anos 90. Lembro-me de que a competição era tão acirrada que foi capaz de encurtar em muito o tempo do ciclo de vida do produto, levando a quase instantâneas atualizações e upgrades entre os concorrentes a cada lançamento de um novo modelo.

Antes disso, quem lembra da famosa Polaróide com revelação instantânea de fotos? Chegaram a ser os líderes de vendas até meados dos anos 90, foi a Apple de seu tempo. Mas também foi uma das primeiras a serem soterradas pela era digital, juntamente com a Kodak que dominou o mercado mundial de filmes fotográficos.

Com os novos tempos vieram as câmeras digitais. A primeira câmera digital que foi introduzida no mercado foi a Mavica da Sony em 1981 e ainda era uma amostra grátis do que ainda viria pela frente. Depois veio a câmera Apple Quicktake 100 que apareceu em 1984, já em 1986 a Canon RC-701. Depois a Fuji DS-P1 em 1988 e finalmente também resurgindo das cinzas o modelo DC40 da Kodak em 1995. Lembrando que os primeiros modelos com sensor mega pixel só foram lançados a partir de 1986 e continham extraordinários 1.4 MP.

Ocorre que para consolo da Polaróide, a intensa competição não levou a sério a terceira força competitiva de Porter, a “Ameaça de produtos e serviços substitutos”, pois com o advento das telecomunicações, as novas necessidades dos clientes como a convergência tecnológica, onde podemos ter acesso a diversos equipamentos em uma única infra estrutura tecnológica não foram capazes de curar a “Miopia de Marketing” e mudar o foco da competição exarcebada do mercado de máquinas fotográficas que levaram os players do mercado a se unirem a cavar a própria cova e deixar o mercado livre para a atuação de empresas como Motorolla, Nokia e Sanyo que em 2002 lançou o SCP-5300 PCS, o primeiro tele móvel com câmera disponível no mercado norte-americano. Em sua maior resolução, ele capturava imagens em VGA (640 por 480 pixels). Hoje já se pode encontrar telemóveis com processadores de tv digital

Assim, através da boa democracia mercadológica o livre mercado é capaz por si mesmo, de fazer o controle natural das “espécies” que nele competem, onde somente as empresas dotadas de competência estratégica serão capazes de evoluir, legando os demais a extinção. É o apocalipse mercadológico que ocorre numa constancia muito mais rápida do que possamos imaginar.

P.S. : A Polaróide foi comprada pelo grupo americano PLR IP Holding e LLC e voltou ao mercado com destaque as mini-impressoras portáteis para câmeras digitais e celulares, além de câmeras digitais e TVs de LCD. ( Revista exame, jan. 2010 )

Milton Fernandes

Bibliografia

Antunes, Luciene. A segunda vida da Polaróide. Revista Exame, São Paulo, v. 961, n. 2, p. 106-107, jan. 2010.

Do tijolo ao IPhone: Acompanhe a evolução dos celulares. IDG NOW, Tecnologia em primeiro lugar, jun. 2007. Disponível em: Acesso em: 07 mar. 2010.

As primeiras câmeras digitais. Polomercantil, mar. 2010. Disponível em: Acesso em: 07 mar. 2010.

Convergência Tecnológica. Wikipédia, a enciclopédia livre, mar. 2010. Disponível em: Acesso em: 06 mar. 2010.

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