“Steve Jobs pensa como consumidor, tem imaginação e curiosidade de sobra sobre tecnologia e habilidade de reunir pessoas inteligentes para executar seus projectos. Esse é o segredo da Apple.”
Simples, pensar como o consumidor, marketing básico… mas com a internet este conceito ainda ganhou mais força! O consumidor de repente pensa como o produtor e contribui para as criações deste… ou então substitui-as. Steve Jobs aparece-nos quase como um miúdo curioso, que antes de lançar um novo produto para o mercado explora-o e sonha com as suas potencialidades para daqui há 5 anos. Como dizem no mesmo artigo: um visionário. Mas com a internet muitos dos consumidores começam a ter a mesma relação de explorador com os novos produtos. Experimentam, comentam, sugerem melhorias, dão ideias para novos produtos a desenvolver… uma grande ajuda aos departamentos de I&D das empresas. Um exército de visionários! O consumidor tem agora o poder de participar na criação dos itens que deseja e as empresas que não aproveitam as informações que os consumidores estão desejosos de partilhar enfrentam-se com um problema: arriscam-se a não responder às opiniões dos consumidores e a aborrece-los com produtos que lhes são impostos em vez de construídos com e para eles!
Solução: Permitir ao consumidor de dar a sua voz, estruturar a informação, criar um “hub” onde toda a informação é centralizada e integrá-la no planeamento do produto. Claro está que o novo consumidor também tem uma voz muito mais activa nas outras decisões de marketing, nomeadamente no preço, na comunicação e na distribuição. Um marketing mix completamente a medida do consumidor.
O foco cada vez maior das empresas nos consumidores é um resultado desta nova disponibilidade de informação. As empresas já não precisam de “adivinhar” o que os consumidores vão querer, eles publicam essa informação, desejosos de ver os seus projectos e as suas ideias concretizadas.
Nesta fase de desenvolvimento da internet muitas das empresas já se aperceberam do novo poder do consumidor e da necessidade de o deixar participar nas decisões estratégicas da empresa. Este processo será certamente aprofundado com o avançar do tempo e com a naturalidade com a qual cada vez mais consumidores irão encarar a internet como plataforma de participação activa. O resultado não será somente uma participação na disponibilização de ideias e contributos teóricos, mas cada vez mais os próprios consumidores se transformarão em produtores e oferecerão os serviços que as empresas existentes falharam em oferecer.
Ou seja o consumidor será cada vez mais também um fabricante e concorrente.
Uma história que revela esta nova atitude proactiva do consumidor é sobre o site Taobao na China:
Segundo um artigo no PC World Business Center jovens chineses conseguem fortunas com o e-commerce. Já imaginaram vender o que vos vier a mão? Faz lembrar o Ebay? Pois é…mas em escala chinesa a coisa chama-se Taobao e serve a milhões de estudantes chineses para venderem o que as fabricas perto do campus nem precisam. O melhor é que a coisa rende!
Quando lemos artigos como este só fico na dúvida do que estou a espera… da grande ideia? Porquê não aproveitar o nosso espírito empreendedor e as oportunidades que o espaço virtual nos oferece? Finalmente comprar e vender sem fronteiras…
Parece futurista, mas felizmente já não o é… a internet dá-nos acesso à uma base de informação finita, mas cujas fronteiras ultrapassam qualquer limitação à qual tenhamos sido sujeitos até hoje. A globalização nunca teria a mesma expressão sem esta ferramenta… E nós somos os consumidores! Iniciar um novo negócio parece tão mais fácil com a existência da net que as empresas têm cada vez mais concorrência por parte de pequenos participantes (“ex-consumidores”) que decidiram rentabilizar as ideias que antes disponibilizavam “for Free” às empresas.
Serão os próprios consumidores os primeiros exploradores das potencialidades deste mercado? O consumidor transforma-se em produtor, criador, comerciante… O Taobao parece demonstrar que sim.
A frase do Steve Jobs foi proferida aquando do lançamento da iTunes Store em 2003 e aplicava-se à possibilidade de download gratuito e partilha de ficheiros de música na internet, embora tenha aplicabilidade a muitos outros domínios.
ResponderEliminarSegundo Steve Jobs, “If you go to Kazaa and you try to find a song, you don’t find a single song. You find 50 versions of that song, and you have to pick which one to try to download, and usually it’s not a very good connection. You have to try another one, and by the time you finally get a clean version of the song you want, it takes about 15 minutes. If you do the math, that means that you’re spending an hour to download four songs that you could buy for under $4 from Apple, which means you’re working for under minimum wage.”
Para quem é rico em tempo e pobre em dinheiro, faz sentido...o tempo é o dinheiro