Normalmente as pessoas
classificam e rotulam as outras consoante as suas características e esquecem-se
que elas próprias também estão categorizadas. Apesar de não parecer correcto
definir o todo pela parte foram dadas algumas nomenclaturas aos cidadãos
catalogando-os nas mais diversas gerações. Não existe consenso sobre a sua
nomenclatura nem tão pouco sobre os anos de nascimento que servem de fronteira
entre elas mas as suas características tendem a estar bem definidas.
Segundo Tapscot (2009) pode-se
dividir a população em quatro segmentos etários: características como a
proactividade, a flexibilidade de pensamento e a vontade de se exprimir foram
evoluindo com o passar dos tempos desde a rigidez da Geração Baby Boomers até à
conectividade da Geração Z.
Esta primeira geração, nasceu durante
o Baby Boom, um período de
prosperidade após o fim da II Guerra Mundial. Com toda a sua disciplina, ordem,
motivação e respeito pelos outros idealizavam trabalhar para construir um mundo
novo. Devido a serem workaholics, ou
seja, viciadas em trabalho, têm o gene da competição, pelo que se pode afirmar
que o espírito individualista subsistia.
Com o aproximar da viragem do Milénio
a tecnologia vai-se desenvolvendo e a geração seguinte, Geração Y, vai-se
tornando mais familiarizada com esta e vive sem rede, sem manual, com base no
improviso e no ideal de que para acertar é necessário arriscar e errar, sendo
os erros a base de novos sucessos. Trata-se da geração da criação do
computador, e também devido a isso, dos ideais da globalização, cujo ideal se baseia na pergunta 'Porque não se é possível?' e que como o Y vê sempre mais que uma possibilidade por onde seguir.
Após esta geração, que por si só
é mais irreverente que a anterior, surge uma ainda mais hiperactiva, cheia de
dinamismo e flexibilidade, a chamada Geração Z. Esta geração é nativa da
Internet e está constantemente conectada. Conhecem a tecnologia e a ciência tão
bem como a si mesmos, pelo que toda a informação que está disponibilizada serve
para lhes proporcionar um espírito mais crítico, uma mente mais aberta, sendo capazes
de mudar de opinião com extrema facilidade. Com todas estas características são
capazes de fazer diversas e diferentes tarefas ao mesmo tempo pelo que serão
profissionais mais exigentes, versáteis e, daí, melhores colaboradores.
Tenderão a possuir um maior nível de educação e terão aptidão para investigar e
inovar pois desde cedo são estimulados a fazer pesquisas. Toda esta energia e
entusiasmo vão de encontro ao “Z” de zapear, ou seja, fazer algo de forma
rápida, aproveitando todos os momentos da melhor forma pelo que atrasos na
comunicação tornam-se intoleráveis, porque parecem desnecessários. Esta geração
é também conhecida como N-gen (Geração Net), D-gen (Geração Digital) ou ainda,
e a denominação mais utilizada, Nativos Digitais.
Desta Geração Z, ou da Y, poderá
advir a próxima geração, a Geração Alfa. Já se sabe que estarão
irremediavelmente conectados em rede mas que outras características terão?
Prevalecerá o espírito de grupo ou as ideias individualistas reinarão? Serão
dominados por toda a informação a que têm acesso ou serão capazes de se dominar
e escolher a informação acertada para si? Será uma geração mais independente ou
serão mais dependentes do meio que os rodeia? Terão um maior à-vontade na
socialização ou por outro lado ficarão escravos das interações virtuais? Diz-se
que esta espécie de liberalização da comunicação e o espírito de camaradagem da
Geração Z têm tornado a sociedade menos hierarquizada porém não será capaz de
criar um fosso ainda maior entre estas pessoas e aqueles que estão afastados
deste mundo cibernético e que não têm acesso a esta tecnologia, os chamados
infopobres?
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