domingo, 7 de abril de 2013

Generation Gap

 

Normalmente as pessoas classificam e rotulam as outras consoante as suas características e esquecem-se que elas próprias também estão categorizadas. Apesar de não parecer correcto definir o todo pela parte foram dadas algumas nomenclaturas aos cidadãos catalogando-os nas mais diversas gerações. Não existe consenso sobre a sua nomenclatura nem tão pouco sobre os anos de nascimento que servem de fronteira entre elas mas as suas características tendem a estar bem definidas.
Segundo Tapscot (2009) pode-se dividir a população em quatro segmentos etários: características como a proactividade, a flexibilidade de pensamento e a vontade de se exprimir foram evoluindo com o passar dos tempos desde a rigidez da Geração Baby Boomers até à conectividade da Geração Z.
Esta primeira geração, nasceu durante o Baby Boom, um período de prosperidade após o fim da II Guerra Mundial. Com toda a sua disciplina, ordem, motivação e respeito pelos outros idealizavam trabalhar para construir um mundo novo. Devido a serem workaholics, ou seja, viciadas em trabalho, têm o gene da competição, pelo que se pode afirmar que o espírito individualista subsistia.


Depois surge uma geração que corta com a anterior e que, por isso, se chamou Geração X, uma geração mais rebelde, que não apresenta este vício pelo trabalho, e cuja lealdade à própria entidade patronal é posta em causa. Procuram a sua individualidade e liberdade e lutam pelos seus direitos, demonstrando menor respeito pelos outros.
 
 
Com o aproximar da viragem do Milénio a tecnologia vai-se desenvolvendo e a geração seguinte, Geração Y, vai-se tornando mais familiarizada com esta e vive sem rede, sem manual, com base no improviso e no ideal de que para acertar é necessário arriscar e errar, sendo os erros a base de novos sucessos. Trata-se da geração da criação do computador, e também devido a isso, dos ideais da globalização, cujo ideal se baseia na pergunta 'Porque não se é possível?' e que como o Y vê sempre mais que uma possibilidade por onde seguir. 
 
Após esta geração, que por si só é mais irreverente que a anterior, surge uma ainda mais hiperactiva, cheia de dinamismo e flexibilidade, a chamada Geração Z. Esta geração é nativa da Internet e está constantemente conectada. Conhecem a tecnologia e a ciência tão bem como a si mesmos, pelo que toda a informação que está disponibilizada serve para lhes proporcionar um espírito mais crítico, uma mente mais aberta, sendo capazes de mudar de opinião com extrema facilidade. Com todas estas características são capazes de fazer diversas e diferentes tarefas ao mesmo tempo pelo que serão profissionais mais exigentes, versáteis e, daí, melhores colaboradores. Tenderão a possuir um maior nível de educação e terão aptidão para investigar e inovar pois desde cedo são estimulados a fazer pesquisas. Toda esta energia e entusiasmo vão de encontro ao “Z” de zapear, ou seja, fazer algo de forma rápida, aproveitando todos os momentos da melhor forma pelo que atrasos na comunicação tornam-se intoleráveis, porque parecem desnecessários. Esta geração é também conhecida como N-gen (Geração Net), D-gen (Geração Digital) ou ainda, e a denominação mais utilizada, Nativos Digitais.
Desta Geração Z, ou da Y, poderá advir a próxima geração, a Geração Alfa. Já se sabe que estarão irremediavelmente conectados em rede mas que outras características terão? Prevalecerá o espírito de grupo ou as ideias individualistas reinarão? Serão dominados por toda a informação a que têm acesso ou serão capazes de se dominar e escolher a informação acertada para si? Será uma geração mais independente ou serão mais dependentes do meio que os rodeia? Terão um maior à-vontade na socialização ou por outro lado ficarão escravos das interações virtuais? Diz-se que esta espécie de liberalização da comunicação e o espírito de camaradagem da Geração Z têm tornado a sociedade menos hierarquizada porém não será capaz de criar um fosso ainda maior entre estas pessoas e aqueles que estão afastados deste mundo cibernético e que não têm acesso a esta tecnologia, os chamados infopobres?
 

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