Já há alguns museus que disponibilizam imagens das suas coleções online, mas o Rijksmuseum, em Amesterdão, foi mais arrojado e passou a oferecer gratuitamente o download de imagens de alta resolução e a incentivar o público a copiá-las, partilhá-las e transformá-las. O Rijksstudio é uma seção do website do museu, de utilização muito fácil e intuitiva, que permite aos cibernautas uma experiência interativa com uma quantidade imensa de imagens de alta resolução e incentiva o seu uso para a realização de novos trabalhos criativos (ver aqui).
Até agora, os museus têm adotado uma atitude muito protecionista em relação às versões digitais de qualidade das suas obras de arte, invocando, entre outras, questões de direitos de autor e o controlo de fontes de receita (leia-se, por exemplo, este artigo). Todavia, o Rijksmuseum aceitou o facto de que, com a Internet, é muito difícil controlar direitos autorais e o uso de imagens e, ao invés de lutar contra uma inevitabilidade, seguiu uma estratégia que passa por tornar o acesso às imagens fácil e gratuito, promovendo a sua partilha e um maior envolvimento das pessoas.
Esta estratégia, porém, não é unânime. Em Portugal, por exemplo, foi publicado em DR, no passado dia 28 de Maio, o Regulamento de Utilização de Imagens de Museus, Monumentos e outros Imóveis afetos à Direção-Geral do Património Cultural que vai no sentido oposto e que tem gerado algum debate entre os profissionais da área (ver aqui).
Pormenor de O pintor, Hendrikus van de Sande Bakhuyzen, 1850. Rijskmuseum.
Esta é uma excelente aposta do museu para democratizar a arte, de forma a que esta não seja apenas de uma elite. Para além disso, ao disponibilizar as fotos em alta resolução, o Museu está a dar vida às obras, pois está a permitir que elas se misturem no dia a dia das pessoas e não se fiquem apenas pela parede de um museu.
ResponderEliminarA ideia é muito interessante, principalmente para quem não tem a possibilidade de visitar este e outras famosas galerias de arte.
ResponderEliminarContudo julgo que a melhor iniciativa para democratizar a arte deverá passar pela possibilidade de oferecer aos seus visitantes entrada livre num dia de semana. Infelizmente não é o caso do Rijksmuseum de Amesterdão, que possui obras de artista conceituados como Vincent van Gogh e Rembrandt.
Também aqui se coloca a questão de saber o que (e/ou quem) sustenta esta gratuitidade e de que forma é que ela pode ter efeitos nas receitas dos museus, que têm de assegurar os custos (elevados) de conservação e preservação das obras-primas que guardam. Qual o modelo de negócio a aplicar aos museus na nova economia da gratuitidade?
ResponderEliminarAfinal, talvez o futuro dos museus na era digital seja… freemium.
Parece-me que o Rijksmuseu está um passo à frente! É, de facto, muito difícil controlar as imagens hoje em dia...Apesar de ser proibido, qualquer visitante tira fotos num museu e partilha-as na internet, ficando estas facilmente acessíveis a qualquer pessoa.
ResponderEliminarO que o Rijksmuseu está a fazer parece-me uma forma de divulgação; neste caso, fazer com que os seus "fãs" partilhem os museus nas redes e o dêem a conhecer.