quinta-feira, 22 de março de 2018

Criptmoedas & Blockchain: moda ou futuro?

Pergunta para 1 MILHÃO DÓLARES: É o futuro ou uma grande fraude?

https://www.youtube.com/watch?v=FSC6z3QUaTs

O blockchain (também conhecido como “o protocolo da confiança”) é uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança. São bases de registros e dados distribuídos e compartilhados que têm a função de criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado.
A definição original foi criada em 2008 com a publicação do artigo "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System" publicado por Satoshi Nakamoto (cuja real identidade permanece em aberto apesar de haver algumas especulações e pronunciamentos a respeito). Em 2009 o código foi lançado como código aberto.
É o tema da moda, tema de muitas especulações, tema de muitas confusões e tema de alguns desgostos recentes.

Quem é que já não ouviu falar da Bitcoin, talvez a moeda digital mais conhecida no mundo?

A primeira versão do software, que ficou conhecido como o DLT Distributed Ledger Technology, ou grupo de computadores que partilham informações, que permitira disponibilizar (?) um método transparente de transações garantindo um elevado nível de segurança na sua transação.
Este conceito, em que assenta este tipo de “moedas digitais/virtuais, assentam num conceito POW Proof of Work.
 https://www.youtube.com/watch?v=ASCGQFZgcT8

A grande parte dos “ambientes informáticos” tradicionais de comercialização e distribuição tem uma centralização de bases de dados que podem ser validadas de varias formas. No blockchain, é baseada em consensos, permite que as transações sejam efetuadas com “transparência”, sem falsificações e burlas.
Será uma tecnologia distributiva? 
“Acreditamos que a tecnologia blockchain possa ser uma ferramenta importante para proteger e preservar a humanidade e os direitos de cada ser humano. Um meio para comunicar a verdade, distribuir prosperidade …” Don Tapscott.
https://www.ted.com/talks/don_tapscott_how_the_blockchain_is_changing_money_and_business?language=pt

Ou seja, o que Don Tapscott afirma, é que esta “moeda” poderá ser uma forma de “fugir” ao controlo de governos e instituições financeiras que não a podem comercializar porque sendo virtual, não tem um “dono” de emissão.
O professor Roger Wattenhofer, The Science of the Blockchain (9781522751830): Roger Wattenhofer, afirma que existem 2 componentes principais na tecnologia, a criptografia assimétrica (a criptografia assimétrica tende a ser mais lenta e necessita de um maior poder computacional por parte das máquinas. No entanto, este é um excelente método para garantir segurança num canal público e inseguro (ex. Internet), Os algoritmos que são usados para a criptografia simétrica são mais simples do que os algoritmos usados na criptografia assimétrica) e sistemas distribuídos (Os sistemas distribuídos estão em todo o lugar, ou melhor, acessíveis a partir de qualquer lugar. Segundo Tanenbaum, um sistema distribuído é um conjunto de computadores independentes entre si (e até diferentes), e que com estes dois sistemas são capazes de criar registos que são indeléveis, indescritíveis, transferem valor a fazerem atualizações automáticas desses registos.

https://www.youtube.com/watch?v=F9jaJYDEKwA

Segundo diversos influenciadores mundiais, as criptomoedas oferecem grandes capacidades de rede e cooperação entre diferentes partes ou intervenientes do mundo, num consenso bastante confiável, não tem cambio, e muito democrática e será por isso que alguns decisores em algumas multinacionais dão valor a esta “moeda”.
Contudo, até que ponto, poderemos confiar nesta “moeda da moda”?
Pessoalmente, e de acordo com o que se tem publicado nos últimos meses, esta moda poderá ser uma grande “bolha” que poderá destruir bilhões de Euros no mundo, arrasar com governos e democracias.

Em Portugal, a moeda foi lançada pela empresa Aptoide uma startUp portuguesa (A Aptoide, em outubro de 2017, durante a Web Summit, tornou-se na primeira loja de apps do mundo a ter uma moeda virtual. É através da Ethereum, a segunda moeda virtual mais utilizada a seguir à Bitcoin, que a Apptoide lançou a Appcoins. Foi depois da ICO — uma oferta inicial de moedas — na Web Summit, que as primeiras unidades das Appcoins começaram a ser emitidas. A Aptoide, empresa de Paulo Trezentos e Álvaro Pinto, tem mais de 200 milhões de utilizadores em todo o mundo, mas as moedas podem ser utilizadas noutras aplicações.) que chegou ao mercado em final de 2017, e ter-se-á tornado um caso de sucesso.

BOLHA À VISTA?
São várias as publicações, bancos centrais, bolsas de valores a alertar para este novo mundo das moedas digitais que não são mais que algoritmos cada vez mais sofisticados, que criam moedas que não são mais que “Bits” que não tem ativos tangíveis a sustenta-las, e que ninguém sabe de onde vem e para onde vão.

A revista Exame, de 12/02/2018, num estudo muito sustentado, alerta para 7 possíveis “traumas” de riscos para as criptomoedas:
Bolha e elevada volatilidade
Os consumidores que comprem moedas virtuais devem estar conscientes de que podem perder grande parte ou todo o dinheiro envolvido, uma vez que esta negociação está associada a elevada volatilidade e a “sinais claros de bolha”.
Sem regulação, não há proteção
Qualquer falência de plataforma de troca ou danos para as carteiras de moedas virtuais resultantes de ataques informáticos deixa o consumidor sem proteção ou qualquer garantia uma vez que estes mecanismos não são regulados a nível europeu. As criptomoedas não são garantidas por um banco central ou autoridade nacional, não são moeda com curso legal e não estão cobertas por nenhum ativo tangível, alertam. E mesmo o facto de a compra ser feita através de uma instituição regulada não é garantia.
Informação enganosa
Os dados fornecidos aos utilizadores são inexistentes ou incompletos e de difícil compreensão e não referem de forma adequada os riscos associados.
Problemas na operação
As falhas operacionais “graves” recentes em algumas plataformas de troca de moedas virtuais podem levar a interromper as transações, impedindo os consumidores de comprar ou vender as divisas aos preços pretendidos, o que pode conduzir a perdas devido às flutuações “enormes” nos preços. Além disso, recomenda-se que sejam tomadas "precauções de segurança" nos equipamentos usados na compra, venda ou troca de moedas virtuais.
Preços opacos
Sem transparência na formação dos preços das moedas virtuais os consumidores arriscam-se a que o preço pago pela compra ou venda de moedas deste género não seja justo ou correto.
Não existem “opções de saída”
Pode haver períodos prolongados em que os detentores de moedas virtuais não consigam negociá-las ou convertê-las em euros, podendo levar a potenciais perdas.
Inadequação para investimentos de longo prazo
A elevada volatilidade, a incerteza quanto ao futuro e a desconfiança sobre as plataformas de troca e as carteiras levam a que sejam consideradas “inadequadas” para a aplicação de poupanças, em particular no longo prazo para preparação da reforma.

Em comunicado, o Banco de Portugal diz já ter recomendado às instituições de crédito, de pagamento e de moeda eletrónica sujeitas à sua supervisão “que se abstenham de comprar, deter ou vender moedas virtuais”. Mas refere que a atividade das entidades que emitem e comercializam moedas virtuais não está sujeita a qualquer tipo de supervisão prudencial ou comportamental.
O regulador salienta igualmente que as operações com moedas virtuais não são ilegais ou proibidas e que as entidades que as emitem e comercializam não estão sujeitas a qualquer obrigação de autorização ou de registo junto do Banco de Portugal, pelo que a sua atividade “não é sujeita a qualquer tipo de supervisão prudencial ou comportamental.”
Este fim de semana o Expresso noticiou que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu uma recomendação a bancos, fundos de investimento e gestoras de ativos, além de outros intermediários financeiros, para que não comercializem moedas virtuais nos seus produtos de investimento. Mas, caso o façam, deverão informar os clientes sobre as características e riscos destes instrumentos que estão, refere o periódico, a ser incluídos em produtos de investimento complexos sob a alçada da CMVM .

Por esta análise aqui transcrita, parece-me de bom-senso ter muito cuidado com estas “modas” principalmente se os transaccionadores compradores não dominarem o processo, sujeitando-se a “desgostos” muito grandes similares, senão bem piores, quando o colapso das bolsas também surge.
Acredito que alguns possam ganhar muito, como em todas as "bolhas" e "Burlas" em todos os tempos, mas acredito que muitos mais possam perder e, principalmente, "perder" o rasto ao dinheiro.

Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Blockchain
https://www.ted.com/talks/don_tapscott_how_the_blockchain_is_changing_money_and_business?language=pt
https://portaldobitcoin.com/bitcoin-resumido-em-21-estatisticas/
https://eco.pt/2018/01/08/esta-criptomoeda-portuguesa-ja-e-uma-das-mais-valiosas-do-mundo/
http://visao.sapo.pt/exame/2018-02-12-Criptomoedas-Autoridades-alertam-para-sete-riscos-nas-moedas-virtuais

4 comentários:

  1. António,
    Efetivamente um artigo muito apropositado nos tempos correntes em todos os escaparates das últimas semanas. Afinal o que é isso da Bitcoin? Mais um produto complexo que poucos sabem o que é, para que serve, como se utilizar. O mundo está cheio de coisas que ninguém entende bem, já não chegavam CFD, C. Opções, C Forwards, Derivados, etc. etc. etc, dos quais, pelo menos, existem contratos escritos, quando agora surgem “produtos” que não são mais que equação matemáticas que somente existem em ambientes website.
    Todos compreendem que o mundo mudou, o papel moeda substantivado ao Ouro, já não existe praticamente, hoje o que os bancos guardam são as divisas, mas, pelo menos, existe algo que o mundo inteiro dá como válido para todos.
    Mas bits, o que são?
    Passamos desde os tempos imemoriais da simples troca de bens tangíveis por outros bens tangíveis, para troca de bens por fumaças?
    A pensar!

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  2. É "um mundo novo", tal como foram algumas das especiarias dos tempo dos descobrimentos (Pimenta, canela, etc.) com a diferença que eram bens palpáveis (Tangíveis) e as criptomoedas são o quê?

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  3. Matéria interessante e muito atual e a seguir com muita atenção. Julgo que será mais um "jogo" onde para muitos ganharem muito dinheiro, outros tantos o perderão.

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  4. António, Tema bastante atual e certamente de grande discussão para um futuro próximo.
    Esta nova era de trocar ativos digitais entre pares sem intermediários está a provocar uma grande mudança nas transações digitais. Tendo por base a integridade dos dados que são altamente protegidas por criptografia estas transações que funcionam de uma forma distribuída, serão seguramente uma nova forma de mudança do paradigma digital.

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