Tudo começa quando o carro com condução autónoma deixa a Ana em casa e volta ao concessionário onde tem outros transportes agendados. Voltará a tempo de levar a Ana ao aeroporto na manhã seguinte.
Ao entrar em casa, a Ana vai buscar as encomendas deixadas por drones à entrada. A voz familiar da Eva, uma assistente digital de última geração semelhante à Alexa , cumprimenta-a e relembra-a sobre a viagem de negócios no dia seguinte a Madrid. A Ana nem se preocupou em saber detalhes, pois sabe que a Eva tratou de tudo: reservou o melhor voo, lugar no avião e quarto de hotel dentro do orçamento autorizado pela empresa.
Enquanto arruma a encomenda que recebeu do supermercado, a Ana repara que a Eva ajustou a sua lista semanal de compras, de forma a que não inclua frescos, e adicionou produtos de higiene transportáveis na cabina do avião. Calculando que o detergente da Ana estaria a acabar (e que ela teria roupa para lavar no regresso da viagem), a Eva encomendou mais, mas de uma nova marca mais barata que estava a receber recomendações muito positivas online. Adivinhando também que não apeteceria à Ana cozinhar ao chegar da viagem, a Eva contactou o take away para entregar a sua refeição preferida em casa nessa altura.
A Ana não sabe como sobreviveria sem a ajuda da Eva, na qual confia não só para compras complexas mas também de rotina, e para lhe mostrar produtos e serviços de que julgava não precisar...
Esta narrativa não é futurista, retrata a atualidade. Os assistentes digitais com base em Inteligência Artificial (IA), incorporados nas nossas casas, carros e smarphones, preparam-se para mudar a relação dos consumidores com as marcas.
Estes assistentes não só permitem minimizar custos e riscos nas decisões de compra, como também garantir a máxima conveniência com o mínimo esforço. Antecipando necessidades, acumulando e processando continuamente dados sobre hábitos e preferências dos consumidores, estes serão mais leais aos seus assistentes digitais do que às marcas.
Entender os algoritmos destas plataformas de IA será crucial para as marcas, que provavelmente terão que pagar para as integrar, tal como hoje pagam para estarem nas prateleiras dos supermercados. As marcas estarão também sujeitas a constante pressão para corresponderem ao que estas plataformas dizem ser o ideal para cada consumidor.
Mas tal como os desafios, as oportunidades adivinham-se também ilimitadas...seremos mais poderosos ou menos livres? Are you ready?
Fonte:
https://hbr.org/2018/05/marketing-in-the-age-of-alexa?autocomplete=true
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