Segundo um estudo do P&S Market Research, é expectável que o mercado de Gamification continue a crescer, atingindo valores de 22,9 milhões de dólares até 2022, o que representa um crescimento de 41,8% comparativamente a 2014. [1]
Outra parte interessante da estratégia de gamification é a forma como esta se pode relacionar com a ideia de utilizar pessoas reais e as relações entre estas mesmas como forma de criar promoção para a marca — as pessoas gostam de ouvir falar sobre marcas, mas apenas se isto for feito por parte de amigos ou de outros consumidores que tenham os mesmos gostos que eles (twinsumers).
Muitas estratégias de gamification têm sido conjugadas com esta ideia — a de usar pessoas reais como influenciardes (os chamados ‘advocate’) — ao incorporar a ideia de jogos e o elemento de competição na estratégia de marketing, o que cria uma ligação emocional entre a marca e o público alvo, levando a relações mais duradouras entre esta marca e os seus consumidores [4]A minha ideia de abordar a Gamification num post de blog deve-se a duas razões:
- uma notícia que li recentemente acerca da iBonus, uma nova aplicação dos restaurantes do grupo Ibersol (Burguer King, Pizza Hut, KFC, Pans & Company, Pasta Caffé, Miit, O Kilo, Roulotte e Sol);
- terem perguntando num grupo de mensagens que eu tenho se alguém era Yorn para partilharem códigos para um desafio proposto pela Vodafone, o “Yorn Shake It”
Existem 7 elementos de todos estes sistemas de gamification [5]:
- Pontos
- Níveis
- Tabelas de liderança
- Crachás/medalhas
- Desafios
- Integração
- “Engagement loops” — formas de promover o “re-engagement” por parte dos jogadores
Praticamente todos estes elementos estão presentes no exemplo do iBonus. Olhando para o exemplo do iBonus, este tem quatro jogos — o Yukis Pop (uma versão do Puzzle Bubble), o Yukis Quest, o Yukis Go (um jogo de plataformas do género do Subway Surfers) e o Yukis Stack (um jogo em que se tem de empilhar torres) [6]. Os jogos são todos variações de jogos que já são conhecidos e que são exatamente reconhecidos pelo seu poder viciante — começam por ser relativamente fáceis, mas vão ficando difíceis à medida que se vai jogando. Todos estes jogos funcionam com vidas, que são repostas ao fim de alguns minutos, incentivando-se a que a pessoa volte à aplicação (re-engagement). Tudo o resto é semelhante a um jogo normal, com todos os seus outros elementos — como a integração, os desafios, as medalhas, os níveis, etc.
É na parte dos pontos que a app se transforma de um mero jogo para uma estratégia de marketing — por um lado, esta é uma aplicação que está apenas disponível para aderentes, pelo que é necessário um cartão Continente, fazendo a ligação entre o jogo e a recolha de dados sobre os consumidores e o estabelecimento de uma relação positiva entre a marca e o consumidor; por outro, ganhar pontos no jogo é encorajado através de bónus que são oferecidos — descontos nas marcas dos restaurantes que depois são acumulados em cartão Continente, como podemos ver alguns exemplos na imagem a seguir:
Que outros exemplos de Gamification é que conhecem?
[2] Zichermann, G. & Linder, J. (2010). Game-based Marketing: Inspire Customer Loyalty Through Rewards, Challenges, and Contests. Nova Jérsei, EUA: John Wiley & Sons, Inc.
[5] Zichermann, G. & Cunningham, C. (2011). Gamification by Design: Implementing Game Mechanisms in Mobile Apps. Canadá: Gabriel Z, Inc.
Sendo Yorn X tive acesso à primeira edição do Shake It, mas confesso que não o usava muito. Com a atual edição decidi um dia começar a jogar e a partir daí tornou-se viciante. A estratégia deles de concederem shakes por valor de carregamento de telemóvel e por débito semanal do tarifário acabou por me fazer ir ao jogo no mínimo 1 ou 2 vezes por semana, sendo que fiquei a querer completar ao máximo a caderneta. O facto de se conseguir obter prémios através destes shakes torna a experiência ainda mais aliciante.
ResponderEliminarNo que toca ao iBonus — não conhecia, mas penso que é uma forma mais divertida e não intrusiva de se fazer promoção da marca — através de jogos ou mini-jogos — e motivar os clientes a irem aos locais e efetuarem compras. Sei que não é bem a mesma questão abordada, mas, por exemplo, vou mais provavelmente a restaurantes no shopping aos quais tenha associada uma app que me dê refeições grátis ao fim de x pontos, do que a outros. Assim, conjugar esta ideia dos cupões com jogos, acaba por ser o melhor dos dois mundos.