Se pensarmos na realidade atual, apercebemo-nos que as crianças e os adolescentes de hoje não sabem como seria o seu dia a dia sem a internet.
Seria irrealista afirmar que esta não traz benefícios para os indivíduos, uma vez que é por causa dela que temos acesso a todo o tipo de informação, o comércio sofreu uma grande transformação, a comunicação tornou-se mais fácil…
No entanto, a internet também facilitou o desenvolvimento das redes sociais como, por exemplo, o Instagram, Facebook, Twitter, que, apesar de todas as vantagens que oferecem aos seus utilizadores, podem deixá-los expostos a perigos.
Embora estas plataformas sejam destinadas a adultos, há milhares de crianças e jovens inscritos, o que as deixa ainda mais expostas aos perigos, dada a sua inocência e ingenuidade, que não as deixa perceber a existência de pessoas mal intencionadas. Aquando da criação do perfil, é negado o acesso a menores de 13 anos. Contudo, as plataformas têm plena consciência que nem todos os seus utilizadores são maiores, pois nada os impede de mentir no momento do registo.
Sendo assim, o Instagram quer lançar uma versão da plataforma indicada para crianças entre os 6 e os 12 anos com o intuito de poderem utilizar o Instagram com segurança. Esta plataforma permitirá que as crianças comuniquem com os seus amigos e partilhem interesses. No entanto, é gerida e controlada pelos pais.
Citação de Vishal Shah (vice-presidente do Instagram):
"Cada vez mais as crianças perguntam aos pais se podem aderir a plataformas que os ajudem a manter o contacto com os seus amigos. No momento, não há muitas opções para os pais, então estamos a trabalhar na construção de novos produtos que sejam adequados para crianças e geridos pelos pais"
Para além disso, o reforço da segurança passa pela proibição do envio de mensagens por adultos a pessoas que não sigam e sejam menores de idade, bem como o envio de um aviso de segurança aos menores quando um adulto envia uma grande quantidade de pedidos de amizade ou mensagens. Também é incentivado a colocação do perfil em privado, no momento do registo. Todas estas novas características tornam mais difícil para os adultos encontrar e seguir menores quando usam a função de busca no Instagram.
As questões que se colocam são: até que ponto é que as crianças vão estar seguras às ameaças e perigos das redes sociais? Será que as crianças entre os 6 e os 12 anos não deveriam ocupar os seus tempos livros com outras atividades?
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Que questões tão pertinentes trouxeste para aqui.
ResponderEliminarPresumo que ainda haja algo de território virginal nesta nova forma de viver da nova geração. Pela primeira vez estamos perante pessoas que serão totalmente nativas digitais. O nível de exposição é tal que é muito difícil escudar as nossas crianças, até porque o nível de imersão que elas exigem é grande.
Por um lado, podemos até achar não muito pertinente afastá-las daquelas que serão provavelmente as ferramentas do futuro e, consequentemente, exclui-las da nova linguagem num tempo de aprendizagem superior (infância). Neste ponto, teremos mesmo de considerar novos modelos de aprendizagem, nomeadamente escolar. Por outro lado, a questão do polegar, como gosto de dizer, é de extrema importância. É necessário promover eficazmente as funções motora, postural e cognitiva associada a natural desenvolvimento físico.
Noutro campo, valerá a pena reflectir sobre a questão socio-afectiva. É natural que as crianças procurem aumentar os seus tempos com os pares e, por extensão, os momentos de brincadeira. Desde logo podemos questionar, que momentos de brincadeira são estes associados às redes sociais, mas deixemos essa questão de parte. A busca pela confraternização é natural e deve ser até promovida. As nossas origens são grupais, e o natural seria partilharmos grande parte do nosso dia em brincadeiras que nos preparam para o futuro. Isto enquanto somos vigiados por vários (todos os) membros da tribo. A distância das cidades desfez em grande parte esta componente relacional que agora, curiosamente, todos tentamos recuperar. Ponto feito, devemos observar o seu oposto, a capacidade para a interioridade. Se por um lado, a promoção de relações saudáveis e de confiança é um imperativo, é também necessário ensinar o espaço próprio, os momentos para o eu e para a imaginação dos mundos pessoais. E, para isto, nem sempre basta desligar. A pressão de estar ligado, de querer estar permanentemente no centro da acção, do acontecimento, da atenção, pode comprometer este crescimentos afectivo.
Por muito que as redes sociais mimiquem as relações físicas nunca serão iguais. Esta iniciativa tem, pelo menos, a vantagem de promover a vigilância da tribo em relação ao seu futuro. Presumo que também poderá promover outras acções bastante gratificantes e educativas. Ainda assim, poderá ser não mais do que uma captação precoce de "dados ambulantes" prontos para o processamento.