domingo, 21 de março de 2021

Storytelling e a relação com as marcas

Atualmente, num mundo cada vez mais rodeado de informação e de ruído, torna-se sistematicamente mais desafiante para as empresas criarem campanhas publicitárias que consigam captar a atenção dos seus possíveis consumidores e que, como tal, tenham a capacidade de atingir os objetivos e as metas idealizadas. O storytelling surge com o intuito de captar a tão disputada atenção dos consumidores, é uma forma de marketing a que as empresas cada vez mais recorrem. Esta estratégia permite às marcas comunicar a sua ideia, mensagem ou evento através de uma narrativa. 

Quando uma marca usa o storytelling para contar uma história que tenha a capacidade para despertar emoções e criar uma ligação com o cliente, a mensagem é mais facilmente percecionada como autêntica. Contar histórias dá vida ou significado e um cenário e cria uma conexão emocional, provocando sentimentos de êxtase, tristeza ou paz, com a capacidade de prender o cliente ao ecrã. Aliado a estas características, o storytelling também consegue a atingir um maior buzz, gerando mais partilhas nas redes sociais que qualquer outro conteúdo. Como tal, é considerada a forma mais eficaz de conseguir engagement e persuadir o seu público-alvo.


Se uma campanha de storytelling for realizada com sucesso, esta poderá desempenhar um importante papel, enquanto elemento de persuasão e de fortalecimento da relação do consumidor com a marca. Permite uma melhor interação e integração dos valores das marcas aquando da comparação com as formas mais tradicionais de comunicação utilizadas pelo marketing. O fluxo de afetividade criado pelo storytelling também é tido como um processo com grandes chances de aumentar a propensão dos consumidores a serem leais a determinada marca. Os consumidores suscetíveis de desenvolverem maiores laços de afetividade para com a marca em resultado do storytelling, demonstram uma maior tendência a descrever a outros consumidores as suas experiências com as marcas. Adicionalmente, a criação de um envolvimento afetivo dos consumidores com a marca, incrementa os níveis de compromisso com a mesma, mostrando-se os consumidores mais disponíveis para dispender um maior valor para obter as suas marcas preferidas.

Posso aferir que um consumidor mais ligado a uma marca e mais envolvido afetivamente com ela, deixa-se influenciar positivamente por ela na sua intenção de compra, é este comportamento que o storytelling pretende despoletar. Mas neste sentido, não estaremos nós demasiado vulneráveis a este tipo de técnicas? Que influência o storytelling tem em vocês?

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Fonte 2

Fonte 3

3 comentários:

  1. Boa noite Inês,
    Gostei muito do teu post, sobre uma ferramenta que cada vez é mais usada como forma de marketing. Na minha opinião, o storytelling tem potencial se usado corretamente. Por exemplo no caso da Super Bock, que é conhecida pelo uso de storytelling que remete para sentimentos de amizade e convívio. A marca percebeu que esses momentos são propícios ao consumo do seu produto, por isso associou-os ao storytelling e neste momento, quando pensamos na Super Bock, vem-nos à cabeça amizade e convívio. Assim como quando pensamos na Coca-Cola pensamos em felicidade. Estes laços emocionais que as empresas tentam criar são uma tentativa de estabelecer uma maior proximidade com os consumidores e alcançar uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes.
    Esta ferramenta também pode ser usada para desenvolver o branding e para comunicar o compromisso de responsabilidade social da marca, como é o caso da IKEA e do seu compromisso com a sustentabilidade.
    Relativamente a estarmos ou não demasiado vulneráveis a este tipo de técnicas, eu acho que o storytelling é uma ferramenta que, se usada em excesso, perde um pouco o interesse. Por exemplo, se muitas empresas de um setor optassem por fazer storytelling, esse método não seria o elemento diferenciador entre uma empresa e outra, como é atualmente.
    Por outro lado, o uso de storytelling na venda de produtos não é tão utilizado atualmente como o uso de storytelling como promoção de marcas. Eu penso que com a necessidade de associarmos um valor intrínseco ao produto, ao desenvolver uma história à volta do produto o interesse do consumidor aumentava e a cultura da marca seria desenvolvida e dada a conhecer ao público. Um exemplo de uso de storytelling em produtos é, por exemplo, a coleção Fall-Winter 2020 da Louis Vuitton “Heaven on Earth” (https://eu.louisvuitton.com/eng-e1/magazine/articles/mens-fall-winter-2020-collection#).

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  2. Olá Inês!
    Excelente post! O comentário do Diogo também tem muito valor. Acrescentaria apenas que, por vezes, as marcas exageram no storytelling. O exemplo que me “salta à cabeça” é a NOS. Fazem anúncios intermináveis, cheios de histórias, mas no final sinto que falta sempre a vontade de comprar os seus produtos ou de, simplesmente, perceber qual o produto em causa. Para além disso sinto que não a a tão forte a ligação emocional quando seria expectável.

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  3. Boa tarde colegas!
    Salientaram um ponto de vista na qual eu não podia estar mais de acordo.
    Atualmente, é quase impossível falar em estratégias de marketing sem mencionar o storytelling, que tem tido um crescimento exponencial, à medida que cada vez mais marcas se apercebem do seu potencial e dos benefícios que pode trazer quando bem feito.
    Porém, cada vez mais se assiste a isto tipo de marketing, e já não é só sinónimo da época de Natal. E, no meu ponto de vista, esta banalização retira muito da "magia" do storytelling.
    Além disso, uma boa campanha de storytelling exige muito conhecimento, equipas numerosas e experientes, ou seja, não existe muito espaço para falhas, havendo por esta razão um elevado número de campanhas de storytelling que não obtêm os resultados esperados, como o exemplo na NOS mencionado. Confesso que a primeira vez que vi o anúncio, tive até dificuldade em associar a própria marca ao anúncio, de tão díspar que a narrativa era da marca.
    É verdade que o storytelling já deu provas da sua eficácia, mas o seu uso generalizado não me parece favorecer ninguém. Neste caso, o menos é mesmo mais.

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