quarta-feira, 2 de junho de 2010

Atentado à privacidade? Be afraid, be very afraid... (Parte III)


E afinal, tal como seria de prever, o Facebookcídio não aconteceu!
A maior rede social do mundo conseguiu manter os seus utilizadores que, segundo os últimos números divulgados, atingiam já os 519 milhões a nível mundial, dos quais 2 milhões em Portugal. E mais, a rede continuou a adicionar tráfego este mês.

Entretanto, já um outro grupo de utilizadores se está a tentar mobilizar para que no próximo dia 6 de Junho se faça um boicote à utilização dos serviços do Facebook.
E 41 operadoras europeias de comunicação - como a Telefónica, a Deustche Telekom e a Orange - exigem a actuação da Comissão Europeia contra aquilo que consideram ser a apropriação ilegal por empresas da Internet - como a Google e o Facebook - de informação que viola a privacidade dos cidadãos.

To be continued...
Não percam as cenas dos próximos capítulos...

3 comentários:

  1. Ouvem-se comentários, aqui e ali, na casa do amigo, no restaurante, na sala de aula, mas afinal quem é que reclama efectivamente?

    Um artigo sobre o Facebook da revista Visão (nº900) tem como título "Só um português se queixou". Até ao momento houve apenas uma queixa na Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais (CNPD), todavia sem ser relacionada directamente com a rede social, mas sim com a colocação não autorizada de fotografias do interior de uma casa.
    (O mesmo artigo revela que, relativas ao SPAM, as queixas já são imensas, e que estas levam a coimas elevadas.)

    Será que é porque o consumidor quando não gosta não está para se incomodar e simplesmente abandona o serviço? Mas então e se nem sequer abandona?

    How afraid are we?

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  2. Entendo que possam existir abusos, sejam de posição dominantes, de impedimento da livre concorrência ou mesmo de dados pessoais.

    Mas será que uma pessoa que livremente se regista numa rede social, seja ela, qual for, não entende que o objectivo de qualquer rede é por exemplo, um pouco contra, a excessiva privacidade. Quem está numa rede social, não é para ser visto, para ser encontrado?

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  3. Tal como a generalidade dos fenómenos, ter uma conta no Facebook pode representar o bem, como pode conduzir a situações negativas.

    Contudo e apesar de as críticas fazerem sentido, existe algo que realmente não é possível esquecer: no Facebook, tudo se diz e tudo se partilha, mas quem o faz são os seus fãs. E não são, de todo, obrigados a isso. Daí que toda está polémica não deixe de ser controversa.

    De facto, quem está no Facebook está por que quer, para ver e ser visto. Inclusivamente, é essa "agressividade" no que respeita à partilha de informações pessoais que tanto sucesso traz ao site, ao quebrar a ténue linha existente entre o público e o privado – que sempre assustou (ou assustava) as pessoas. O "voyeurismo" de que fala o Paulo noutro comentário.

    O motivo porque nos devemos chocar é que estas informações estão a ser utilizadas sistematica e deliberadamente para fins comerciais sem conhecimento ou autorização expressa dos utilizadores. Através desta partilha constante de sentimentos ou estados de espírito quase viciante, a rede social ganha dinheiro. As informações que se reportam alimentam os bolsos da empresa. Directamente na rede e (ainda pior) indirectamente a partir de outros sites. Os utilizadores estão a ser "vendidos" sem que lhes seja explicitamente comunicado "a ver se ninguém dá por nada e assim não reclamam", nem que seja por inércia.

    Como foi dito ontem no seminário, ir com demasiada sede ao pote pode ser perigoso. As relações com os clientes é algo que interessa preservar e não destruir com suspeitas e faltas de confiança, que geram má reputação no longo prazo. Através da internet até pode ser possível saber quanto é que os utilizadores calçam, mas deve haver um uso ético da informação. E como dizia um banqueiro da nossa praça "para tudo há um preço, menos para a honra". Ou para a nossa intimidade...:)

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