Fbooks é um projecto editorial do Grupo Leya que propõe uma nova relação com a leitura.
Da mesma forma que já é comum os livros serem adaptados ao cinema ou ao teatro, a Leya pretende agora adaptar versões em papel à linguagem da rede social.
O objectivo é ganhar proximidade com os leitores mais jovens (que estão mais familiarizados com uma linguagem virtual, mais imediata, e tendem a estar cada vez mais afastados de formatos tradicionais). E o formato é, de facto, muito mais interactivo: cada personagem tem um perfil no Facebook (com direito a fãs, fotos e mural como se fosse real); se uma personagem visita um local durante a trama, o link para este sítio no Google Street View é colocado junto ao texto; e se uma música é tocada na história, é colocado um link para o vídeo da canção no YouTube...
O livro que marca a estreia deste formato é "O Bom Inverno" de João Tordo, lançado no fim do ano passado em formato físico. Estando o grosso das vendas já feito, o autor defende que, "numa altura em que o tempo é cada vez mais escasso e pouco sobra para a leitura, se a pessoa não vai ao livro, vai o livro até ela."
O livro não foi publicado na íntegra no Facebook, "o que os seguidores vão ler são os excertos mais narrativos". A lógica é simples: "Tal como muitas vezes assistimos a um filme baseado num livro e depois resolvemos lê-lo, recomendamos que leiam o livro na sua versão física e original", pode ler-se na página do Facebook.
Mas mais do que comercial, o objectivo do projecto agora iniciado é promover a leitura, as obras e os autores, e alavancar a notoriedade da editora. Só num mês, a página angariou 1000 fãs.
Uma ideia interessante, um conceito arrojado, também em prol da cultura que vai além da literatura, Veremos como responde o público e que retorno terá. A acompanhar bem de perto!
Uma ideia interessante, mas será que conseguirá vingar?
ResponderEliminarAcho muito bem a aproximação ao público jovem que perdeu os hábitos de ler livros para passarem largos períodos de tempo aqui na Net por exemplo. Eu próprio me incluo neste grupo.
Contudo, não me parece uma medida muito funcional, e receio que na prática acabe por não ter grandes efeitos. Tal como com a música, sinto-me um bocado "purista" dos livros em formato físico e sinceramente não estou a ver legiões de pessoas a seguirem atentamente as histórias através de posts no facebook.
Estas ideias são importantes, especialmente se, ao mesmo tempo, didácticas.
ResponderEliminarAo contrário do Tiago, penso que pode apenas não ser funcional para o seu fim último: ler o livro original em versão física. Mas sim conseguir captar o interesse das pessoas em acompanhar na internet a história mais interactiva. Neste caso, podiam aproveitar e divulgar mais os e-books, podendo os leitores estarem com o fbooks e o livro digital ligados no mesmo dispositivo.