Como sabemos, o marketing não serve apenas para nos
induzir a comprar determinado produto ou serviço. Por vezes, a sua função é
sensibilizar ou alertar o público para determinadas causas. As campanhas que
vos mostro hoje são exemplo disso mesmo e o seu objetivo é o apelo às doações
de sangue em dois países diferentes.
No Brasil, dois publicitários substituíram
a tradicional mensagem de “Vende-se” nos vidros dos carros por “Doa-se”.
Obviamente que esta mudança chama a atenção de quem lê os cartazes, e é esse
mesmo o objetivo dos autores da campanha. Para além do incentivo às doações de
sangue, espera-se que os brasileiros participem também eles na campanha,
colocando no vidro do seu próprio carro esta mensagem.
Já no Reino Unido foram retiradas
algumas letras de vários locais e publicações - jornais (como o Daily Mirror), placas e ruas com grande visibilidade (incluindo a rua onde reside o Primeiro-Ministro). No entanto, as letras não foram selecionadas ao
acaso: apenas desapareceram as letras A, B e O – correspondentes à denominação
dos diversos tipos sanguíneos. A campanha dá pelo nome de
#missingtype e surgiu no âmbito da National
Blood Week (criada com o objetivo de sensibilizar consumidores para este
tipo de dádiva). A campanha incentiva ainda os britânicos a fazer o mesmo – ou seja,
retirar as letras A, B e O do seu nome nas redes sociais, partilhando o resultado
na hashtag indicada.
Apesar de não estarem
relacionadas entre si, as campanhas têm o mesmo objetivo, pretendendo alertar
para o problema da falta de doações nos dois países. Tanto o Brasil como o
Reino Unido têm sofrido um decréscimo no número de doadores, daí surgindo a
necessidade de realizar campanhas deste género, que consigam alcançar e
sensibilizar um grande número de indivíduos. As semelhanças entre as campanhas
não se ficam por aqui: destaca-se ainda o facto de incentivarem os consumidores
a fazerem também eles parte da campanha (numa tentativa de criar marketing viral) algo que é bastante apreciado
pela Geração Net.
Pessoalmente, considero que as
duas campanhas foram bem-sucedidas. A mensagem a transmitir é clara e capta a
atenção de quem a lê (algo que, como sabemos, é cada vez mais difícil de
conseguir) para além de apelar ao lado solidário de uma geração que se preocupa
com (e quer contribuir para) um grande número de causas – o já mencionado inner glow, a satisfação que sentem por
ajudar e fazer a diferença. É de ressalvar também o blended marketing levado a cabo no Reino Unido, pois apesar do foco
principal da campanha ser offline (daí
a maior parte da mensagem estar incluída em meios físicos) o online não fica esquecido, o que fica
provado no próprio título da iniciativa, bem como no apelo à mudança de nome
dos utilizadores das redes sociais.
Resta agora saber se os
brasileiros e os britânicos irão responder aos apelos lançados.
E vocês, ficaram sensibilizados com as campanhas? Qual a vossa
preferida?
Fontes: Marketeer
Briefing
Considero absolutamente genial a ideia do Reino Unido. Retirar as letras que dão "nome" aos tipos de sangue de placas de ruas, de jornais, etc. é de uma simplicidade, mas de uma genialidade incrível. À primeira vista pode não ser óbvia a associação entre as letras que faltam e o objetivo da campanha, mas quando se percebe a ideia, acho que se torna num "jogo" interessante de procurar as letras em falta e acaba por chamar a atenção para o objetivo tão importante que é afinal a dádiva de sangue.
ResponderEliminarA campanha está realmente bem conseguida, embora não esteja minimamente relacionada com o tema para o qual tenta sensibilizar. Quanto a mim, só lhe acho piada, não me sensibiliza para a doação.
ResponderEliminarPara este tipo de campanha acho que funciona e sensibiliza muito mais, o uso de uma storytelling. É mais próximo, não há 'jogos', é um tema difícil para ser abordado desta forma. Mas é somente a minha opinião... ;)