Todos sabemos que a tecnologia tem vindo a transformar cada vez mais todos os aspetos do nosso quotidiano. Hoje em dia, por exemplo, não precisamos de sair do conforto de nossa casa e enfrentar o temporal lá fora só porque precisamos de comprar algo. Seja alimentação, vestuário... até as farmácias de Portugal já lançaram uma aplicação onde através de um simples clique nos fazem chegar os medicamentos a casa! É certo que as novas tecnologias têm vindo a melhorar e a facilitar o nosso dia-a-dia. Afinal, quem é que se imagina a viver sem o seu smartphone conectado à internet e constantemente sincronizado com as redes sociais que nos permitem socializar com os amigos e conhecidos? Parece impossível, certo?
No entanto, quantos de nós já pararam para refletir sobre a forma
como a tecnologia tem vindo a dominar a nossa vida? Falo, desta vez, de uma
perspetiva negativa.
É por isso que, no seguimento desta temática, vos venho
apresentar uma análise de uma popular série da Netflix denominada por “Black
Mirror”. Esta série televisiva, composta
por episódios com histórias distintas, aborda o efeito de certas tecnologias
numa sociedade paralela e futura onde nos permite visualizar as possíveis
mudanças sociais que têm vindo a acontecer nos últimos anos e que, se elevadas
ao extremo, podem vir a ser bastante nocivas
para a nossa sociedade.
Vou referir um episódio em particular por achar que muitos
de vocês (tal como eu), se vão aperceber de que aquela realidade, embora que um
pouco extrema, consegue retratar a nossa sociedade. O nome do episódio é “Nosedive”
e é um dos mais populares. Este remete para um mundo completamente dependente das
redes sociais. Cada pessoa vive em busca de uma melhor classificação (de 0 a 5)
que é afetada por tudo aquilo que vivem no dia-a-dia. Qualquer pessoa pode
avaliar alguém , através de uma app específica, com quem se cruze durante o dia
e em qualquer circunstância. O objetivo é obter a melhor média possível pois é
isso que determina o status social e económico da pessoa. Aqueles com uma média
elevada (acima de 4,5) possuem bastantes regalias enquanto que os detentores de médias
baixas são menosprezados e vistos como “outsiders”. É como se fosse uma espécie
de “rating” da Uber combinada com os “likes” da nossa página de facebook e instagram. Agora
imaginem que essa classificação determinava tudo nas vossas vidas, desde
o vosso trabalho até à vossa vida familiar.
É certo que esta história não acaba bem para a personagem
principal pois ela entra num estado de ansiedade extremo devido às
consequências das suas atitudes. A verdade
é que esta realidade paralela não está assim tão distante daquilo que presenciamos hoje, sendo que grande parte dos jovens vivem obcecados com o número de “likes”
que conseguem obter a partir das redes sociais e do status que o mundo virtual lhes "oferece".
Recomendo a assistirem a esta série e, em particular, este
episódio pois os avanços tecnológicos que, hoje em dia, entendemos como um
progresso (dos quais sociais) também implicam efeitos negativos que muitas
vezes ignoramos. O objetivo da série não é fazer-nos temer a tecnologia mas sim
consciencializar-nos e manter-nos em alerta para todo o tipo de mudança social
e desvio comportamental que possam advir dela.
Deixo-vos aqui uma síntese do episódio em questão. Boa semana a todos!
Fontes:
- https://qz.com/813824/netflixs-black-mirror-reviewed-the-dark-satire-of-modern-technology-takes-on-the-menace-of-social-media-and-virtual-reality/
- http://www.businessinsider.com/psychology-black-mirror-nosedive-social-media-2016-10
- http://www.thedebrief.co.uk/things-to-do/tv-and-film/black-mirror-season-3-charlie-brooker-san-junipero-20161065361
Totalmente de acordo. A evolução da tecnologia e, consequentemente, da Internet veio revolucionar tudo o que até aqui tinha sido descoberto e desenvolvido. As vantagens são inúmeras, disso não há dúvidas, mas existem pontos muito negativos que também são importantes realçar para que, no futuro, a referida evolução não tolde a capacidade das pessoas serem capazes de ainda conversarem umas com as outras, presencialmente e que a sua vida não seja apenas algo interativo.
ResponderEliminarO texto em si está muito bem escrito, e, ainda que de forma resumida, descreve bem o que atualmente o mundo "se tornou" e de que forma a sociedade se encontra.
Olá Sara,
ResponderEliminarGostei bastante desta publicação. Em primeiro lugar, adoro series e esta parece ser incrível. Depois, o assunto que tu abordaste já dei por mim a debate-lo internamente. Claro, que a tecnologia revolucionou o mundo, agora o conceito de distância está a desvanecer-se e temos todo o conhecimento na nossa mão, literalmente. Por outro lado, ainda à poucos dias li um estudo que dizia que um cidadão americano, em média, verifica 43 vezes o seu smartphone por dia. É assustador pensar nas pessoas que morrem para conseguirem tirar a melhor selfie, outras que não dormem porque não tiveram um certo número de likes numa publicação. O pior é que este flagelo vai-se agravar no futuro. Na minha opinião, já estão a surgir especialidades para tratar este problema e que daqui para a frente é necessário um investimento maior nesta área, mas as individuo deve ter consciência estre o certo e o errado.