segunda-feira, 1 de março de 2021

"Fake Famous": o despertar para a realidade

Há uns anos, o jornalista americano Nelson Bilton, perito em redes sociais, garantiu a um dos seus editores, que era capaz de criar um influencer em 10 minutos. Assim surgiu o “Fake Famous”, o novo documentário da HBO, que mostra a vida falsa de um influencer.

Bilton começou por publicar um anúncio em Los Angeles com uma simples pergunta: “Would You Like To Be Famous?”. Após 4000 inscrições, e vários testes, o jornalista escolheu três jovens com poucos seguidores no Instagram: Dominique Druckman, que trabalha numa loja de roupa, e sonha ser atriz, Wiley, um assistente numa imobiliária, e Chris, um recém-chegado a Los Angeles. Todos eles acreditam que ser influencer poderá melhorar as suas vidas, mas será que esta experiência vai ter os resultados esperados?

Após umas mudanças de visual, os três protagonistas iniciam a sua viagem até à fama. Mansões, estúdios e jatos privados falsos são alugados, no sentido de fazer os seguidores acreditar que levam vidas de celebridade. No entanto, uma boa foto, não garante “likes”, nem seguidores, pelo que é preciso ir mais longe: Bilton compra “bots” online (algoritmos criados por hackers e programadores, que fingem ser pessoas reais na Internet).

Depois de alguns meses, os três jovens começam a atrair a atenção das pessoas, assim como de empresas, que acreditam que eles são verdadeiramente famosos, ou seja, ao fingirem que são influencers, acabam por sê-lo!

No entanto, nem tudo foi agradável e divertido nesta experiência. Após algum tempo, não só os três candidatos começam a sentir a pressão e o cansaço de levar uma vida falsa, como também o jornalista Nelson Bilton deu por si a sentir-se influenciado, já que passava horas a percorrer o feed de outros influencers, para entender como é que poderia replicar as melhores imagens.

Após assistir ao documentário, não pude deixar de refletir sobre este tema tão real e atual. Fiquei surpreendida com os truques que são usados para alcançar mais seguidores, “likes” e comentários nas redes sociais. De facto, muitas pessoas fazem de tudo para serem conhecidas e admiradas. Fingem que estão em locais onde, na verdade, não estão. Também o fazem para ganhar patrocínios, produtos e experiências. Desta forma, fingem viagens grátis, para ganhar viagens grátis. Mas será isto tudo real? Que consequências poderá ter na saúde mental, tanto dos criadores, como do público?

Penso que este documentário nos desperta para a realidade. Nem tudo o que as pessoas publicam na Internet é genuíno, por isso, usemos as redes sociais com moderação, não nos deixemos influenciar, e sejamos verdadeiros uns com os outros!

Por fim, deixo aqui o trailer, e aconselho vivamente a assistir ao documentário!


3 comentários:

  1. Obrigada pela partilha, Adriana! Excelente tópico.

    Este é um tema com o qual todos nós estamos familiarizados e "conhecemos", que merece certamente uma reflexão da nossa parte porque, tal como disseste, nem tudo o que parece é! E coloquei o conhecemos entre aspas por isso mesmo, porque na verdade não conhecemos, de todo, como realmente funcionam estas coisas.
    O que acontece, na maior parte das vezes, é que ficamos de tal forma entusiasmados com os conteúdos que os influencers colocam nas suas redes sociais, que nos esquecemos de pensar no que poderá estar por detrás de tudo isso e há quem ambicione a fama e a vida que essas pessoas têm (ou mostram ter).

    Em relação à questão que tu colocaste, relacionada com as consequências na saúde mental, acredito que gera seriamente danos a estes níveis. As pessoas chegam a um nível de obsessão porque tudo o que fazem, a todos os lados que vão, com quem estão, aquilo que comem, entre muitas outras coisas, tem de estar tudo registado na internet e, na minha opinião, esquecem-se de viver a vida e aproveitar os momentos!

    Este é um tema que dava mesmo muito que falar...
    Parabéns pelo post!

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  2. Olá Margarida! Muito obrigada pelo teu comentário!

    Tens toda a razão, mas não são só pessoas comuns que usam truques sujos nas redes sociais para alcançar fama. Ao longo do documentário é referido que várias celebridades, políticos e até algumas empresas compram "bots" para obterem mais seguidores, reconhecimento e popularidade. E as redes sociais não se esforçam assim tanto para acabar com este problema, porque ganham mais dinheiro e utilizadores.

    Relativamente à questão das consequências na saúde mental, sou da mesma opinião. Redes sociais como o Instagram e o Facebook são muito focadas na imagem, podendo gerar sentimentos de inadequação e ansiedade nas pessoas. E, muitas vezes, estas passam horas a dedicar-se às redes sociais, que se esquecem de passar tempo com a família e os amigos.

    É, sem dúvida, um tema que dá que falar, e fico ansiosamente à espera de mais opiniões dos meus colegas para que possamos discutir mais sobre este assunto.

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  3. olá Adriana, obrigado pelo teu post. "bots" passou a ser um outro material à venda! influencers são só influencers! uma profissão nova em vias de extinção, por um algoritimo, programado para o efeito (criar ansiedade, entusiasmo...). importante manter a serenidade para selecionar o que é bom e mau, e se nos deixarmos enganar corrigir e aprender coma experiência, porque estes "valores, atitudes" já existiam antes do digital! gostei e não fiques ansiosa!

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