sábado, 15 de maio de 2021

O Clickbait

Julgo que todos nós já nos deparamos com títulos do género “não vão acreditar no que aconteceu”, “10 hábitos para se tornar numa pessoa mais feliz”, “como fazer dinheiro fácil”, “como x”, “como y”. Este é o chamado ClickBait.




ClickBait é o termo inglês para “Isco de Cliques” que se refere a uma estratégia de divulgação online baseada na utilização de manchetes sensacionalistas, thumbnails e títulos intrigantes, que tem como único propósito fazer com que o utilizador clique no vídeo e o compartilhe nas redes sociais. Esta técnica é extremamente utilizada em canais como o Youtube, blogs e tudo o que é redes sociais podendo ser comparada com as capas de revistas cor-de-rosa, os media tradicionais, que formam títulos escandalosos ou sensacionalistas para motivar a sua compra.

Quando se tenta chegar à origem do clickbait, recuasse até ao século 19, nomeadamente nos Estados Unidos da América, onde se associa os títulos sensacionalistas e exagerados do jornalismo ao clickbait. Esses títulos eram acusados de não corresponder completamente à verdade e terem o exagero como método de fazer aumentar as suas vendas.

Hoje em dia, esse fenómeno, tal como a maior parte dos mesmos, transferiu-se para o digital e em 2014, a sua utilização cresceu em larga escala. No entanto, usualmente esta estratégia de marketing esta associado à falta de informação ou qualidade de conteúdo. Assim, não basta que o utilizador clique no vídeo, o criador, youtuber ou influencer, deve ser capaz de criar conteúdo que cative o utilizador a ver o vídeo ou ler o artigo por inteiro, o que muitas vezes não acontece. O utilizador a verificar que não esta a assistir ou ler ao que lhe foi prometido desliga o vídeo ou fecha a página, o que resulta na perda de credibilidade e confiança no criador, o que pode ser extremamente prejudicial para a sua reputação.

Tendo isto em conta, atualmente muitos criadores desistiram do clickbait e optam por criar relações mais pessoais com o seu público, através da criação de conteúdo que atrai utilizadores mais leais e fieis a si. A isto pode estar associado o chamado “emotion-bait”, ou seja, “isco emocional” que em vez de atrair o utilizador por títulos exagerados como no clickbait, atrai o utilizador através do seu lado mais emocional.


Na minha opinião, ao recorrer ao clickbait os criadores estão a utilizar um quick-fix para gerar mais cliques no seu conteúdo. Se resulta? Sim, de facto o utilizador entra no vídeo ou artigo, no entanto, na maior parte das vezes, estes não correspondem às expectativas e geram a perda de credibilidade e confiança que mencionei em cima, prejudicando a sua marca no longo-prazo. Assim, considero que a criação de conteúdo fiel e autentico acaba por gerar mais receita ao longo do tempo, pois os utilizadores que apreciam determinado conteúdo voltam, partilham com amigos, divulgam nas redes, e ocorre o word-of-mouse dando maior visibilidade ao criador.


Clickbait: Estratégia Perigosa que deve ser evitada - Obtido de Neilpatel: Link

Descubra o que é clickbait e porque você não deve usá-lo na sua estratégia (2018). Obtido de RockContent - Link

2 comentários:

  1. Olá, Sara! O enquadramento histórico que fizeste sobre o clickbait está excelente!

    No teu texto mencionaste um fenómeno que aconteceu em larga escala no Youtube, há uns anos. De facto todos os títulos eram clickbait e gerou-se um período de muita revolta em torno dos youtubers e do que eles promoviam no título do vídeo e aquilo que era a realidade. Muitos deles perderam a credibilidade que tinham (tal como mencionaste).

    Ainda assim, gostaria de destacar o maior Youtuber Portugue de Tecnologia, o Nuno Agonia (quase 1.5 milhões de seguidores), desde há muitos anos que faz clickbait nos seus vídeos. No entanto, apesar de o seu público saber que ele faz clickbait, o conteúdo do vídeo acaba sempre por ser relevante para os amantes de tecnologia. Estranhamente (ou não) o Nuno Agonia, mesmo ao fim de tantos anos, acabou por nunca perder a sua reputação.

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  2. Sobre o fenómeno do clickbait, gostaria apenas de mencionar que é algo que vai muito além de redes sociais como o Youtube. Hoje em dia já vemos muitos destes fenómenos em jornais e outros meios de comunicação com o intuito de chamar à atenção ou simplesmente criar alguma polémica em torno de um certo tema.

    Na minha opinião, este tipo de fenómenos nos meio de comunicação tradicionais e media, torna-se um algo preocupante levando muitas vezes à desinformação pois as pessoas apenas lêem os grandes títulos dos jornais ou telejornais e acabam por não se informar devidamente sobre o tema ou a notícia em causa.

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