Quando se tenta chegar à origem do clickbait, recuasse até ao século 19, nomeadamente nos Estados Unidos da América, onde se associa os títulos sensacionalistas e exagerados do jornalismo ao clickbait. Esses títulos eram acusados de não corresponder completamente à verdade e terem o exagero como método de fazer aumentar as suas vendas.
Hoje em dia, esse fenómeno, tal como a maior parte dos mesmos, transferiu-se para o digital e em 2014, a sua utilização cresceu em larga escala. No entanto, usualmente esta estratégia de marketing esta associado à falta de informação ou qualidade de conteúdo. Assim, não basta que o utilizador clique no vídeo, o criador, youtuber ou influencer, deve ser capaz de criar conteúdo que cative o utilizador a ver o vídeo ou ler o artigo por inteiro, o que muitas vezes não acontece. O utilizador a verificar que não esta a assistir ou ler ao que lhe foi prometido desliga o vídeo ou fecha a página, o que resulta na perda de credibilidade e confiança no criador, o que pode ser extremamente prejudicial para a sua reputação.
Tendo isto em conta, atualmente muitos criadores desistiram do clickbait e optam por criar relações mais pessoais com o seu público, através da criação de conteúdo que atrai utilizadores mais leais e fieis a si. A isto pode estar associado o chamado “emotion-bait”, ou seja, “isco emocional” que em vez de atrair o utilizador por títulos exagerados como no clickbait, atrai o utilizador através do seu lado mais emocional.
Na minha opinião, ao recorrer ao clickbait os criadores estão a utilizar um quick-fix para gerar mais cliques no seu conteúdo. Se resulta? Sim, de facto o utilizador entra no vídeo ou artigo, no entanto, na maior parte das vezes, estes não correspondem às expectativas e geram a perda de credibilidade e confiança que mencionei em cima, prejudicando a sua marca no longo-prazo. Assim, considero que a criação de conteúdo fiel e autentico acaba por gerar mais receita ao longo do tempo, pois os utilizadores que apreciam determinado conteúdo voltam, partilham com amigos, divulgam nas redes, e ocorre o word-of-mouse dando maior visibilidade ao criador.
Clickbait: Estratégia Perigosa que deve ser evitada - Obtido de Neilpatel: Link
Descubra o que é clickbait e porque você não deve usá-lo na sua estratégia (2018). Obtido de RockContent - Link
Olá, Sara! O enquadramento histórico que fizeste sobre o clickbait está excelente!
ResponderEliminarNo teu texto mencionaste um fenómeno que aconteceu em larga escala no Youtube, há uns anos. De facto todos os títulos eram clickbait e gerou-se um período de muita revolta em torno dos youtubers e do que eles promoviam no título do vídeo e aquilo que era a realidade. Muitos deles perderam a credibilidade que tinham (tal como mencionaste).
Ainda assim, gostaria de destacar o maior Youtuber Portugue de Tecnologia, o Nuno Agonia (quase 1.5 milhões de seguidores), desde há muitos anos que faz clickbait nos seus vídeos. No entanto, apesar de o seu público saber que ele faz clickbait, o conteúdo do vídeo acaba sempre por ser relevante para os amantes de tecnologia. Estranhamente (ou não) o Nuno Agonia, mesmo ao fim de tantos anos, acabou por nunca perder a sua reputação.
Sobre o fenómeno do clickbait, gostaria apenas de mencionar que é algo que vai muito além de redes sociais como o Youtube. Hoje em dia já vemos muitos destes fenómenos em jornais e outros meios de comunicação com o intuito de chamar à atenção ou simplesmente criar alguma polémica em torno de um certo tema.
ResponderEliminarNa minha opinião, este tipo de fenómenos nos meio de comunicação tradicionais e media, torna-se um algo preocupante levando muitas vezes à desinformação pois as pessoas apenas lêem os grandes títulos dos jornais ou telejornais e acabam por não se informar devidamente sobre o tema ou a notícia em causa.