O Spotify é um serviço de streaming de música que dispensa apresentações. O segredo do negócio? O modelo Freemium! Este modelo tem ganho cada vez mais adeptos, e nos últimos anos foi adotado por várias startups conhecidas, como a Dropbox, o LinkedIn e o Spotify. O Freemium, estabelece que exista uma versão gratuita do serviço que vai servir como um "isco" para que futuramente, alguns dos utilizadores do serviço gratuito, adiram à versão paga.
No caso do Spotify, o lucro provem essencialmente de duas fontes: publicidade e assinaturas premium. Com mais de 200 milhões de assinantes em todo o mundo, estima-se que 10% do lucro resulte da publicidade e os restantes 90% do pagamento mensal dos utilizadores que têm a versão premium. A ideia do Spotify nasceu, quando um programador sueco, percebeu que a indústria da compra e venda de faixas musicais tinha mudado e era, na altura, comandada pela pirataria. Percebeu que não podia vencer a tecnologia mas que podia criar um produto melhor, com suficiente valor agregado para atrair utilizadores dispostos a pagar pelo serviço.
Em 2020, o Spotify, viu a sua base de utilizadores da versão paga aumentar 27% em relação ao ano anterior. Porém, apesar da expansão que vem registando ao longo dos últimos anos, o Spotify registou perdas financeiras na maioria dos anos desde o seu lançamento. Estas perdas acontecem porque a maior parte do lucro obtido pela plataforma é distribuído pelos músicos e pelas editoras, sobrando muito pouco para a organização. Mesmo com prejuízos, este serviço tem conseguido atrair cada vez mais investidores. Este aumento, é explicado porque existe a consciência que o streaming de música veio para ficar. Segundo a Recording Industry Association of America, no primeiro trimestre de 2020, o streaming gerou 87% das receitas do setor, enquanto que as vendas físicas representaram apenas 7%. A forma como consumimos conteúdos está a mudar drasticamente, e todas as previsões apontam para que este aumento se acentue, com cada vez mais pessoas a aderirem ao Spotify e a plataformas rivais como o Apple Music.
O impacto do Spotify na industria musical cresce, as suas receitas crescem mas o modelo de negócio não evolui, pelo menos não o suficiente para cobrir todos os prejuízos que a plataforma tem registado nos últimos anos.
É certo que o modelo Freemium já deu provas da sua eficácia, porém parece não estar a surtir o melhor efeito para o Spotify. Achas que com o crescimento previsto da base de utilizadores, irá finalmente conduzir o Spotify a apresentar resultados acima do vermelho? Ou achas que uma mudança da estratégia é inevitável?
Ola Inês,
ResponderEliminarAchei bastante interessante o teu post sobre o modelo freemium e a sua associação à estratégia utilizada pelo Spotify. A verdade é que faço parte do grande número de utilizadores do Spotify, e após vários anos a usufruir da versão gratuita, decidi aderir recentemente ao premium. Com um valor de adesão simbólico, conseguimos ter acesso a muitas mais funcionalidades que a versão gratuita não nos permite. No entanto, para além das vantagens que oferece ao consumidor, a marca também tira proveito desta estratégia, uma vez que permite aumentar o valor da marca, criando uma relação mais próxima com os seus clientes e permitir um acesso mais facilitado a informações sobre os seus consumidores, por exemplo.
Porém, apesar dos pontos positivos que mencionei anteriormente, a verdade é que o Spotify registou uma queda no crescimento de utilizadores ativos no primeiro trimestre deste ano, tendo também reduzido a sua projeção de crescimentos do número de utilizadores para todo o ano de 2021. Apesar de ter havido uma forte procura por este tipo de serviços com a pandemia, atualmente, a empresa enfrenta alguns desafios tendo mesmo comentado que o “futuro é incerto. É também importante referir que, cada vez mais, o Spotify enfrenta maior concorrência dos seus rivais.
Com isto, conseguimos perceber que o Spotify não está no seu melhor, mas agora precisa de se concentrar em ultrapassar os desafios. Para isto, tem de entender qual será a melhor estratégia para o distinguir da concorrência e fazer o número de utilizadores crescer novamente, de forma a conseguir cobrir os seus custos e prejuízos.
Olá Catarina!
EliminarRealmente trouxeste dados muito relevantes para a discussão. É verdade que o número de utilizadores ativos registou uma ligeira queda no inicio deste ano, face a 2020, agravando assim um problema antigo.
Até começar a fazer a pesquisa para este post, não tinha ideia que financeiramente o Spotify estava a dar prejuízos tão avultados, mas a verdade é que os relatos financeiros não mentem. O problema é que não me parece que seja algo solucionável tão cedo, isto porque mesmo que o número de utilizadores da versão paga aumente, o Spotify vai continuar com inúmeros encargos, porque os custos dos direitos que paga por cada música são bastante elevados. Por isso, mais utilizadores significa mais músicas ouvidas, ou seja, mais encargos para o Spotify. Daí surgirem algumas dúvidas da minha parte em relação à viabilidade desta estratégia para o Spotify.