Uma coleção de três NFTs, criada em parceria com Madonna e a artista digital Beeple, contém várias imagens de uma versão 3D de Madonna, sem roupa, a dar à luz árvores, borboletas e insetos vários. As três obras de Mother of Creation desafiam as formas de nascimento que conhecemos e tem como objetivo mostrar a ligação entre as formas como as pessoas criam vida e as formas como criam arte, e foram vendidas em leilão com um objetivo solidário.
Já sabemos que a sua venda representou para os artistas fins altruístas. Mas se retiramos o contexto de solidariedade, a utilização de NFTs pode então ser uma forma de autopromoção, e de colaboração entre os artistas e as marcas, ou como neste caso entre artistas que promovem a sua arte. A proposta de valor de um NFT é que autentica uma obra de arte física com um token único, garantindo à pessoa que possui o token que também possui a obra de arte original. De caixas de fósforos a carros de luxo, o mercado de artigos de coleção movimenta biliões de dólares anualmente e desperta a curiosidade dos consumidores. Como por exemplo, o Super Bowl que transformou os bilhetes de entrada em artigos de coleção.
No entanto, os NFTs também oferecem vantagens para o mercado de entretenimento: espetáculos, cinema e desporto. Como no caso do festival Coachella, que lançou NFTs que garantem acesso vitalício ao evento.
As empresas da indústria da moda estão sem dúvida em alta no hype da NFT. A plataforma virtual Descentraland criou uma Semana de Moda totalmente virtual, que contou com marcas como Dolce & Gabanna, Tommy Hilfiger, Forever 21 e Paco Rabanne que gerou engagement de fãs e aproximação com o público. Além da experiência de participar no desfile, o evento também vendeu NFTs de roupas e acessórios das marcas.
As NFTs têm sérias implicações nos negócios e no mercado. Já que têm sido usados para simplificar transações complexas de private equity e imóveis, e estão a mudar a maneira como os compradores e vendedores interagem no mercado e no mercado de arte.
Além dos lucros financeiros, as
marcas conquistam resultados de branding com os clientes, ao entregar
experiências exclusivas aos mesmos, criando um sentido de comunidade e aproximação
perto do público mais jovem. A quebra de barreiras entre o universo físico e o
digital proporcionou a entrada em mercados antes inimagináveis para as
marcas, como o mercado de jogos e entretenimento, e até visibilidade em ações de
solidariedade.
Abaixo, exploramos alguns dos prós e contras dos NFTs:
A conversão de um ativo físico em digital pode agilizar processos, eliminar intermediários, aprimorar cadeias de abastecimento e reforçar a segurança. Os artistas podem conectar-se diretamente com o seu público, eliminando a necessidade de agentes caros e transações complicadas.
A tecnologia blockchain por trás dos NFTs é muito segura, um sistema de registo de informações impossível de hackear, alterar ou excluir. Todos os NFTs armazenados na blockchain possuem registos distintos de autenticidade e cadeia de propriedade, o que, teoricamente, evita que sejam sujeitos a roubo, uma vez que depois de criados não podem ser alterados ou excluídos. Ao utilizar NFT e blockchain para a emissão de bilhetes para eventos, marcas e consumidores beneficiam da segurança contra a falsificação dos bilhetes vendidos.
NFTs não geram income, e ao contrário das ações que pagam dividendos, títulos que rendem juros e imóveis que permitem rendas, as NFTs não oferecem aos seus proprietários qualquer potencial de income. Tal como as antiguidades e outros artigos de coleção, os retornos associados aos investimentos em NFT são baseados inteiramente na valorização do preço, o que gera insegurança ao investidor. No entanto, a Adidas, por exemplo, movimentou cerca de 43 milhões de dólares em NFTs numa parceria com Bored Ape Yatch Club, Punks Comics e GMoney.
Podem ser usados para perpetuar fraudes. E embora a integridade de um blockchain seja inquestionável, os NFTs podem ser usados para perpetuar fraudes. Já vários artistas relataram recentemente terem descoberto o seu trabalho à venda como NFTs em mercados online, sem o seu consentimento. O que obviamente viola a intenção de utilizar NFTs para facilitar a venda de arte. O problema surge se alguém cria uma imagem eletrónica da obra original, anexa um token e coloca a imagem à venda num mercado virtual. Não há link para o trabalho original e o token está vinculado a uma reprodução fraudulenta.
Fontes:
https://www.designboom.com/art/madonna-beeple-nft-mother-of-creation-05-11-2022/
https://www.annuity.org/2022/01/14/from-the-experts-8-pros-and-cons-of-nfts/
Olá Joana!
ResponderEliminarRealmente as NFTs estão a ganhar cada vez mais espaço no mercado e a serem cada vez mais usadas! Com o crescimento do digital vai ser cada vez mais comum esta conversão do ativo físico em digital de que falas, mas sinceramente não sei se não estamos a caminhar para um futuro demasiado online, inseguro e volátil... Estando ou não, a verdade é que é essa a tendência e já são inúmeras as empresas a apostar nela.
Aliás, ainda há poucos dias vi um tweet do Instagram a informar que vão começar a incorporar a partilha de NFTs na aplicação!
https://twitter.com/mosseri/status/1523655590672695296?cxt=HHwWgICsofyrjqUqAAAA
Olá Maria Isabel! Já chegaram ao twitter? Não sabia! Acredito que sim... que seja um mundo muito mais volátil e inseguro, mas também com mais oportunidades, e espero que as saibamos aproveitar. Obrigada pela partilha :)
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