O serviço de streaming da Netflix é totalmente baseado num Negócio Eletrónico com a intenção de proporcionar variedade de conteúdos aos seus utilizadores. Este meu post vai ao encontro da aula passada em que falamos de e-commerce, mas também à temática principal do nosso mestrado, os serviços.
Nota: Realçando que a Netflix é mais considerada um e-business do que propriamente um e-commerce. Tradicionalmente, num e-commerce existe troca e venda de produtos fisícos. Ainda assim, penso que este caso seja bastante válido e um mix interessante que podemos fazer com o setor dos serviços puros.
Atualmente, todos conhecemos a Netflix tal e qual como ela chegou a Portugal - como um serviço de streaming online, pago através de uma subscrição mensal. O modelo de negócio com base em subscrição é muito característico do setor dos serviços. Mas nem sempre foi assim que esta empresa se posicionou!
Muito comparada à famosa Blockbuster, não podemos tecnicamente dizer que a Netflix foi igual à Blockbuster, apesar de ter acabado por a substituir. A Blockbuster foi à falência, enquanto a Netflix cresceu mais e mais. As histórias de tentivas de negócio entre ambas as empresas têm diferentes versões e se estiverem interessados nelas aconselho a visitarem o primeiro link nas fontes deste post ;)
Comparada à Blockbuster, a Netflix foi uma empresa de aluguer DVDs à distância, mas acrescentava um ponto de diferenciação em relação à Blockbuster, visto que os DVDs chegavam a casa das pessoas por encomenda, como um serviço ao domicílio. Na Blockbuster os clientes deslocavam-se até à loja para alugar DVDs e depois tinham de regressar para devolver. A Netflix dizia que as fitas VHS eram demasiado frágeis para serem transportadas pelos clientes, por isso, mudaram o método.
Era este o embrulho que chegava à casa dos clientes.
Apesar do grande sucesso que a Blockbuster teve entre 1985 e a primeira década do século XXI, a Netflix conseguiu inovar e destronar a rainha do entretenimento.
Deixando polémicas, questões financeiras e lados da história e avançando para aquilo que realmente interessa aqui no blogue: o modelo de negócio da Netflix!
Em 2007 a Netflix toma finalmente a decisão que vem a mudar o mercado, abandonando o negócio sob o qual nasceu e partindo para uma plataforma de streaming. Neste momento, a Netflix faz aquilo que a Blockbuster não conseguiu fazer - a Netflix adapta-se à nova Era Digital.
Estamos perante uma plataforma capaz de direcionar os seus investimentos para uma infraestrutura digital robusta e implementar um sistema de recomendações que se baseia nos comportamentos de cada utilizador. O algoritmo da Netflix é extremamente direcionado para a aprendizagem dos gostos dos utilizadores!
No fundo, a Netflix dispensa apresentações... Mas sem dúvida que é um grande exemplo de uma empresa que se conseguiu adaptar e fazer ainda mais sucesso! A tecnologia e o digital não param de evoluir e se as empresas souberem acompanhar essa evolução podem colher bons frutos.
Ainda que isto seja um exemplo antigo, não podemos negar que é um dos maiores exemplos que temos de uma adaptação ao digital. Esta é a pioneira do streaming e só nos últimos anos é que começamos a ver os seus grandes concorrentes, como a Disney+ e a HBO Max.
O assunto ainda não termina por aqui! A Netflix é também um grande exemplo de uma empresa que sabe aproveitar o mercado de nichos. "Negócios de Cauda Longa" focam-se em vender menos de mais, oferecendo uma grande quantidade de produtos de nicho. Mas porque é que a Cauda Longa se aplica na Netflix?
Ponho as minhas mãos no fogo como grande parte das pessoas que decidiu subscrever a Netflix o fez por causa de alguma série expecífica que estava disponível na plataforma. A Netflix entende que alguém que subscreveu para ver uma determinada série irá acabar por ver outros conteúdos recomendados, acabando por reter utilizadores que eram um nicho e se transformaram numa nova massa.
No contexto de Cauda Longa podemos considerar séries e filmes que não alcançaram tanto sucesso quanto se expectava e por isso deixaram de ser emitidos na televisão... Com estes a Netflix sabe investir e puxar os "poucos" fãs de séries canceladas ou de filmes indisponíveis e aumentar o seu efeito de Cauda Longa através dos nichos do mercado de entretenimento.
Abaixo vemos um gráfico que pode exemplificar bem o que acontece com a Cauda Longa da Netflix. É nos "bens existentes que não alcançaram integralmente o seu mercado potencial" que a empresa vem a crescer mais!
E vocês, já sabiam que antes da Netflix ser uma plataforma de streaming vendia conteúdo fisíco? 😊
Fontes:
https://www.linkedin.com/pulse/bastidores-hist%C3%B3ria-que-n%C3%A3o-te-contaram-sobre-netflix-eduardo-wolkan/
https://www.startse.com/artigos/como-a-falencia-da-blockbuster-tornou-a-netflix-a-maior-empresa-de-midia-do-mundo/
https://www.researchgate.net/publication/320107936_INNOVATION_IN_BUSINESS_MODEL_THE_NETFLIX_CASE_-_MODELO_DE_NEGOCIO_INOVADOR_A_EMPRESA_NETFLIX
https://rockcontent.com/br/blog/blockbuster-e-netflix/
https://medium.com/@lucasportal/netflix-e-a-cauda-longa-68bed78a8bdf