sábado, 22 de março de 2025

O Pipy da Cristina cheira a sucesso?

O Pipy é uma bruma íntima lançada no dia 7 de fevereiro de 2025 pela Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, Cristina Ferreira, no seu site https://eusougira.com/.
Todos conhecem este fenómeno que abanou o país no mês passado, mas aposto que poucos sabem responder à pergunta: "O que é uma bruma intima?" 

Esta foi uma de muitas dúvidas que surgiram com este lançamento, há quem diga que é uma forma mais elegante de dizer "perfume intimo", outros dizem que é para se diferenciar do produto que serviu de referência, "Puzzy" da Anitta, mas na verdade, ninguém sabe ao certo...

O produto foi anunciado na página da empresária através de posts e diretos nas redes sociais no dia 19 de Janeiro, respondendo a questões sobre o local de venda, valor e como pronunciar o seu nome, verdadeiramente (como se a ideia não fosse dizer "pipi"). Não foi preciso muito tempo para este tema estar nas trends em Portugal, durante umas semanas, entre piadas com o nome e debates sobre empoderamento feminino e higiene intima, foi um assunto presente em muitas conversas de café, trabalho e redes sociais.


Será o Pipy uma jogada de Marketing?

A apresentadora enviou varios "Pipys" a diferentes influenciadoras em Portugal para que testassem o produto em video (no pulso), além disso, outros influenciadores e pessoas não patrocinadas deram também o seu feedback, sendo no geral comentado o cheiro a gomas🍬. A grande maioria do público achou o aroma questionável e não agradável o que gerou uma grande polémica, como também a questão do empoderamento feminino. Afinal, é suposto a bruma fortalecer a auto-estima do utilizador ou gerar inseguranças? Digo utilizador, pois foi outra questão levantada, pelo facto da criadora se referir várias vezes ao produto como se fosse apenas para mulheres e para os seus homens apreciarem. Será uma ideia machista? Ou enquadra-se no seu público-alvo?

A realidade é que estas questões fizeram muitas pessoas debater em videos, podcasts e comentários em posts, mostrando-se desagradadas ou apenas fazendo chacota. Inclusive, questionou-se se seria prejudicial para a saúde intima, levando a médicos e ginecologistas pronunciarem-se sobre o assunto, esclarecendo que não é prejudicial se não for utilizado em demasia e dependendo da sensibilidade de cada um. A resposta a estas questões ainda gerou um maior engagement para as redes sociais da celebridade, aproveitando diretos com grandes audiências para se justificar e promover ainda mais o produto.

"Falar bem ou mal, o que importa é falar"

Diria que foi esse o pensamento estratégico, a não ser que a Cristina seja uma grande apreciadora de gomas e ache realmente o aroma aliciante e refrescante. Se o nome não fosse "Pipy", se o cheiro não fosse questionável, teria tanto sucesso? Duvido. Contudo é interessante saber se esta estratégia prejudicou a imagem da influenciadora ou se a audiência continua a segui-la e apreciá-la. A grande maioria são mulheres mais velhas que assistem aos programas da tarde, desde o seu inicio na televisão, e mulheres mais jovens que a seguem nas redes sociais, mas quem fala mal, não são os fãs...

O trafego no site onde é vendido o produto só aumentou, apesar de não haver dados referentes às vendas do mesmo, o lançamento a seguir "vibrador líquido" esgotou em menos de 24 horas! O que revela que apesar das críticas ao primeiro produto, não prejudicou as vendas dos seguintes, a curiosidade continua lá e a Cristina Ferreira é só umas das mulheres mais influentes de Portugal. 

Com isto, o assunto do Pipy já morreu, no entanto, será que os clientes vão repetir as encomendas? Terá sido apenas um "Boom estratégico" de curta duração? A empreendedora ainda revela que em maio "vai mudar a vida de alguém" com a sua próxima novidade. Da saga dos criadores do Pipy, o que se segue? 


Fontes:

3 comentários:

  1. Olá Margarida, muito bom post! Achei a tua análise da questão “on point”. A realidade é que a apresentadora e a equipa da apresentadora sabiam que o produto seria polémico (e era importante que fosse)! Se o produto não tivesse um nome que chamasse à atenção e se não tivesse como objetivo satisfazer uma “necessidade” (com fortes aspas) tão peculiar, o produto não teria tido o número de vendas que teve. A realidade é que a Cristina Ferreira é uma mulher inteligente, e sempre soube manter a sua pessoa relevante ao longo de vários anos- fazendo um bom trabalho como apresentadora, mas também metida em várias polémicas, como o caso dos sapatos de sola vermelha de 500 euros- e o mundo dos negócios não lhe poderia escapar, e, para tal, utiliza uma estratégia de marketing infalível. A apresentadora sabe que tem uma legião de “fãs” que a seguem, idolatram e defendem cegamente e, portanto, era normal que estas pessoas tivessem interesse em comprar e consumir algo que a apresentadora utiliza (ou diz que utiliza). Mas como atingir o outro lado do espectro, aqueles que nenhum interesse têm nela, ou que desgostam da mesma? Bingo: dando-lhes uma boa oportunidade para a criticar, tocando num assunto polémico e sensível, que leva a várias opiniões e conversas. Como diz o outro, o resto é história, e a estratégia da Cristina levou a debates em vídeos, podcasts, várias notícias e muitos, mas muitos comentários (ou, por outros palavras, engagement). Citando a mesma: “Pus um país a falar” e, no fundo, é isso que importa.

    ResponderEliminar
  2. Olá Margarida!
    Realmente, o lançamento do Pipy causou um verdadeiro furor nas redes sociais e gerou muita discussão na opinião pública.
    Acho interessante a forma como abordaste a estratégia de marketing por trás do produto e as questões sobre empoderamento feminino e a percepção do público – que, diga-se de passagem, são temas importantes. E, querendo ou não, a Cristina Ferreira consegue sempre alcançar um público mais amplo.
    Apesar de ter dado muito que falar, a verdade é que foi algo passageiro… já ninguém comenta o Pipy. Ainda assim, parece-me evidente que tudo foi uma jogada de marketing muito bem planeada. A Cristina gosta de mostrar que não tem tabus e parece não se importar com as críticas, mantendo-se fiel a si mesma – o que, no fundo, reforça a sua imagem de autenticidade.
    Fico curiosa para saber qual será o próximo passo e se os próximos lançamentos vão gerar o mesmo alvoroço ou se este "boom" foi apenas um sucesso temporário!

    ResponderEliminar
  3. Margarida, parabéns pelo post.
    O Pipy foi, sem dúvida, um fenómeno que gerou mais debate do que propriamente entusiasmo pelo produto em si.
    Quanto ao objetivo do produto, a ideia de empoderamento feminino acabou por se perder no meio das piadas e das dúvidas sobre a real necessidade de uma “bruma íntima”. Além disso, a forma como foi comunicada levantou questões sobre o público-alvo e até sobre um possível discurso machista, ao sugerir que o produto seria algo para agradar "aos homens".

    ResponderEliminar