O Pipy é uma bruma íntima lançada no dia 7 de fevereiro de 2025 pela Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, Cristina Ferreira, no seu site https://eusougira.com/.Todos conhecem este fenómeno que abanou o país no mês passado, mas aposto que poucos sabem responder à pergunta: "O que é uma bruma intima?"
Esta foi uma de muitas dúvidas que surgiram com este lançamento, há quem diga que é uma forma mais elegante de dizer "perfume intimo", outros dizem que é para se diferenciar do produto que serviu de referência, "Puzzy" da Anitta, mas na verdade, ninguém sabe ao certo...
A apresentadora enviou varios "Pipys" a diferentes influenciadoras em Portugal para que testassem o produto em video (no pulso), além disso, outros influenciadores e pessoas não patrocinadas deram também o seu feedback, sendo no geral comentado o cheiro a gomas🍬. A grande maioria do público achou o aroma questionável e não agradável o que gerou uma grande polémica, como também a questão do empoderamento feminino. Afinal, é suposto a bruma fortalecer a auto-estima do utilizador ou gerar inseguranças? Digo utilizador, pois foi outra questão levantada, pelo facto da criadora se referir várias vezes ao produto como se fosse apenas para mulheres e para os seus homens apreciarem. Será uma ideia machista? Ou enquadra-se no seu público-alvo?
A realidade é que estas questões fizeram muitas pessoas debater em videos, podcasts e comentários em posts, mostrando-se desagradadas ou apenas fazendo chacota. Inclusive, questionou-se se seria prejudicial para a saúde intima, levando a médicos e ginecologistas pronunciarem-se sobre o assunto, esclarecendo que não é prejudicial se não for utilizado em demasia e dependendo da sensibilidade de cada um. A resposta a estas questões ainda gerou um maior engagement para as redes sociais da celebridade, aproveitando diretos com grandes audiências para se justificar e promover ainda mais o produto.
Diria que foi esse o pensamento estratégico, a não ser que a Cristina seja uma grande apreciadora de gomas e ache realmente o aroma aliciante e refrescante. Se o nome não fosse "Pipy", se o cheiro não fosse questionável, teria tanto sucesso? Duvido. Contudo é interessante saber se esta estratégia prejudicou a imagem da influenciadora ou se a audiência continua a segui-la e apreciá-la. A grande maioria são mulheres mais velhas que assistem aos programas da tarde, desde o seu inicio na televisão, e mulheres mais jovens que a seguem nas redes sociais, mas quem fala mal, não são os fãs...
O trafego no site onde é vendido o produto só aumentou, apesar de não haver dados referentes às vendas do mesmo, o lançamento a seguir "vibrador líquido" esgotou em menos de 24 horas! O que revela que apesar das críticas ao primeiro produto, não prejudicou as vendas dos seguintes, a curiosidade continua lá e a Cristina Ferreira é só umas das mulheres mais influentes de Portugal.
Olá Margarida, muito bom post! Achei a tua análise da questão “on point”. A realidade é que a apresentadora e a equipa da apresentadora sabiam que o produto seria polémico (e era importante que fosse)! Se o produto não tivesse um nome que chamasse à atenção e se não tivesse como objetivo satisfazer uma “necessidade” (com fortes aspas) tão peculiar, o produto não teria tido o número de vendas que teve. A realidade é que a Cristina Ferreira é uma mulher inteligente, e sempre soube manter a sua pessoa relevante ao longo de vários anos- fazendo um bom trabalho como apresentadora, mas também metida em várias polémicas, como o caso dos sapatos de sola vermelha de 500 euros- e o mundo dos negócios não lhe poderia escapar, e, para tal, utiliza uma estratégia de marketing infalível. A apresentadora sabe que tem uma legião de “fãs” que a seguem, idolatram e defendem cegamente e, portanto, era normal que estas pessoas tivessem interesse em comprar e consumir algo que a apresentadora utiliza (ou diz que utiliza). Mas como atingir o outro lado do espectro, aqueles que nenhum interesse têm nela, ou que desgostam da mesma? Bingo: dando-lhes uma boa oportunidade para a criticar, tocando num assunto polémico e sensível, que leva a várias opiniões e conversas. Como diz o outro, o resto é história, e a estratégia da Cristina levou a debates em vídeos, podcasts, várias notícias e muitos, mas muitos comentários (ou, por outros palavras, engagement). Citando a mesma: “Pus um país a falar” e, no fundo, é isso que importa.
ResponderEliminarOlá Margarida!
ResponderEliminarRealmente, o lançamento do Pipy causou um verdadeiro furor nas redes sociais e gerou muita discussão na opinião pública.
Acho interessante a forma como abordaste a estratégia de marketing por trás do produto e as questões sobre empoderamento feminino e a percepção do público – que, diga-se de passagem, são temas importantes. E, querendo ou não, a Cristina Ferreira consegue sempre alcançar um público mais amplo.
Apesar de ter dado muito que falar, a verdade é que foi algo passageiro… já ninguém comenta o Pipy. Ainda assim, parece-me evidente que tudo foi uma jogada de marketing muito bem planeada. A Cristina gosta de mostrar que não tem tabus e parece não se importar com as críticas, mantendo-se fiel a si mesma – o que, no fundo, reforça a sua imagem de autenticidade.
Fico curiosa para saber qual será o próximo passo e se os próximos lançamentos vão gerar o mesmo alvoroço ou se este "boom" foi apenas um sucesso temporário!
Margarida, parabéns pelo post.
ResponderEliminarO Pipy foi, sem dúvida, um fenómeno que gerou mais debate do que propriamente entusiasmo pelo produto em si.
Quanto ao objetivo do produto, a ideia de empoderamento feminino acabou por se perder no meio das piadas e das dúvidas sobre a real necessidade de uma “bruma íntima”. Além disso, a forma como foi comunicada levantou questões sobre o público-alvo e até sobre um possível discurso machista, ao sugerir que o produto seria algo para agradar "aos homens".