A Cambridge Analytica decidiu pagar a Aleksandr Kogan, um investigador externo, para aceder à informação de mais de 50 milhões de utilizadores do Facebook. Aleksandr criou uma aplicação-jogo que tinha como objetivo recolher informações pessoais que ajudassem a definir o perfil de uma pessoa com base no histórico de likes que cada um tem na rede social.
A aplicação, com o nome thisisyourdigitallife, foi utilizada por cerca de 300 mil pessoas. Em troca de dinheiro “para uso académico”, cada pessoa fez um teste de personalidade que permitiu à empresa agregar a informação de mais de 50 milhões de utilizadores. Isto porque, ao cederem os seus dados pessoais, cediam também os dados dos perfis dos amigos, sem que estes soubessem, passando de 300 mil utilizadores para 50 milhões.
O Facebook estava a par disto? Há pelo menos dois anos. Em 2015 a rede social liderada por Mark Zuckerberg teve conhecimento de que a empresa teria informações recolhidas indevidamente. Mark pediu-lhes que apagassem os dados obtidos mas estes não respeitaram e apesar de saberem que a Cambridge Analytica tinha recolhido indevidamente dados de contas pessoais, nenhum dos responsáveis pela rede social avisou os utilizadores.
Zuckerberg não só pediu desculpas como aproveitou para anunciar as seis medidas que criou para evitar que mais casos como o da Cambridge Analytica surjam: investigar aplicações “suspeitas”, informar as pessoas sobre utilizações abusivas de dados, desligar o acesso a aplicações que não são utilizadas, restringir a informação conseguida por login, encorajar os utilizadores a gerirem as aplicações que utilizam e recompensar quem encontre vulnerabilidades no sistema.
https://observador.pt/explicadores/12-coisas-que-tem-de-saber-para-perceber-a-polemica-do-facebook-e-da-cambridge-analytica/06-agora-o-que-e-que-o-facebook-vai-fazer/
https://www.dn.pt/dinheiro/interior/cerco-aperta-facebook-ja-perdeu-na-bolsa--cem-mil-milhoes-9216201.html
https://www.dinheirovivo.pt/empresas/facebook-a-polemica-que-afetou-50-milhoes-explicada/
Apesar das medidas preventivas anunciadas pelo fundador Mark Zuckerberg, a perda de milhões na bolsa foi inevitável.
ResponderEliminarInevitável também foi o buzz negativo em volta da marca que originou o movimento “#deletefacebook” levando milhares de cidadãos a abandonar o Facebook, quer através da eliminação das contas de páginas pessoais, quer através do cancelamento de campanhas publicitárias, sendo esta última uma das grandes fontes de rendimento da rede social.
Exemplos disto, são a Mozilla, conhecida pelo browser Firefox, atores como Jim Carrey e Will Ferrell, pessoas ligadas à indústria da música como Cher e a banda Massive Attack, o banco alemão Commerzbank, o multimilionário Elon Musk que, para além do seu perfil pessoal, apagou também as páginas das suas empresas “Tesla” e “SpaceX”, Brian Acton, cofundador do WhatsApp, a marca Playboy que reiterou através de Cooper Hefner (diretor criativo) que “As linhas orientadores e as políticas corporativas (do Facebook) continuam a ir contra os nossos valores”, o que levou a marca a abandonar de vez o Facebook, entre outros.
Não obstante o apelo para o abandono da marca, aparentemente a rede social Instagram (detida pelo Facebook) não parece estar a ser atingida pelo word of mouth negativo.