Podia ser apenas mais uma fotografia das dezenas de campanhas que a fast fashion faz anualmente. Porém, não é. A mulher na imagem não corresponde ao estereótipo das manequins que costumam fazer este tipo de sessões. Por outras palavras é uma mulher real. Pelo menos é o que lhe chamam nos milhares de comentários à publicação que anuncia a nova campanha inclusiva de swimwear da marca sueca, chamada “Verão, Doce Verão”.
“Uma mulher de verdade, parabéns” e “Obrigada por mostrarem corpos reais e não padrões de beleza intangíveis” são apenas alguns dos comentários de apreciação, escritos em várias línguas, do inglês ao francês, passando pelo italiano.
A H&M optou uma estratégia de marketing que considera todas as formas de beleza, esperando incluir todas as mulheres. Na loja online mantém-se a mesma linha: as modelos são mais inclusivas do que o habitual e têm tipos de corpos diversos — o que faz com que o consumidor se sinta mais próximo da marca, que se identifique com ela e que, em última instância, se torne seu cliente.
O que é certo é que, sejam os comentários positivos ou negativos, esta estratégia de marketing atinge os consumidores, fazendo com que estes se sintam mais próximos (ou não) da marca.
Assim, a campanha poderá ter um resultado win-win: beneficia os consumidores que se sentem incluídos, e beneficia a marca pelo buzz positivo que é gerado.
A H&M tem vindo a ser considerado como um bom exemplo de marca que tem como objetivo na sua estratégia envolver o público, promovendo o engagement.
As parcerias com influencers – formadores de opinião e personalidades relevantes na indústria – também fazem parte do leque de apostas para atrair novos consumidores. Exemplo disso são colaborações com bloggers de moda como Elodie Russo, que ampliam a voz e o alcance da marca. Estas parcerias beneficiam tanto a marca pessoal dos bloggers, como a identidade empresarial da H&M.
O conteúdo exclusivo é outro dos recursos utilizados. A perceção de que o ato de criação e desenvolvimento pode ser tão interessante como o resultado levou à criação de vídeos sobre a forma como os criativos da H&M tomam e executam as suas decisões. A grande vantagem? A empresa consegue produzir mais conteúdos sem ter de empregar mais recursos.
Outro exemplo de marketing de conteúdo da marca é que através de artigos sobre as tendências para a prática de desporto, nomeadamente, ciclismo em Miami ou a moda futurista em Brooklyn, a H&M consegue que os consumidores se identifiquem ainda mais com a marca.
Fontes:
https://www.imagensdemarca.pt/artigo/mulheres-reais-protagonizam-nova-campanha-da-handampm/
http://comteudo.webtexto.pt/hm-um-case-study-de-content-marketing/
https://nit.pt/vanity/moda/nova-campanha-moda-da-hm-mulheres-reais
Na minha opinião, apesar de hoje em dia as marcas estarem cada vez mais a focarem-se em números e a quererem espalhar o seu nome de que forma for (positiva ou negativamente), acho que esta campanha da H&M foi muito bem conseguida. Não sei se o intuito deles foi este, mas acho que conseguiram captar a atenção dos seus clientes para a sua marca ao mesmo tempo que viraram as atenções para os problemas que estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, como o preconceito, a falta de autoestima, as falsas aparências e todos os problemas de saúde que desses advêm.
ResponderEliminarAcho que essa mensagem, intencional ou não, pode e deve continuar a ser destacada de forma transversal no setor da moda já que a problemática é cada vez mais recorrente e, para isso, poderão até ser feitas campanhas recorrendo ao storytelling que, atualmente, é a forma mais eficiente e mais prática de chamar à atenção das pessoas de uma forma geral e não só dos clientes da marca.
É, de facto, de se parabenizar a H&M por esta campanha e esperar que eles continuem a marcar pela diferença e pelo excelente marketing que eles fazem.
ResponderEliminarO novo portfolio H&M vem pautado na tendência, que não é exatamente uma novidade no meio do marketing. Marcas como Dove, Mango e Nike, por exemplo, vem surfando na onda do engagement para difundir suas melhores intenções em incluir toda diversidade do ser humano, para que se sintam inclusas e consequentemente comprem. Com toda essa movimentação de mercado hoje na direção da diversidade, que em outrora foi na mesma direção com sustentabilidade, não começam a soar um pouco fake da parte das industrias esse engajamento?
Levanto a discussão: seria possível na conjuntura moderna atual uma empresa se posicionar diferente? Em minha opinião caso uma grande brand como H&M opte por não incluir modelos de corpos naturais em algum momento, iria perder bastante Market share quando suas consumidoras se identificassem por outra marca, podendo ser engolida pelo mercado. A H&M com essa campanha se posiciona da maneira mais favorável no mercado, conquistando as pessoas que buscam identificação, não necessariamente com intuito de inclusão de diversidade mas como posicionamento de mercado.