quarta-feira, 16 de abril de 2025

PUMA “Go Wild”: Uma Nova Corrida pelo Coração da Geração Z

Num momento em que as marcas desportivas competem não apenas por quota de mercado, mas por relevância cultural, a Puma apresenta uma campanha que reflete uma viragem clara no posicionamento da marca. Go Wild não é apenas um slogan, é uma tentativa estratégica de redefinir o papel do desporto na vida quotidiana, sobretudo para a Geração Z, que valoriza autenticidade, inclusão e bem-estar.

A campanha surge como resposta a uma pesquisa global com mais de 10.000 consumidores, onde foi identificado que esta nova geração não vê o desporto apenas como performance, mas sim como um ritual emocional, uma forma de socialização, auto expressão e auto cuidado.

O anúncio central da campanha tem cerca de 60 segundos e é impossível passar despercebido. A música? Uma versão adaptada do clássico Because I Got High de Afroman – uma escolha ousada e irónica, que aqui se transforma numa ode ao "runner’s high" (aquela sensação eufórica após uma corrida).

Visualmente, o anúncio celebra a diversidade: desde mães com carrinhos de bebé a donos de cães, passando por grupos de amigos e corredores solitários. Todos “libertam a sua energia interior” com um sorriso no rosto. A mensagem? Correr é para todos e pode ser divertido.



Esta campanha da Puma foi uma estratégia de marketing digital altamente integrada, focada em emocionar e conectar com a Geração Z. A marca redefiniu o desporto, não como performance, mas como prazer e auto expressão, criando uma forte conexão emocional com o público. 

Também foi caracterizada por uma forte estratégia multicanal, adaptando o conteúdo para diferentes plataformas, como YouTube, Instagram e TikTok, o que permitiu à Puma atingir o público de forma personalizada, respeitando as dinâmicas e os comportamentos de cada rede social. Essa personalização do conteúdo foi crucial para criar uma experiência de marca alinhada com o estilo de vida da Geração Z, que valoriza mais a autenticidade e o bem-estar do que a performance pura.

A marca também apostou num storytelling emocional, usando a música “Because I Got High” de Afroman para criar uma narrativa divertida e relaxada, que reflete o prazer de correr, e não a busca incessante por performance. Essa abordagem tornou o anúncio mais envolvente e permitiu à Puma estabelecer uma ligação emocional com o seu público. 

A campanha também integrou o digital com o físico, associando eventos desportivos a ativações online, o que resultou numa experiência imersiva para os consumidores. Em termos de web marketing, a Puma soube explorar estratégias como a multicanalidade, a personalização de conteúdo e o uso de influenciadores de maneira eficaz, criando uma conexão emocional que vai além da simples venda de produtos, estabelecendo uma relação mais duradoura e significativa com a marca.

Essa abordagem mostra como o web marketing, quando bem executado, pode não só gerar conversão, mas também engajamento genuíno e identificação emocional com o público-alvo, especialmente quando alinhado com os valores e as preferências de novas gerações. 

A Puma mostra com esta campanha que o futuro do marketing desportivo passa por mais do que apenas “mostrar atletas a vencer”. Passa por mostrar pessoas reais a viver emoções reais, e por usar os canais certos, com o tom certo, para construir comunidade, significado e identificação. Esta campanha representou um aumento de 40% nos investimentos de marketing em relação a 2024, evidenciando o compromisso da marca em alcançar um público mais amplo.

Se o marketing do passado vendia aspiração, o marketing atual, bem executado, vende identificação — e a “Go Wild” acerta em cheio nesse ponto.

Fontes: 

PUMA lança campanha global ‘Go Wild’ com novo posicionamento

Inside Puma’s new brand positioning and largest global campaign to date

Investimento publicitário global cresce 10,5% para €960 mil milhões em 2024

Puma lança “Go Wild”, a sua maior campanha global até à data





segunda-feira, 14 de abril de 2025

Leana Deeb e a Revolução Inclusiva no Athleisure

 


Em um cenário onde o marketing digital dita tendências e promove transformações sociais, a influenciadora fitness Leana Deeb se destacou ao unir performance, estilo e respeito cultural em uma linha de roupas esportivas pensada para mulheres muçulmanas. Sua colaboração com a marca Gymshark deu origem à coleção GS x Leana Deeb — não apenas uma jogada de moda, mas uma declaração poderosa de inclusão, autenticidade e branding com propósito.

Quem é Leana Deeb?

Leana Deeb é uma influenciadora fitness norte-americana de origem palestina, com milhões de seguidores nas redes sociais. Por muito tempo, ela vestiu roupas comuns de treino — leggings justas, tops e conjuntos que seguem a estética predominante no universo fitness. Mas sua jornada pessoal tomou um novo rumo quando ela decidiu se reconectar profundamente com sua fé e identidade como mulher muçulmana.

A partir desse reencontro espiritual, Leana optou por não mais expor seu corpo publicamente, mesmo em contextos de treino, passando a buscar peças que fossem confortáveis, estilosas e compatíveis com sua crença. Essa transição — documentada de forma aberta nas redes sociais — conquistou ainda mais empatia do público, e lançou luz sobre uma necessidade latente no mercado de moda esportiva: roupas que equilibram funcionalidade com valores culturais e religiosos.

GS x Leana Deeb: Branding com Propósito e Estilo com Representatividade

Foi justamente dessa necessidade que nasceu a coleção GS x Leana Deeb, criada em parceria com a Gymshark, uma das maiores marcas globais de athleisure. A coleção traz roupas projetadas para oferecer cobertura total sem comprometer o desempenho ou o estilo, com cortes amplos, tecidos opacos e modelagens confortáveis que respeitam os princípios da modéstia.

Influencer Marketing com Propósito Real

Ao escolher Leana Deeb como parceira, a Gymshark não apenas ampliou sua base de clientes — ela fortaleceu sua narrativa de marca. Leana é uma influenciadora autêntica, cuja jornada inspira milhares de mulheres ao redor do mundo. Seu envolvimento com a coleção vai além da divulgação: ela vive os valores por trás das roupas que ajudou a criar.

No universo do marketing digital, essa é a fórmula do sucesso: influenciadores com conexão genuína ao produto e marcas que sabem ouvir, representar e respeitar a diversidade de seu público.

Conclusão

A coleção GS x Leana Deeb representa mais do que uma linha de roupas esportivas: é um manifesto de inclusão, respeito e branding com alma. Em um mundo cada vez mais atento à diversidade e aos valores pessoais, marcas que escolhem caminhos autênticos se destacam — não apenas nas vendas, mas no coração do público.



Referências

https://www.gymshark.com/pages/leana-deeb
https://www.youtube.com/watch?v=fwEVfrh_Vd0&ab_channel=LeanaDeeb
https://hypebae.com/2025/1/gymshark-leana-deeb-collaboration-modest-collection-where-to-buy-release-date

domingo, 13 de abril de 2025

Má Influência: A Face Oculta da Fama Digital Infantil


Influencers em miniatura: o novo palco da infância e o silêncio por trás da fama

A nova minissérie documental da Netflix, "Má Influência: O Lado Sombrio dos Influencers Infantis", expõe um tema importante e emergente: o modo como o marketing digital e a as redes sociais estão a tonar a infância numa "ferramenta" de lucro. Baseada no caso de Piper Rockelle — uma criança transformada em estrela do YouTube —  a série revela o mundo aparentemente inocente dos kidfluencers

Por detrás dos vídeos coloridos, dos desafios e das coreografias virais, surgem acusações de abuso emocional, exploração comercial e manipulação psicológica — muitas vezes encobertas pela promessa de fama e dinheiro. Será que o "algoritmo" final de cada vídeo valerá tudo isto ?

Ao contrário dos adultos, estas crianças não têm ainda maturidade para consentir plenamente o que significa estar exposto online. Muitas vezes as redes sociais das crianças são geridas por pais que, intencionalmente ou não, tornam-se agentes, empresários e até produtores de uma marca pessoal com rosto infantil — levantando a sérias questões éticas e legais.

O universo dos conteúdos digitais com crianças vive numa fronteira entre o lar e o palco, onde a diversão se confunde com lucro. Quando é que a expressão espontânea de uma criança em frente à câmara deixa de ser inocente? Num ambiente onde 92% do público de influencers adolescentes é composto por homens adultos, e onde redes sociais fornecem 60% do conteúdo encontrado nos dispositivos de indivíduos com intenções indevidas, a linha entre partilha e exploração não é ténue, é estritamente invisível.

Infância e adolescência sob os Holofotes Digitais 

As minisséries Má Influência e Adolescence mostram duas faces do mesmo espelho: o impacto da exposição digital em jovens que ainda estão a descobrir a sua identidade. Em Má Influência, vemos crianças "transformadas" em entretenimento, e a gestão dos adultos que acabam por trocar brincadeiras por visualizações. Em Adolescence, acompanhamos o impacto das redes na formação de identidade, insegurança e procura por validação num mundo onde o valor pessoal parece medido em likes.

Ambas revelam o lado oculto da fama precoce e levantam a mesma pergunta: quem está realmente a proteger estes jovens no mundo digital? Quando a infância vira conteúdo e a adolescência se torna performance, o marketing precisa de parar para pensar.

O Marketing precisa de parar para pensar 

Quando os likes e visualizações passam a ser formas de validação, e quando o valor de uma criança ou adolescente é medido pelo "algoritmo" e o engagement, estamos a entrar num território perigoso. A fama precoce, por mais sedutora que pareça, tem um custo e é esse custo que frequentemente é pago em silêncio, pela saúde mental e emocional dos mais jovens.

As plataformas dizem promover “criatividade”, mas muitas vezes negligenciam o seu papel como guardiãs da segurança e do bem-estar destes utilizadores vulneráveis. E os adultos à volta das crianças precisam de refletir seriamente sobre os seus próprios papéis: estão a orientar ou a capitalizar? Estão a apoiar ou a pressionar?

O marketing tem aqui uma grande responsabilidade. Se continuarmos a transformar infância em produto e autenticidade em espetáculo, acabamos por normalizar a ideia de que crescer sob os olhos do público é inevitável ou até desejável. E não é. 

A infância e a adolescência são fases que merecem ser vividas e a privacidade também é uma forma válida e saudável de crescer. 

Fontes:

The Guardian 

Observador  

Why Adolescence is such powerful TV that it could save lives

“Stuff your Kindle Day”, como os 4'ps se juntam para a alegria dos leitores

Inspirada pela Helena, venho aqui deixar outro fenómeno que surge nas redes sociais e que altera a forma como as pessoas interagem com a literatura. Na era digital, as redes sociais são a força por detrás da maioria dos fenómenos culturais e um deles são os “Stuff your Kindle Day”, que acontecem várias vezes por mês e oferecem aos leitores a oportunidade de descarregar e deter livros gratuitamente. A sua criação e expansão demonstram o triunfo do marketing na internet e das comunidades online.

O movimento do “Stuff Your Kindle Day” começou em 2014 com a escritora de romances Zoe York. Num esforço de ajudar autores independentes a ganharem visibilidade, esta autora lançou o evento como uma ferramenta promocional ao oferecer os seus e-books gratuitamente por tempo limitado, normalmente um período de 24 horas. Embora estes eventos fossem inicialmente focados apenas em romances, o seu sucesso levou à expansão para outros géneros como fantasia, mistério e não ficção.

A disseminação do “Stuff your Kindle Day” deve-se principalmente ao uso das redes sociais. As plataformas digitais como o Facebook, Instagram e TikTok desempenham um papel importantíssimo na promoção dos eventos, gerando interesse entre os leitores.Os autores e organizadores destes eventos anunciam os próximos eventos, listando os títulos oferecidos e interagindo com os leitores no Facebook, muitas vezes em grupos específicos criados para o efeito. As páginas dedicadas permitem criar contagens decrescentes, memes e outras publicações que criam engagement que convidam os leitores a marcar a data nos seus calendários.

Já o foco no conteúdo visual oferecido pelo Instagram torna-o uma das plataforma preferidas para os autores mostrarem as capas de livros, oferecerem quotes e publicarem conteúdo sobre o "Stuff Your Kindle Day". Ao utilizar hashtags relevantes, como #StuffYourKindleDay e #FreeEbooks, podem aumentar a visibilidade, tanto do evento como dos seus livros.Finalmente, o TikTok, especialmente a comunidade do BookTok, desempenhou um papel fundamental na promoção do movimento “Stuff Your Kindle Day”. Os utilizadores criam vídeos sobre os e-books gratuitos, analisam-os e influenciam outros a adquirirem os mesmos livros. Este tipo de conteúdo atrai o público mais jovem, direcionando-o para as páginas de eventos e páginas de autores participantes.

O “Stuff Your Kindle Day” é uma ótima ilustração do poder transformador das redes sociais no marketing digital para o mundo dos livros. Aproveitando a sinergia da baixa do preço e da comunicação, o evento cresceu de um pequeno projeto para um lugar de destaque nos calendários dos leitores. É uma demonstração do que o marketing pode fazer para conectar autores com leitores, construir uma comunidade e celebrar a alegria da leitura na era digital. E, para terminar fica aqui o link (https://www.romancebooklovers.com/) de um dos maiores “Stuff Your Kindle Day” do mês com centenas de livros para descarregarem dia 22 :)

Marketing de Mentira, Resultados de Verdade

Com o começo de Abril, inicia-se o primeiro e único dia do ano em que é permitido às marcas mentir para comunicar, interagir e brincar com os seus consumidores. A realidade é que desde que a Internet existe, os profissionais de Marketing aproveitam o Dia das Mentiras num esforço de aumentar a notoriedade da marca num mundo cada vez mais online, além de fortalecer a sua relação com os consumidores (Forbes, 2024). Para tal, realizam campanhas publicitárias onde lançam produtos fictícios, ou até mesmo divulgam notícias falsas inofensivas para gerar engagement e viralizar nas redes sociais (Marketeer, 2025).


O segredo do sucesso destas campanhas está no equilíbrio da criatividade e da autenticidade, de forma que a mentira seja recebida de forma engraçada pelo público. Apesar da efemeridade do engagement, quando as campanhas são bem planeadas, estas aumentam o reconhecimento da marca, além de humanizar a empresa. Ao mostrar aos consumidores um lado mais leve e divertido, a empresa mostra que tem um sentido de humor e sabe rir dela mesma e dos seus produtos, o que permite uma aproximação às pessoas (Marketeer, 2024).


Assim, acredito que estas campanhas de comunicação e branding têm como resultado a criação de uma relação mais próxima com o consumidor. Ao comunicar de uma forma não convencional, num ambiente digital onde o público está mais que saturado de tentativas de vendas e anúncios sérios, uma campanha divertida torna-se um destaque e, nesse sentido, as campanhas do Dia das Mentiras acabam por ter um grande potencial de viralizar. Através de um produto inusitado, com uma funcionalidade absurda, pode gerar-se um maior número de partilhas, comentários e reações nas redes sociais- o que se traduz em publicidade fácil e rápida. Além disso, algumas marcas ganham espaço em alguns sites de notícias, conquistando assim visibilidade gratuita também nesses espaços.


Mas e vocês, qual destas mentiras gostariam mais que se torna-se verdade?😊


Fontes:
https://www.forbespt.com/do-tinder-a-subway-aqui-estao-algumas-das-melhores-mentiras-de-1-de-abril-das-empresas-em-2024/
https://marketeer.sapo.pt/como-o-dia-das-mentiras-e-aproveitado-pelas-marcas-para-viralizar-nas-redes-sociais/
https://eco.sapo.pt/2025/04/01/como-as-marcas-aproveitaram-o-dia-1-de-abril-para-mentir-nas-redes-sociais/

sábado, 12 de abril de 2025

Despir o Deserto do Atacama

Atualmente, tudo acontece a um ritmo “fast”: comemos fast-food, as notícias (factuais e nem tanto) correm o Mundo à velocidade da luz, as nossas opiniões mudam com um clique… e até as roupas que vestimos e as tendências que seguimos são cada vez mais rápidas, variadas, e éfemeras. Mas a que custo? Para onde vão aquelas calças da moda nas quais já não temos interesse?

As novas gerações que têm entrado e tomado conta dos mercados nos últimos anos, os Millenials e a Geração Z (aka Millenials com esteróides) são caracterizados pelas suas atitudes disruptivas e contrastantes com as de gerações anteriores, contribuindo para uma verdadeira revolução cultural, social e económica. Habituados a viver num Mundo sem fronteiras, em que o acesso à mais recente tecnologia lhes permite aceder ao que desejam, não aceitam que lhes sejam impostos limites e querem tudo, aqui e agora, vivendo na pele a máxima do YOLO (You Only Live Once), impregnado na sua consciência e nas suas decisões.

No entanto, “não há bela sem senão”, e esta atitude tem grandes impactos no Mundo à nossa volta, nomeadamente a nível ambiental. A busca pela gratificação instântanea e o ritmo desenfreado de experimentar tudo, aliado à facilidade com que se produz e compra roupa nova atualmente, são fatores que levaram ao crescimento exponencial do mercado da fast-fashion, cujas marcas produzem o dobro das roupas que produziam em 2000. Paralelamente, estas roupas compradas impulsivamente tornam-se também quase instântamenamente obsoletas, de tal forma que, nos últimos 15 anos, o número de vezes que uma peça é utilizada diminuiu em 36%, para uma média de apenas 7 a 10 vezes[1].
Esta tendência torna-se preocupante, não só pela quantidade de recursos usados na produção da roupa (a produção de 1kg de algodão consome 20,000 litros de água[2]) mas, também, pela falta de capacidade de fazer uma correta gestão da roupa descartada, com menos de 15% desta a ser corretamente reciclada[3]. Grande parte destes resíduos são levados para aterros em céu aberto em países em desenvolvimento, como para o deserto do Atacama, no Chile, cujo monte de peças de fast-fashion já é visível do espaço e impacta fortemente os ecossistemas locais, libertando químicos perigosos e poluentes para o ar e os cursos de água[4].

Pilha de roupa descartada no deserto do Atacama, Chile

Vista do espaço do aterro de roupa usada no deserto do Atacama, Chile

O e-commerce, querido pelos Millenials e a Geração Z por lhes permitir adquirir roupa e acessórios vindos de todo o Mundo a partir do conforto do seu sofá (“yes we can!”), tem crescido exponencialmente, com o número de compras pela Internet aumentando 14,6% em 2024 face a 2023, e 9,9% em 2023 face a 2022. Este fenómeno contribui, porém, para o aumento do impacto ambiental da fast-fashion, mais especificamente ao nível do embalamento (dado que estas compras produzem, em média, mais 4,8 vezes os resíduos das compras presenciais) e, também, pela facilidade de devolução e prática de “bracketing” (na qual os consumidores compram vários artigos para experimentar e devolvem uma grande parte, aumentando a pegada ambiental desta atividade, devido ao transporte adicional e ao desperdício de recursos)[5].

Impacto da utilização de embalagens e transporte adicional, promovidas pelo e-commerce


Paralelamente a esta sua sede pelo aqui e o agora e pela vida sem limites, os Millenials também acreditam piamente no seu inner-glow, na sua capacidade de tornar o Mundo num lugar melhor, no poder das suas ações e das suas palavras. Erguem bandeiras a favor do ativismo, da não-discriminação, da inclusão e da diversidade, e da proteção ambiental – mas serão estas preocupações compatíveis com as suas características que tanto impulsionam a fast-fashion, o desperdício e a poluição subjacente?

Movimento pela proteção ambiental, encabeçado por Greta Thunberg
Juntar o melhor dos dois Mundos pode parecer impossível, mas, tal como disse Nelson Mandela, “Tudo parece impossível até que seja feito”[6]. E foi precisamente isso que o projeto Atacama RE-Commerce conseguiu provar, juntando a plataforma global do e-commerce às vontades (anteriormente incompatíveis) dos consumidores de comprar roupa de marca e contribuir para um futuro mais sustentável, alterando para sempre o paradigma da fast-fashion.Esta iniciativa inédita e disruptiva, lançada pela VTEX em parceria com a Revolution Brasil e Desierto Vestido, permite que os consumidores adquiram roupas descartadas no deserto do Atacama, no Chile, pagando apenas o valor do envio. Muitas dessas peças, produzidas por grandes marcas, encontram-se em perfeito estado, algumas ainda sem uso. O Atacama RE-Commerce resgata, trata e higieniza as peças, disponibilizando-as no seu website apenas pelo valor do envio.

Imagem promocional do Atacama RE-Commerce

Tendo entrado no ar a 17 de março de 2025, as 300 peças postadas inicialmente foram adquiridas em apenas 5 horas, com pedidos de todo o Mundo, desde o Brasil, à França, Espanha e China[7]. A possibilidade de adquirir calções da Nike ou da Adidas, blusas da Zara ou calças da Calvin Klein[8] a um preço bastante reduzido e com o bónus da gratificação moral aliciam os consumidores das novas gerações, e impulsionam organizações como a Atacama RE-Commerce a continuar o seu trabalho de “slow down” da indústria da moda, contribuindo para a tomada de atitudes mais conscientes e ecológicas.

Website do RE-Commerce, com as peças todas "sold out"

As revoluções trazidas pelas novas tecnologias, alicerçadas nas tendências das novas gerações, têm, muitas vezes, um ar apocalíptico e evocam as expressões de “No meu tempo é que era”, que deixam muitos conformados e sem esperança. Mas, como o projeto Atacama RE-Commerce demonstrou, se olharmos para estes fenómenos do prisma certo, conseguimos descobrir nestas mesmas novas tecnologias soluções para os problemas que elas criam, contribuindo para um Mundo melhor, mais sustentável, e onde o inner-glow de todos pode brilhar vestido de roupas de marca.

O mundo da relojoaria e a Gen Z: Complicações ou perda de tempo?

Watches and Wonders Genebra 2025


Na passada semana, teve lugar, em Genebra, o maior e mais prestigiado evento de relojoaria do mundo, reunindo 60 marcas e contabilizando um recorde de público, com mais de 55 000 visitantes e 10 000 jovens participantes. Um dos aspectos mais relevantes da edição 2025 foi a valorização da nova geração de relojoeiros e colecionadores. As marcas não só apresentaram as suas criações e os novos lançamentos, mas também deram espaço para aprendizes, jovens engenheiros e designers, com tours guiadas, oficinas interativas e painéis sobre o futuro da relojoaria. Para além do pavilhão principal, Palexpo, Genebra respirou relojoaria durante o evento, boutiques, museus e espaços temporários promoveram experiências abertas ao público, democratizando o acesso a um mundo geralmente reservado aos grandes colecionadores.



Os novos hábitos da Gen Z 


Durante décadas, os relógios de luxo foram símbolos silenciosos de status, tradição e herança, muitas vezes associados a gerações mais velhas, contudo esse cenário está a mudar. A nova força dominante no mercado é a Geração Z, que está a redefinir completamente a forma como vemos, compramos e valorizamos relógios de luxo. Segundo um relatório da Watchfinder & Co., os jovens entre 12 e 28 anos estão dispostos a gastar em média $10.870 no seu próximo relógio mecânico de luxo, valor que supera o investimento feito por qualquer outra geração. Para eles, um relógio não é apenas um acessório: é uma forma de expressão, uma peça de valor e, muitas vezes, um ativo de investimento.
 
No entanto, o gosto da Geração Z, por relógios e os seus movimentos mecânicos, não é requintado, este tem tendência a ser previsível. Marcas como Rolex, Cartier, Jacob & Co e Hublot. destacam-se entre as preferências da Geração Z, refletindo a sua afinidade por nomes estabelecidos no setor. As plataformas digitais, especialmente o TikTok, os influencers e as parcerias com grandes nomes, do futebol, por exemplo, desempenham um papel crucial na formação destes interesses e preferências.

 

Começa a ficar complicado...


Apesar de terem menos hype à volta do nome, marcas como A. Lange & Söhne, Patek Philippe e Vacheron Constantin possuem maior estatuto dentro do setor da relojoaria. Conhecidas pelos seus relógios complexos, compostos por diversas complicações, como perpetual calendar, minute repeater, tourbillon e por vezes grandes complicações (conjunto de várias complicações). Os relógios de pulso mais complicados de cada marca são:
 
  1. A. Lange & Söhne - "La Grande Complication" - Composto por 15 complicações, o relógio mais complicado da casa alemã, está avaliado em $2,5 Milhões. Peça exclusiva devido à sua raridade, existindo apenas 6 exemplares;
  2. Patek Philippe - "The Grandmaster Chime" - Composto por 20 complicações, o relógio mais complicado da casa suiça, possuí uma versão que celebra o 175º Aniversário da marca, com 7 exemplares de ouro rosa trabalhado à mão. Esta versão chegou a ser vendida por $37 Milhões;
  3. Vacheron Constantin - "Les Cabinotiers Solaria Ultra Grand Complication" - Apresentado a semana passada, no Watches and Wonders Genebra 2025, a marca suiça passou a possuir o relógio de pulso mais complicado de mundo. Composto por apenas 41 complicações, este relógio demorou 8 anos a ser feito, uma obra de arte e engenharia. Um relógio que qualquer colecionador adoraria apreciar nas suas mãos.








3) Vacheron Constantin

8 anos para 41 complicações e não conseguem resolver um simples desafio: Atrair a atenção da Gen Z.

Marcas como a A. Lange & Söhne e a Vacheron Constantin passam ao lado do interesse e atenção da nova geração. Não se trata de atrair clientes, mas sim fãs, pessoas que iram seguir os próximos passos da marca, gerar engagement e criar hype à volta da marca. A criação de parcerias ajuda a gerar "buzz" e várias marcas já repararam nisso, seja através de parcerias desportivas feitas pela Tudor, parcerias com celebridades, onde a Hublot é exímia, ou até mesmo parcerias com outras marcas. A Patek Philippe utilizou o ultimo exemplo e criou um dos relógios com mais notoriedade dos últimos anos.

Em parceria com a Tiffany & Co., empresa renomada no setor da joalheria, a Patek Philippe lançou uma edição limitada de um dos relógios mais épicos da história da relojoaria, o Patek Phillipe Nautilus. Esta edição juntou o "Azul Tiffany" ou Tiffany Blue® ao mostrador do relógio e aos elementos característicos do modelo. Convém destacar que a parceria teve início em 1851, tendo acontecido o 170º aniversário em 2021, onde as marcas aproveitaram para lançar 170 exemplares do "Nautilus Tiffany", atualmente avaliados em mais de $2 Milhões. Este lançamento chamou a atenção de diversas celebridades, sendo possível observar grandes nomes a usar a exclusiva edição, que consequentemente acabou por chamar a atenção e influenciar as novas gerações.




Qual é a vossa opinião sobre o assunto? Acham que grandes complicações chegam para chamar a atenção da Geração Z?

Para mim basta, mas como não represento a geração decidi escrever este post.


Fontes
https://www.euronews.com/culture/2025/04/07/watches-wonders-2025-how-the-industry-is-adapting-to-growing-demand-from-young-collectors
https://everything-pr.com/jacob-co-marketing-strategy-an-in-depth-analysis/
https://thebrandhopper.com/2024/01/02/marketing-strategies-and-marketing-mix-of-hublot/
https://www.watchesandwonders.com/en/geneva-2025/event.html
https://robbreport.com/style/watch-collector/gen-z-watch-spending-is-off-the-charts-1235593147/
https://jewellerymonthly.co.uk/gen-zs-surging-interest-in-luxury-watches/
https://thehourmarkers.com/articles/genz-perception-on-luxury-watches
https://www.patek.com/en/company/about-time/the-grandmaster-chime
https://robbreport.com/style/watch-collector/vacheron-constantin-most-complicated-wristwatch-in-world-1236442818/
https://monochrome-watches.com/jacob-co-the-method-behind-the-madness/
https://espiraldotempo.com/vacheron-constantin-o-notavel-les-cabinotiers-solaria-ultra-grand-complication/
https://www.alange-soehne.com/ww-en/timepieces/1815/grand-complication
https://dailywatch.com/blogs/magazine/the-top-5-world-s-most-complicated-wristwatches
https://www.patek.com/en/company/news/only-watch-2019
https://espiraldotempo.com/patek-philippe-e-tiffany-co-celebram-170-anos-de-parceria/

quinta-feira, 10 de abril de 2025

BookTok : Ler voltou a estar na moda?

 Esta comunidade que surgiu no TikTok e já se espalhou por todo o mundo, é constituída por grupos de amantes da leitura que, através de vídeos curtos, partilham recomendações e opiniões literárias. Para fazer parte deste mundo basta usar a hastag #Booktok.

Este fenómeno começou a crescer e a desenvolver-se durante a pandemia e, nos últimos anos, tem revolucionado o consumo e o mercado da leitura nos quatro cantos do mundo. A hashtag que deu origem ao movimento, tem hoje mais de 150 mil milhões de visualizações.


O conteúdo do BookTok começou por ser constituído maioritariamente por recomendações ou opiniões sobre livros, mas atualmente não se resume apenas a esta questão. Os participantes da comunidade partilham dicas de como ler mais rapidamente, de acessórios complementares à leitura que a podem tornar mais prazerosa e até dicas de como organizar as estantes.

A influência e o impacto deste movimento é, de tal forma severa, que o Marketing Literário e o volume de vendas dependem e refletem em grande medida as preferências do BookTok. Isto é bastante evidente, uma vez que as editoras e os próprios autores usam esta rede social como uma das principais plataformas para promover os seus livros, por exemplo, enviando cópias gratuitas a determinados criadores de conteúdos na expectativa de que estes façam uma avaliação positiva.

Um exemplo desta influência, é o livro “A Cicatriz” de Maria Francisca Gama. Esta autora portuguesa usou as suas redes sociais, principalmente o TikTok, para promover o seu livro. E conseguiu atingir o seu objetivo. Tanto os vídeos da própria autora como de outros criadores viralizaram e em, menos de um ano, foi lançada a 8ª edição do seu segundo livro.

O BookTok levou ainda à criação de mais grupos ou comunidades mais pequenas que se reúnem fora do mundo do TikTok, os chamados ‘Clubes do Livro’ ou ‘Clubes de Leitura’. Estes são grupos mais restritos, criados por uma ou mais pessoas, que desenvolvem um conjunto de regras e que tem como objetivo criar dinâmicas relacionadas com a leitura, como todos lerem o mesmo livro no mesmo espaço de tempo, ou até marcarem encontros pessoalmente para ler em conjunto ou discutir uma leitura. 

O Booktok tem assim um papel fundamental na constituição destas pequenas comunidades, uma vez que permite que estas fiquem conhecidas por mais gente que partilha dos mesmos gostos. O “Book Gang” criado pela autora Helena Magalhães é um bom exemplo de um clube de leitura português desenvolvido através do meio digital.  


Por fim, o BookTok revolucionou de tal forma este mercado, que o hábito da leitura entre os mais jovens aumentou. Além disso, o fenómeno saiu da bolha das redes sociais, tendo já chegado às livrarias onde, em todas elas, existem secções dedicadas aos bestsellers ou às recomendações do que viralizam nesta comunidade.

Este caso demonstra, de forma clara, o impacto que o digital pode ter não só numa indústria ou mercado, mas também na cultura e nos hábitos de uma sociedade.

Fontes:

https://www.dn.pt/arquivo/diario-de-noticias/booktok-a-paixao-pelos-livros-que-liga-os-jovens-pelo-mundo-16503524.html

https://exame.com/pop/o-que-e-booktok-fenomeno-do-tiktok-que-incentiva-a-leitura/

https://www.publico.pt/2024/02/12/opiniao/opiniao/bemvindo-booktok-2080132

https://comum.rcaap.pt/entities/publication/c5ae83e2-be16-43f6-8dd6-8a9e48299f80

https://sicnoticias.pt/cultura/2024-09-24-o-fenomeno-a-cicatriz-por-maria-francisca-gama-o-amor-pelo-brasil-as-criticas-e-a-moda-dos-livros-9bed5595

terça-feira, 8 de abril de 2025

O Enoturismo em Portugal sobreviveria sem o Marketing Digital?

Sim, mas não seria a mesma coisa. Cada vez mais, a comunicação de produtos e serviços depende dos meios digitais, e o Enoturismo não é exceção. Na verdade, pode-se afirmar que o Enoturismo é um exemplo paradigmático do impacto do marketing digital. Sem a comunicação digital, o Enoturismo estaria restrito à oferta dos grandes grupos hoteleiros e dos maiores produtores de vinho.

No entanto, hoje, ao somarmos toda a oferta de Enoturismo em Portugal, observamos que a combinação de pequenos produtores, parceiros de experiências e pequenas unidades hoteleiras já ultrapassa a oferta dos grandes grupos. Diversos nichos têm surgido, e disponibilizam novas opções para o mercado do turismo. O consumidor, agora, tem acesso a experiências que antes estavam fora do alcance da maioria.

No Enoturismo, a oferta é variada: desde alojamento, passeios pelas vinhas, participação nas atividades vitivinícolas até provas de vinho.

A combinação da comunicação digital com o desejo do consumidor por novas experiências, muitas delas fora das grandes cidades, tem impulsionado o crescimento do mercado de Enoturismo, ano após ano. Diversos estudos e notícias associam diretamente o crescimento deste setor ao marketing digital.

No Enoturismo, a comunicação do marketing digital pode assumir várias formas, desde uma simples página online do fornecedor (site, Instagram, TikTok), onde são partilhadas histórias sobre o Enoturismo, como as narrativas de famílias de produtores de vinho, algumas com várias gerações de história até testemunhos de influenciadores. Qualquer iniciativa digital individual não só comunica o serviço ou produto, como também promove o Enoturismo daquela região, ou até do país, que tem vindo a atrair cada vez mais portugueses e turistas estrangeiros.

É claro que as OTAs (Agências de Viagens Online) desempenham um papel crucial neste processo, facilitando a credibilidade da escolha do consumidor. A compra numa plataforma online transmite uma sensação de segurança, e os comentários deixados por outros consumidores reforçam essa confiança.


exemplos da comunicação digital dos nichos:

https://www.instagram.com/liliveloso/reel/DFHB95wNoFD/

https://donamatilde.pt/pt/

https://www.l-and.com/

https://www.quintadesaobernardo.com/

https://arvad.pt/en/

Fontes:

https://bibliotecadigital.ipb.pt/entities/publication/334171d5-7066-4c01-84ce-2ac05b5fab48

https://etoh.agency/pt/por-que-o-enoturismo-deve-considerar-o-marketing-digital/

https://aspectosdovinho.com/o-enoturismo-global-devera-crescer-13-ate-2034/

https://www.publico.pt/2024/11/26/terroir/noticia/enoturismo-crescer-storytelling-licoes-jornadas-enoturismo-2113429


segunda-feira, 7 de abril de 2025

White Lotus: O Fenómeno da HBO

                               

White Lotus: O mistério e o luxo que não conseguimos parar de falar

Lançada em 2021, White Lotus tornou-se rapidamente um sucesso global, não só pela sua história intrigante e pelas atuações memoráveis, mas também pela sua estética de luxo e pela forma como os ambientes e as personagens criam uma experiência única de imersão. A série segue um grupo de hóspedes num resort de luxo nas Havai, mas o que parecia ser um simples cenário de férias acaba por revelar um mundo de segredos obscuros, tensões e drama.

Mas o que realmente torna White Lotus tão atraente não é só a história – é a exclusividade e o glamour que envolve o resort e os personagens, elementos que despertam o desejo do público de fazer parte daquele mundo. É luxo, é mistério e, claro, é uma experiência que o marketing digital não pode deixar de explorar.

Marketing Digital e White Lotus: Quando o entretenimento se torna estratégia

A popularidade de White Lotus não passou despercebida para as marcas e empresas que estão a aproveitar este fenómeno para potenciar a sua presença nas redes sociais e aumentar o seu alcance online. Com o luxo e a estética da série em alta, as marcas de moda e lifestyle têm aproveitado para apresentar coleções inspiradas nas personagens e no visual da série.

A série não é apenas sobre o mistério que se desenrola na narrativa – também é sobre como o luxo e o estilo de vida das personagens se tornam objetos de desejo. Assim, a presença de diversas marcas ao longo da série, faz com que vários consumidores procurem esses exatos produtos, que por vezes se não os vissem numa loja não haveria o desejo de comprar.


O comércio eletrónico explode: Produtos inspirados em white lotus 

Quando uma série ganha uma popularidade tão grande, não é surpresa que as vendas online disparem. Roupas, acessórios e até elementos decorativos inspirados no ambiente da série começam a surgir em lojas online, e os consumidores não querem ficar de fora. Sites de e-commerce estão a aproveitar este furor para criar secções temáticas, oferecendo produtos exclusivos que remetem diretamente à estética da série.

Além disso, publicidade direcionada nas redes sociais, como Instagram e TikTok, tem sido uma parte fundamental do sucesso. Marcas estão a utilizar imagens inspiradas na série para criar campanhas visuais apelativas e gerar desejo de consumo, atingindo diretamente os fãs da série e transformando o que começou como um fenómeno de entretenimento numa oportunidade de vendas massivas.



O efeito FOMO: A psicologia por trás do sucesso de white lotus

A série também joga com o conceito de FOMO (Fear of Missing Out, ou medo de estar a perder algo), uma psicologia que as marcas adoram explorar. Ao gerarem buzz e discussões constantes nas redes sociais, a série cria uma sensação de que "todos estão a falar sobre isto", e isso leva os fãs a quererem estar por dentro de cada episódio, cada spoiler e cada momento da série.

 E, portanto, a série tem criado várias trends. Um dos momentos que mais tem feito sucesso nas redes sociais é a cena em que Parker Posey, a atriz que interpreta a personagem Daphne, exibe o seu sotaque inconfundível enquanto tenta lidar com os outros hóspedes do resort. A forma peculiar como fala e a maneira como se destaca na narrativa não passaram despercebidas, e rapidamente se tornou um fenómeno no TikTok. O vídeo viralizou, com muitos utilizadores a imitar o seu sotaque e criando uma série de memes. A força deste meme vai além do humor, tornando-se uma forma de promover ainda mais a série, com os fãs a associar o "sotaque icónico" de Parker Posey a momentos divertidos e marcantes da história.




Mike White e o Poder de White Lotus

White Lotus não é apenas uma série de televisão: é um exemplo perfeito de como o entretenimento pode ser utilizado de forma eficaz no marketing digital. Desde as campanhas de moda até às promoções limitadas, a série demonstrou que o luxo, a exclusividade e o mistério podem ser usados para criar experiências imersivas que se traduzem em mais vendas e maior envolvimento, principalmente online.

À medida que o hype em torno de White Lotus cresce, as marcas têm uma oportunidade para se associarem a um fenómeno cultural, aproveitando a estética e a narrativa da série para cativar consumidores e gerar vendas de uma forma criativa e dinâmica. Mike White, o criador da série, não só se tornou um nome incontornável na indústria, como também tem o talento de criar histórias que vão além do simples entretenimento, tornando-se parte da cultura pop. Portanto, a lição é clara: o entretenimento não é apenas diversão, é também uma poderosa ferramenta de marketing.




Fontes: https://www.vogue.com/article/what-brands-do-the-characters-on-the-white-lotus-wear

https://www.hollywoodreporter.com/lifestyle/shopping/the-white-lotus-fashion-home-food-beauty-products-clothing-collectibles-1236117800/

Thank You, Next

Há alguns anos, o sucesso no YouTube era medido em minutos assistidos. Vídeos longos, com storytelling detalhado, tinham prioridade no algoritmo. Hoje, vivemos num mundo de reels, shorts e TikToks – vídeos com menos de um minuto que conseguem mais alcance do que produções com horas de edição.

Mas o que mudou? Não foi só a estratégia das plataformas, foi o próprio comportamento humano.

Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube Shorts apostam no conteúdo rápido, mais fácil de consumir (e quando não são obrigam-nos a visualizar mais do que apenas uma vez), para conseguir retenção e viralização. Assistimos a mais vídeos num curto espaço de tempo, o que mantém o tempo total na plataforma elevado — o verdadeiro KPI das redes sociais. 

Antes, a lógica era: quanto mais tempo a pessoa passa no teu conteúdo, melhor.

Agora, é: quanto mais vezes a pessoa interage e volta a consumir, melhor.

Essa mudança tem raízes no nosso comportamento e até na forma como o cérebro processa informação. Cada vídeo curto e scroll satisfaz uma necessidade de consumo rápido associado à sensação de prazer e recompensa (quase) imediata. A dopamina aumenta e o efeito é querer mais e mais. O FOMO (Fear of Missing Out) convida ao scroll infinito, na incerteza se algo mais interessante não poderá estar escondido no próximo vídeo. Esta tipologia de vídeos curtos adapta-se bem à nova realidade de tempo de atenção cada vez mais curto. O risco de desistência é baixo, já que se um vídeo não agradar, é só passar para o próximo

O Marketing de Conteúdo das grandes plataformas parece já bem adaptado à mudança de paradigma. Ignorar este formato pode originar uma perda alcance orgânico. Apesar de curto, o vídeo não será tarefa fácil. É preciso condensar a criatividade e comunicar uma ideia forte em poucos segundos. O desafio é criar um storytelling instantâneo, que envolva, surpreenda ou informe rapidamente. Caso contrário,




Fontes: 

https://www.ijfmr.com/papers/2025/1/35512.pdf 

https://ijrpr.com/uploads/V6ISSUE3/IJRPR40383.pdf

domingo, 6 de abril de 2025

EMIRATES CHOCA O MUNDO... DA LOGÍSTICA!

    A Emirates lançou uma solução de entrega de ponta a ponta chamada "Emirates Courier Express", com um tempo médio de entrega inferior a 48 horas, segundo a própria companhia. A companhia aérea colaborou com vários clientes globais para testar o serviço, com foco na rapidez, fiabilidade e flexibilidade. 

"A Emirates Courier Express irá transportar as suas encomendas de qualquer parte do mundo diretamente até à sua porta."

    Tradicionalmente, a entrega internacional segue um modelo de hub-and-spoke, no qual um pacote faz múltiplas paragens antes de chegar ao destino final. A Emirates Courier Express rompe com esse padrão: assim como os passageiros, os pacotes irão viajar diretamente da origem ao destino, aproveitando a extensa rede global da Emirates e a alta frequência de voos.

   O lançamento do serviço Emirates Courier Express foi estrategicamente comunicado através de diversas plataformas de redes sociais, reforçando o posicionamento inovador e digital da Emirates. A companhia aérea recorreu ao Instagram, onde publicou um vídeo oficial de apresentação do serviço no seu perfil institucional. Além disso, disponibilizou um conteúdo mais detalhado no seu canal oficial do YouTube, destacando as principais funcionalidades e vantagens do novo serviço de entregas rápidas.

"Como voamos com mais de 250 aeronaves para mais de 140 cidades em todo o mundo, pensamos em entregar pacotes enquanto o fazemos!"


    Os analistas sugerem que o serviço pode atrair empresas que procuram alternativas a gigantes como a DHL ou a FedEx, especialmente em regiões onde a Emirates tem uma forte conectividade. 

Que acham desta forma de comunicar um mega abalo no mundo da logística? 



Fontes