sábado, 29 de abril de 2017

A comunidade Nerdfighter

Antes de mais, é importante definir quem são os Nerdfighters. Nerdfighters é o nome que os membros da comunidade de fãs do canal de YouTube “Vlogbrothers” concedem a si mesmo.

Mas porquê falar desta comunidade?

Na minha opinião, esta é uma das comunidades que melhor exemplifica a influência no mundo real que uma comunidade online consegue alcançar, desde fazer de um livro um bestseller, promover convenções agora icónicas como a VidCon ou tornar um filme num blockbuster.

O canal Vlogbrothers foi fundado por dois irmãos, Hank e John Green, em 2007, como forma de se manterem em contacto através de vídeos semanais no YouTube. Foi em torno dos seus vídeos que uma comunidade de fãs se começou a formar e que inclui quase 3 milhões de seguidores no YouTube.

O nome advém de um mero acidente, em que John Green, enquanto se encontrava no aeroporto, leu mal um sinal que dizia “Aerofighters”, achando que dizia “Nerdfighters”, e que viria mais tarde a dar origem ao nome da comunidade de fãs.

Ao longo do desenvolvimento desta comunidade online, toda uma estrutura de suporte à comunidade foi criada, incluindo ligações para os grupos locais, regionais e nacionais de Nerdfighters, inclusive o grupo Português que já realizou várias atividades e gatherings.

Foi também em 2007 que os dois irmãos começaram um dos seus agora icónicos projectos e que é um bom elemento representativo do alcance que comunidades online conseguem ter – o Project for Awesome.

Project for Awesome
O Project for Awesome tem lugar em Dezembro de todos os anos e dura 48 horas.
Durante essas 48h, milhares de fãs publicam vídeos apresentando qual a sua instituição sem fins lucrativas preferida e porque deve ela ser uma das contempladas pelo projecto. É também durante essas 48h que têm lugar eventos online, nos quais vários elementos da comunidade de YouTubers se juntam, criando conteúdo, participando em livestreams e oferecendo prémios para certos valores de doações.

Por cada diferente valor de doação, existe um prémio diferente, oferecidos ou fornecidos por diferentes YouTubers envolvidos no projecto. Durante a edição de 2014, vários prémios eram referentes ao lançamento do filme de “A Culpa é das Estrelas”, como posters ou cópias de adereços.
Year
Earned
2010
$ 140.000
2011
$ 64.000 – $ 71.000
2012
$483.446
2013
$ 869.591
2014
$ 1.226.382 - $1.279.867
2015
$ 1.546.384
2016
$ 2.151.285

Como é possível ver, as doações alcançam patamares consistentemente mais elevados todos os anos, mostrando como uma comunidade online, ainda que potencialmente mais jovem, consegue ser posta ao serviço de fins solidários.

VidCon
Um evento onde líderes da indústria de vídeo online e populares criadores de conteúdo aparecem para apresentar e debater questões do setor, assim como para interagir com os fãs.
Esta convenção começou por iniciativa dos dois irmãos fundadores dos VlogBrothers e ganhou tração graças aos seus seguidores, tendo tido lotação esgotada na sua primeira edição em 2010.

Year
Venue
Attendance
2010
Hyatt Regency Century Plaza
1.400
2011
Hyatt Regency Century Plaza
2.500
2012
Anaheim Convention Center
7.000
2013
Anaheim Convention Center
12.000
2014
Anaheim Convention Center
18.000
2015
Anaheim Convention Center
19.500
2016
Anaheim Convention Center
25.500

Atualmente, assume-se como a maior convenção do tema em questão, atraindo mais de 25 mil participantes em 2016 e tendo começado em 2017 a sua expansão para novos continentes em 2017.

O fenómeno “A Culpa é das Estrelas”
O fenómeno em redor do livro escrito por John Green é um dos melhores exemplos do que uma comunidade online consegue alcançar.
Em primeiro lugar, a base de fãs do autor, quer pela sua presença online, quer pelos seus livros anteriores, permitiu não só ao maior sucesso aquando do lançamento do seu novo livro “A Culpa é das Estrelas”, como também levou a que, devido ao elevado de encomendas antecipadas, a editora que lançou o livro decidisse lançar o livro 5 meses mais cedo do que o esperado. O livro conseguiu inclusivamente chegar à posição de 84º mais encomendado da Amazon.com e à lista de bestsellers da Barnes and Noble em Junho de 2011, quando a sua data de lançamento era Janeiro de 2012.
Para o sucesso do lançamento também terá contribuído a promessa do autor de autografar as primeiras 150 mil cópias do livro, garantindo assim valor acrescentado dos primeiros exemplares.

A base de leitores inicial, já de si mais elevada do que é habitual para um livro que acaba de sair, terá permitido o crescente sucesso do mesmo, contribuindo para que se tornasse um bestseller, tendo ocupado a 1ª posição da lista de bestsellers do New York Times na categoria juvenil menos de duas semanas depois do seu lançamento. O livro manteve-se na lista durante mais de 119 semanas.
O sucesso crescente do livro ditou a decisão do estúdio FOX 2000 de, após a compra dos direitos de adaptação do filme em Janeiro de 2012, avançar com a produção do filme.

Ao longo das filmagens, o autor foi convidado inúmeras vezes a assistir às filmagens, tendo-lhe sido pedido feedback sobre as cenas realizadas. Ao longo da sua presença nas filmagens, o autor foi partilhando vídeos com os atores e da sua experiência nos cenários, contribuindo para a divulgação do filme. Dada a antecipação gerada pelo filme e dada a grande base de seguidores do autor, na altura já a rondar cerca de 2 milhões de seguidores no YouTube, que seguiam e partilhavam as novidades possíveis, tal presença online e tais vídeos terão tido, sem dúvida, grande impacto na promoção do filme.

Graças, em parte, a tal divulgação online, assim como à estratégia de promoção do filme, através de uma tour pelos Estados Unidos para a qual os fãs podiam votar nas localizações a adicionar, assim como sessões de antestreia do filme com a presença dos atores e do autor
No final, o filme, que, dada a sua simplicidade, custou 16 milhões de dólares a produzir e a promover, rendeu mais de 300 milhões de dólares a nível mundial.

Com este texto, pretende-se assim apresentar um exemplo concreto que as comunidades online conseguem ter no mundo real, contribuindo para melhorar o mundo ou para promover certos produtos, conseguindo ir muito além dos métodos tradicionais de divulgação.

Fontes:
http://www.businessinsider.com/fault-in-our-stars-box-office-phenomenon-2014-9
http://ew.com/article/2014/04/30/the-fault-in-our-stars-cover-story/
http://www.publishersweekly.com/pw/by-topic/childrens/childrens-industry-news/article/50442-fox-options-john-green-s-fault-in-our-stars.html
http://www.imdb.com/title/tt2582846/
http://www.imdb.com/title/tt2582846/business?ref_=tt_dt_bus
https://en.wikipedia.org/wiki/VidCon
https://www.youtube.com/watch?v=_f9Rkdg7BR8
http://www.nerdfighteria.com/map/

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Jogo "Baleia Azul" - O pior lado da Internet

Hoje trago um assunto bastante sensível e preocupante. Confesso que duvidei se deveria fazer uma publicação sobre este tema devido à gravidade da situação mas como tem a ver com estas temáticas de redes sociais, internet e gaming, resolvi abordá-lo.

Como já devem ter ouvido falar, um jogo online e disponível nas redes sociais, que nasceu na Rússia e no Brasil, chamado ‘Baleia Azul’, está a incitar jovens à automutilação e ao suicídio. Já foram registados vários casos em que adolescentes terão posto fim à vida a mando dos administradores do jogo. A afinidade linguística faz com que muitos jovens portugueses já tenham contactado com o jogo. É precisamente por isso que trouxe este artigo, este jogo já chegou a Portugal e hoje foi notícia que uma jovem algarvia de 18 anos terá tentado o suicídio.Para quem não sabe, o jogo da "Baleia Azul" consiste no cumprimento de 50 tarefas, atribuídas por um "curador", que incluem a automutilação e culminam no suicídio.

Alguns dos desafios são:
- Se você está pronto para se tornar uma baleia escreva “SIM” em sua perna. Se não, corte-se muitas vezes “Castigue-se”.
- Desenhe uma foto de uma baleia azul na mão com uma navalha e enviar a foto para o curador.
- Faça algo doloroso, “machuque-se”, fique doente.
- Pendure-se novamente em um telhado alto, e apoie-se na borda com as pernas penduradas.
Sendo que o desafio 50, o último, é:
- Tire sua própria vida.

Todo o processo é vivido debaixo de intensa pressão psicológica, com ameaças até à família dos jovens, caso não cumpram algum dos desafios diários.O jornal brasileiro Globo teve acesso a uma mensagem recebida por um jovem de 22 anos: “Caso nos bloqueie ou nos ignore, mandaremos o seu número ao nosso chefe. Ele vai pegar nos seus dados e descobrirá o seu nome.”

Pessoalmente, não consigo compreender o que leva alguém a fazer este tipo de jogo nem o que leva a alguém a jogá-lo. Os adolescentes são o alvo deste jogo, pela sua vulnerabilidade e falta de noção da realidade que muitos têm, infelizmente. Devo dizer que este tipo de iniciativas me assustam e haver pessoas que se sujeitam a mutilações e a ficarem propositadamente doentes, é simplesmente macabro. O facto de eles serem ameaçados de que se pararem de jogar os “administradores” vão descobrir os seus dados, o seu nome, a sua família, é só o espelho de uma das consequências negativas do excesso de informação que temos na internet e na falta de privacidade que cada vez mais se verifica. Porque claro, "não há bela sem senão" e muitas das vezes vemos apenas o lado positivo da internet (que todos achamos que é bastante superior ao negativo, eu incluída) mas infelizmente há pessoas menos inteligentes (para não dizer outra coisa) que se aproveitam dela para fazer mal a outras pessoas e para tornar viral coisas que não deveriam sequer existir.

Espero sinceramente que este assunto esteja a ser uma “moda” triste e lamentável, que nunca deveria ter aparecido na internet, mas, já que apareceu, que desapareça rapidamente e que não se volte a fazer algo tão horrível.

E vocês, o que acham deste assunto?

Fontes:
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-04-28-Baleia-Azul-O-jogo-do-suicidio-ja-chegou-a-Portugal

http://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/jogo-baleia-azul-incita-jovens-a-cometer-suicidio?ref=HP_Destaque_Rel

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/baleia-azul-estes-sao-os-50-desafios-que-estao-a-preocupar-pais-de-todo-o-mundo-151224

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Tribe app - O divertido é viral

A Tribe app é uma aplicação criada pelo francês Cyril Paglino e um grupo de amigos, dos quais faz parte o programador português Tiago Duarte. Esta app surge como forma de contactar com os amigos em tempo real e vem, inicialmente, substituir o  MSN Messenger e outras ferramentas do género que utilizam mensagens escritas. Ao contrário dessas ferramentas a Tribe usa vídeo em vez de SMS e permite uma utilização muito mais atualizada a estes tempos onde o wi-fi e banda larga são uma constante.
Segundo notícia do público: "A Tribe começou por ser uma app de mensagens em vídeo, em que as mensagens escritas eram substituídas por pequenos vídeos, mas entretanto mudou. Manteve o mesmo nome e design mas passou a dar primazia ao live, permitindo juntar no ecrã do telemóvel até oito pessoas numa videochamada em tempo real."
Esta aplicação compara-se ao Skype, ou ao FaceTime que também servem para comunicar em vídeo, contudo, o criador assegura que a Tribe se distingue por ser  “mais divertida”, mais “fácil de usar” e o vídeo é “menos pesado” do que o do Messenger, do WhatsApp ou do Snapchat. Além disso, utiliza um design mais atualizado e direcionado para os mais jovens.
A Tribe é uma aplicação que se concentra nos amigos mais próximos de cada utilizador, com quem falamos no quotidiano: “As pessoas com quem falo, duas, três, quatro vezes por dia. Não quero ter uma plataforma para postar um conteúdo que não vai ter resposta. Quero uma que me permita interagir com eles.”. Pelo contrário, o Snapchat, é uma plataforma mais pública, onde se podem postar histórias, com formato de vídeo e, que se destina a centenas de amigos. É utilizado para partilhar histórias ao longo do dia, durante 24 horas.

Hoje em dia, o criador e a sua equipa estão a trabalhar num conceito ainda mais revolucionário, que permite que a mensagem que é dita no vídeo seja transposta automaticamente para legendas. A partir daí, através do conceito de "palavras mágicas", a aplicação captava algumas palavras-chave dessas frases, por exemplo, uma marca, um lugar, o nome de uma pessoa famosa e propunha um serviço no vídeo.
Aqui fica um pequeno vídeo que demonstra o que  a Tribe pretende alcançar:
https://youtu.be/E6N6MZJstZ0

Mais importante do que a produtividade do serviço, o que as pessoas procuram  principalmente é diversão. Os produto mais virais, na maior parte das vezes são inúteis mas muito divertidos. Se o produto é divertido, temos tendência para criar mais empatia com ele, partilhamo-lo mais facilmente do que um muito utilitário e muito inteligente, no qual necessitamos de algum tempo para perceber como funciona. Isto só mostra mais uma vez que os Millenials precisam de algo diferente, que os envolva de alguma maneira, para conseguirem criar uma relação mais próxima com as marcas. A diversão é um fator cada vez mais importante para o sucesso e diferenciação dos novos produtos.

Fontes:
https://www.publico.pt/2017/04/23/culturaipsilon/noticia/a-tribo-de-cyril-1769699
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.tribe.app


terça-feira, 25 de abril de 2017

Centro de Reabilitação para Adolescentes Dependentes de Tecnologias

Vi esta notícia e achei interessante publicar...é acerca da GERAÇÃO NET...

Fala da criação de um centro americano com programas terapêuticos para jovens entre os 13 e os 17 anos viciados em tecnologias (uso excessivo - descontrolado).

Ficam internados entre 8 a 12 semanas, e os casos mais graves podem ser acompanhados durante mais um ano.
De acordo com especialistas da área, a dependência da internet e jogos de vídeo é um problema detetado cada vez mais cedo. É cada vez mais raro uma criança não ter smartphone ou tablet, etc... Como consequência, brincam cada vez menos na rua/espaços exteriores. Assisto periodicamente a casos em que os pais dão aos filhos um tablet, para que se entretenham sozinhos... quase negligenciando, deste modo, as relações humanas com os seus próprios filhos!
A notícia faz ainda referência à importância das famílias falarem sobre a "tecnologia", quanto tempo deve ser utilizada e a partir de quando, o quanto interfere nas relações familiares e o quanto tempo de descanso necessário tira...
O programa consiste em isolar os jovens em locais sossegados, mais afastados da civilização (montanha), e com o apoio de médicos e terapeutas ajuda-os a relacionar-se de forma mais saudável com as novas tecnologias.

Fonte: http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-04-17-EUA-ja-tem-centro-de-reabilitacao-para-adolescentes-dependentes.-de-tecnologias

segunda-feira, 24 de abril de 2017

25 de Abril ao minuto

No primeiro Festival Política, que decorreu durante os dias 21 e 22 de abril, foi promovida uma hackathon de duas horas e meia entre os/as participantes e um dos grupos, inspirando-se na data que se assinala amanhã, desenvolveu uma timeline interativa sobre a Revolução dos Cravos no site TimeMapper, ferramenta open source lançada pela Open Knowledge International.

A linha cronológica - disponível aqui - dá-nos a conhecer todos os passos dados nos dias 24 e 25 de abril de 1974, indicando-nos o que aconteceu, à hora e no dia em que ocorreu, sendo-nos possível, na maioria dos acontecimentos, ver uma imagem ou vídeo que ilustra e/ou explica o que está escrito, tal como podemos ver em baixo.


Ana Isabel Carvalho e Ricardo Lafuente, coordenadores deste projeto, explicaram que este desafio tinha como principal objetivo mostrar aos/às participantes que é possível recolher e disponibilizar informação pública em pouco tempo, o que, entre outras coisas, contribui para desenvolver capacidades pessoais.

Fiquei especialmente interessada neste trabalho, porque sou bastante curiosa quando o assunto é História, e considero que usar as TIC para destacar um acontecimento relevante da História portuguesa é bem pensado e útil, já que esta ciência não é a mais apelativa para as pessoas e que os livros estão cada vez mais "ultrapassados", pelo que informar dando primazia ao digital e à interatividade acaba por tornar as aprendizagens mais lúdicas e eficazes. Ademais, considero que usar as potencialidades da internet para desenvolver este tipo de trabalhos em eventos revela-se não só uma boa forma de motivar quem lá está, mas também de dar a conhecer o Festival a todos/as aqueles que se cruzam com estes trabalhos, dando destaque ao evento.


FONTES:
http://marketeer.pt/2017/04/24/25-de-abril-disponivel-em-timeline-interactiva/

ZARA - A nova Polémica com o Pepe, The Frog

A conhecida marca do grupo Inditex, a Zara, vê-se novamente envolvida numa polémica com o lançamento de peças de roupa que acabam intituladas como inusitadas.

Há uns anos, a Zara decidiu lançar uma camisola que continha uma estrela do lado esquerdo do peito, que foi de imediato associada as camisas que os nazis obrigavam os judeus a usar durante o Holocausto, como se pode confirmar nas imagens abaixo.

Camisa lançada pela Zara:

Camisa utilizada pelos Judeus no Holocausto:

Desta vez, a mais recente polémica, foi no dia 19 do presente mês, que ficou marcado pela nova saia.

Nova saia lançada pela Zara:

Rapidamente se tornou viral por conter um cartoon um quanto ou tanto semelhante ao Pepe, The Frog. Esta personagem ficou bastante conhecida como sendo um símbolo racista, utilizado pela extrema-direita norte-americana, como afirma o site 'Delas'. A criação desta personagem, em 2005, acabou mesmo por ser classificada pela Liga Anit-Difamação como um símbolo de puro ódio.

A meu ver, tendo esta personagem ganho novamente mediatismo com a campanha de Donald Trump, foi esta uma aposta da Zara para ter algum sucesso, ou até mesmo tornar viral, relembrando a marca junto dos consumidores. Pois, como se sabe, a Zara é uma marca que não tem grande aposta na publicidade, por ter já um posicionamento bastante vincado no mercado. É certo que com esta nova aposta, a marca voltou a ficar na ''boca do povo''.

Após esta notícia se ter tornado viral, especialmente nos Estados Unidos da América, a marca decidiu retirar do mercado a polémica saia.

Terá sido esta uma aposta inocente, ou uma estratégia de Marketing?

Fontes:
http://exame.abril.com.br/marketing/zara-pede-desculpas-por-camiseta-que-lembra-o-holocausto/
http://knowyourmeme.com/memes/pepe-the-frog
http://www.delas.pt/polemica-leva-zara-a-tirar-mini-saia-das-lojas/

domingo, 23 de abril de 2017

The DNA Jorney & My First Flight

A Momondo tem vindo a apresentar uma publicidade que na minha opinião está muito bem conseguida. Decidiram fazer um estudo de ADN com 67 pessoas de todo o mundo e os resultados são simplesmente fantásticos.

Ao entrevistarem individualmente cada uma das pessoas foram percebendo de onde eram, como é que era a sua família e com que nacionalidades é que não se identificavam. Depois ao analisarem o ADN de cada pessoa conseguiram dizer qual era a nacionalidade dos antepassados até 2000 anos atrás. Quando apresentaram os resultados foi bastante emotivo e surpreendente dada a diversidade de nacionalidades de que cada pessoa descende.


O objectivo do vídeo é alertar para os estereótipos e preconceitos que se vão criando à nossa volta e na nossa mente. Conseguiram criar uma história que realmente nos toca e nos sensibiliza para problemas tão atuais como o racismo não descartando o objectivo da publicidade de promover a marca. O anúncio faz todo o sentido e fomenta a ideologia open mind e a vontade de conhecer novos países e de viajar para qualquer parte do mundo.

Depois de ver esta publicidade tive curiosidade em procurar anúncios de outros sites de viagens/companhias aéreas e encontrei uma da EasyJet que na minha opinião também está fantástica: My First Flight.


A EasyJet decidiu juntar várias crianças para que tivessem a oportunidade de viajar pela primeira vez de avião. Começam por lhes perguntar como é que imaginam ser o voo e o porquê de quererem andar de avião e depois realizam efetivamente o seu sonho. A inocência e imaginação das crianças são factores que ajudam o consumidor a criar empatia com o anúncio e consequentemente com a marca.

Acho que ambos estes anúncios são ótimos exemplos de como captar a atenção do consumidor: impactaram e mudaram de certa forma a vida e o pensamento dos intervenientes dos anúncios sem perderem o seu foco - promover o serviço que prestam.

sábado, 22 de abril de 2017

Porto capta a Tesla

Numa altura em que há alguma expectativa em relação ao local da primeira fábrica de baterias na Europa, da Tesla (sendo o Alentejo um forte candidato), a marca lançou na passada sexta-feira (21-04-2017) a sua primeira Pop-Up Store na Península Ibérica.

A marca de luxo de carros elétricos escolheu o Porto, mais precisamente a Casa da Música, para se instalar até 2 Junho.
Com esta iniciativa a marca pretende dar aos portugueses a oportunidade de experimentar o Model S e o Model X, de segunda a sábado das 10h às 20h. Mas não para todos!
Para ter direito a um test-drive, é necessário ter no mínimo 25 anos (por isso, infelizmente fico de fora).

O conceito Pop-up Store ocorre quando surge inesperadamente um espaço temporário de uma ou várias marcas que tem como objetivo despertar a curiosidade no público, aumentando o seu desejo de compra do produto ou serviço.
Por esta razão, a Tesla pode estar a "utilizar" os portuenses para perceber o potencial que os seus produtos e serviços têm em Portugal, e quem sabe, tornarem-se permanentes por cá.

Por último, deixo aqui a página onde podem agendar o vosso test-drive - https://www.tesla.com/pt_PT/event/tesla-instala-sua-loja-pop-no-porto. Mais informo que podem levar 3 acompanhantes, por isso se forem experimentar os carros da Tesla, não se esqueçam de mim! 😋

O fim do dinheiro de plástico

No passado dia 18 de abril surgiu a notícia de que, através da aplicação MB WAY, disponível para android, iOS e Windows, os portugueses já podem levantar dinheiro numa caixa de multibanco sem precisar de usar o seu cartão bancário. Para o efeito, o consumidor terá de descarregar a aplicação MB WY:

Posteriormente, basta seguir três simples passos:
  1. Clicar em “Levantar dinheiro” na app MB WAY e selecionar o montante pretendido.
  2. Autenticar-se usando o PIN ou Touch ID. Automaticamente, após a autentificação, é gerado um código de 10 dígitos.
  3. Na caixa de multibanco, pressionar a tecla verde e introduzir o código gerado.


Após estes três passos o utilizador pode escolher se quer receber um talão e, por fim, pode retirar o seu dinheiro.

A app também permite que se envie o código para outra pessoa efetuar o levantamento do dinheiro, seja ela utilizadora ou não do MB WAY: se o destinatário do código for utilizador do MB WAY receberá uma notificação na app e, caso não seja utilizador, o código será enviado através de uma SMS.

É importante referir que o código está ativo durante um período de apenas 30 minutos, ou seja, após este período, se o levantamento não for efetuado, ele é desativado e, para se efetuar o levantamento, terá de ser solicitado um novo.

Deste modo, a MB WAY, a par do serviço de multibanco, permite que os consumidores de forma simples, cómoda, rápida e segura efetuem levantamentos, ou seja, a app vem facilitar a vida dos Portugueses, permitindo passar com grande facilidade do mundo online para o offline.

Fontes:
https://www.mbway.pt/levantamentos-sem-carta
https://www.mbway.pt/agora-possivel-levantar-dinheiro-mb-way/
https://www.mbway.pt/como-levantar-dinheiro-com-o-telemovel/
https://www.dinheirovivo.pt/poupanca-2/levantar-dinheiro-no-multibanco-sem-cartao-saiba-como-faze-lo/

terça-feira, 18 de abril de 2017

Aplicações como meio de pagamento

Olá a todos!
Como já se tem falado aqui muitas vezes mas voltando a repetir, a Internet tem tido cada vez mais importância nos dias de hoje, havendo um crescimento massivo da utilização do meio online em novos comportamentos nomeadamente no pagamento online. Com um simples click podemos aceder às nossas contas bancárias sem termos de ir a qualquer balcão, podemos também fazer as nossas compras online em qualquer site desde, comida, roupa, brinquedos, eletrodomesticos entre outras coisas e isso tornou-se possível essencialmente às facilidades do pagamento online, sendo considerados muitas vezes como meios mais rápidos, económicos e cómodos.

Para isto acontecer obviamente as marcas tiveram de se ajustar a este novo paradigma. Primeiro começaram por melhorar os seus sites e redes sociais, mas com a evolução do tempo e com a entrada de muita inovação, são mais as pessoas que usam os seus telemóveis e tablets do que propriamente os computadores, por isso, as marcas tiveram também de arranjar forma das pessoas conseguirem pagar facilmente nestes meios.

Foi neste contexto que surgiram as Branded Apps. Estas aplicações são elaboradas por empresas ou marcas já conhecidas e que têm como propósito transcender a sua existência física a uma existência pela via online. Estas aplicações podem ser usadas como meio publicitário (como fazem a Zara, a H&M ou a Mango) mas também como forma de manter uma maior interação com os consumidores promovendo alguns descontos por exemplo.

Refletindo no conjunto de empresas que opta por aplicações capazes de fornecer descontos, são várias as que decidiram (e decidem) envergar por este caminho, como é o caso, por exemplo, da McDonald’s, Burger King, Vitaminas e H3. Estas duas ultimas têm grande sucesso em Portugal, são empresas representantes da industria alimentar, que atribuem descontos aos consumidores com o uso de uma aplicação, no telemóvel. Quantas mais refeições as pessoas fizerem no seu restaurante, maior a probabilidade de ganharem uma refeição grátis. No caso do H3, ao fim de 10 refeições, oferecem uma, na próxima vez que o consumidor for ao restaurante.

Resultado de imagem para aplicação online do H3
      
O número de descarregamentos de aplicações em 2015 foi de 211 mil milhões e estima-se que continue a crescer nos próximos 3 anos, esperando-se que em 2020 apresente um resultado de 378 mil milhões (http://www.posturaglobal.com/index.phppagina=noticiasDetalhe&ID=8). Estes valores demonstram, de facto, que há uma maior preocupação a elaborar aplicações que os consumidores gostem, desfrutem, mas sobretudo que tirem vantagens disso.
Como é óbvio, as marcas com a crise que se tem instalado tanto no nosso país como por todo o mundo, têm de se adaptar e arranjar formas de atrair os consumidores criando uma relação e acima de tudo lealdade, sendo estes descontos uma ótima forma de criar esta relação e lealdade.

As Branded Apps são apenas mais uma forma que as marcas arranjaram para entrar neste mundo online e estarem sempre em contacto com os seus clientes, proporcionando-lhes assim experiências e sensações positivas.

Agora, será que as pessoas confiam sempre no pagamento online?

Babee on Board : Apps que nos fazem pensar…

Descobri esta nova aplicação que gostaria de partilhar convosco. Apesar de ainda só estar disponível em Londres, acho que não tarda a ser utilizada por outros países.

Leith, morador em Londres e chefe executivo da companhia 10x Hew Leith, criou uma aplicação destinada a mulheres grávidas que fazem viagens nos transportes públicos. Esta ideia surgiu depois de ter passado por uma situação constrangedora enquanto viajava no metro: uma senhora de 80 anos, sentada ao seu lado, tinha-se levantado para dar lugar a uma mulher grávida de bastantes meses. Perante esta situação, Leith sentiu-se bastante incomodado, sabia que não tinha cedido o lugar porque estava completamente distraído com o seu telemóvel.

A aplicação desenvolvida permite que as mulheres grávidas enviem uma mensagem a todas as pessoas a utilizar a mesma carruagem do metro que estas apanharam de modo a pedir um lugar sentado.

“É muito mais fácil ter um lugar se tiveres uma barriga grande e óbvia mas, na verdade, é na fase inicial da gravidez que o assento é mais preciso. É quando as grávidas se sentem mais enjoadas e tudo dói mas não há coragem de pedir o assento porque não tens uma barriga visível”, utilizadora do metro de Londres, Sally Davies.

A ‘Babee on Board’ tem duas versões: a ‘Request Seat’ e a ‘Offer Seat’. A primeira é utilizada pela grávida para pedir um lugar; a segunda envia uma notificação para quem tenha a versão “Offer Seat” instalada, ou seja, para quem está disposto a ceder o lugar.

Para mim, custa-me um bocadinho pensar nesta evolução das coisas, na necessidade destas novas apps. Não olhamos à nossa volta no nosso dia-a-dia, não apreciamos a paisagem numa viagem de comboio, não estamos atentos a nada a não ser aos nossos telemóveis e afins… Andamos sempre nas corridas e preocupados com as nossas coisas.
Que acham desta aplicação? Acham que terá bastante adesão?

Fonte: 
http://babeeonboard.com/

segunda-feira, 17 de abril de 2017

O Mundo é a Tua Casa

À primeira vista, este vídeo lançado hoje pela MEO pode ser apenas um anúncio acerca da oferta de aplicações que a Smart NET do MEO proporciona. No entanto, com um olhar crítico podemos refletir como o mundo mudou em poucos anos. Cristiano Ronaldo iniciou a sua carreira nas escolinhas do Sporting com 11 anos, em 1996. Nessa altura, para falar com os familiares, usava o telefone público do local. Atualmente, o uso do telemóvel massificou-se, mesmo em idades jovens. Atualmente, 85% das crianças entre os 10 e os 15 anos utilizam telemóvel, sendo que 60% da população portuguesa que utiliza um telemóvel possui um smartphone.
Se Cristiano Ronaldo tivesse ido para as escolinhas do Sporting em 2017, certamente tudo o que vemos no anúncio da MEO poderia ser realidade.

Cada vez mais os utilizadores procuram acesso rápido, facilitado e gratuito a uma quantidade cada vez maior de aplicações móveis, quase preferindo esse acesso em deterimento de SMS’s ou minutos de chamada gratuitos e a guerra entre as várias operadoras para proporcionar esta facilidade de acesso é constante.


Fontes:
http://www.alea.pt/html/actual/pdf/actualidades_52.pdf
http://www.marktest.com/wap/a/n/id~1f2a.aspx

sábado, 15 de abril de 2017

Volkswagen - O anúncio mais divertido dos últimos tempos

Olá a todos,
Para ser sincera não tenho grande conhecimento no que toca ao setor automóvel, (eu nem sequer gosto de conduzir!) por isso, não esperava, de todo, fazer um post sobre um automóvel.
Acontece que a única coisa que me chama a atenção neste setor são os anúncios publicitários que são feitos e não é à toa que o setor automóvel continua a ser um dos mais fortes e eficazes em matérias de marketing e publicidade.
É precisamente por isso que quero partilhar com vocês o novo anúncio da Volkswagen.

A Volkswagen introduziu recentemente, aquando da renovação da sétima geração do Golf, uma nova tecnologia de comandos por gestos para o modelo mais vendido do mercado europeu.
Como forma de publicitar esta renovação, a Volkswagen resolveu dar origem a um anúncio divertido, em que as pessoas se identificassem, se rissem e que acima de tudo não ficassem indiferentes. Para isso tinham de ter um protagonista e claro, quem resiste a um bebé?

Este anúncio conta a história de uma criança que ainda não fala e descobre que pode utilizar os controlos por gestos para exprimir os seus sentimentos e pensamentos. Este já é considerado um dos anúncios mais divertidos dos últimos tempos. Aconselho-vos a ver!


Mais uma vez as marcas estão cada vez mais a apostar em anúncios fortes, dinâmicos, que captam a atenção das pessoas e que as levam a vê-los na íntegra.

E vocês, o que acham?

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Burger King - Intencional ou um tiro no pé?



Nos últimas dias, a Burger King, uma das maiores cadeias de restaurantes especializada em fast-food, lançou um vídeo promocional de 15 segundos sobre um dos seus hambúrgueres. Ao contrário do que seria esperado, a empresa não elogia o hambúrguer nem os seus ingredientes, diz apenas que o tempo não é o suficiente e como tal deixa a seguinte questão: "Ok, Google. What is the Whopper Burger?", propondo desta forma aos utilizadores que utilizem o assistente digital da Google para saberem um pouco mais.

A questão à volta deste anúncio é muito simples: Através da tecnologia Google Home, qualquer pessoa pode ativar a funcionalidade de colocar questões, o que permite aos utilizadores questionar sobre as mais diversas coisas, sendo que a resposta é automaticamente gerada através do motor de busca wikipedia, e como é do conhecimento geral, qualquer pessoa pode alterar o conteúdo neste website.Ao que parece, a primeira linha da wikipedia, curiosamente a que é lida pelo Google Home, foi alterada nos últimos dias por uma frase a promover a qualidade dos ingredientes presentes no hambúrguer, "The Whopper is a burguer, consisting of a flame-grilled patty made with 100 presente beef with no preservatives or fillers, topped with sliced tomatoes, onions, lettuce, pickles, ketchup, and mayonnaise, served on a sesame-seed bun", e ao que tudo indica, esta alteração terá sido feita pelo diretor de marketing da Burguer King.

Esta opção da wikipedia é válida para qualquer utilizador, e por esse motivo o resultado deste anúncio rapidamente tomou outras proporções, instalando-se uma guerra de edições com várias pessoas a editar a página e a incluir comentários pejorativos sobre o hambúrguer, tais como, "pode conter cianeto", "contém pedaços de unhas", "pode causar cancro", "o pior produto da Burger King", etc.

Porém, houve empresas que não ficaram agradadas com as repercussões que este anúncio tomou. A Google, não gostou da utilização para fins publicitários que estava a ser dada ao seu assistente digital, tendo imediatamente cancelado a ativação do Google Home para este anúncio. No caso da wikipedia, as medidas tomadas passaram por bloquear novas entradas à página do Whopper, permitindo mudanças apenas a administradores autorizados.

Quem não deve ter ficado muito afectada com as dimensões que este assunto tomou foi a Burger King. Certamente que este "problema" foi antecipado pela empresa, no entanto, hoje em dia um dos principais objetivos das marcas com estas ações de marketing é ser notícia, e o certo é que este incidente está a ser falado um pouco por todo o mundo sendo publicidade constante para a empresa.
Na minha opinião, foi uma oportunidade extremamente bem aproveitada pela empresa em questão, fazendo uso das tecnologias emergentes e certamente que nos próximos tempos veremos casos semelhantes a acontecer em empresas das mais diversas áreas, uma vez que atualmente toda a publicidade é vista como boa publicidade. O que é que vocês acham? Foi uma ação intencional e bem conseguida ou a Burguer King não teve noção das repercussões que poderia ter e acabou por dar um tiro no pé?

United Airlines – o poder de social media

O recente escândalo em torno da United Airlines mostra como uma situação, já de si grave, pode ser piorada por uma resposta inadequada, lenta ou até plenamente inapropriada por parte da empresa visada.

Num voo da United Airlines, que tinha como local de partida o aeroporto O’Hare International em Chicago e como destino Louisville, no estado do Kentucky, a companhia viu-se na necessidade pedir a passageiros que já se encontravam a bordo que cedessem o lugar a quatro empregados da empresa que precisavam de chegar a Louisville naquele dia.

É importante dizer que “overbooking”, a venda de mais bilhetes do que lugares disponíveis no avião, é uma prática que pode acontecer, embora raramente, nos Estados Unidos. Durante o ano de 2015, 46 mil clientes foram involuntariamente removidos do seu voo segundo o Departamento de Transportes – retirados do voo se não cederem voluntariamente o seu lugar. As companhias recorrem frequentemente a overbooking, uma vez que partem do princípio que alguns dos passageiros que compraram bilhetes não irão comparecer (aproveito para dizer que esta premissa é, na minha opinião, mais que ridícula. Mesmo que algumas pessoas possam faltar, ocasionalmente, não me creio que seja um número significativamente elevado, quando compramos um bilhete de avião, não o desperdiçamos, até porque normalmente costuma estar associado a outras despesas de viagem).
Em 2016, a United Airlines recusou entrada ou removeu lugar involuntariamente a 3.765 de entre os seus mais de 86 milhões de passageiros. 62.895 passageiros na United aceitaram perder os seus lugares voluntariamente.

Como forma de persuadir passageiros a ceder lugares, a companhia começou por oferecer vouchers de 400 dólares, seguidos de vouchers de 800 dólares. Mais tarde, foi também referido que o valor chegou a oferecer 1.000 dólares.

Pode parecer um valor elevado (mediante o valor do bilhete), mas a verdade é que a legislação americana permite que as companhias aéreas oferecem, nestes casos, até 1.300 dólares (o que não aconteceu).

Perante a falta de voluntários, os funcionários declararam que o avião não partiria sem que saíssem 4 pessoas. Para tal, decidiram selecionar 4 pessoas aleatoriamente. 3 dessas pessoas aceitaram.
A quarta pessoa, o doutor David Dao, recusou-se a abandonar o avião, afirmando ter pacientes a receber no dia seguinte.

Perante a recusa do passageiro em abandonar o avião, os empregados da United afirmaram que iriam chamar a segurança – o que se concretizou. Em vídeos gravados por testemunhas, é possível ver David Dao ao telefone, tentando contactar, alegadamente, o advogado, assim como a interagir com a segurança a dizer, calmamente, que se recusava a sair e, perante a insistência, que só o arrancando/arrastando do lugar.

A situação piorou e deu azo à agressão agora já conhecida por todos.
Toda a situação em si é e foi desagradável.

Um dos seguranças envolvido encontra-se agora de baixa e sob investigação. No entanto, tal não significa que é culpado aos olhos do departamento de polícia.

No entanto, a United Airlines conseguiu piorar a situação, assim como a polícia de Chicago.
Embora a Polícia tenha colocado um dos agentes sob investigação e de baixa, emitiu um comunicado a dizer que o indivíduo “caiu e bateu com a cabeça num apoio de braço”. Bem, se uma pessoa for arrancada do lugar e atirada contra um banco, efetivamente terá caído, só que não por livre iniciativa ou acidente, tal como é possível ver nos vídeos.

Depois temos a muito mal pensada declaração feita pelo CEO da United Airlines, Oscar Munoz, que o evento era perturbador e que lamentava ter tido que “reacomodar os clientes”. Além disso, uma carta que ele enviou aos funcionários, e que foi divulgada aos media, ele recua ligeiramente no “pedido de desculpas”, afirmando estar ao lado dos funcionários e que o passageiro “desafiou os agentes de segurança de Chicago”, elevou a voz e que se tornou mais e mais disruptivo e agressivo, recusando sair do avião.

Toda esta falta de tacto por parte do CEO torna-se mais cómico se acrescentarmos o facto de, semanas antes, o CEO Oscar Munoz ter recebido um prémio de PR por ser o “Melhor Comunicador do Ano”. Não deviam existir mais candidatos….

Tudo isto levou a uma revolta incomensurável nas redes sociais e no público. Apelos de boicote à companhia aérea no Twitter alcançaram o top de trending, com pessoas a inundar as páginas de redes sociais da United Airlines com comentários revoltados, também ganhando peso o número de pessoas a cancelar viagens e a deitar fora cartões de viagem, colocando fotos nas redes sociais.

Outro fator inesperado foi o impacto que este escândalo, e a má reação da empresa, teve foi na China, onde, no Weibo, versão chinesa do Twitter, utilizadores chineses se revoltaram contra a marca, dado o tratamento a um cidadão de origem chinesa, demonstrando comportamento semelhante de cancelamento de viagens e cortar de cartões, o que se revelará negativo para a United, uma vez que a China é um dos seus key markets.

Seguidamente, a reação do público teve um impacto financeiro na empresa. Num só dia, a empresa chegou a desvalorizar 4% (cerca de mil milhões de dólares), tendo conseguido minimizar as perdas e perdendo “apenas” 250 milhões.

Mais tarde, o CEO da United Airlines, em entrevista à ABC, mudou completamente de tom, pedindo publicamente desculpa ao Dr. David Dao, aos passageiros presentes, aos clientes e aos funcionários, admitindo partilhar os sentimentos de revolta demonstrados com o público e que nenhum cliente deve ser assim tratado, prometendo que nunca mais irá um segurança entrar no avião para remover forçosamente um passageiro pagante.

É agora também sabido que a empresa irá compensar todos os passageiros presentes no voo em questão.

No entanto, continuam a existir pessoas a exigir a demissão do CEO, embora Oscar Munoz se recuse.
Dias depois, esta quinta-feira, dia 13 de abril, o advogado do Dr. David Dao e a sua filha vieram a público anunciar as mazelas físicas sofridas pelo passageiro e que este irá processar a companhia, mas também, possivelmente, a própria cidade de Chicago.

A United Airlines já tinha andado nas bocas do mundo em Março quando recusou entrada a duas raparigas que usavam leggings, por considerar que violavam os padrões de vestuário permitidos pela companhia. E, para piorar, dias depois da agressão no voo, um homem foi picado por escorpião a bordo de outro voo da United Airlines.

Toda a situação, partindo de procedimentos provavelmente estabelecidos nas regras da empresa, passando pela própria resposta da empresa à crescente indignação e revolta, mostram a importância que o cliente deve ter para o negócio e como os clientes e comunidades, graças a redes sociais, conseguem agora, na minha opinião, que certas empresas relativamente impunes de atitudes e procedimentos inadequados e inapropriados. É mais que provável que a United Airlines sobreviva a este escândalo, mas não o fará sem mazelas, em termos de valor da empresa e de valor da marca.

Fontes:

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Facebook x Snapchat: Quem irá vencer?

Todos nós já nos apercebemos que o Facebook e o Snapchat estão em guerra. Quem achas que vai ganhar?
O Facebook é uma rede social lançada em 2004, fundada por Mark Zuckerberg. Enquanto que o Snapchat é bastante mais recente, foi lançado em 2011 e só deu o boom mundial em 2013. A ideia começou quando Reggie Brown disse que gostaria que as fotos que enviava para uma menina desaparecessem depois de ela ver.

Mark Zuckerberg é considerado um dos homens mais poderosos do mundo. Desde 2010, a revista Time nomeou Zuckerberg entre as 100 pessoas mais ricas e influentes do mundo. Atualmente, o Facebook é a maior rede social do mundo. E normalmente tenta comprar a sua concorrência, para não perder a preponderância mundial. Em 2012 o Facebook comprou o Instagram que na época era a aplicação de fotografias mais importante. Já em 2013 o Facebook tentou comprar o Snapchat por Us$ 3 bilhões, mas a proposta foi recusada. Em 2014 o Facebook comprou o WhatsApp, que já tinha mais de 600 milhões de usuários. Assim, percebemos que o Zuckerberg não está habituado a ouvir “nãos” e aniquila a concorrência.


Em 2016 o Facebook lançou as Stories do Instagram com funções semelhantes à do Snapchat. Causando, em 2017, uma queda de 15% a 40% nas publicações do Snapchat. Este ano o Facebook já lançou a função de Stories no Messenger e no próprio Facebook. A direção do Facebook nem tenta disfarçar o que está fazer: “a forma como as pessoas criam conteúdo está a mudar de texto para fotos e vídeos. Isso, por sua vez, está a mudar a forma como elas estão a compartilhar umas com as outras e a interagirem online. Isso é algo em que o Snapchat realmente foi pioneiro”, declarou Connor Hayes, gerente de produto do Stories do Facebook.

O Snapchat para tentar dar um pouco de luta ao Facebook lançou uma nova funcionalidade – pesquisa de Stories – e alterou ligeiramente as regras: a partir de agora há snaps que podem ficar disponíveis durante semanas ou meses. Através da pesquisa de Stories, podes encontrar snaps gravados numa determinada localização ou evento. Por exemplo, se fizeres uma busca por um concerto, conseguirás espreitar fotos ou vídeos que outros fizeram lá. Se pesquisares por “gatinhos”, vais encontrar snaps que as pessoas partilharam dos seus gatos.

Isto não significa que todos os teus snaps ficarão automaticamente disponíveis para todos os utilizadores do Snapchat. Só poderão ser encontrados através da pesquisa os conteúdos que partilhaste na Our Story – a história colaborativa do Snapchat para a qual qualquer pessoa pode contribuir. A nova funcionalidade de pesquisa de Stories vai estar acessível primeiro nos EUA e chegará posteriormente aos restantes países.
Na minha opinião, esta guerra já está perdida para o Snapchat, a estratégia de Zuckerberg é saturar o recurso Stories e afundar o Snapchat. Mas, admiro o Snapchat que conseguiu fazer frente ao Facebook e não desiste. Qual é a vossa opinião? Quem irá ganhar a guerra?

ASOS


Abordámos nas aulas que a revolução iniciada pelo e-commerce está a influenciar todo o comércio: “o e-commerce apresenta margens de rentabilidade superiores; os consumidores que usam vários canais para comprar gastam 82% mais em cada transacção do que aqueles que apenas recorrem a canais tradicionais (Delloitte) e o scan de códigos QR subiu 1600% mundialmente (Scanlife).”

No seguimento deste assunto, hoje queria falar um pouco sobre um caso de sucesso de pure play retailer: a ASOS. A ASOS escolheu utilizar a internet como canal exclusivo de distribuição já que a tendência é o crescimento rápido das vendas online em detrimento de qualquer outro canal.

A ASOS é uma loja online britânica em forte crescimento. Apresenta mais de 850 marcas, incluindo a marca própria, com mais de 85000 produtos e com cerca de 8 milhões de clientes. Possuem diversas apps constantemente pontuadas com 5 estrelas e em média cada cliente passa 72 minutos na aplicação por mês. O site da marca consegue mensalmente mais de 5 milhões de visitas de clientes.

É dirigida sobretudo a população entre os 16 e os 34 anos, público jovem que representa uma percentagem relevante dos compradores online


A ASOS tenta ao máximo ter uma aproximação pessoal com o seu cliente, tornando-o especial e único. Os clientes recebem descontos específicos ao seu perfil, de acordo com as informações de compras anteriores; a ASOS tem também uma equipa de atendimento constituída por 30 elementos que responde a e-mails com dúvidas sobre produtos, estado das encomendas, entre outros. Desta forma os clientes sentem este “carinho” por parte da marca e partilham com os amigos. Este passa-a-palavra contribui imenso para o sucesso da marca e consequentemente para o aumento das visitas da página e das apps.



A ASOS tem vindo a crescer ano após ano e isso deve-se à sua constante melhoria em certas questões. A opcção “Scan & Shop” permite fazer o scan de um item numa revista com smartphone e ser direccionado para a loja online, o Fashion Finder é outro exemplo.
Para concluir a minha pequena apresentação da ASOS gostaria de saber quem já a conhecia: já fizeream compras na plataforma? Gostaram do processo? Quais os motivos que vos leva a não optar por compras online?

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Pepsi Commercial - a criação de uma polémica!

A nova (e já terminada) campanha publicitária da Pepsi surgiu como uma forma de capitalizar o atual momento de tensão política e social nos EUA e assim lançar um anúncio baseado nas manifestações que assistimos constantemente e que têm levados inúmeros jovens norte-americanos às ruas.

A campanha publicitária tornou-se de facto viral em menos de 24 horas, o buzz gerado foi instantâneo! Mas não pelas melhores razões!
Como poderão ver no vídeo, o encadeamento lógico do anúncio inicia quando uma modelo interrompe uma sessão fotográfica para se juntar a uma manifestação de jovens. Apesar do conceito/motivo da manifestação não ser indicado nem sequer percetível, o anúncio gira completamente em torno da modelo.
No momento chave do anúncio, diga-se a proposta de valor do anúncio, a modelo dirige-se a um policia (do batalhão de policias que está a controlar a manifestação) e entrega uma lata de Pepsi, originando automaticamente uma reação entusiástica de todos os manifestantes. O policia sorri e bebe o refrigerante. Conclui-se, portanto, que o conflito/a manifestação pode ser resolvida simplesmente com uma lata de Pepsi.

A comunidade de cibernautas reagiu de imediato a este a anúncio, expondo desagrado e insatisfação. Para além de acusarem a marca de tirar proveito da atual situação político-social norte americana para aumentar as suas vendas, os cibernautas centram as criticas em 4 acusações basilares: o protesto, a falta de coerência da marca, a apropriação de imagens associadas a movimentos sociais marcantes e o facto de Kendall Jenner (modelo do anúncio) representar a face americana mais privilegiada (sendo também branca e de classe alta).
Tendo como objetivo a criação de uma ligação emocional entre o produto e o consumidor, a Pepsi acabou por provocar exatamente o efeito oposto. No Instagram por exemplo há já quem peça um boicote à marca, com o hashtag #BoycottPepsi .

Assim sendo, o poder dos cibernautas foi de tal modo intenso que a Pepsi foi “obrigada” a retirar o anúncio e a pedir desculpa, menos de 24 horas depois de o ter lançado. A empresa alegou que "estava a tentar enviar uma mensagem global de unidade, paz e compreensão" mas reconheceu: " Claramente falhamos o objetivo e pedimos desculpa. Não tínhamos intenção de tornar um assunto sério em algo leve. Removemos o anúncio”

Curiosamente, a filha de Martin Luther King destacou no Twitter: "Se o meu pai tivesse sabido do poder da Pepsi".

Alguns exemplos das adaptações realizadas por cibernautas nas redes sociais a este anúncio:




Sources
http://www.telegraph.co.uk/women/life/pepsi-ad-everything-wrong-kendall-jenner-video/
https://www.nytimes.com/2017/04/05/business/kendall-jenner-pepsi-ad.html?_r=0
https://www.publico.pt/2017/04/05/mundo/noticia/pepsi-quis-refrescar-um-protesto-com-kendall-jenner-e-agora-esta-debaixo-de-fogo-1767766