Com a elevada digitalização do mundo, há dois conceitos que são confundidos – e-business e
e-commerce. Ambos estão a crescer exponencialmente, sendo que o foco deste post
incide no e-commerce. No entanto, irei explicar qual a diferença entre os dois conceitos.
O e-business utiliza as
tecnologias de informação e comunicação para apoiar diversas atividades de
negócio, como por exemplo efetuar compras de materiais via eletrónica, gerir a
cadeia de abastecimento com apoio tecnológico, processar pedidos
eletronicamente, apoio ao cliente ou cooperação com parceiros de negócios,
troca de dados entre empresas e dentro da própria empresa. Por sua vez, o
e-commerce relaciona-se com o processo de compra de bens, serviços ou
informação pela internet e através de dispositivos eletrónicos. Assim sendo, podemos considerar que o
e-business é um todo (engloba toda a dinâmica eletrónica e informática do
negócio), enquanto o e-commerce é parte do todo, mais precisamente a compra de algo.
No entanto, o e-commerce pode ser concretizado de duas formas: site próprio ou através de marketplaces. Colocando numa perspetiva física, seria o mesmo do que abrir uma loja que vendesse somente os próprios produtos ou vende-se os seus produtos em retalhistas cuja venda engloba várias marcas (por exemplo Worten, Fnac, Pluricosmética, SuzyPetros Continente, Pingo Doce,...). Contudo, ambas têm as suas vantagens e desvantagens.
Vantagem do próprio site:
- Maior controlo do processo de venda e pós-venda
- Flexibilidade nas margens de negócio
Desvantagem do próprio site:
- Maior investimento de tempo e dinheiro
Vantagem do Marketplace:
- Menor investimento
- Maior visibilidade e diversidade de clientes
- Estrutura online já está definida (construção do
site, pagamentos, entregas, devoluções, etc)
- Menor risco
- Impacto nas vendas
Desvantagem do Marketplace:
- Maior dependência da plataforma de terceiros
- Maior concorrência no mesmo espaço
- Associar o produto ao Marketplace e não ao
próprio vendedor.
Devido ao fenómeno causado pelo confinamento, as empresas e os consumidores viram-se obrigados a a adaptar-se à nova realidade. Apesar de ser esperado o aumento do e-commerce numa época pré-pandemia, esta veio impulsionar o seu avanço. Contudo, Portugal é um dos poucos países da UE que contém os valores mais baixos relacionados com o e-commerce.
Esta pequena introdução serviu para poder explicar a novidade da Super Bock Group, que comercializa cerveja, cidra e águas gaseificadas. Durante anos o foco incidia na venda a retalhistas na área hoteleira, restauração e comércio (grandes e pequenas superfícies), através de comerciais da empresa. No entanto, os produtos podiam ser adquiridos, também, tanto em espaços físicos, como online através de sites como Continente, Pingo Doce, Auchan, entre outros. Porém, o grupo Super Bock não tinha qualquer controlo de como o produto chegava ao consumidor final e qual o seu feedback.
Recentemente, a Super Bock Group criou o seu próprio site de e-commerce (Super Bock Store) que disponibiliza a venda dos produtos referidos anteriormente e de merchandising (copos e t-shirt), com portes grátis, ao domicílio (em 17 regiões), numa compra superior a 40€ . No próprio site, há a possibilidade de comprar diversos tipos de cerveja num só pack (exemplo "Pack Experiência 9 cervejas" que são todas diferentes), com a intenção de fazer o cliente experimentar diversos produtos.
A meu ver, foi uma jogada brilhante, uma vez que a própria empresa acaba por ter uma relação mais direta com o consumidor final, sendo que a pandemia acabou por fomentar este relacionamento. Contudo, o facto de vivermos numa nova realidade, em que a liberdade é restrita e o medo de transmissão do vírus ainda reside nas pessoas, estas tentam ficar o mais resguardadas através de convívios menores, com experiências diferentes.
A Super Bock Store proporciona uma experiência diferente: acederem aos produtos que mais gostam e usufrui-los na comodidade de sua casa. Para as pessoas que gostam de conviver no seio do seu lar, podem agora fazê-lo ao comprar os produtos diretamente à empresa distribuidora de bebidas e, para além disso, apresentar aos seus convidados o produto com toda a elegância que merece, digno de um estabelecimento hoteleiro/restauração, através dos copos que podem adquirir no site, tornado toda esta experiência única e pensada no consumidor.
No entanto, a experiência não passa só em comprar cerveja para o convívio, mas também para o próprio consumidor final experimentar diversas qualidades de produto, uma vez que existem alguns packs com um mix de cervejas.
O baixo número de regiões com entrega ao domicílio, deve-se (possivelmente) a um período experimental de mercado, de forma a compreenderem a adesão do consumidor final, assim como de retalhistas. Se a resposta for positiva, na minha opinião, o número de regiões poderá aumentar gradualmente.
Posto isto, gostaria de saber qual a vossa opinião acerca do site de e-commerce da Super Bock Group! Acham que a venda de bebidas, copos e merchandising vale a pena? Será que a Super Bock Group está a incentivar a um convívio caseiro, seguro e consciente ao invés de um convívio num espaço público, para tentar minimizar o impacto da pandemia?
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