terça-feira, 15 de março de 2011

Crowdsourcing: à caça de ideias

A Vera acaba de colocar um desafio criativo à comunidade do Blogue de Webmarketing.

Também a Pepsi Max e a Doritos lançaram um concurso que tinha como objectivo fazer um filme publicitário de 30 segundos a ser exibido no intervalo do SuperBowl 2011, o grande evento do futebol americano, visto "só" por 11 milhões de telespectadores. O norte americano J.R.Burningham, designer em part time e editor freelancer, gastos 500 dólares no aluguer do equipamento, fez o anúncio e ganhou 1 milhão de dólares!...Não é a primeira vez que a Doritos recorre ao crowdsourcing, nem que as agências de publicidade ficam nervosas. A Unilever, por exemplo, deixou mesmo a agência Lowe, abarçando o crowdsourcing para promover a marca Peperami. Uma rede virtual de milhares de criativos parece estar a ameaçar o negócio da publicidade, e o crowdsourcing já mexe com o mundo dos anúncios.

O termo crowdsourcing foi usado pela primeira vez em 2006 por Jeff Howe na revista Wired. Resulta de uma conjugação das palavras crowd (multidão) e outsourcing (subcontratação) e designa o acto de atribuir tarefas a um grupo de pessoas, tais como clientes ou fãs, via internet. Na era do marketing participativo, as marcas convidam os consumidores a ajudar na construção de produtos e campanhas, dirigindo-se, mais do que ao consumidor individual, às tribos (comunidades que partilham interesses). "We" em vez de "me": a tendência é para valorizar mais o colectivo do que o indivíduo isolado. Neste modelo colectivo, as detentoras do poder parecem ser as comunidades. Ao propagarem críticas e ideias nos blogues e nas redes sociais, "forçam" a indústria a produzir aquilo que elas querem comprar e quebram o paradigma de que a indústria é que detém o todo o poder - Marx deveria gostar deste novo colectivismo e democratização dos meios de produção...
Por cá, o crowdsourcing criativo tomou forma em meados do ano passado através do Idea Hunting, que conta já com 1550 criativos inscritos à espera de briefings propostos pelas marcas interessadas. Este novo modelo de negócio torna o mercado da publicidade mais acessível a pequenas e médias empresas, que passam a ter acesso à comunidade de criativos. Para estes, é um espaço de oportunidade e ganhos potenciais, verdadeiros sellsumers. A Swatch propôs a criação de um relógio e respectiva embalagem e a Volkswagen pediu ideias inovadoras para serviços automóveis.
Para o presidente do Idea Hunting, as agências terão de vir a incluir o crowdsourcing no seu portfolio. "Antes as marcas falavam e os consumidores ouviam. Hoje já não é assim. Os consumidores têm capacidade para destruir a imagem de uma marca. Isto já não é um monólogo; é um diálogo".

PS: já agora Vera, qual é o prémio?...:-)

2 comentários:

  1. O prémio é tornar-se o "Padrinho" ou "Madrinha" do grupo,pelo facto de lhe ter dado o nome e, deste modo, fazer parte da sua história!

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  2. A geração net, também apelidada de geração C, criou um novo mercado, C2C (consumer-to-consumer) ou P2P (peer-to-peer), onde o acesso gratuito se deve ao facto de milhões de pessoas estarem dispostas a produzir sem incentivo financeiro, sendo compensadas com notoriedade ou reputação.

    A quem quiser explorar o conceito de Crowdsourcing, o livro "Crowdsourcing - Como o Poder da Multidão Impulsiona o Futuro dos Negócios" de Jeff Howe foi publicado pela Actual Editora em versão traduzida. Demonstrar o potencial das multidões, através das quais se criam redes humanas capazes de concretizar tarefas que de outra forma seria impossível realizar é o principal objectivo da obra. Boas leituras!

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