domingo, 28 de fevereiro de 2021

Roupa e calçado com a marca Lidl chegam a Portugal

Os supermercados Lidl em Portugal surpreenderam e, a partir do dia 30 de novembro, começaram a vender uma nova e única linha de roupa e calçado da marca. Essa linha já tinha sido lançada em julho noutros países como: Alemanha, Finlândia, Holanda e Bélgica, tendo sido um sucesso em todos eles. 

A coleção Lidl Fan é composta por t-shirts, chinelos, meias e ténis, todos eles a preços acessíveis. Em três dias, o Lidl vendeu mais de metade da coleção, que rapidamente esgotou. Dezenas de memes e centenas de publicações inundaram a Internet e estes itens passaram a ser muito procurados. As publicações do Lidl nas suas redes sociais sobre esta nova linha tiveram um engagement acima da média, em comparação com outras publicações. Atualmente, estes artigos estão à venda em plataformas como o OLX por valores absurdos.

O que muita gente não sabe é que tudo isto começou com uma brincadeira, que a marca usou para manter a dinâmica das suas redes. Assim, consideraram que o Dia das Mentiras seria o pretexto ideal para pregar uma partida aos clientes. O departamento de marketing inspirou-se na Logomania, que levou marcas de luxo a usarem em demasia os seus logótipos nas coleções, e decidiu criar um par de sapatilhas com as suas cores: branco, amarelo, vermelho e azul. 

Obviamente que se gerou uma onde de comentários e reações positivas nas redes, como o departamento de marketing imaginou: a cadeia tornou-se também num símbolo de moda.

Deixo aqui dois exemplos de artigos desta coleção:



Fonte 1
Fonte 2

Anchorage: o banco de criptomoedas liderado por um português

Anchorage é uma fintech que tem estado na ribalta. É o primeiro banco de criptomoedas aprovado a nível federal nos EUA e foi fundado, em 2017, por um português.

Com a plataforma, qualquer banco pode criar produtos com mais de 100 criptomoedas, dizendo o fundador que "se for um banco e quiser comprar uma bitcoin diretamente numa aplicação bancária, vai à Anchorage e damos capacidade para fazer custódia das chaves privadas e partes técnicas. Também passa a ser possível a compra e venda destes ativos pelo banco".

Atualmente, conta com 4 escritórios, um deles no Porto, e no futuro tem como objetivo expandir a sua atividade para Lisboa.

Em 2020, a Bitcoin cresceu mais de 300% e, nos primeiros meses de 2021, ultrapassou a valorização de 50 mil dólares. Moedas rivais como a Ethereum, que cresceu mais de 600% em 2020, ou mesmo a “moeda-meme”, a Dogecoin, que chegou a registar um crescimento de perto de 1000% só no início deste ano, também contribuíram para o fenómeno.

Ainda recentemente, a Tesla e a Square anunciaram que tinham feito investimentos significativos em criptomoedas como forma de valorizar a sua tesouraria, num contexto de perigo de inflação, com muitos países a imprimirem mais dinheiro para combater os “estragos” da pandemia. Com cada vez mais empresas, financeiras e não-financeiras, a incluir criptomoedas nos seus portfólios, o futuro da Anchorage parece risonho.

Deixo-vos um vídeo da entrevista ao fundador:


Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Obras de arte que valem bilhetes

O Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, tomou a excelente iniciativa de promover aulas de desenho ao vivo no Youtube. Todos os sábados de manhã, Nelson Ferreira, artista e professor de arte em Londres, convida toda a gente a dar azo à imaginação. O melhor de tudo, é que durante dois meses após o confinamento, os desenhos serão um bilhete de entrada no museu!

As primeiras sessões d’O Fungagá das Artes já se realizaram, mas quem estiver interessado, ainda pode assistir às aulas das próximas semanas. Basta pegar num papel, esferográfica, lápis de cor ou marcadores e ser criativo!

Devo dizer que, adorei a ideia do Museu Nacional de Arte Contemporânea! Uma ótima estratégia para atrair mais visitas, e um incentivo à criatividade e imaginação das pessoas. É essencial mantermo-nos ativos e otimistas durante o confinamento, e desenhar atrai pensamentos positivos, que nos ajudam a manter a calma. Devemos continuar a desafiar-nos, e aproveitar esta altura para experimentar coisas novas! Na próxima semana, vou assistir à sessão, e soltar a artista que há dentro de mim!

E vocês? Que acham desta ideia?

Por último, deixo aqui o vídeo da aula de hoje para que se possam inspirar.



Fonte 1

Fonte 2

Lançamento de embalagens e-commerce para o envio de garrafas de vidro

A Smurfit Kappa é uma empresa irlandesa, líder na Europa no fabrico de embalagens de cartão canelado e “Bag-in-Box” e o único operador em grande escala pan-regional na América Latina de embalagens de papel e cartão canelado.

A 24 de fevereiro de 2021, a empresa lançou uma nova e inovadora gama de embalagens para o comércio online de garrafas – a eBottle -  que se destina ao mercado online de bebidas e líquidos. Esta é uma gama que inclui diversas soluções sustentáveis para produtos que exijam uma ou mais embalagens, e foi concebida e desenvolvida sobretudo para a categoria de vinhos e bebidas alcoólicas, mas pode ser usada para qualquer mercado que utilize vidro e garrafas, como, por exemplo, sumos, azeite e água.

O auge do comércio eletrónico decorrente da pandemia da COVID-19 é uma realidade em todos os setores, incluindo o das bebidas, cuja venda online aumentou 34% na Europa (de bebidas alcoólicas). Este aumento deu um impulso à procura de embalagens sustentáveis, fáceis de usar e resistentes, que protejam este tipo de produto durante o seu envio.
Segundo vários estudos, 45% dos consumidores já rejeitou uma marca devido a embalagens não sustentáveis e, por isso, a Smurfit Kappa quer garantir que cumpre todos os requisitos, com as suas embalagens renováveis, recicláveis e biodegradáveis e, ainda, com o facto destas não se danificarem quando estão em trânsito, o que garante que os produtos cheguem sempre ao destino em perfeitas condições (previamente sujeitas a rigorosos procedimentos de ensaio).

A Smurfit Kappa lançou, então, uma ampla gama de formatos e designs, o que lhe suscitou um reconhecimento ainda maior, permitiu melhorar o compromisso da marca, proporcionar aos clientes uma experiência de unboxing superior e ajudou as empresas do setor a solucionar os principais desafios para o canal online de bebidas. Entre os desafios estão, por exemplo, evitar que o produto se danifique, apostar na sustentabilidade, acelerar o crescimento utilizando os processos de embalagens adequados e melhorar a experiência do consumidor, sendo este último um dos mais importantes, uma vez que estamos perante um mercado cada vez mais sofisticado e exigente.


Empresas online como a InterDrinks, que vende mais de 2500 tipos diferentes de cervejas e produtos derivados da cerveja, já estão a tirar partido deste lançamento. A Smurfit Kappa disponibilizou-lhe uma solução de embalagem flexível e única que se adapta a todos os seus produtos de diversos tamanhos e inclui um sistema de automatização que monta as embalagens de acordo com o que for necessário. Graças à implementação desta solução de embalagem e à sua automatização, a InterDrinks conseguiu aumentar a sua capacidade de embalamento e enchimento em 66%, o que lhe permite satisfazer mais encomendas com maior rapidez.

Eu considero que este lançamento por parte da Smurfit Kappa foi muito inteligente tendo em conta a fase que estamos a ultrapassar, em que os serviços de entrega ao domicílio nunca tiveram tanta importância e exigência para os consumidores, e isso trouxe-lhe desde logo vantagem face a outras empresas do mesmo ramo, também por ter sido a pioneira na oferta deste produto. O facto de serem embalagens diferentes, cuidadas e com designs personalizáveis e fora do comum dá, também, à empresa o poder de encantar e, no fundo, criar uma ligação com o cliente! E claro, mostra-nos a forma como as empresas são capazes de reinventar os seus negócios e ultrapassar os obstáculos que surgem, com ideias inovadoras como esta... 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Uber Eats e FNAC: uma dupla improvável

 “Alimente a mente com livros” é o mote do novo serviço da FNAC, o FNAC READS, disponível a partir do dia 25 de fevereiro de 2021. Esta é uma iniciativa que junta dois nomes improváveis: a FNAC, uma empresa que vende livros, filmes, séries, entre outros produtos, com a Uber Eats, uma plataforma onde é possível encomendarmos refeições que nos são entregues ao domicílio. Agora, é possível replicar este processo também para os livros. Numa altura de confinamento, em que muitas pessoas estão privadas de acesso à cultura, por não poderem sair de casa, este serviço veio colmatar esta falha, com apenas uns simples cliques. Já é possível realizar a encomenda dos nossos livros ou de outros artigos como se estivéssemos a pedir o almoço, com um tempo previsto de entrega de cerca de 30 minutos. Esta iniciativa já está disponível em várias cidades do país, como Lisboa, Cascais, Porto, Vila Nova de Gaia, Braga, Coimbra e Faro.

Como forma de celebrar esta união, até dia 11 de março, qualquer pedido acima de 10€ é entregue sem ser cobrada a taxa de entrega, bastando usar o código promocional FNACREADS.

Para Nuno Luz, diretor gera da Fnac Portugal, esta é mais uma iniciativa que faz parte do compromisso da marca para a promoção dos hábitos de leitura dos portugueses, garantido o imediato acesso ao catálogo de livros Fnac sem a necessidade de deslocação a uma loja. Os livros são um bem essencial e, com esta iniciativa, pretendemos reforçar a nossa missão de incentivo à leitura como forma de acesso e desenvolvimento cultural”.

Numa altura de crise global, em que quase todas as áreas foram afetadas drasticamente pela pandemia, o setor da cultura e, neste caso, o literário sofreu graves perdas, com o encerramento de várias livrarias e editoras. Em Portugal, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), na semana de 23 a 29 de março de 2020, durante o primeiro confinamento, registou-se uma quebra de 83% nas vendas de livros em livrarias (que estão, na sua maioria, fechadas ou a fazer venda à porta), e de 28% nos hipermercados. Mas, na semana anterior, diretamente antes da implementação do estado de emergência, já tinha sido registada uma quebra de 63,3% — o que equivale a uma quebra de 1,6 milhões de euros; ou seja 121,6 mil livros vendidos a menos.

Assim, é importante percebermos que as empresas encontram formas de se reenvientarem e procuram parceiros para os auxiliarem nos seus objetivos. Numa era cada vez mais digital, em que o consumidor está habituado a ter tudo aquilo que deseja, o mais rapidamente possível, é fundamental que as empresas se ajustem para dar resposta a essa procura e consigam alternativas convenientes e ajustadas à realidade que todos enfrentamos. Por outro lado, até que ponto a associação de duas empresas tão distintas, de setores diferentes, pode trazer sucesso a esta iniciativa? A disponibilização do serviço de compra online e entrega ao domicílio, que já existia na Fnac, não seria suficiente?

Fonte 1

Fonte 2

Fonte 3

Fonte 4

A arte do meme marketing

Com o aparecimento dos ad blockers as empresas tiveram que procurar formas diferentes de publicitar os seus produtos/serviços de maneira, associando esse fator ao contínuo crescimento dos memes, especialmente nos públicos mais jovens, é clara a motivação das marcas utilizarem estes como um meio de comunicação.

Mas será esta uma estratégia apropriada? 

Apesar de aliciante, pode ser arriscada por 3 razões:

  1. Numa altura em que as redes sociais parecem o billboard da Times Square, o aparecimento de publicidade nos memes pode ser vista como uma invasão e ter um efeito ricochete;
  2. Os memes geralmente utilizam referências culturais muito específicas (até a outros memes) e inside jokes que podem ser difíceis para o markeeter entender, conhecer e utilizar;
  3. Pela aparente simplicidade da maioria dos memes, a marcas podem ser tentadas a utilizar um stock image com a frase "a minha reação quando x está em promoção". Esta abordagem será certamente um fracasso.
Assim, esta estratégia necessita a autenticidade e compreensão do público-alvo em questão.

Um caso de sucesso é o da Slim Jim, uma marca de snacks americana que atualmente tem 1.3 milhões de seguidores no Instagram. Em 2008, a Slim Jim apercebeu-se que uma página de fãs @SlimJimsDoingThings tinha 15 mil seguidores, mais 10 mil que a página oficial da marca. O sucesso da página de fãs depreendia-se da "pureza" e autenticidade do conteúdo, conseguindo ser naturalmente engraçado ainda que mencionando a marca. A Slim Jim contratou Andy Hines (o criador de conteúdo da página de fãs) e a página oficial teve um enorme sucesso com um engagement muito elevado. Este sucesso foi ainda acompanhado de um crescimento das vendas e aumento de quota de mercado.

No entanto, grande parte dos advertisement memes não é bem vista pelos utilizadores das redes sociais como é possível verificar na subreddit r/FellowKids que contém inúmeras tentativas falhadas das empresas interagirem com os jovens.



Fonte: Digiday PRWeek

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Apple (IOS 14) vs Facebook

Não é novidade para ninguém que George Orwell estava certo e que estamos dentro de um grande Big Brother da tecnologia, que somos vigiados 24 horas por dia, o que fazemos ou deixamos de fazer através dos nossos telemóveis, computadores e gateways, afinal estamos em contacto com eles o tempo todo. Um exemplo são os relógios que medem nosso sono e vários outros dados e enviam essas informações para o sistema. Será que todos esses dados são recolhidos e enviados para as empresas sem a nossa autorização? A verdade não é bem essa, quando aceitamos todas as atualizações e não lemos aquelas letras miúdas e só apertamos o botão aceito tudo, estamos aceitando que nossas informações mais íntimas sejam recolhidas e tratadas indiscriminadamente.

Com o frequente acúmulo de dados sem nenhum tipo de controle de como são utilizados, cria-se a necessidade de elaborar leis, procedimentos de controle e debates sobre o assunto. Como exemplo da UE com a criação da Nova lei da proteção de dados.

Um dos casos mais recentes sobre esse assunto foi a briga entre a Apple e o Facebook. Não é de hoje que ambas as empresas entram em conflitos a Apple acusa o Facebook de recolher demasiados dados dos clientes para ganhar dinheiro e o Facebook por outro lado alega que a Apple é um produto muito elitista, o que vai em contrapartida com o ideal do Facebook, que acredita que se deve entregar as ferramentas de forma gratuitas (Facebook, Instagram, WhatsApp e outras) para ajudar pequenas empresas a expandir seus negócio. A verdade é que não existe almoço grátis, simples assim, senão pagamos pela utilização de um serviço online, os nossos dados de utilização estão sendo a moeda de troca.

A Apple para proteger os dados de seus usuários implementou uma nova atualização do IOS 14, onde todos os aplicativos da App Store serão obrigados a notificarem ao utilizador ,através de um pop-up, se ele aceita ou não ter seus dados recolhidos por aquele aplicativo, sem aquelas famosas letras pequenas e textos confusos indo direto ao ponto, como demonstra a imagem.



Ok, o que isso muda na verdade? Para os utilizadores da Apple os seus dados estarão mais restritos caso não aceitem ceder os seus dados. Porém ainda terão eles recolhidos de maneira bem mais reduzida (Exemplo o Facebook ainda irá usar suas informações para os anúncios mas de forma mais light). Assim sendo, os anunciantes digitais terão menos dados dos usuários Apple. Sendo esse movimento por enquanto restrito a Apple, as demais empresas continuam operando suas App stores da mesma maneira. Em alguns países como Brasil onde a grande maioria utiliza Android não terá uma grande diferença, porém, nos EUA onde existe uma grande parte da população que utiliza o IOS, os anunciantes vão sofrer um impacto significativo.

Alguns pontos de reflexão:
Por que a Apple fez isso? Ela fez pensando realmente em proteger seus clientes?
Será que só existe desvantagem de oferecermos nossos dados em troca de conteúdo? Será que há reclamação disso quando recebe-se um desconto quase que 100% personalizado de um produto/serviço de algo se realmente estamos à procura?


Afinal qual é o limite?

Fonte: 1 2 3

Influencer Marketing: como o TikTok e o Instagram tornaram a Gymshark num Unicórnio

Ben Francis, com apenas 20 anos, compra uma máquina de costura com o dinheiro que poupou entregando pizzas, e começa a desenhar as primeiras peças da Gymshark. A marca foi criada porque Ben considerava que não existia roupa fitness com qualidade e a preços acessíveis. 

Com especial interesse em bodybuilding, Ben começou por criar alguns tank tops para bodybuilders e enviou produtos para youtubers que começaram a utilizar os mesmos. Em 2013, alugou um espaço no maior evento de bodybuilding da Europa, o feedback foi muito positivo e percebeu que realmente esta marca poderia ter muito sucesso.

A estratégia de marketing da Gymshark divergiu muito da estratégia das grandes marcas de roupa de desporto. Em vez de patrocionarem mega estrelas da área, a Gymshark encontrou o seu nicho de mercado (jovens que frequentam ginásios e procuram vestuário com qualidade mas low-cost) e utilizou os canais onde estes passam maior parte do seu tempo, nas redes sociais.

A Gymshark tem cerca de 80 influencers que funcionam como embaixadores da marca e utilizam os seus produtos nos seus vídeos de treino, TikToks de dança e até campanhas de consciencialização. Apesar de a Gymshark ter menos notoriedade no Instagram que a Nike e Adidas, no TikTok tem 2 milhões de seguidores (versus os 1.3 milhões de seguidores da Nike e zero da Adidas). 

O lema da Gymshark para os seus embaixadores é "Do you, but do it in Gymshark" e pretende vender não só a roupa como o lifestyle. Afirmando-se como uma comunidade que "por acaso" também vende produtos.

Esta estratégia de marketing associada aos preços acessíveis da marca levou a um crescimento da marca tornando-a um unicórnio (start-up avaliada em mais de um bilião de dólares) e provando que a aposta em micro influencers pode ser uma opção viável, especialmente, para empresas com restrições orçamentais.

Fonte: Forbes



“Mortos que falam”

Recentemente a Microsoft registou uma patente de bots de chat que conseguem imitar (e reviver digitalmente) pessoas falecidas.

Teoricamente, o chatbot será capaz de simular conversas através de comandos de voz ou mensagens de texto, utilizando inteligência artificial e é moldado de acordo com o perfil de uma determinada pessoa. Para isso usam conteúdos como “imagens, dados de voz, publicações nas redes sociais e mensagens eletrónicas” (usadas no Messenger ou WhatsApp, por exemplo). Além disto, a Microsoft também tem planos para a criação de modelos 2D ou 3D de uma pessoa específica com base em imagens, informações de profundidade e vídeos.

Ora, tudo isto leva à crença de vida após a morte a partir de uma “reencarnação digital”, ou seja, o corpo morre, mas conseguimos fazer com que a mente permaneça viva para sempre.

É certo que, cada vez mais, temos presente a ideia de que fornecemos informação nossa em praticamente tudo aquilo que fazemos, (como podemos ver no artigo abaixo que nos fala do “Documentário "O dilema das redes sociais" na Netflix”) mas agora podemos ainda adicionar a ideia de que estamos a fornecer dados nossos para que, no futuro, possam falar connosco, mesmo que não estejamos “cá”.
 
Não sei quanto a vocês, mas esta é uma ideia que me inquieta e deixa preocupada. Ao longo destes anos todos sempre fui tendo como pensamento que depois da morte não há nada que nos volte a ligar à pessoa em questão; que tudo acaba quando a vida também acaba.
 
Aliás, podemos até mesmo dizer que esta tecnologia pode dar origem de personagens falsas. Vamos estar a criar pessoas presas ao passado, ao que não existe como também caminhar para uma realidade que não existe. O que quero dizer com isto é que, sinto que as pessoas vão deixar de viver tão intensamente o presente, dar valor ao estar com alguém fisicamente, todo este conjunto de coisas que são (ou deviam ser) fundamentais na ligação com o outro.
 
Vivemos num mundo que cada vez mais pensa um passo à frente, mas não estamos a voltar atrás?

O impacto da pandemia Covid-19 no e-commerce

O impacto da pandemia Covid-19 no e-commerce, inicialmente, não foi dos melhores. Devido a dificuldades como fraca capacidade de resposta (aumento das compras via online) e encerramento de grandes, pequenos e médios Centros Comerciais e outros estabelecimentos. Ainda assim, o e-commerce apesar dos fechos ou redução de horários de grandes cadeias de distribuição e de compra e venda manteve fiável o seu negócio. A prova disso é que no ano de 2020, o Índice de Comércio Eletrónico aumentou em Portugal fazendo ocupar o 40º lugar no ranking de comércio eletrónico da UNCTAD, diferença de 2 lugares relativamente ao ano de 2019.

O fenómeno da Covid-19 não só aumentou o número de vendas efetuadas por e-commerce, por motivos das medidas de encerramento mais rigorosas, como também acelerou a inclusão da geração Baby Boomer (55 a 73 anos) no comércio online B2C (Business-to-Consumer). De acordo com uma pesquisa efetuada por Pace Pulse Brasil, 50% dos cidadãos compra mais vezes pelo online do que nas lojas físicas, 48% preferem o delivery e 44% optam pela entrega das compras de supermercado em casa.

A questão agora é: após as medidas mais rigorosas da Covid-19 e com o alívio das mesmas será que os cidadãos continuarão por preferir o negócio eletrónico, ou a tendência será voltar a comprar pelos meios tradicionais. Outra questão que se pode também colocar aqui é qual o impacto que a pandemia irá causar aos rendimentos das famílias? Será que isso terá influência/ impacto no tipo de comércio no futuro (dado que, as compras online requerem o pagamento de portes)?

Segundo um inquérito da Ecommerce Europe muitos setores registaram uma diminuição nas vendas, principalmente, no setor da moda e viagens/eventos. Por isso, deixo uma última questão final: será que continua a ser viável as empresas continuarem a apostar no e-commerce?

#e-commerce #novosdesafios #covid-19 #futurodigital


Fontes:

https://www.youtube.com/watch?v=fdZ4RkGHZrM

https://www.dnoticias.pt/2021/2/17/251027-portugal-subiu-dois-lugares-no-indice-de-comercio-electronico/

https://ecommercenews.pt/o-o-impacto-do-covid-19-no-comercio-eletronico-comeca-a-mostrar-os-primeiros-sinais-de-melhoria/

https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/entrada-idosos-e-commerce-coronavirus/

Jornais Digitais

Hoje em dia temos acesso à informação a custo zero. Entramos em qualquer site de meio de comunicação e podemos ter acesso a diversos conteúdos sem ter que fazer qualquer pagamento. É certo que talvez tenhamos que ver uma publicidade ou outra, é esse o preço a pagar. Certo também é o problema da falta de credibilidade da informação e perceber o que é verdadeiro ou não. Neste sentido surgem com grande importância os jornais para combater a desinformação.

Hoje venho apresentar a minha experiência e “publicitar” o semanário Expresso. Volta e meia comprava o Expresso em papel. O meu pai dizia que era um jornal mais político (este fator era importante dado que ia ao encontro de uma área que queria aprofundar), para além disso, ainda ainda tinha um outro jornal apenas sobre Economia, e a Revista E, mais focada na cultura . Ainda assim, tal como disse já referi, num mundo de informação gratuita, pagar 4 euros parecia-me muito. Pior que isso era apenas ler o Caderno Principal e nem tocar no de Economia. Descobri ainda que havia a Revista E, que também não lhe passava os olhos. Não tinha tempo para ler o jornal todo de seguido e depois eu não tinha jeito para o dobrar e esquecia-me de o levar de um lado para o outro. Péssimo. Surgiu a ideia de aderir ao Expresso Digital. Mais barato, 6 euros mês (1.5 por edição), facilmente transportável, sempre no telemóvel ou tablet, para ler em formato digital ou em formato impresso. Ainda temos acesso a artigos exclusivos no site/app do Expresso diariamente e não gastamos papel. Só vantagens, mas era aquele sentimento de que o jornal só vale a pena se tiver suporte físico.

Parece que estava enganado… Dei a oportunidade, passei para o formato digital há cerca de 4 meses e, desde então, leio o caderno Principal, o caderno de Economia e ainda “cusco” os eventos culturais na Revista E.

Fica o meu incentivo para lerem jornais, consumirem cultura e passarem para o digital.

Alguém a subscrever jornais/revistas digitais ou físicos?

Robot Influencers estão a ganhar força nas redes sociais

Podemos ler no The Drum que "Globalmente, o mercado de influenciadores é uma indústria de milhões de dólares com algumas previsões muito ambiciosas, sugerindo que pode subir para US $ 15 bilhões nos próximos anos. E com a International Data Corporation prevendo que os gastos mundiais com inteligência artificial podem chegar a mais de £ 35 bilhões, não é difícil imaginar como as empresas que combinam as duas disciplinas poderiam ter uma vida decente." 

A combinação das duas disciplinas é representada pela criação de Influenciadores Virtuais. Como sabemos, o recurso a Marketing de Influenciadores tem vindo a ganhar cada vez mais tração, mas é impossível para as marcas conseguirem controlar exatamente os conteúdos partilhados por estes, as interações que têm com os seus seguidores e questões da sua vida pessoal. Aparecendo então o Influenciador Digital, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e com uma personalidade moldada para ser exatamente o a marca deseja. Estes fatores são pontos positivos enormes para as marcas porque permite a criação do embaixador perfeito.

Neste exemplo conseguimos ver a Miquela que tem um estilo de vida muitas vezes invejado pela comunidade do instagram. Nas fotos conseguimos vê-la com outros Influenciadores Virtuais e a fazer atividades consideradas típicas de humanos. A marca responsável por ela consegue controlar com quem ela aparece nas fotos, os locais que visita, as comidas que come, as músicas que ouve, tudo de forma a fazer com que se relacione de uma forma mais instantânea com o seu público-alvo.


Contudo ainda há alguns pontos negativos que estes influenciadores precisam de contornar, como é o facto da sua aparência, pelo menos os modelos apresentados até agora, apesar de muito semelhantes ao humano ainda causam alguma estranheza, o que gera desconfiança. Depois, muitas pessoas seguem influenciadores nas redes sociais em busca de inspiração e podem não se conseguir relacionar com um influenciador virtual e por último, devido aos movimentos "body positivity" que têm surgido estes modelos perdem interesse. A indústria da moda tem sido alvo de críticas ao longo de muitos anos por utilizar modelos "perfeitos", fazendo com que os fãs se sentam desadequados e incapazes de viver de acordo com padrões de beleza impossíveis. Estes influenciadores virtuais podem levar este problema a um nível totalmente novo

Ainda que, no presente, os influenciadores virtuais sejam ainda uma pequena parte do mercado de influenciadores de redes sociais, com a realidade virtual e os gráficos de computador a tornarem-se mais sofisticados e fáceis de produzir, a sua participação no mercado provavelmente aumentará no próximos anos. 

O recursos a "bots" para interagir com os clientes já tem vindo a existir, como é o caso dos assistentes de ajuda, algo que nós já não estranhamos, por isso acredito que seja uma questão de tempo até Influencers Virtuais sejam uma realidade. O que pensam deste assunto? Eram capazes de confiar nas sugestões de uma figura não humana?


Se quiserem ver mais:

https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/07/estas-influenciadoras-virtuais-nao-existem-mas-tem-milhoes-de-seguidores.html

https://exame.com/marketing/influenciadores-virtuais-tambem-fazem-sucesso-no-mundo-real/

https://www.thedrum.com/news/2020/03/20/even-better-the-real-thing-meet-the-virtual-influencers-taking-over-your-feeds

Documentário "O dilema das redes sociais" na Netflix

O dilema das redes sociais (The Social Dillema) é um documentário original da Netflix lançado mundialmente a 26 de Janeiro de 2020 no 2020 Sundance Film Festival, um festival de filmes anual organizado pelo Sundace Institute, sendo apenas lançado na plataforma a setembro do mesmo ano e foi um sucesso em diversos países.  

O documentário chama à atenção a diversos temas mas essencialmente à forma como as redes sociais impactam as vidas de milhões de pessoas e o seu quotidiano, desde a relação com outros à relação com si mesmo, utilizando uma família fictícia e jovens como exemplo. Ao longo dos 94 minutos, é debatido como se foram criando algoritmos de forma a manter o utilizador o máximo de tempo possível na plataforma, através de customização de conteúdo como anúncios publicitários e mesmo manobras estratégicas, como as notificações ou os likes, que tornam o “desligar” da rede cada vez mais complicado. Para explicar e expor esta situação são ouvidos testemunhos de diversos antigos funcionários de gigantes da tecnologia que estiveram envolvidos na criação ou desenvolvimento de plataformas como o Instagram, Facebook, Google, entre outras.

O documentário desperta particularmente atenção a um facto que praticamente todos nós acabamos por ignorar inconsistentemente ou mesmo nunca nos passou pela cabeça, que é que tudo aquilo que nos surge no ecrã do telemóvel ou outro dispositivo é com um propósito e pensado estrategicamente de nos manter lá, tentar-nos vender algo ou mesmo influenciar-nos de alguma forma. Julgo que já todos alguma vez repararam que fizeram uma pesquisa online random e mais tarde os anúncios do Facebook ou Instagram que surgem sobre esse mesmo assunto. Isso não acontece por acaso e é mais uma estratégia de marketing por parte das diversas marcas atuais.

De realçar que, com este exemplo, é bastante fácil e evidente a ocorrência da massificação da personalização que ocorre em diversas plataformas e que todos os dias somos alvo. Essa massificação ocorre como resultado da monitorização dos passos digitais de cada um de nós e da informação pessoal que fornecemos no simples criar um perfil numa das redes sociais. Através desta personalização, as plataformas conseguem cada vez mais controlar e influenciar os comportamentos e hábitos dos seres humanos, tendo até tornado toda uma geração mais isolada e self conscious, segundo o documentário.

Por fim, aconselho está longa-metragem a todos os interessados pelo assunto ou mesmo a qualquer indivíduo, uma vez que como utilizadores diários das redes sociais temos o direito a estar informados sobre como todo este mercado funciona e foi construído. Deixo o trailer para quem estiver interessado.


E vocês o que acham sobre este tema?

Fonte 1Fonte 2Fonte 3         

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Twitter adquire plataforma de Newsletter


Recentemente o Twitter anunciou a compra de uma plataforma de Newsletter, a Revue. A empresa holandesa foi fundada em 2015 e é direcionada para o envio de boletins informativos para escritores e editores. No site da plataforma a chamada de entrada evidencia o engajamento estreito com os utilizadores "Build a loyal audience: Revue makes it easy for writers and publishers to send editorial newsletters — and get paid". Neste momento, a Revue continuará a trabalhar de forma independente.

A aquisição parece fundamentar-se na estratégia de mercado para permitir a monetização para produtores de conteúdo, mas evidentemente mais especulações dos motivos começam a ser feitas no mercado. Certamente um dos pontos importantes para essa aquisição foi o baixo crescimento de utilizadores no Twitter em 2020 e uma possibilidade de ampliação das funcionalidades do Twitter.

Um ponto que deve ser destacado sobre essa aquisição é como o mercado digital tem cada vez mais se voltado para os produtores de conteúdo e o quanto isso tem instigado e motivado a população. Cada vez mais existem plataformas diferentes para os diversos tipos de produtores de conteúdo, seja vídeo, texto, imagem ou áudio. Quase todos os meses visualizamos atualizações de ferramentas com mais funcionalidades para incentivar a produção de conteúdo, não havendo dúvidas que esse mercado vem sendo muito rentável para as plataformas.

Por outro lado é sempre importante fazer uma reflexão pessoal sobre nossa capacidade de absorção e de disponibilização de tempo para cada nova tendência. Temos tempo para assimilarmos tanto conteúdo e tantas novas plataformas? Assim, acredito que esse movimento do Twitter poderia mostrar ou encaminhar para o entendimento de que não seremos capazes de adotar todas as plataformas e assimilar tanto conteúdo e começaremos a ser mais seletivos nas redes e canais que realmente queremos estar presentes.

Fonte 1
Fonte 2

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Roupas usadas ganham destaque no comércio eletrônico


O crescimento das vendas online de itens usados vem sendo apontado como uma grande tendência para os próximos anos. Já não é de hoje que plataformas como OLX e o próprio Marketplace do Facebook chamam a atenção e movimentam grandes quantias do mercado digital. Agora, a indústria da moda começa a ganhar destaque e posicionamento no que também pode ser chamado de re-commerce.

Dados apresentados pela ThredUP mostram que em 2018 o mercado de moda em 2a mão movimentou US$ 24 bilhões nos Estados Unidos, enquanto o mercado de fast fashion movimentou US$ 35 bilhões no mesmo ano. O estudo prevê que até 2028 o comércio de roupas usadas deve ultrapassar a indústria de fast fashion nos Estados Unidos.

Essa nova tendência tem aberto espaço para novos empreendimentos online, inclusive o mercado de de moda de luxo. A startup Vestiaire Collective, responsável pelo marketplace de roupas usadas e direcionada para o mercado de luxo, arrecadou em 2020 €59 milhões em investimentos, evidenciando a relevância dessa nova tendência.

Importante destacar que essa nova tendência esta diretamente relacionada com a Geração Z, também conhecido como centennials, estes agora começam a ter poder de compra e decisão e os seus hábitos de consumo devem impactar o mercado para as próximas décadas. Breves características desta geração, como a preocupação com o meio ambiente, procedência e responsabilidades das empresas e o tipo de produtos que consomem (ex. consumo de biológicos) devem modificar o mercado nos próximos anos, abrindo espaço para novas propostas de negócios.

Aqui é possível visualizar a pesquisa de 2020 completa sobre o mercado de usados realizado pela ThredUP: 2020 Resale Report

Confira também esse vídeo sobre o tema:



Quais outros mercados de usados ou de temas similares que vem sendo impulsionados pelas novas tendências de consumo vocês tem visto surgir no mercado? E alguma aposta de novas oportunidades para o futuro?

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

A recente rede social Clubhouse que já se tornou uma das mais populares do momento

A nova rede social Clubhouse, criada em abril de 2020, vem diferenciar-se das restantes ao ser utilizada exclusivamente por áudio. Não existem fotografias, nem vídeos, nem a possibilidade de enviar mensagens privadas, no fundo, resume-se a salas virtuais, que podem ser públicas ou privadas, estando nestas últimas o acesso sujeito a convite. A conversa acontece em direto, não ficando uma gravação da mesma para a posterioridade, e é moderada pelos elementos que a criam.

O interessante é ser uma espécie de podcast em direto, sendo que tanto podemos estar numa sala a partilhar ideias com o nosso grupo de amigos, como com pessoas desconhecidas, ou até mesmo com alguém conhecido/famoso (como a apresentadora Oprah Winfrey, ou o humorista Chris Rock), com a ressalva de que para participarmos nas conversas é necessário a autorização de um dos moderadores.



Um mês depois do seu lançamento, a plataforma valia 100 milhões de dólares, sendo que atualmente já ultrapassa os mil milhões de dólares. Para este sucesso, muito contribuíram nomes conhecidos, destacando-se Elon Musk, que fez aumentar exponencialmente a popularidade da aplicação na semana passada, numa conversa pública que contou com temas como a colonização de Marte e até vacinas contra a Covid-19, e com o anúncio da participação do músico Kayne West na sua próxima conversa nesta plataforma. Há quem diga até que esta foi uma brilhante jogada de marketing para colocar a aplicação na ribalta mundial.

Ainda assim, nem tudo são pontos positivos e a recente aplicação já conta com diversas críticas. Os principais motivos incidem no facto de o Clubhouse só estar disponível na App Store (apesar de em janeiro deste ano já terem anunciado que preveem lançar uma versão para Android) e no facto de o acesso à aplicação ser apenas por convite, sendo que cada novo membro pode convidar mais duas pessoas e assim sucessivamente. Já existem, inclusivamente, usuários a vender convites ou a fazer giveaways dos mesmos.

Por um lado, estes dois restringimentos fizeram com que a rede social já seja considerada por muitos como elitista e promotora da desigualdade e da exclusão. E mais, problemas relativos à proteção de dados e violação de privacidade têm vindo também a ser descortinados, forçando uma solução por parte da empresa.

Por outro lado, muitos criadores de conteúdo, ou os chamados influencers, estão cada vez mais a promover e a escolherem trabalhar com esta aplicação, afirmando até que lhes será bem mais benéfica comparativamente ao Instagram, que dizem acabar por negligenciar os influencers "mais pequenos", ou com menos alcance.

Convido-vos a comentarem sobre esta nova rede social e sobre o seu formato tão distinto das restantes.

Estariam dispostos a serem utilizadores assíduos, ou só quererão experimentar numa fase em que a aplicação já não seja tão elitista?
E concordam que a mesma venha a ser uma melhor ferramenta de trabalho para os criadores de conteúdo, nomeadamente os que têm menos alcance?

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Abertura da primeira Vila Nómada Digital na Europa, numa ilha em Portugal

O conceito de nomadismo digital é explicado por um estilo de vida e de trabalho que é nomádico (que não depende de um assento fixo ou local) e que depende do digital (internet e/ou rede móvel). No fundo, um nómada digital é alguém que usa a tecnologia para trabalhar, sendo que esse trabalho depende única e exclusivamente da internet para poder ser feito. 

Com a situação pandémica atual surgiu uma nova relação com o trabalho, geograficamente mais dispersa e com o aparecimento de novas sinergias. Desta forma, o fenómeno do nomadismo digital tem também ganho visibilidade. Assim, ao trabalhar de forma remota, as pessoas aproveitam para viajar e conhecer outros locais com bom tempo, boa gastronomia, atividades próximas da natureza e com sobretudo…boa Internet! 

Para alimentar este movimento, o nómada digital Gonçalo Hall avançou, em parceria com a Startup Madeira e com o Governo Regional da Madeira, com o projeto de uma Vila Nómada Digital na Ponta do Sol, município madeirense. Assim, a ilha da Madeira acolhe aquela que é a primeira Vila Nómada Digital em Portugal. Por períodos entre um e seis meses, esses empreendedores digitais vão fazer da ilha a sua casa, vivendo como locais. 

Este projeto teve início no mês de Fevereiro e, atualmente já existem 60 nómadas digitais instalados na Vila de Ponta do Sol. Em toda a ilha da Madeira, estão a viver cerca de 250, sobretudo estrangeiros, mas também alguns portugueses. Existem ainda 4200 pessoas inscritas com interesse em integrar este projeto. 

Sendo grande parte da receita da economia madeirense proveniente do turismo, no momento atual, é importante inovar na estratégia de atração de novos turistas. Pensando que os nómadas digitais consumem muito mais e por muito mais tempo (comparativamente aos turistas habituais), o projeto vai proporcionar “uma nova fonte de rendimentos para os negócios locais”. 

Neste contexto, o investimento público é da ordem dos 15 mil euros, mas o apoio ao projecto passa ainda pela cedência do Centro Cultural John dos Passos, onde os nómadas digitais podem trabalhar, com Internet gratuita. Para além da oferta de um espaço de trabalho, o projeto também assumiu parcerias com espaços de alojamento local a preços competitivos. Contudo, o mercado de alojamento na Ponta de Sol não é suficiente, o que tem feito que os nómadas se espalhem por toda a ilha, beneficiando todo o arquipélago. Os nómadas digitais contam também com uma equipa de suporte que auxilia em todos os processos (vistos, deslocação, alojamento, entre outros). 

Esta iniciativa encontra-se divulgada nas mais diversas plataformas online, com o intuito de aumentar a visibilidade e consequente interesse pela mesma, assumindo do Marketing Digital um papel fundamental neste projeto.

Deixo-vos com um vídeo que relata a experiência de alguns destes nómadas digitais:


E vocês, ficaram com vontade em experimentar o nomadismo digital?

Digital Nomads Madeira

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Com nova lei na Austrália, Facebook decide bloquear compartilhamento de notícias na plataforma.

A Austrália está prestes a aprovar uma nova lei que obriga companhias de tecnologia a pagar veículos de notícia pelas informações que estes compartilham em buscadores ou redes sociais. A mudança é inédita na história do mundo e obviamente impacta a forma como muitos negócios são tocados no país, e os grandes conglomerados de Silicon Valley começaram a se movimentar em torno do tema.

Em 17/02/2021, usuários do país passaram a estar proibidos pelo Facebook de compartilhar e visualizar notícias oriundas de veículos de media locais, uma vez que projetos de leis procuram forçar as redes sociais a pagarem os jornais regionais pela circulação de seus conteúdos jornalísticos dentro das plataformas.


 A luta entre a Big Tech e a Austrália tem vindo a ser travada há muito tempo. Os reguladores do país divulgaram um projeto das suas regras propostas no Verão passado, que permitiria a certos meios de comunicação social negociar individual ou coletivamente com o Facebook e o Google para que pudessem ser pagos pelas notícias distribuídas nesses sites.

Com o avanço da lei, o Facebook confirmou a decisão de bloquear o compartilhamento de links de notícias por usuários no país. A medida é imediata e afeta o ecossistema da rede social em quatro frentes: veículos australianos, que não poderão compartilhar ou postar qualquer conteúdo em suas páginas; veículos internacionais, cujos conteúdos não poderão ser visualizados ou compartilhados no país; usuários australianos, que estão impedidos de ver ou divulgar notícias de qualquer porte; e usuários de outros países, que não poderão ler e compartilhar conteúdos de notícias de páginas australianas.

No caso da Google, depois de ameaçar sair do país, começou a fechar acordos com veículos de notícias australianos para realizar o devido pagamento pelas informações compartilhadas em seu buscador. Estes acordos incluem a News Corp do norte-americano Rupert Murdoch e são avaliados na altura das dezenas de milhões de dólares para cumprir com o novo regulamento do país.

Trazendo a discussão ao nosso nível de consumidores e estudantes de marketing digital, fica a questão sobre se há justiça nessa decisão do governo australiano. Em era de "fake news" as redes sociais e os algoritmos dos mecanismos de busca, são vistos como inimigos dos jornalismo sério independente. Há muitos anos os jornais tentam se livrar dos modelos de "pay wall", quando só consegue se ler parte da notícia no site e se exige uma assinatura, pois esse desestimula o consumo da notícia e direciona o usuário para páginas ou postagem que trazem informação (muitas vezes inverídicas) de forma gratuita. O que causa uma restrição nas suas estratégias de preço. A medida é uma tentativa do governo de intervir nesse assunto. 

Fontes:

https://edition.cnn.com/2021/02/17/media/facebook-australia-news-ban/index.html

https://canaltech.com.br/redes-sociais/facebook-proibe-acesso-e-compartilhamento-de-noticias-na-australia-179106/

https://www.b9.com.br/139119/com-nova-lei-facebook-vai-bloquear-compartilhamento-de-noticias-na-australia/