domingo, 25 de fevereiro de 2018

The Little Illusion Machine

Esta semana, foi revelado pelo Jornal Observador que a firma portuguesa "Chic by Choice" é afinal um negócio fantasma. A Chic by Choice trata-se (ou tratava-se) de um negócio electrónico de aluguer de vestidos de luxo lançado em 2014 por Lara Vidreira e e Filipa Neto.

No entanto, o trabalho jornalístico feito pelo Observador que já dura há sete meses, mostra que afinal este negócio já não existe. Como é indicado pela peça "o aluguer de vestidos está sempre indisponível, o número de telefone da marca está desligado há semanas, a empresa aparenta não ter colaboradores, não se sabe onde é o espaço físico da marca e as empreendedoras estão desde o final do ano a trabalhar noutras empresas".

Apesar disso, não foi impeditivo da "conceituada" revista Forbes eleger, há cerca de um mês, estas duas empreendedoras como duas das 30 jovens sub-30 mais brilhantes da Europa no que ao ramo do Retalho e Comércio Electrónico diz respeito.



Este é mais um exemplo de como no mundo virtual é mais fácil parecer do que ser. Enquanto que uma loja física quando encerra, é notório esse término, no mundo virtual é possível existirem negócios e pessoas que afinal não são bem aquilo que aparentam ser. O mundo electrónico pode ser utilizado para potencializar negócios que outrora não aconteceria mas reservas devem ser mantida pois este mundo virtual facilmente se torna numa Little Illusion Machine onde é fácil sermos naives.

Fonte: Observador

O poder dos influencers

Influencers são indivíduos que influenciam as decisões de consumo, validam ou destroem marcas e são muitas vezes encontrados na primeira fila dos principais desfiles de moda. Estas pessoas têm vindo a adquirir uma crescente importância uma vez que, vivemos num mundo em que cada consumidor tem cada vez mais informação ao seu dispor e portanto, a incerteza quanto ao consumo é cada vez maior.
Top Influencers - Forbes 
Uma das maiores influencers da nossa atualidade chama-se Kylie Jenner, uma das protagonistas do famoso reality show “Keeping up with the Kardashians” e a criadora da célebre linha de cosméticos “Kylie Cosmetics”.
No inicio da semana passada, Kylie (uma das primeiras personalidades a aprender a usar o Snapchat para seu próprio benefício), comentou na rede social Twitter sobre o facto de já não utilizar mais a aplicação Snapchat.


Estas duas afirmações chegaram para virar o mundo ao contrário, e para que o Snap, Inc.'s desvalorizasse cerca de 1.3 biliões de dólares (cerca de 1,05 mil milhões de euros) na Bolsa de Valores de Wall Street.  A empresa norte-americana teve uma queda na bolsa de cerca de 6%, sendo que as ações desta empresa atingiram o valor que as ações tinham quando o Snapchat entrou em bolsa, cerca de 17 dólares por ação (13,80 euros).

As opiniões de Kylie tanto têm o poder de destruir marcas, como também de as impulsionar para o estrelato. Uma prova deste poder foi a publicação que Kylie fez no Snapchat divulgando que se encontrava a ouvir o single “Location”, do artista Khalid. A projeção que Kylie fez deste artista permitiu que o álbum deste chega-se ao top 10 da Billboard, segundo o “USA Today”.

 Fontes:

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Olá, Google Pay!

A Google está unindo todas as suas diferentes ferramentas de pagamento sob a marca "Google Pay", uma atualização da Android Pay. Ao apresentar algumas novas funcionalidades, a empresa espera que seu serviço de pagamento seja onipresente, tanto em lojas físicas como na internet.

Além disso, a Google também está lançando um redesenho da aplicação "Google Wallet" para enviar e solicitar dinheiro, que agora é chamado "Google Pay Send". Os usuários nos EUA e no Reino Unido, no entanto, também poderão usar a nova aplicação "Google Pay" para enviar e solicitar dinheiro. Os novos usuários já podem baixar a "Google Pay", e os usuários da Android Pay serão atualizados ao longo dos próximos dias.

À primeira vista, a nova aplicação "Google Pay" é basicamente um redesenho da Android Pay. Entretanto, uma mudança notável está na tela inicial que agora mostra as lojas relevantes em torno do usuário, que aceitam pagamento com a "Google Pay". Essa lista é personalizável, baseada em lojas anteriores onde o usuário utilizou o serviço, bem como na sua localização. Além disso, a tela inicial mostra todas as compras recentes, e ainda é possível adicionar à aplicação todos os cartões de fidelidade.


A equipa da Google realmente quer tornar a utilização da aplicação extremamente fácil para o pagamento de produtos online e do mundo real. Isso significa que os usuários clientes do Bank of America, nos Estados Unidos, ou parceiros da Google, como o Mbank da Polônia, já podem configurar a "Google Pay" diretamente na aplicação do banco, e começar a utilizá-la.

Fonte: www.techcrunch.com



domingo, 18 de fevereiro de 2018

Publicidade no Digital debaixo de Fogo

A Unilever, o segundo maior anunciante do mundo a seguir à concorrente Procter&Gamble, está a ponderar deixar de anunciar em plataformas digitais como o Google e o Facebook, os dois maiores suportes publicitários a nível mundial, se estes meios criarem divisão, incentivarem o ódio e não protegerem as crianças. A intenção foi anunciada na passada segunda-feira, por Keith Weed, administrador de marketing da Unilever, durante a conferência anual da Interactive Advertising Bureau, em Palm Desert, California, que reúne anunciantes, grupos de media e empresas tecnológicas. "Enquanto um dos maiores anunciantes do mundo, não podemos ter um ambiente em que os nossos consumidores não confiam naquilo que vêem online", justifica Keith Weed, citado pelo Financial Times. "Não podemos continuar a apoiar uma cadeia de fornecedores digitais, que distribui mais de um quarto da nossa publicidade dirigida aos consumidores, que normalmente é tão transparente como um pântano", ironiza o responsável da Unilever, que em Portugal comercializa marcas como a Dove, Axe, Cif, Knorr, Lipton e os gelados da Olá, entre outras. Em paralelo, a Unilever tem vindo a pressionar os grupos digitais para garantir que os anúncios são visionados por pessoas reais e que os dados e as métricas são auditadas por entidades independentes. No ano passado, a Unilver investiu no ano passado €7,7 mil milhões em marketing. In: Jornal Expresso
Não deixa ser ser irónico a Unilever fazer este tipo de críticas a plataformas digitais quando no passado foi a própria empresa a ser alvo de críticas relacionadas com campanhas publicitárias realizadas.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

The Shed at Dulwich: o "Restaurante que Não Existe" chegou em Londres a Nº1 no TripAdvisor


O restaurante The Shed at Dulwich não existe. Mas chegou ao primeiro lugar na lista dos restaurantes de Londres do TripAdvisor quando é apenas isto: uma ideia brilhante de um jovem jornalista freelancer, um número de telefone e muita gente a dizer que teve lá uma experiência magnífica. Oobah Butler criou uma página na Internet e inscreveu o restaurante na plataforma TripAdvisor que, curiosamente, aceitou integrar um local sem confirmar a sua existência. A partir daí foi fácil pôr a família e todos os amigos a escrever falsas críticas, elogiando o restaurante, contando como tinha sido difícil conseguir um lugar, mas como tinha valido a pena. O buzz começou a crescer.

O The Shed só aceitava marcações por reserva e estava sempre completamente esgotado. Enquanto o telefone tocava sem parar, o The Shed continuava a subir na lista dos lugares mais desejados de Londres. Um dia, o TripAdvisor contactou Oobah para lhe comunicar que mais de 89 mil pessoas tinham espreitado informação sobre o The Shed em apenas 24 horas. No início de Novembro, The Shed at Dulwich instalou-se no primeiro lugar da lista de restaurantes recomendados em Londres. E nunca ninguém lá tinha comido.

Uma história hilariante, mas que mostra bem o poder do passa-a-palavra eletrónico (e-WOM) no processo de tomada de decisão, em concreto no sector do turismo. Em particular, o conteúdo gerado pelo utilizador ou User Generated Content (UGC) - onde se incluem as online reviews – está a ganhar muita credibilidade aos olhos dos clientes, como forma imparcial e relevante no processo de tomada de decisão.
Neste âmbito, plataformas como o TripAdvisor são de particular importância: se um hotel ou restaurante recebe comentários negativos, as vendas podem diminuir. Conscientes do poder destes comentários, empresas cujos produtos não são avaliados favoravelmente cada vez mais enviam falsos comentários para aumentar a sua imagem. Estas plataformas geralmente utilizam sistemas de reputação de forma a evitar manipulação do conteúdo publicado, embora esta história mostre que nem sempre esses sistemas são tão eficientes como deveriam ser.


As opiniões de alguns utilizadores tornaram-se de tal forma poderosas que estes se transformaram em influenciadores (sejam eles youtubers, instagrammers ou bloggers). Na área do turismo, existem várias páginas de viajantes (profissionais ou não), ou até mesmo de lazer/destinos, que têm milhares de seguidores que encontram nas imagens partilhadas inspiração para as próximas viagens. No entanto, embora atualmente um consumidor acredite mais numa fotografia ou  mesmo numa selfie publicada no Instagram do que num panfleto turístico, grande parte das fotografias e histórias publicadas nas redes sociais são tudo menos genuínas... como o episódio do The Shed e outros vêm demonstrar.

Concluindo, na última década o UGC teve um crescimento exponencial, e com ele o influencer marketing (com valores de mercado na ordem dos 10 a 15 biliões de dólares em 2017). Os consumidores são activos e altamente envolvidos com vários canais, motores de busca, social media, etc. Às marcas compete fomentar e tirar partido do UGC: uma estratégia geralmente com bons resultados, mas que também tem os seus riscos...

Fontes:
https://www.washingtonpost.com/news/food/wp/2017/12/08/it-was-londons-top-rated-restaurant-just-one-problem-it-didnt-exist/?utm_term=.54b5313f9a91
https://www.publico.pt/2017/12/13/fugas/noticia/o-restaurante-que-nao-existe-chegou-a-numero-1-no-tripadvisor-1795833