quinta-feira, 30 de março de 2023

Sistemas de Recomendação no Comércio Eletrónico

Olá a Tod@s,

A minha primeira de muitas publicações aqui no blogue vai incidir sobre os sistemas de recomendação no comércio eletrónico.

Começar por referir que: o comércio eletrónico ou e-commerce abarca o serviço e a troca de mercadorias por meio de suporte eletrónico como a Internet. Ele desempenha um papel crucial nos negócios atuais e na experiência dos clientes. Além disso, as plataformas de comércio eletrónico produzem uma grande quantidade de informações. Assim, os Sistemas de Recomendação (SRs) são uma solução para superar o problema de sobrecarga de informação. Eles fornecem recomendações personalizadas para melhorar a satisfação do cliente.

E quem de nós não gosta disso?

Esta minha publicação visa dar-vos um pouco mais a conhecer a área dos sistemas de recomendação para o comércio eletrónico elencando aqui cinco categorias de algoritmos dos (SRs),:

- Filtragem Baseada em Conteúdo (CBF),

- Filtragem Colaborativa (CF),

- Filtragem Baseada em Demografia (DBF), -

- Filtragem Híbrida e

- Filtragem Baseada em Conhecimento (KBF).No entanto, os tipos de recomendação geralmente são classificados em três categorias baseadas na sua abordagem de recomendação: abordagens baseadas em conteúdo; colaborativas e híbridas.



Alguns exemplos de comércio eletrónico são pagamentos eletrónicos, compras online, serviços bancários pela Internet, emissão de bilhetes online e leilões online. O comércio eletrónico pode ser categorizado dependendo do tipo de membro na transação em algumas categorias como Business to Consumer (B2C), Consumer to Consumer (C2C) e Business to Business (B2B).

As vantagens básicas do comércio eletrónico resultam da omissão da distância geográfica e das restrições de tempo. Existem benefícios de fazer negócios on-line usando sites de comércio eletrónico, incluindo vantagens de Sistemas de Recomendação Personalizada (PRSs), lealdade, entrega mais rápida, aumentar a receita, economia de tempo, custo-benefício, compras de conveniência e flexibilidade.


Esta publicação visa então apresentar-vos sumariamente os Sistemas de Recomendação para o e-commerce. Estes são usados para fomentar o diálogo com os seus clientes por forma a que os mesmos encontrarem o produto que pretendem na imensidão de oferta e, consequentemente, fomentar o aumento de vendas, tendo por base plataformas de comércio eletrónico para aquisição de produtos, sobretudo por meio de vendas assente no feedback dos clientes e na filtragem dos dados dos clientes, através por exemplo do seu histórico de navegação e de recolha de feedback.

Em suma, os sistemas de recomendação demonstraram aumentar as vendas e as conversões, fornecendo recomendações personalizadas aos clientes. Um sistema de recomendação bem projetado pode ser extremamente benéfico para empresas, consumidores e sociedade.

Tinham ideia? O que querem partilhar a esse respeito? E qual a vossa opinião? Obrigado.



Referências

P. M. Alamdari, N. J. Navimipour, M. Hosseinzadeh, A. A. Safaei and A. Darwesh, "A Systematic Study on the Recommender Systems in the E-Commerce," in IEEE Access, vol. 8, pp. 115694-115716, 2020, doi: 10.1109/ACCESS.2020.3002803.

Chen, J., Wang, B., U, L., & Ouyang, Z. (2019). Personal recommender system based on user interest community in social network model. Physica A: Statistical Mechanics and Its Applications, 526. https://doi.org/10.1016/j.physa.2019.04.197

Portugal, I., Alencar, P., & Cowan, D. (2018). The use of machine learning algorithms in recommender systems: A systematic review. In Expert Systems with Applications (Vol. 97, pp. 205–227). Elsevier Ltd. https://doi.org/10.1016/j.eswa.2017.12.020

terça-feira, 28 de março de 2023

O que é e como funciona o in-game advertising?

 

Nesta partilha decidi abordar um tema recentemente falado nas aulas de Web Marketing, de modo a conhecermos melhor o que é e como funciona o in-game advertising.

Em consequência do boom da Internet que se fez sentir nos anos 90, as tecnologias tornaram-se um aspecto essencial e presente do quotidiano. Desde a configuração pessoal de um PC à customização de páginas web até mesmo à criação de uma vida num mundo virtual. Deste modo, podemos introduzir a análise de um tipo de publicidade em específico: o in-game advertising.

O in-game advertising é uma forma de marketing que envolve a exibição de anúncios publicitários em jogos de vídeo. Esta é uma forma de publicidade bastante eficaz, uma vez que, os jogadores passam grande parte do seu tempo a jogar e, segundo Nielsen Media Research (2005), este meio de publicidade tem vindo a verificar uma enorme expansão nos últimos anos devido ao facto de cerca de 70% de jovens masculinos com idade compreendida entre os 18 – 24 anos estar a desviar a sua atenção da televisão e focar-se essencialmente neste tipo de jogos.

No entanto, a publicidade em jogos deve ser equilibrada para não interromper a experiência do jogador e comprometer a qualidade do jogo. Quando bem-feita, a publicidade em jogos pode oferecer benefícios tanto para os anunciantes quanto para os jogadores, fornecendo uma fonte adicional de receita e suporte para a criação de jogos de alta qualidade.

São várias as maneiras pelas quais o in-game advertising pode funcionar, dependendo do tipo de jogo e da plataforma em que é exibido. Estes podem ocorrer por anúncios de exibição, como banners ou pop-ups dentro do jogo, onde aparecem normalmente em locais estratégicos, como no início de uma fase ou em momentos de pausa. Por integração de produtos, quando os produtos são incorporados no jogo de forma natural, como parte da história ou ambiente, sendo que esta integração pode ser uma oportunidade para os anunciantes atingirem o público de forma mais eficaz, uma vez que o produto é mostrado em contexto e em uso. Também pode funcionar como uma publicidade interativa, em que as empresas criam jogos de publicidade para promover os seus próprios produtos, sendo que o principal objetivo é envolver o jogador e incentivá-lo a interagir com o produto ou marca. Um outro exemplo é através de patrocínio de eventos, ou seja, as empresas patrocinam eventos importantes dentro do jogo, como competições ou torneios.

Assim sendo, o in-game advertising pode ser benéfico para desenvolvedores de jogos, pois pode ajudar a gerar receita adicional, permitindo que os jogos sejam vendidos a um preço mais baixo ou de graça. No entanto, os anúncios também podem afetar a experiência do jogador se não forem exibidos de forma adequada ou se forem intrusivos. Por isso, é importante encontrar um equilíbrio entre a publicidade e a jogabilidade para garantir uma experiência positiva para o jogador e simultaneamente garantir o sucesso do intuito da publicidade.

Já foste alvo deste tipo de publicidade? Qual é a tua opinião? Em algum momento acabas-te por ceder à publicidade para comprares algum tipo de produto ou serviço?


Fontes usadas: 

https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/1958/1/Tese%20Mestrado_In-game%20advertising_Ana%20Duarte.pdf

https://www.meioemensagem.com.br/patrocinado/flame/in-game-advertising-quatro-decadas-de-inovacao

https://core.ac.uk/download/pdf/62705839.pdf

https://rockcontent.com/br/blog/game-marketing/


segunda-feira, 27 de março de 2023

Copywriting: Dicas para criar um conteúdo eficaz

Não é novidade nenhuma que atualmente os vídeos, reels, podcasts, entre outros, são das abordagens mais utilizadas pelas marcas para gerar conteúdo atrativo para os seus clientes, seguidores, e consumidores na generalidade. Contudo, não deve descartar outras formas, de cariz mais tradicional, como é o caso das notícias, anúncios ou posts de blogues. 

Dito isto, venho apresentar uma ferramenta bastante útil que permite a elaboração de conteúdo escrito apelativo e eficiente: o copywriting. Trata-se de uma técnica de escrita persuasiva que por meio das palavras, procura levar os leitores a comprarem um produto, serviço ou uma ideia (Albrighton, 2013; Ferreira, 2018). Para ser bem executado, exige, primeiramente, uma pesquisa que nos leve a conhecer o público que pretendemos atingir, e o que o cativa, motiva e preocupa. 

Prosseguindo das ideias para a prática, é importante ter em mente alguns aspetos básicos, que por vezes são esquecidos ou ignorados:

  • Criar cabeçalhos apelativos, com uma linguagem clara, simples e próxima;
  • Usar imagens e infográficos, onde se revelar necessário;
  • Evitar parágrafos longos;
  • Destacar palavras e ideias cruciais, através da utilização de outras fontes, em bold ou sublinhadas;
  • Ideias alinhadas em lista de tópicos, útil quando, por exemplo, se enumeram os prós e contras de um produto.
Um copy interessante nunca pode ser algo demasiado exaustivo, chegando até a ser aborrecido. Deve-se simplificar o conteúdo, apostando na sua clareza e consistência, e recorrendo a uma linguagem ativa do dia-a-dia, diminuindo-se o tempo de leitura de um artigo, tornando-o mais impactante e natural.


Outra questão fundamental prende-se com o título. Os leitores só irão ler algo se o título os agradar, e que prenda a sua atenção, levando-os a ler o artigo na integra. Um estudo da copyblogguer, refere que das 8 em 10 pessoas que leem o título de um artigo, apenas 2 leem o resto. Para se conseguir aumentar este número, logo a seguir ao título deve estar presente uma frase introdutória poderosa, capaz de prender a atenção do público.

E agora, tendo cumprido tudo isto, o que posso fazer para que o meu conteúdo seja lido por mais pessoas? A resposta a esta questão está em utilizar as keywords corretas (uma keyword, ou palavra-chave em português, é o termo utilizado pelos utilizadores quando pesquisam algo na web). No entanto, não se devem utilizar keywords em demasia, algumas desnecessárias, com o intuito de se obter uma melhor classificação das publicações nos motores de pesquisa....esta prática já não é recompensada. 

E tu, conheces outras práticas para desenvolver uma escrita eficaz na criação de um conteúdo?

Fontes acedidas:
Albrighton, T. (2013). The ABC of Copywriting (2nd ed.). ABC Business Communications Ltd.

Ferreira, G. (2018). Copywriting: Palavras Que Vendem Milhões (1st ed.). DVS Editora.

https://copyblogger.com/magnetic-headlines/ 

https://www.paldesk.com/12-copywriting-tips-for-2021/

https://writtent.com/blog/stuck-writing-35-sure-fire-copywriting-tips-tricks-pros/


domingo, 26 de março de 2023

Podcasts: Uma Forma de Marketing Digital

Os podcasts têm se tornado cada vez mais populares como uma forma de marketing digital e, não restam dúvidas do peso e da influência que os conteúdos em áudio (às vezes, acompanhados por vídeo) têm na rotina do público.  Estes oferecem uma maneira única de o público interessado se conectar com um determinado assunto ou nicho.
As marcas podem criar os seus próprios podcasts para partilhar informações, contar histórias e se relacionar com os seus clientes tendo a oportunidade de educá-los sobre o setor em que atua, fornecer conselhos ou dicas úteis, ou simplesmente partilhar histórias divertidas e interessantes relacionadas com a marca. Desta forma, demonstrando conhecimento e experiência, acabam por aumentar a credibilidade com o seu público-alvo.
Uma das grandes vantagens dos podcasts é estes poderem acompanhar o utilizador durante uma viagem, seja para o trabalho ou para o outro lado do mundo, enquanto trabalham ou simplesmente no seu tempo livre. Esta acessibilidade de acesso a este tipo de conteúdo cria a possibilidade de o público poder aprender sobre os produtos e serviços das marcas do seu interesse sem precisarem de interromper o que estão a fazer.

É importante referir que os ouvintes dos podcasts tendem a ser altamente fiéis com o seu conteúdo favorito, o que pode  traduzir-se numa oportunidade para as marcas desenvolverem relacionamentos duradouros com o seu público. Uma das razões que justifica esta fidelização é o facto de ser possível criar um envolvimento eficaz com os ouvintes, dada a comunicação ser mais pessoal e envolvente gerando, assim, um sentimento de confiança.

A Coca-Cola, marca de refrigerantes, é um exemplo de uma marca de sucesso que utiliza podcasts, o “Coca-Cola Journey” onde se discute a história da empresa e os seus valores. Este foi um recurso criado para expandir o compromisso da empresa com o envolvimento entre a marca e o consumidor.


Por exemplo, para assinalar os 45 anos da venda da primeira Coca-Cola em Portugal, a marca decidiu lançar uma série de podcasts e assim dar palco a personalidades portuguesas, que tem contribuído para moldar um futuro mais sustentável. Este programa pretende inspirar, capacitar e empoderar as mulheres a criarem o seu próprio emprego ou a sua ideia de negócio. “Ao nível da sustentabilidade, como é que serão os próximos 45 anos?” Esta é a pergunta que fecha todos os 5 episódios que compõem esta temporada. Os convidados vêm dos mais diversos campos da sustentabilidade, e discutem-se temas como empoderamento feminino e empreendedorismo jovem, passando também pela sustentabilidade ambiental ao nível dos oceanos e da água.

És ouvinte de podcasts? Que mais marcas conheces que utilizam este método para criar uma relação próxima com os seus clientes?


Fontes: 

https://www.agenciaimma.com.br/importancia-dos-podcasts-para-o-marketing/https://www.up2place.com.br/podcasts-qual-a-importancia-em-sua-estrategia-digital/

sábado, 25 de março de 2023

O poder do Live Streaming

Nesta partilha, lembrei-me que pode ser interessante trazer um tema bastante atual mas com um forte crescimento no meio corporativo: O live streaming. Começou a expandir-se na altura da pandemia, mas é uma tendência que se mantém até aos dias de hoje. Mas afinal o que é esta tendência? Como pode ajudar as empresas?

O live streaming é a transmissão em direto através da Internet. Com o crescimento das redes sociais, esta tendência tem-se tornado cada vez mais relevante para as empresas e estas têm apostado nestas transmissões como parte da sua estratégia de marketing. Alguns dos impactos que esta tecnologia pode ter no marketing são: 

1. Ligação com o público: Estes ‘’diretos’’ permitem que o público sinta que está com a empresa quase que na realidade ou seja, por os espectadores conseguirem interagir em tempo real através de comentários, por exemplo, cria uma ligação com o seu público-alvo que pode ser fulcral para converter o desejo de compra em compra real.

2. Alcance maior: Por ser online, e como sabemos a internet é um espaço global, as marcas acabam por consegui atingir um público maior e assim, alcançam mais potenciais clientes dos 4 cantos do mundo, tornando provável um aumento das vendas.

3. Promoção de eventos: Esta estratégia é capaz de derrubar a barreira da distância e por tal, torna possível que as empresas consigam organizar conferências e eventos worldwide sem grandes dificuldades, dando uma projeção à marca que sem esta tecnologia não era possível.

Todos estes impactos e outros não referidos, tornam possível aumentar a rede de venda da marca, a sua notoriedade e por tal, aumentar o volume de vendas bem como o volume de negócio das empresas, tudo com um simples direto numa rede social.

No entanto, podem estar a pensar: sim, mas até que ponto é que umas transmissões ao vivo podem contribuir para os resultados das empresas.

Para vos mostrar algumas evidências, encontrei a seguinte pesquisa da New York Magazine:

Daqui podemos retirar conclusões como:

  •         Os consumidores na sua generalidade preferem vídeos online a qualquer outra plataforma (blog, redes sociais, etc);
  •        Os diretos/live streaming influenciam os espectadores a converter a sua intenção de compra em compra real após assistirem a um vídeo em direto

Portanto, existem evidências concretas de que o live streaming pode contribuir para aumentar as vendas de uma empresa, desde que seja usado de forma estratégica e direcionada para o público certo.

Alguns casos de sucesso são a Sephora e a Nike. São alguns dos casos que comprovam que este tipo de tecnologias conseguem criar valor para as empresas e aumentar os seus negócios quantitativamente e qualitativamente.

Deixo-vos aqui o link que vos permite consultar os próximos eventos em live streaming da Nike: https://www.nike.com/experiences

Em conclusão, o live streaming tornou-se numa ferramenta essencial e poderosa para que as marcas possam capitalizar as suas redes sociais e torná-las numa fonte de rendimento acrescentado. Assim, este tipo de tecnologia permite um envolvimento mais próximo e direto com o público em tempo real, levando a mais conexões e em última instância, aumento da notoriedade e das vendas, que ao fim e ao cabo, é esse o objetivo estratégico do marketing.

E vocês? Acham que é uma das tendências que veio para ficar? Já participaram neste tipo de lives?

Fontes: 

https://lp.livestream.com/rs/582-GOU-684/images/NYmag.pdf´

https://www.izigo.pt/blog/eventos-online/live-streaming-o-que-e

https://rockcontent.com/br/blog/live-streaming/



quinta-feira, 23 de março de 2023

Tilhas, são (só) sapatilhas?

Olá a todos,

Antes de mais, e não querendo ferir susceptibilidades aos leitores, mas ténis para mim é um desporto, o que calçamos são sapatilhas e esse é o tema deste post.

Nos últimos anos, várias marcas de sapatilhas e sportswear como a Nike têm utilizado marketing digital para impulsionar as vendas das suas sapatilhas mais exclusivas, como  as famosas Air Jordan ou as conceptuais Nike SB. Uma das suas principais estratégias tem sido a utilização da aplicação SNKRS, que permite aos consumidores terem acesso exclusivo a lançamentos limitados. bem como a parcerias com lojas específicas para criar eventos de lançamento. Mas esta estratégia tem também impacto na criação de negócios online e offline no mercado de resell e no envolvimento e brand awareness junto de comunidades específicas como as de colecionadores de sapatilhas, skaters e rappers.


A exclusividade é um ponto fundamental que se encontra na SNKRS App e está relacionada com a  possibilidade de se ter acesso a produtos exclusivos da Nike que não são encontrados em lojas ou sites da marca. Esses produtos podem incluir colaborações com designers, artistas e atletas reconhecidos, além de edições limitadas e especiais.

Alguns desses produtos exclusivos são lançados em quantidade muito limitada e esgotam-se rapidamente, o que significa que apenas um número limitado de pessoas terá a oportunidade de os comprar. O que torna a SNKRS App ainda mais exclusiva, pois apenas os utilizadores da aplicação têm a hipótese de aceder a estes produtos.

Além disso, a aplicação também oferece acesso antecipado a alguns lançamentos de sapatilhas Nike, o que significa que os utilizadores podem comprar as sapatilhas antes que elas estejam disponíveis noutras lojas ou sites da marca.

O sentimento de exclusividade da aplicação estende-se além da possibilidade de acesso a produtos exclusivos e a lançamentos antecipados. Também oferece recursos personalizados, como recomendações de produtos com base nas preferências do consumidor e notificações sobre futuros lançamentos, tornando a experiência de compra ainda mais personalizada e exclusiva para os usuários.

Esta estratégia da Nike tem sido altamente eficaz não só para a marca mas também no que diz respeito ao mercado de resell. Os lançamentos limitados geram uma enorme procura entre os consumidores, o que muitas vezes leva ao aumento dos preços no mercado secundário. Isto tem atraído a atenção de investidores e revendedores, que veem nas sapatilhas Nike uma oportunidade de negócio. No entanto, a Nike tem tentado controlar essa situação, limitando a quantidade de pares vendidos a cada pessoa e desenvolvendo estratégias para impedir a revenda em massa.

O user-generated content (UGC) criado no seguimento dos lançamentos de sapatilhas exclusivas também merece destaque. Os consumidores partilham fotos e vídeos dos seus pares nas redes sociais, o que tem criado buzz e aumentado o brand awareness. Além disso, a Nike tem incentivado o UGC através de campanhas específicas, que convidam os consumidores a partilharem fotos das suas diferentes sapatilhas.


Além da utilização da aplicação SNKRS, as parceria com lojas específicas têm sido cruciais para o envolvimento e consciência da marca. Através dessas estratégias que conjugam o online e o offline, têm conseguido criar uma comunidade de consumidores altamente envolvidos e fiéis à marca. Os eventos de lançamento, por exemplo, têm permitido à Nike criar experiências exclusivas para os consumidores, que se sentem valorizados e reconhecidos pela marca. 

No entanto, esta estratégia não é isenta de críticas. Muitos consumidores têm criticado a marca por não conseguir disponibilizar quantidades suficientes de lançamentos limitados, o que cria uma sensação de exclusão e frustração entre os consumidores que não conseguem adquirir os seus pares desejados. Além disso, a estratégia de controlo da resell tem sido vista por alguns como uma tentativa de manter o mercado de resell ativo e lucrativo que por sua vez torna as sapatilhas ainda mais desejadas nem que seja para revenda.


Mas como o azar de uns se torna a "sorte" de outros, existem vários exemplos de marcas que se focaram no mercado de resell sendo que a que tem mais notoriedade é a StockX.
A StockX é uma plataforma de comércio eletrônico especializada em sapatilhas, roupas e outros produtos de moda. A empresa tornou-se rapidamente um destaque no mercado de resell de sapatilhas, ao oferecer um modelo de negócios único que permitia aos compradores e vendedores negociar num mercado transparente e justo. Ao contrário de outras plataformas de revenda, a StockX usa um sistema de "bid/ask" para determinar o preço dos produtos, o que permite que os compradores vejam o que outros estão dispostos a pagar pelo mesmo produto. Essa abordagem inovadora e transparente tornou a StockX uma das principais plataformas de revenda de sapatilhas do mundo, ajudando a impulsionar o seu crescimento como marca. Com o tempo, a empresa expandiu sua oferta de produtos para incluir roupas, acessórios e gadgets, além de lançar parcerias exclusivas com marcas de moda e celebridades. 

Em conclusão, a utilização de marketing digital da Nike, mais especificamente da aplicação SNKRS, serviu para impulsionar as vendas das suas sapatilhas exclusivas tem sido altamente eficaz em termos de envolvimento e consciência da marca, bem como na criação de novos mercados de resell. No entanto, a Nike precisa de equilibrar a sua estratégia para garantir que os seus consumidores se sintam valorizados e incluídos na comunidade, e não excluídos. Tilhas, são só sapatilhas? Não, neste momento são muito mais do que isso. São um símbolo de exclusividade, de pertença a uma comunidade e de estilo de vida, algumas são mesmo artigos de luxo dependendo da sua raridade. A Nike e outras marcas souberam aproveitar esse potencial e criar estratégias de exclusividade e escassez eficazes para impulsionar as vendas das suas sapatilhas exclusivas utilizando maioritariamente meios digitais. No entanto, é importante que a marca mantenha o equilíbrio e a transparência nas suas práticas de venda, bloqueando por exemplo o acesso a bots que conseguem adquirir estes produtos muito mais rápido do que qualquer humano.

E para terminar, para quem não percebeu a referência do título do post, claramente não devem ser millenials. 😁

Fontes:

https://qz.com/quartzy/1747382/how-nikes-snkrs-app-community-inspired-its-digital-strategy

https://consumergoods.com/nike-zones-consumer-engagement-digital-approach-how-mobile-apps-drive-value-and-membership-growth

https://www.businessinsider.com/sneakerheads-furious-nike-botched-snkrs-air-jordan-1-chicago-drop-2022-11

 

terça-feira, 21 de março de 2023

Criptomoedas e Marketing Digital: como se relacionam?

Certamente, muitos de vocês já ouviram falar em criptomoedas mas não percebem bem em que consistem ou como estas podem vir a ser importantes no futuro. 

As criptomoedas são uma forma de dinheiro digital, ativos sem “valor intrínseco”, que podem ser utilizadas para fazer compras ou até mesmo para investir. A principal diferença das criptomoedas face às moedas tradicionais, como o Euro ou o Dólar, é que não são emitidas por nenhum governo nem verificadas por um banco. Em vez disso, as criptomoedas são transferidas diretamente entre utilizadores, num sistema peer-to-peer, sem intermediários ou supervisão. Assim, é possível transferir fundos entre indivíduos/ entidades em qualquer parte do mundo sem ser necessário confiar numa entidade terceira para executar essa tarefa

As criptomoedas são uma forma de dinheiro digital, ativos sem “valor intrínseco”, que podem ser utilizadas para fazer compras ou até mesmo para investir. A principal diferença das criptomoedas face às moedas tradicionais, como o Euro ou o Dólar, é que não são emitidas por nenhum governo nem verificadas por um banco. Em vez disso, as criptomoedas são transferidas diretamente entre utilizadores, num sistema peer-to-peer, sem intermediários ou supervisão. Assim, é possível transferir fundos entre indivíduos/ entidades em qualquer parte do mundo sem ser necessário confiar numa entidade terceira para executar essa tarefa.

Esta moeda digital utiliza criptografia de maneira a garantir a segurança das transações e controlar a criação de novas unidades. A Bitcoin é um dos exemplos mais conhecidos e mais antigos de criptomoeda mas existem muitas outras, como Ethereum, Ripple e Litecoin, entre outras.

É notório o crescente impacto que a criptomoeda tem provocado no marketing digital. Muitas empresas, hoje em dia, já começam a usar as criptomoedas nas suas estratégias de Marketing Digital, dada a enorme falta de transparência do mercado e dada as vantagens que estas podem proporcionar.

Uma das principais maneiras de adesão por parte das empresas a este método é através da aceitação desta moeda digital como forma de pagamento, tornando os pagamentos mais rápidos e mais seguros em transações online. Além disso, estas não exigem a necessidade de um intermediário para a realização das transações financeiras, o que pode reduzir os custos para as empresas.

Com a popularidade crescente das criptomoedas, as empresas podem investir em marketing digital para atrair novos clientes e criar uma presença forte no mercado. Cada vez mais se tem verificado um aumento da procura por parte de novos clientes que preferem utilizar este método de pagamento. Assim, as empresas que adiram a este meio poderão vir a aumentando a sua carteira de clientes.

Outro impacto importante da criptomoeda no marketing digital é a criação de novos modelos de negócios, como as ICOs (ofertas iniciais de moeda). As ICOs são uma forma de crowdfunding que permite que startups levantem dinheiro de investidores em todo o mundo, oferecendo tokens de criptomoeda em troca de investimento. Isso pode ajudar as empresas a obter o capital necessário para desenvolver novos produtos e serviços, sem a necessidade de passar pelo processo de arrecadação de fundos tradicional.

Além disso, a criptomoeda também pode ser usada como uma forma de recompensa para incentivar a participação em campanhas de marketing digital, como programas de referência e recompensas para compartilhas de conteúdo. A criptomoeda pode ser oferecida como recompensa para os clientes que compartilham conteúdo ou para aqueles que indicam novos clientes para a empresa.
Em suma, as criptomoedas têm o potencial de impactar positivamente o marketing digital, ao oferecerem formas mais rápidas e seguras de pagamento, ao aumentarem a privacidade dos usuários e ao permitirem novos modelos de negócios.
De que mais maneiras consideras que as criptomoedas têm impactado o marketing digital? Já experimentaste o uso de criptomoedas? Como foi a tua experiência?

domingo, 19 de março de 2023

Inteligência Artificial & Marketing: uma relação com futuro

A Inteligência Artificial (IA) refere-se ao desenvolvimento da tecnologia que trabalha no sentido de tornar um computador capaz de fazer previsões, tomar decisões ou reproduzir comportamentos humanos através de algoritmos, redes neuronais artificiais e machine learning.

A IA tem vindo a impactar o digital, sendo que tem trazido ferramentas úteis para o marketing, como por exemplo:

  • Chatbots - permitem uma comunicação sem barreiras temporais;
  • Análise preditiva - oferece a possibilidade de antecipar a procura, as escolhas e o comportamento dos consumidores;
  • Maior capacidade de personalização, de automação e de criação de conteúdos online - a IA consegue automatizar e customizar o conteúdo de forma a direcioná-lo eficazmente a cada utilizador de acordo com as suas preferências.

E quem é que não gosta de ter acesso a conteúdos personalizados e adequados ao seu estilo de vida? Principalmente, os nativos digitais da geração net!

São várias as empresas que adotam este tipo de tecnologia para satisfazerem os seus clientes e/ou potenciarem as suas vendas:

  • A Netflix utiliza algoritmos de IA que fornecem recomendações de filmes e séries a cada subscritor com base no histórico de cada um;
  • A Vodafone tem disponível um assistente virtual (TOBi) onde os clientes podem resolver os seus problemas;
  • Google dispõe de assistente virtual (Google Assistente), reconhecimento e agrupamento de imagens (no Google Fotos), cálculo do melhor percurso entre duas localizações (no Google Maps), sugestão de texto (no Gmail) e ainda pesquisa por voz;
  • O Minipreço integrou, recentemente, o ChatGPT ao WhatsApp para os clientes solicitarem sugestões de compras, refeições e receitas ao chefGPT.

No entanto e referindo algumas preocupações que advêm deste tema, a IA depende dos dados dos consumidores pelo que surgem preocupações ao nível da segurança e da privacidade. A capacidade de a IA automatizar o trabalho traz ainda o receio da substituição de pessoas por máquinas e, consequentemente, a perda de empregos.

Neste sentido, é também importante refletir sobre as limitações da IA. Será que a IA consegue reproduzir a criatividade de humanos? Será a IA capaz de lidar com emoções humanas e responder com inteligência emocional?

É difícil reproduzir totalmente as habilidades cognitivas humanas como sentir emoções, ter opiniões próprias e responder com base em experiências e vivências pessoais. Para além disso, a IA é dependente da qualidade e quantidade dos dados existentes. Pelo menos para já…

Na minha opinião, há determinadas tarefas que estão destinadas a serem desenvolvidas e trabalhadas por pessoas, mas a IA tem potencial para ser um ótimo complemento para os profissionais de marketing, uma vez que auxilia na tomada de decisão e permite otimizar e aprimorar as suas estratégias. É importante que se tenha em conta as potencialidades da IA, mas também os seus riscos ou limitações, para que se implemente esta tecnologia de forma sábia e consciente, criando assim mais valor no plano de marketing, pelo que considero que podem ser dois grandes aliados.

E porque também eu quis aprimorar esta publicação, achei boa ideia ter um “testemunho” de uma plataforma desenvolvida por IA e que tem vindo a demonstrar ser revolucionária, o ChatGPT, que diz que: “a IA transformou o marketing, fornecendo às empresas ferramentas poderosas para entender melhor os clientes e criar campanhas de marketing mais eficazes, dinâmicas e personalizadas” e o seu impacto “depende de como é implementada, se usada de forma responsável e ética, a IA pode trazer benefícios significativos tanto para as empresas como para os consumidores”, assim “o futuro da relação entre o marketing e a IA parece muito promissor e podemos esperar um crescimento contínuo e inovador nessa área”.

Agora pergunto-vos a vocês? O que acham da relação entre a IA e o marketing? Tornar-se-á numa relação duradoura? Conhecem mais exemplos de empresas que utilizam IA na sua estratégia?

Fontes:

Fonte 1     Fonte 2     Fonte 3     Fonte 4 

sábado, 18 de março de 2023

Marketing de Causa : O caso da Dove

Tal como temos vindo a falar, nesta nova era os consumidores dão muito valor a outro tipo de Marketing Digital que antes nem sequer eram imaginados, um desses exemplos é o Marketing de Causas.

O Marketing de Causas é uma estratégia que tem ganho cada vez mais espaço no mundo dos negócios e que se tem tornado uma tendência entre as empresas que procuram destacar-se no mercado. Esta técnica é baseada na ideia de que as ações de Marketing devem estar alinhadas com causas sociais ou ambientais relevantes, levando em consideração os valores e os desejos dos consumidores, nomeadamente dos consumidores atuais.

O Marketing de Causas tem-se mostrado eficiente para empresas que desejam um posicionamento diferenciado no mercado, já que os consumidores estão cada vez mais preocupados com causas sociais e ambientais, e por tal pretendem consumir produtos e serviços de empresas que compartilham os mesmos valores.

Empresas que adoram o Marketing de Causas envolvem-se em projetos que têm um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, demostrando aos consumidores que se preocupam com questões além do lucro. Esse envolvimento pode ser feito de diversas maneiras, como, por exemplo, apoiando instituições de caridade, participando em campanhas de consciencialização ou promovendo ações sustentáveis.

Além de ter um impacto positivo na sociedade, o Marketing de Causas também pode trazer benefícios para as empresas em termos de imagem e fidelização de clientes. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e procuram empresas que não só oferecem qualidade nos seus produtos e serviços, mas também se comprometem com causas em que eles acreditam.

Para ter sucesso no Marketing de Causas, é fundamental que as empresas escolham causas que estejam alinhadas com os seus valores e sejam relevantes para os seus clientes. Além disso, é importante que essas ações sejam verdadeiras e coerentes com a cultura da empresa, evitando ações que possam ser percebidas como oportunismo.

A título de exemplo, trago um vídeo publicitário de 2022 da conhecida marca Dove com o nome "Under Pressure". A meu ver, este vídeo para além de se enquadrar na temática de Marketing de Causas, tem também como objetivo quebrar tabus - algo que a nova era digital já demonstrou ser tendência.

A Dove é um excelente exemplo de Marketing de Causas, já que ao longo da sua existência tem sempre tido o cuidado de que as suas campanhas de marketing sejam sempre alinhadas com as preocupações, medos, inseguranças dos seus consumidores, e esta campanha mantém essa tendência.

A par de tudo isto, o ano passado, a Dove lança este vídeo bastante forte sobre o sofrimento da depressão pós-parto: um tema sensível e escondido, mas sentido por 7 em cada 10 mulheres. O vídeo traz depoimentos de mulheres reais que passaram pela depressão pós-parto, retratando a pressão e o julgamento que sentem.

Com esta campanha, a Dove mostra que se preocupa com as questões que afetam as mulheres e, mais do que isso, que se coloca ao lado delas, tentando oferecer apoio e suporte emocional. Esta postura alinhada com uma causa importante certamente contribui para a construção de uma imagem positiva da marca, além de "agarrar" os consumidores de forma autêntica e genuína. 

 

Em resumo, o Marketing de Causas é uma estratégia de marketing que se tem tornado cada vez mais relevante no mundo dos negócios, permitindo que as empresas se envolvam em projetos que têm um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente. Assim sendo, como a Dove se tem preocupado em alinhar os seus produtos, campanhas e valores com a chamada "Beleza Real", vejo esta marca como um exemplo perfeito de como este tipo de Marketing deve ser feito e do seu espaço no digital.

O que acham que podemos esperar da Dove este ano? Que outras marcas conhecem com este tipo de Marketing?

Fontes
https://mindminers/blog/marketing-de-causa

quarta-feira, 15 de março de 2023

H&M Pre-Loved, a loja online de roupa em segunda mão

Olá a todos!

Não será a primeira, nem a última vez, que encontramos a retalhista H&M associada a questões ambientais. A preocupação pelo meio ambiente não é uma novidade da marca que tem de forma muito ativa procurado incorporar na sua estratégia a sustentabilidade.

Esta semana, a H&M inaugurou uma plataforma online de venda de roupa em segunda mão nos Estados Unidos. H&M Pre-Loved é o nome do site que em parceria com a ThredUp pretende dar uma nova casa a roupas usadas da H&M que, como o nome indica, estão prontas para voltar a ser amadas. Esta não é a primeira vez que o grupo de fast fashion sueco investe em modelos de negócio circulares. Já em 2015, a H&M reforçou a sua visão ambientalista ao investir na Sellpy (serviço que serve de intermediário na compra e venda de roupa usada), tornando-se, mais tarde, uma acionista maioritária.

Site da H&M Pre-Loved
Site da H&M Pre-Loved

Os objetivos de sustentabilidade para o futuro do grupo H&M são diversos e a recente abertura da H&M Pre-Loved é mais uma prova que estas metas estão a ter uma presença fundamental no negócio. É tudo muito bonito, mas questões cruciais vão surgindo. Face às controvérsias polémicas relacionadas com incoerências nas atividades sustentáveis da empresa, será esta apenas uma estratégia da H&M para atrair consumidores e gerar mais valor, desviando as atenções do buzz negativo? Estará a marca a praticar greenwashing?

O greenwashing é um conceito que surge de forma a representar o processo de transmitir impressões ou informações falsas sobre as atividades sustentáveis de uma empresa. Nos últimos anos, esta ideia tem ganho mais menções e notoriedade, o que nos leva a questionar o porquê das empresas adotarem cada vez mais estes procedimentos enganosos. A resposta encontra-se na nova geração net.

A geração net engloba os chamados millennials (ou geração Y) e a geração Z. Esta é uma geração que se distancia largamente dos seus antecessores. O ativismo, o apoio das mais diversas causas sociais, a procura de diferentes experiências e estímulos e a presença massificada no digital são apenas algumas das diferenças. Em especial, a geração mais recente é conhecida pela preferência por um consumo sustentável e socialmente responsável. A prática de greenwashing é, então, uma forma de responder aos novos consumidores sem, de facto, as empresas se comprometerem totalmente com a sustentabilidade.

Em síntese, estas novas exigências e necessidades dos consumidores levaram as empresas a reconsiderar os seus objetivos e formas de atuar num mercado. Independentemente do motivo intrínseco, a procura de materiais sustentáveis e processos de produção ambientalmente amigáveis são uma parte em mudança nas empresas. No geral, as atividades e ideais sustentáveis são cada vez mais apoiados pelos consumidores. Deste modo, soluções como a compra em segunda mão e comércio local são também uma grande tendência desta geração, o que justifica a escolha da H&M em lançar um plataforma de roupas em segunda mão.

Deixo as seguintes questões para debate: Será, então, que a H&M Pre-Loved é uma iniciativa fiel aos ideias da marca ou uma tentativa de greenwashing? Terá o greenwashing cada vez mais palco? Qual a tua opinião sobre o comércio local e a compra em segunda mão? Irá esta tendência manter-se, expandir ou desaparecer com o tempo?

Fontes:

terça-feira, 14 de março de 2023

"Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" foi o grande vencedor dos Óscares



Quando esta manhã vi no noticiário das 7 horas que “Tudo em Todo Lado ao Mesmo Tempo” foi o grande vencedor dos Óscares de Hollywood, de imediato pensei ter encontrado o tema para a publicação neste blogue. 

Pode parecer absurda a analogia do nome do filme com o tema da publicação, mas acreditem que tem uma intrínseca relação. 

O Marketing e as suas tendências atuais e futuras passam justamente pelo “tudo em todo lado e ao mesmo tempo”. Basta pensar na quantidade de vezes que fazemos scroll no ecrã do smartphone quando estamos numa loja física à procura do último modelo do casaco da moda, ou quando registamos aquela compra online para recolher na loja, é motivo para questionar, quem nunca? 

Coabitamos na chamada era do PHYGITAL, a integração entre o mundo físico e o digital, a imersão na macrotendência alicerçada nas estratégias online-to-offline (O2O). 

Pergunte-se então, onde podemos encontrar este conceito Phygital nas nossas interações de compra do dia a dia e como esta revolução impacta nas decisões de compra das novas gerações, nomeadamente a gen Z. 

Phygital é, portanto, o melhor de dois mundos – físico e digital. 

Sem necessidade de entrar no mundo do meta verso experienciámos em simples interações do dia a dia o conceito Phygital, do self-checkout, às lojas pop-up, ou a compra online para recolha click colect, são exemplos de como vivemos num mercado de estratégias multicanal, crosschannel ou omnicanal, onde o que verdadeiramente releva é ter tudo em todo lado ao mesmo tempo, é estar conectado e poder usufruir da interação com a loja física e vice versa. 

No entanto esta visão poderá ser redutora se não analisarmos o conceito phygital do ponto de vista da experiência do cliente e o quanto este aspeto influencia a opção de compra das novas gerações, nomeadamente a gen Y e Z. 

As novas tendências de mercado apostam cada vez mais na respostas aos estímulos do cliente, o que os move, os seus valores, a nova perspetiva de interação baseada em pressupostos de sustentabilidade, ativismo, autenticidade. A estratégia do mercado atual e futuro passa por responder às necessidades tangíveis dos consumidores, como são exemplo a qualidade, bem como das intangíveis, relacionados com as necessidades emocionais. 

Novos consumidores criam mercados novos e o grande desafio do marketing do futuro é projetar experiências atraentes, sensuais e únicas, fazendo uso direcionado dos serviços digitais para tornar a experiência de compra verdadeiramente agradável. 

Termino por onde comecei, o filme, Everything Everywhere All at Once incorpora elementos de vários géneros e meios cinematográficos, incluindo comédia absurda , ficção científica , fantasia , filmes de artes marciais e animação. É um filme metaverso e tiktokiano, que espelha a estratégia de marketing necessária para cativar público das novas gerações, que se reconhece nesta “loucura” de ação e emoção. Vamos então no caminho certo, o marketing cinematográfico a acompanhar tendências e a arrecadar prémios, é motivo para dizer, este filme é TOP. 

Fontes: 

Mau, G., Schweizer, M., Fleischer, A. (2023). Synthesis: Phygital – The Dawn of a New Age of the Senses. In: Mau, G., Schweizer, M., Oriet, C. (eds) Multisensory in Stationary Retail. Springer, Wiesbaden. https://doi.org/10.1007/978-3-658-38227-8_15 
Wided Batat (2022) What does phygital really mean? A conceptual introduction to the phygital customer experience (PH-CX) framework, Journal of Strategic Marketing, DOI: 10.1080/0965254X.2022.2059775 
https://en.wikipedia.org/wiki/Everything_Everywhere_All_at_Once

segunda-feira, 13 de março de 2023

O Marketing Digital nas cerimónias de Prémios (Óscares 2023)

 Olá a todos,

Após qualquer gala de entrega de prémios do mundo artístico é habitual ouvirmos nos dias seguintes, tanto nas redes sociais como nos nossos grupos de amigos, as opiniões mais díspares sobre os resultados finais com, as mais diversas teorias de conspiração sobre os motivos que levaram um artista a ganhar o prémio ou sobre o porquê da Beyoncé não ter ganho o prémio de melhor álbum. 

Na ressaca da mais recente gala dos Óscares, decidi fazer uma reflexão sobre como é que a escolha dos vencedores é influenciada pelas campanhas de marketing dos grandes estúdios de entretenimento. 

Todos os anos, a cerimónia celebra o melhor no mundo do cinema, reconhecendo performances de artistas, realização, argumento e feitos técnicos. No entanto, ao longo dos anos, os Óscares e a maior parte das cerimónias, tornaram-se cada vez mais um campo de batalha para as campanhas de marketing digital dos estúdios de cinema, em vez de uma plataforma para homenagear a excelência artística. 

No início da era digital, os estúdios de cinema reconheceram a importância da comunicação online na geração de buzz em torno dos seus filmes. Com o surgimento das redes sociais, os estúdios puderam, e continuam a conseguir, alcançar uma audiência global com o clique de um botão, o que torna o caminho até à cerimónia dos Óscares o palco perfeito para mostrar a sua perícia e criatividade  em marketing digital. Em alguns casos o foco mudou de criar filmes de qualidade para criar hype em torno deles, com os estúdios a utilizar um forte investimento em campanhas online que chamam a atenção do público e consequentemente da Academia. 

Enquanto os Óscares são destinados a celebrar a excelência artística, a influência das campanhas de marketing digital podem ofuscar a perceção que os espectadores têm sobre o filme e consequentemente a qualidade dos mesmos. Os estúdios usam uma série de táticas para gerar engagement e difusão de conteúdo, incluindo influencer marketing, publicidade em redes sociais e até participações em segmentos populares de canais de Youtube



Estas estratégias podem distrair o público geral do próprio filme, com muitas pessoas a assistirem aos Óscares para ver se a inconsciente campanha de marketing a que foram sujeitos ganhará em vez de qual filme/ator/realizador ganhará.

No caso da edição dos Óscares de 2021, foi demonstrado o poder das campanhas de marketing digital. O vencedor de Melhor Filme, "Nomadland", foi promovido com muita força pela Searchlight Pictures, o estúdio por trás do filme. Utilizaram uma série de estratégias para criação de notoriedade à volta da longa metragem, incluindo influencer marketing, anúncios em redes sociais e uma extensa campanha de relações públicas, normalmente enquanto frequentavam outros festivais. Embora "Nomadland" seja sem sombra de dúvida um grande filme, a campanha de marketing digital ajudou o filme a destacar-se dos seus concorrentes e a garantir o prémio de Melhor Filme. 


Utilizando este ano e o meu caso pessoal como exemplo, posso dizer que não vi a maior parte dos filmes nomeados e os que vi provavelmente adormeci a meio. No entanto havia um actor que eu queria que ganhasse o prémio de Melhor Actor, o Brendan Fraser pela sua participação no “The Whale”.

Se vi o filme? Não. Então comecei a questionar-me porque é que queria que este ator levasse a estatueta para casa e reparei que durante vários meses fui bombardeado por conteúdo do submundo dos reels e tik toks, sempre com a mesma passagem do filme. De repente, já estava num loophole sem fim entrevistas e reportagens no youtube sobre como o próprio ator esteve afastado do cinema devido a escândalos e depressões e a criar uma ligação estranha não só com a personagem mas também com o actor. A sua prestação até podia ser má nos 99% de filme que não vi mas eu queria genuinamente que ganhasse (e ganhou). Maldito algoritmo. 


Ao que parece o aumento da influência das campanhas de marketing digital nos Oscares tem gerado preocupação por parte de pessoas dentro da indústria cinematográfica. Muitos argumentam que o foco nas campanhas de marketing tira o protagonismo dos filmes em si, e que os Óscares deveriam voltar a celebrar a excelência artística em vez da promoção online e da procura de likes e cliques e, embora as campanhas de marketing possam certamente ajudar a gerar buzz do público geral em torno de um filme, elas não devem ser o fator determinante no processo de decisão dos vencedores dos Óscares. 

Para concluir, os Óscares tornaram-se num fim de campo de batalha para as campanhas de marketing digital em vez de uma plataforma para celebrar a excelência artística. Embora essas campanhas possam certamente gerar notoriedade em torno de um filme, elas não devem ser o fator determinante no processo de decisão dos Óscares. O foco deve ser na qualidade dos próprios filmes, e a Academia bem como qualquer responsável de uma cerimónia de prémios deve ter a responsabilidade de honrar e reconhecer as performances, em todas as artes artísticas. As campanhas de marketing digital podem ser úteis para promover filmes, música, teatro e gerar interesse, mas não devem obscurecer o valor artístico dos filmes e a importância da criatividade e do talento dos artistas envolvidos na sua criação.

Fontes: 
https://cinematicslant.com/2020/11/30/nomadland-marketing-recap/ 
https://www.thedrum.com/news/2022/03/28/oscars-2022-what-we-can-learn-movie-marketing

Quiet Quitting e a Geração Z.

Olá a todos! 

Hoje trago aqui um tema polémico o qual se propagou única e exclusivamente devido à existência de redes sociais com conteúdo a circular e a ser criado 24/7. Para além disso, como temos falado sobre a geração Z, achei que seria interessante abordar o mesmo. 

Já falámos sobre as diferentes características desta geração, desde a sua ligação próxima aos valores como autenticidade, honestidade e sustentabilidade até à sua capacidade – ou não – de fazer multitasking. No entanto, é de ressalvar que esta geração dá muito valor ao chamado work-life balance. O gen Z não abdica de um café com os amigos ou uma saída à noite só porque o chefe precisa de alguma coisa urgente. Assim, nas redes sociais, esta nova geração aclama que ‘’trabalhamos para viver, não vivemos para trabalhar’’. Na onda deste mindset, surge o Quiet Quitting. 

Este fenómeno nasce na China e propaga-se no TikTok em forma de protesto à precariedade no trabalho. Este resume-se em nada mais nada menos do que : recusa em fazemos mais do que para o que eu sou pago. O TikTok desde que apareceu tornou-se numa ferramenta de propagação de tendências instantaneamente, e com esta moda não seria diferente. Assim, este tema chega aos 4 cantos do mundo e faz surgir notícias e reações de imensa gente e de imensas empresas. 

A meu ver, este fenómeno é expectável de uma geração como a  Z – na qual eu me integro, apesar de não me reconhecer neste fenómeno -. A clareza com que esta geração separa a vida pessoal e a profissional é efetivamente impulsionadora deste estilo de vida! Óbvio que isto não acontece apenas porque temos uma geração com uma postura muito forte e muito qualificada, aliás, em maior parte dos casos, parece-me que acontece com o objetivo de causar alguma consciência para temas como a saúde mental, depressões e burnout, os quais me parecem temas relevantes e essenciais num mundo como o nosso. 

No entanto, e não querendo de todo romantizar temas como o burnout, como é que uma geração que toma a postura de ‘’não mexo nem mais uma palha do que o que é suposto’’, pode defender também que todos podemos ser empreendedores, todos podemos ter sucesso e todos podemos ter a vida com que sonhamos? Parece-me quase como o sonho da american way of life da atualidade que nunca se concretiza. 

Apesar de defender que devemos equilibrar a nossa vida e que podemos ter muita coisa dos dois mundos, nem sempre podemos ter o melhor dos dois mundos, daí existirem prioridades, as quais se vão adaptando às nossas necessidades e ao nosso dia-a-dia. 

Sou totalmente contra o workaholism, porém olhando para a situação socioeconómica que vivemos, como é que os jovens – o grupo etário no mercado de trabalho com menos experiência – se pode dar ao luxo de pôr em prática o quiet quitting. Sou totalmente contra a exploração dos estagiários e dos recém-empregados – até porque me incluo neste grupo - , dos salário baixos e das precárias condições que muitas empresas praticam, mas não acham que em vez de nos ‘’demitirem silenciosamente’’, deveríamos lutar por mais direitos em vez de menos deveres? 

Sou totalmente apologista de que uma pessoa só trabalha bem se estiver feliz com a sua vida pessoal, no entanto, também só é feliz se estiver minimamente realizada na sua vida profissional. Por tal, parece-me que há uma reciprocidade entre os dois pólos. 

Para além de tudo isto, devemos medir o impacto que estas opiniões têm numa rede social.  Tal como foi referido em aula, esta geração é altamente influenciável por desconhecidos/influenciadores digitais, etc. e por tal, estas opiniões fortes/diferentes quando surgem numa rede social como o TikTok propagam-se rapidamente por todos os seus utilizadores, acabando por os influenciar. Se por um lado, o TikTok poderá ser uma ferramenta fortíssima para as empresas crescerem e darem a conhecer a sua marca, poderá também ser uma ferramenta de propagação de ideias, as quais devem ser escrutinadas e esmiuçadas. 

Qual é a vossa opinião sobre este assunto tão polémico e como é que enquadram esta teoria nesta geração? Para além disso, qual é o papel do TikTok no meio disto? E acima de tudo, que tipo de estratégias de Marketing Digital é que as empresas podem usar para impedirem que esta tendência se propague pelos seus trabalhadores? 

Fontes: 

https://observador.pt/opiniao/a-demissao-silenciosa-quiet-quitting-vai-acabar-mal/ 

https://www.publico.pt/2022/09/24/sociedade/noticia/quiet-quitting-nao-apenas-moda-redes-sociais-reaccao-precariedade-2021627

sexta-feira, 10 de março de 2023

Email Marketing: Uma ferramenta repleta de potencialidades

Num mundo cada vez mais dominado pelo digital, e onde as marcas e empresas recorrem às mais variadas ferramentas e abordagens para se diferenciarem da concorrência. É fulcral que a sua estratégia de marketing digital vá de acordo com os interesses do seu público-alvo(s), revelando-se a necessidade inerente de criação de conteúdo apelativo e dinâmico. Algo que vai muito para além da atuação nas redes sociais.

O email marketing é um dos meios mais eficazes para envolver e fidelizar os consumidores a uma marca, empresa ou negócio. De um modo simples, o email marketing consiste em criar emails e newsletters com o objetivo de promover algo ou apresentar novos produtos e serviços. A partir desta ferramenta, constroem-se relações duradouras, fruto do envolvimento personalizado, para além de aumentar a notoriedade e o conhecimento pela marca.

Uma aposta no email marketing traz um conjunto abrangente de vantagens:

  • Criação de conteúdo personalizado - Desde algo simples, como incluir o nome do destinatário no corpo do email, até à inserção de diferentes imagens, textos ou temas, de acordo com o público-alvo que se pretende atingir. Neste caso, pode-se recorrer ao envio de diferentes emails para várias listas de contactos, tendo por base a segmentação realizada anteriormente;
  • Crescimento das vendas - Ao apresentar novos produtos e serviços nas campanhas de email marketing, está-se a encorajar os clientes à sua aquisição, a par de se poder oferecer promoções e preços especiais;
  • Gerar tráfego para o website e geração de leads - Adotar call-to-actions (CTA´s), nomeadamente links (no formato de um botão, por exemplo) ao longo do email, que remetam para o website é uma das formas mais eficazes para enviar utilizadores para o website. A utilização de CTA´s eficazes contribui igualmente para a geração de leads. Deve-se ter em atenção que a lista de subscritores deverá se tratar de potenciais clientes;
  • Produção de campanhas rentáveis - Enquanto que as campanhas tradicionais, como a impressa, podem ser dispendiosas, as campanhas de email marketing tendem a ser mais rentáveis. Por exemplo, não haverá despesas ao nível de correio e não se terá de pagar por meios de distribuição física;
  • Medição do desempenho - Ao se ter acesso a várias métricas (KPI´s) - taxa de abertura, taxa de rejeição, taxa de unsubscribe e taxa de conversão - percebe-se quais são os tipos de campanha que obtém melhores resultados;
  • Recolha de feedbacks - O envio de formulários de satisfação permite obter o feedback dos clientes, e os aspetos que podem ser melhorados. Mantém-se assim uma atenção constante na experiência do cliente, a fim de garantir que este mantém a interação e o envolvimento com a marca.

Contudo, é pertinente mencionar alguns aspetos que se deve ter em atenção:
  • Spam - Em alguns casos, os emails podem cair em pastas de spam, sendo ignorados totalmente pelos destinatários. Pode-se ainda receber queixas dos mesmos, caso o conteúdo do email não seja relevante;
  • Tempo de elaboração - Criar emails de sucesso leva o seu tempo, dado que exige constantemente novos conteúdos, modelos de email, e monitorização constante das campanhas;
  • Limitações de espaço - Emails de longa dimensão demoram tempo a carregar. No tempo que leva para o email carregar, o potencial cliente pode ter perdido o interesse e ter passado para outras coisas;
  • Design - O email é acessível através e vários dispositivos. Deve-se encontrar um design que funcione para todas as plataformas. O design deve ser agradável em diferentes dispositivos, de modo a não se perderem subscritores. Emails confusos, desorganizados, pouco profissionais e com erros, tornam-se frustrantes para os destinatários, uma vez que estes esperam conteúdo de elevada qualidade;
  • Elevada competitividade - Sabendo-se que o email marketing é uma ferramenta rentável e que traz um grande retorno ao nível do investimento, muitas empresas acabam por incorporá-lo na sua estratégia de marketing digital. Assim sendo, tornam-se crucial encontrar aspetos que se diferenciem da concorrência, nunca deixando de responder às necessidades da audiência.
Por fim, pode-se concluir que o email marketing é um forte aliado para as empresas dinamizarem e alavancares as suas estratégias de marketing digital. No entanto, devem dedicar recursos e tempo para criarem valor para a sua audiência, evitando cair em pastas de spam e, acima de tudo, no esquecimento.

E tu, conheces outras vantagens ou desvantagens do email marketing? Quais são as tuas plataformas favoritas? Recomendo o Mailchimp, dada a facilidade e liberdade na criação de conteúdos, e toda a sua utilização ser bastante intuitiva.


Fontes utilizadas: