quarta-feira, 31 de maio de 2023

Redes Sociais e Educação Ambiental

A atividade humana tem conduzido o planeta para um futuro insustentável. Aumentar a velocidade da transição para uma economia mais circular, ceder a passagem aos comportamentos sustentáveis, travar junto das emissões de CO2 e reduzir nos gastos de energia e no consumo de água torna-se imperativo em todos os setores de atividade.

É fundamental que a sociedade exerça um papel consciente e cada vez mais ativo no combate às alterações climáticas e o conhecimento é um fator-chave para implementar essas mudanças de comportamentos e consciencializar as pessoas.

A Educação Ambiental é imprescindível. 

Esta não é uma preocupação nova mas a urgência climática e o clima de instabilidade ambiental que se vive nos últimos anos têm tornado ainda mais urgente a inclusão, nos planos curriculares, de uma disciplina dedicada ao ambiente e à sustentabilidade e não só.

A Educação Ambiental não se dever limitar às paredes das salas de aula ou a um setor específico. Existe ainda um problema de iliteracia ambiental junto dos adultos que tem de ser mitigado. Este é um trabalho que pode – e deve – ser feito em várias frentes.

Um excelente exemplo de uma rápida forma de propagação de informação são as redes sociais. Fazem parte da rotina das pessoas e todos os dias atraem novos curiosos. Estes portais são conhecidos por conterem muita desinformação, mas também podem ser aliados e utilizados como um portal consciente e apelar à reflexão sobre os impactos da nossa atividade, promovendo uma mudança de comportamentos e uma participação ativa. 

Um excelente exemplo é a Ethica.pt – Sustainable Fashion Hub. Apesar de estar ligada a um setor específico, a moda, e ser um serviço de comunicação, utiliza a sua rede social para promover a aprendizagem sobre a sustentabilidade nesta indústria. Informação acessível, de fácil compreensão e está constantemente a transmitir informação fiável e séria sobre a moda ética e sustentável. Claramente as marcas e as empresas deste setor, tem cada vez mais a preocupação de se tornarem “verdes”, mas têm pela frente o desafio de melhorar os seus processos. 




A viagem para um futuro sustentável ainda é longa, mas o conhecimento é o melhor aditivo que temos para acelerar o processo e atingir as metas.

Chat GPT e Marketing de Conteúdo

O Marketing de Conteúdo é uma das estratégias mais importantes no marketing digital, e a produção de conteúdo relevante e original é fundamental para atrair e fidelizar o público.

Recorrer a esta tecnologia de inteligência artificial atualmente é visto como uma solução eficaz para criar conteúdo ainda mais relevante para atrair e fidelizar o público.



Mas qual é verdadeiramente a utilidade desta ferramenta para se tornar um aliado do marketing?

Criar insights valiosos como aprimorar textos e torná-los mais persuasivos e atrativos
Personalização do conteúdo.
Produzir conteúdo de forma rápida e eficiente
Otimizar SEO
Investigar a concorrência 
Identificar parcerias
Prever tendências 
Automatizar Chatbots 

Em resumo, é uma solução eficaz no Marketing, e principalmente no Marketing de Conteúdo. A sua capacidade de simular conversas, interpretar big data de forma objetiva, criar conteúdo, identificar as necessidades, produzir conteúdos em diferentes idiomas e satisfazer as expectativas dos consumidores. 

Há quem afirme que o Chat GPT é “o seu melhor colega de trabalho”.

Esqueci-me de identificar alguma utilidade do Chat GPT?

Barbie: "A coisa mais Bonita que você pode ser é você mesmo"

A boneca Barbie, fenómeno cultural da modernidade, descreve um vigoroso exemplo ao nível da apropriação cultural por parte dos fenómenos da modernidade, com particular relevo na globalização, industrialização e capitalismo, estando “imersa numa pedagogia cultural, com o intuito de ensinar a supremacia de um tipo de corpo, etnia e comportamento” (Cechin et Silva, 2012). A globalização permitiu uma fusão do espaço tempo, aumentando as vias comunicativas e a circulação das pessoas e da comunicação, permitindo novas evoluções do fenómeno capitalista desde a introdução do modelo fordista e da reprodução em série.  Atualmente, devido à revolução digital, a informação ultrapassa barreiras espácio-temporais, pelo que o imeadiatismo é um critério valorizado pelos consumidores. A nova geração de consumidores, a Gen Z, apresenta, ainda, uma forte ligação com a personalização e a mensagem mais individualista, motivo pelo qual a Barbie, na sua evolução, tem garantido um sucesso contínuo para com o seu público alvo, ainda que inicialmente apresentasse um produto que representava um modelo irrealista de perfeição.

A produção da boneca Barbie pela Mattel visou reproduzir num modelo cultural e educativo, que marca o indivíduo desde a infância e através do qual ele procura a sua identidade, descobrindo na representação um sentido próprio da vida e estabilidade na sua existência social, partindo do modelo universalizado do corpo ideal, onde desenhou o modelo da perfeição. “O brinquedo participa da construção da infância por meio de complexos significados e práticas produzidas não apenas por seus criadores e difusores, mas por aqueles que o utilizam. É possível entender o lugar da criança na sociedade através dos usos e significados atribuídos aos brinquedo” (Cechin et Silva, 2012) Este pressuposto enaltece o preconceito e a exclusão social evidenciadas face a características individuais, que resultam na sobrevalorização de um modelo típico potencializador da desigualdade de género. “As narrativas da boneca alimentavam o sonho de um estilo de vida projetado para o consumo, ensinando às meninas que o sucesso está no corpo magro e branco (…) evocam o consumo infantil pela imitação de suas atitudes e de seus trajes”. (Roveri & Soares, 2011, p.160) Este conceito difundiu-se seja pelo brinquedo, pelos filmes desenvolvidos a partir do mesmo, onde se perpetuava um irrealista ideal de beleza, que cada vez mais, era procurado pelas crianças, gerando sentimentos de ansiedade e falta de propósito, pela impossibilidade de atingir o epítome da perfeição desenvolvido pela empresa. A marca percecionou, desde cedo, a inata vontade do ser humano em sentir pertença e objetivar a perfeição, traços muito marcantes do consumo da Gen Z,  apropriando-se de meios culturais e educativos para lucrar em função da alienação social e da convocatória de sentimentos do meio cultural. “Ser conhecida, colecionada, admirada e elevada ao nível de personalidade imortal: a sociedade mercadológica tem injetado na boneca todo oxigênio de que ela precisa para continuar nova e viva no imaginário infantil. Completando meio século de aparição ao público, Barbie, ao contrário de muitos brinquedos, nunca foi esquecida e tampouco envelheceu nas prateleiras das lojas” (Roveri & Soares, 2011, p.148)

Ainda  que nos anos 70 do Séc.XX a reprodução em massa marcasse os mercados, com referência direta à cultura de massas, que procurava compreender os comportamentos e ideais dominantes, apropriando-se dos mesmos para a produção massiva de objetos, produtos culturais, que pudessem ser aliciantes ao coletivo, por representarem superficialmente os seus interesses, a Barbie gerou um movimento que procura, cada vez mais, a diversidade, enquadrando-se com um público diverso, onde importa a inclusão.  Como o indivíduo desenvolve atividades como a visualização de filmes e a leitura de livros para, por via da cultura, viver uma vida que não a sua, experienciadas vivências que não são possíveis no mundo vivida, a sua própria sobrevivência dependeu desta sua adaptabilidade. Assiste-se, neste momento, a uma produção à medida, que se serve também do impacto da imagem na atualidade, por via das novas tecnologias, e vem substituir a produção em massa, mas que volta a cair no conceito da cultura de massas, no sentido em que procura responder a uma cultura do consumo¸ ao desejo do coletivo em encontrar no meio artístico uma representação do seu Self identitário, perpetuada pelos Media e através do qual encontrará um sentimento de pertença e se distanciará do isolamento e exclusão social experienciado noutros setores da sua vida. Atualmente a boneca não representa um modelo corporal único, possuindo várias formas e cores e, ainda, versões com mobilidade reduzida, aparelhos auditivos e representações de doenças particulares como vitiligo. A representação assume, assim, o papel central dos desenvolvimentos do produto.


Se, no início da carreira, Barbie fora modelada com o perfil de pessoas e atrizes reais, o ideal de beleza materializou-se em boneca: embalada e mostrada nas lojas, seu suporte de sustentação é a mão da menina, que com ela brinca e sonha ser estrela. A boneca foi transformada num espelho no qual são revelados os vícios de quem a contempla e, ao mesmo tempo, estampadas as virtudes a serem conquistadas pela mulher. Barbie foi feita para ser o espelho inquebrável que reflete a “melhor” decoração possível para corpos humanos, tidos como frágeis e vulgares, os corpos femininos. A personificação de Barbie e sua transformação em um ícone de mulher sugere que as pessoas reais são feitas de carne de má qualidade, por isso carentes de melhorias” (Roveri & Soare, 2011)




Também nas redes sociais a marca procura criar esta ligação com o consumidor, seja por via da alusão a marcos da atualidade, como o recente falecimento da artista Tina Turner, seja pela promoção da inclusividade, perpetuando a ligação do consumidor com a mesma através de características como “ícone, intemporal e representatividade”.

De Central Perk ao Marketing Digital

Dúvido que algum de vocês não conheça a série icónica “Friends”. Com o seu humor, personagens cativantes e enredos envolventes, esta série tornou-se num verdadeiro fenómeno cultural que conquistou e continua a conquistar o coração de milhões de fãs em todo o mundo.


É uma série conhecida pelos seus personagens únicos e distintos. Cada um dos seis amigos - Rachel, Ross, Monica, Chandler, Phoebe e Joey - tem personalidades e trajetórias diferentes, o que contribui para a dinâmica especial do grupo e interações únicas.

Mas o que podemos transpor das qualidades de cada uma das personagens da série para as capacidades necessárias de um profissional de marketing digital no seu trabalho diário?


Rachel Green: Adaptação
Rachel começou como uma rapariga mimada e pouco preparada para o mundo real, mas ao longo da série, tornou-se numa mulher independente e bem-sucedida. Os marketeers digitais podem aprender com a Rachel a importância de se adaptar às mudanças constantes e inesperadas no cenário digital. Assim como Rachel teve que se reinventar várias vezes ao longo da sua carreira, os marketeers digitais precisam de acompanhar as tendências de modo a se manterem relevantes.



Ross Geller: Busca constante do conhecimento
Ross é um paleontólogo e professor universitário, conhecido pela sua paixão e procura constante de conhecimento. No marketing digital, é fundamental estar atualizado e ter o conhecimento acerca do público-alvo e tendências. Assim como Ross mergulha nos estudos e pesquisas, os marketeers digitais devem investir tempo e esforço na recolha e interpretação de dados para tomar decisões estratégicas informadas e bem fundamentadas.

 


Monica Geller: A importância dos detalhes
Monica é conhecida pela sua obsessão pela limpeza e organização, além de ser uma cozinheira talentosa. Os marketeers digitais podem aprender com a Monica a importância de prestar atenção aos detalhes em cada aspeto de uma campanha. Seja na criação de conteúdo, no design de um site ou na execução de anúncios, a atenção dada aos pequenos detalhes pode fazer a diferença para atrair e envolver o target.



Chandler Bing: Desenvolver o humor e a criatividade
Chandler é conhecido pelo seu senso de humor afiado e sarcástico. Ele pode ensinar os profissionais digitais sobre a importância de incorporar o humor nas suas estratégias de marketing. A criatividade e o humor podem ajudar a tornar uma campanha memorável, além de criar uma conexão emocional com o público. Chandler também demonstra a importância de ser autêntico e único, algo valorizado no mundo do marketing digital.



Phoebe Buffay: Conexão e proximidade com o público
Phoebe é uma personagem excêntrica e espontânea, conhecida pela sua personalidade cativante e pelas músicas que compõe. Os marketeers digitais podem aprender com a Phoebe a importância da conexão e proximidade com o target. Ela valoriza a autenticidade e a emoção genuína, o que pode ser traduzido em estratégias de marketing que toquem as pessoas de maneira significativa.


Joey Tribbiani: Priorizar os relacionamentos

Joey é um ator com algum talento, mas muitas vezes tem dificuldades na sua carreira. No entanto, ele é conhecido pela sua natureza amigável e sociável. Os marketeers podem aprender com o Joey a importância de priorizar o relacionamento com os clientes. A construção de relacionamentos sólidos e duradouros com os clientes é essencial para o sucesso no marketing digital. Afinal, clientes satisfeitos tendem a tornar-se "defensores" da marca e a influenciar positivamente outros consumidores.



“Friends” não é apenas uma série divertida, esta também nos pode ensinar lições valiosas sobre Marketing. Construir uma marca, desenvolver bons relacionamentos, ter conteúdo atraente, usar o humor como uma ferramenta e estar disposto a mudanças e adaptações é fundamental para criar estratégias eficazes e alcançar bons resultados.

Tenho uma última pergunta para vocês: How you doing? 😜

Marketing com Humor

Vivemos, no status quo, uma realidade simultaneamente física e digital, onde a fusão de universos, potenciada pela revolução digital e marcada por fenómenos como a globalização e o capitalismo motiva uma nova forma de ser e viver em sociedade. Nesta realidade, os indivíduos recebem qualquer informação de forma instantânea, sendo nesse formato moldada a sua relação com o ambiente e com os outros. O imediatismo, a transparência e a originalidade são, assim, palavras de ordem no seu quotidiano.

De acordo com a informação supracitada, o marketeer e o gestor devem estar preparados para as necessidades das novas gerações. Em particular, destacam-se os Millenial e a Gen Z como os novos consumidores que, à distância de um clique, rapidamente encontram uma panóplia diversa de oferta, reviews e, ainda, comparações com outras marcas. A Gen Z destaca-se, ainda, pela sua proximidade às causas sociais, pela afinidade pela personalização e, ainda, pelo respeito dedicado aos social influencers, que, ainda que não sejam figuras de autoridade na matéria, apresentam poder sobre a escolha do consumidor, principalmente porque neles encontram, aparentemente, transparência e uma experiência mais próxima. O indivíduo revê-se no mesmo, nas suas mensagens e nos valores que assume, procurando um estilo de vida semelhante e “querendo viver uma vida que não a sua”, uma experiência que adquire pelo consumo do produto/serviço que lhe é direcionado e, muitas vezes, pelo “cargo” de co-criador que lhe é permitido. A identificação, integração e a envolvência pautam a sua atividade no mundo digital, nomeadamente a de consumo.

Neste contexto, é essencial que as marcas demonstrem esta vertente mais humana para o consumidor, criando um elo de ligação emocional com o mesmo, sem sobrecarga. A nova geração não tem paciência para pop-ups constantes ou saturação dos seus feeds, principalmente numa era em que se verifica grande adesão a tendências como minimalismo, green life e hustle culture. Neste cenário, as marcas têm procurado diversificar a forma como transmitem a sua mensagem, aderindo ao humor como uma ferramenta de particular interesse para criar este vínculo com o consumidor.

Um exemplo de marca que usa este instrumento é a Donuts PT:



A marca serve-se de imagens criativas com descrições simples que aludem a eventos que pautam atualidade, gerando uma partilha contínua das mesmas e, assim, aumentando o seu alcance e visibilidade. Encontramos, por exemplo, na segunda foto, a descrição “passeios fofos” com uma ligação criativa entre a “fofura” do evento em abordagem e, simultaneamente, característica que a marca destaca no seu produto, como vantagem face aos concorrentes. Na quinta foto, por sua vez, encontramos uma referência à presença da banda Coldplay em Portugal, que dominou as redes sociais. Por fim, a oitava imagem apresenta os donuts, produto de destaque da marca, como vaso onde floresce a liberdade (representada pelo cravo vermelho, símbolo marcante da cultura portuguesa). A descrição “liberdade para ser fofo” revela, uma vez mais, a originalidade da marca em interligar a sua característica de vantagem competitiva com fenómenos da atualidade.

Uma outra marca que é exemplo no que toca à criatividade e à ligação com o consumidor é a Superbock, quer através do storytelling nas suas campanhas, quer através de um perfil recheado de analogias. Às vivências que marcam a sociedade portuguesa, o seu público-alvo:


Neste exemplo verificamos como a marca procura utilizar o seu produto no centro da resolução de problemáticas e situações de vida do indivíduo, procurando, ainda, ser inclusivo nas suas publicações, como se evidencia na última imagem, onde se apresenta um celebra a participação e inclusão nos momentos de felicidade e alegria (estilo de vida promovido pela marca) apesar da intolerância ao glúten, com um produto direcionado para esse segmento.


Também as pequenas marcas usam o humor como ferramenta de divulgação dos seus serviços, como é o caso do Bar do Tio, por exemplo na seguinte publicação, onde tira proveito do fenómeno "This Barbie", lançado, por outra entidade, de fenómenos da atualidade ou de acontecimentos no espaço particular em que se situa para, alcançar consumidores de um nicho específico:


https://www.instagram.com/p/Cqv9DXwoa1F/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==


Por fim, um outro exemplo de destaque é a Control Portugal:

A marca procura incluir uma mensagem “entrelinhas” em todas as suas partilhas, gerando um fenómeno de identificação e partilha por parte do consumidor. Além disso, a interação do consumidor com a marca, dá muitas vezes, continuidade à incitação lançada pela marca na sua descrição, promovendo a sua divulgação, como se encontra exemplificado no segundo modelo.



Fontes:

Globalwebindex (2019) The Youth of the Nations: Global Trends Among Gen Z.
@Donuts_pt - instagram
@Superbockpt - instagram
@Controlportugal - instagram
@Bardotio - instagram

Quem não gosta de ganhar algo gratuito?

Pense em empresas como a Google e Facebook, que ganham biliões sem cobrar um cêntimo aos utilizadores diretos dos seus serviços.

Em 2007, o conhecido jornal The New York Times ofereceu 92 anos dos seus arquivos e acesso gratuito à sua plataforma online. Antes de disponibilizar o serviço, em 1996, já havia iniciado a publicação das suas notícias na internet. Em 2008, o jornal britânico The Times disponibilizou também gratuitamente 200 anos dos seus arquivos na internet. Estas empresas, juntamente com muitas outras do jornalismo impresso, perceberam que os leitores estavam a abandonar os jornais tradicionais e a procurar obter informações diretamente online. A iniciativa, na realidade, tinha o objetivo de trazer de volta os leitores que haviam sido perdidos ao dar-lhes uma prova gratuita do que poderiam obter e assim reconquistá-los. A estratégia funcionou muito bem e continua a funcionar. Desde a primeira iniciativa até aos dias de hoje, o acesso às informações online cresceu e fala-se pouco dos jornais impressos. Esses são dois exemplos da estratégica de marketing denominada Freeconomics [1,7].

Como funciona esta nova estratégia, totalmente integrada ao mundo online?

De acordo Chris Anderson, em seu livro “Freeconomics – O futuro é grátis”, esta estratégia está relacionada à oferta de produtos e serviços gratuitos para os seus utilizadores diretos mas que, ao mesmo tempo, gera biliões de euros para os seus promotores. É conhecida como a economia dos bits. O autor explora quatro modelos de negócio: Subsidiação Cruzada, Mercado Tripartido, Freemium e Mercados não monetários. Neste post, será abordado apenas o modelo Freemium [2].

O Freemium combina o gratuito (free) com premium. O modelo, ao oferecer aos clientes a possibilidade de utilizarem um serviço ou produto gratuitamente, busca seduzi-los a adquirir uma versão mais completa e muitas vezes sem os inconvenientes da versão gratuita. Esse modelo funciona muito bem no mundo online, o que permite que um grande número de utilizadores tenha acesso a um determinado produto ou serviço. Empresas como Spotify, Google, Microsoft, Zoom, Facebook e o Dropbox utilizam o modelo Freemium nos seus negócios. Essas empresas conseguem obter grandes lucros, mesmo ao oferecer os serviços gratuitos a muitos dos seus utilizadores, em razão da expansão da sua base de pagantes e/ou de anunciantes. Abaixo estão listadas algumas das empresas cujo sucesso com este modelo merecem ser destacadas.

Spotify: líder em streaming de música, é conhecido por oferecer um serviço gratuito com amplo acesso a milhões de músicas acompanhadas com alguns anúncios. Com isso, o Spotify atraiu uma enorme base de utilizadores que, em consequência, ampliou substancialmente suas receitas de anúncios e de assinaturas premium, que são pagas. A atratividade para opção premium se dá pela eliminação dos anúncios, melhor qualidade do som e a possibilidade de ouvir música offline;

Dropbox: é um serviço de armazenamento e partilha de dados na nuvem, considerado um dos maiores sucessos do modelo Freemium. Ao oferecer uma capacidade limitada de armazenamento gratuitamente, a empresa fez com que milhões de utilizadores pudessem experimentar a conveniência do armazenamento em nuvem. Logo os utilizadores acostumaram-se a essa conveniência e passaram a necessitar de mais capacidade de armazenamento, o que fez a transição do serviço gratuito para o serviço premium pago se desse de forma bastante natural. Hoje, seus utilizadores ultrapassam os 400 milhões no mundo inteiro;

Zoom Vídeo Communications: a plataforma, com serviços de videoconferência com opções gratuitas e pagas, alcançou considerável sucesso ao adotar o modelo Freemium. Durante o período da pandemia de Covid-19, a utilização da plataforma aumentou significativamente. O modelo gratuito fornece serviços de videoconferência para até 100 participantes e tem limite de tempo de 40 minutos. Esse plano gratuito tornou a marca bastante conhecida e foi instrumental para a ampliação do número de utilizadores da sua opção premium, que é paga e sem as restrições da versão free [3,5,6,8,9].

Estas empresas beneficiam-se ao criar uma base de clientes que interagem constantemente com elas e tornam-se mais envolvidos. As principais vantagens deste modelo são:
  • Base de potenciais clientes: há uma interação com a marca, e os clientes podem perceber a necessidade de adquirir serviços mais completos e ter a perceção do valor dos mesmos;
  • Redução dos custos de aquisição de clientes: os custos de investimento em marketing diminuem, uma vez que o utilizador tem contacto contínuo com a marca;
  • Aumento do reconhecimento e do valor da marca: com a experiência e a utilização do serviço, os utilizadores podem fazer recomendações a outros e contribuir para o aumento de valor da marca;
  • Recebimento de feedbacks: a utilização contínua proporcionará feedback por parte dos utilizadores, permitindo à empresa aprimorar e criar novos serviços [4].
No século passado, o “grátis” já era um poderoso método de marketing. No século XXI, tornou-se um novo modelo económico. A nova forma de gratuidade baseia-se na economia digital, onde os produtos e serviços podem ser mais acessíveis e as coisas tornam-se mais baratas. No século XX, predominava a economia dos bens materiais, já no século XXI, a economia dos bits é predominante [2].

Algum dos leitores utiliza o modelo Freemium? Alguém já fez upgrade para a versão premium após o uso da versão free? Valeu a pena? Que outros serviços vocês acham que poderiam beneficiar-se desse modelo económico?



Referências Bibliográficas

[1] Albuquerque, C. (2008). Depois da revista "Der Spiegel" e do jornal "The New York Times", o "The Times" britânico disponibilizou 200 anos de arquivo na internet. Em vez da assinatura online, periódicos apostam agora na publicidade na internet. Retrieved 29 de maio de 2023 from https://www.dw.com/pt-br/peri%C3%B3dicos-disponibilizam-gratuitamente-arquivos-na-web/a-3455121
[2] Anderson, C. (2009). Free: The Future of a Radical Price. Hyperion Books.
[3] Reis, T. (2019). Freemium: entenda como esse modelo de negócios funciona. Retrieved 28 de maio de 2023 from https://www.suno.com.br/artigos/freemium/
[4] Rico, L. (2018). Freemium: entenda o que é e por que é o futuro dos preços. Retrieved 29 de maio de 2023 from https://www.conversion.com.br/blog/freemium/
[5] Souza, I. d. (2022). Como modelos freemium ganham escala. Retrieved 28 de maio de 2023 from https://rockcontent.com/br/blog/modelos-freemium/
[6] Wikipedia. (2023a). Dropbox. Retrieved 28 de maio de 2023 from https://pt.wikipedia.org/wiki/Dropbox
[7] Wikipedia. (2023b). The New York Times. Retrieved 29 de maio de 2023 from https://pt.wikipedia.org/wiki/The_New_York_Times
[8] Wikipedia. (2023c). Spotify. Retrieved 29 de maio de 2023 from https://pt.wikipedia.org/wiki/Spotify
[9] Zoom.us, M. d. n. d. (2020). Modelo de negócio da Zoom.us. Retrieved 28 de maio de 2023 from https://analistamodelosdenegocios.com.br/modelo-de-negocio-da-zoom-us/

O Marketing no Metaverso

O Metaverso é uma realidade virtual, um espaço coletivo que exige tecnologias, como dispositivos de realidade virtual e aumentada, blockchain e 5G, que recriam a experiência do mundo real em ambiente digital. Nesta realidade, os utilizadores criam os seus próprios avatares, podem conectar-se com outros utilizadores e ter novas experiências.

A maior vantagem que noto passa pela quantidade ilimitada de experiências que se poderá viver literalmente à distância de um click, parece que não há limites neste mundo virtual! Sendo que as experiências no metaverso são mais imersivas pois permitem uma maior interação virtual entre os utilizadores, comparativamente com as plataformas digitais tradicionais.

A promessa desta realidade é tornar as experiências dos utilizadores interativas, interconectadas e imersivas, mas serão as experiências realmente vividas neste contexto?

Apesar de pertencer à geração Z, que nasceu com tecnologia no seu ADN, pessoalmente é uma questão que me deixa de pé atrás. Deste mundo virtual preocupa-me a questão da falta de veracidade/autenticidade da personalidade dos avatares, que são criados pelos utilizadores e podem não corresponder à realidade. E ainda a questão da dependência e, consequentemente, da desconexão e isolamento social, pois as suas características podem levar ao uso excessivo e é importante notar que fora disso existe um mundo físico com responsabilidades, relações e pessoas reais.

Mas e qual será a influência desta realidade no marketing?

Para os profissionais de marketing, o metaverso pode ser encarado como uma oportunidade de se conectarem e envolverem com os consumidores de forma ainda mais profunda e tecnologicamente revolucionária.

Algumas estratégias de marketing incluem os avatares, jogos, influenciadores, eventos ou lojas virtuais e são várias as marcas que têm vindo a dar cartas neste sentido:

  • NIKE – apresentou a Nikeland, na plataforma Roblox, uma espécie de loja virtual em que os utilizadores podem experimentar os produtos da marca nos seus avatares, comprar NFT, participar em jogos e criar os seus próprios acessórios da marca;
  • SUMOL – marcou presença no jogo GTA onde aparecem anúncios da marca integrados nos cenários do jogo, onde as personagens podem consumir as bebidas. Para além disso, a marca tem trabalhado para que os artigos da Sumol adquiridos dentro do jogo fossem entregues em formato físico e em casa dos jogadores;
  • RFM – inaugurou um espaço no universo digital em que é possível participar em concursos, assistir a concertos, aceder a programas de rádio ao vivo nos espaços do “Café da Manhã” ou do “Oceano Pacífico”;
  • MEO – criou vários espaços no metaverso como uma pop-up store para o atendimento ao público, um anfiteatro para eventos e um showroom virtual com os produtos e serviços da marca.

Assim alguns pontos fortes do metaverso para as empresas são as seguintes:

  • Alcance global – as marcas conseguem alcançar ainda mais pessoas, sendo que podem reunir um número ilimitado de pessoas no mesmo espaço;
  • Experiências e engagement – as marcas podem apostar em experiências imersivas, criando ambientes virtuais mais interativos e dinâmicos e aumentando o contacto e o envolvimento com os clientes;
  • Criatividade ilimitada e cocriação – as marcas podem dar asas à imaginação e concretizarem o que quiserem neste mundo onde tudo é possível e, para além disso, os utilizadores podem criar novos produtos para as marcas;
  • Personalização total – as marcas podem oferecer um serviço totalmente personalizável;
  • Monetização de alto volume – as marcas podem dar aos utilizadores a propriedade exclusiva de ativos digitais únicos com a venda de NFT.

Desta forma, e uma vez que as Gerações Y e Z vivem entre o offline e o online, o metaverso começa a ocupar um lugar na estratégia das marcas porque lhes permite alcançar alguns desejos deste público como a personalização, a interação e a digitalização.

E para vocês, quais são as vantagens e as desvantagens do metaverso para as marcas e para os seus clientes?

No futuro, será que a presença no metaverso se tornará uma condição necessária para que uma estratégia de marketing seja omnicanal?


Fontes: 1     2     3     4     5     6     7

terça-feira, 30 de maio de 2023

"The Whopper Detour" Como a Campanha do Burger King Revolucionou o Marketing na Era Digital

A campanha "The Whopper Detour" foi lançada pelo Burger King em 2018, com o objetivo de gerar engajamento do público e impulsionar as vendas de hambúrgueres. Esta ação baseou-se na delimitação geográfica móvel para afastar os clientes do McDonald's e promover as funcionalidades de encomenda antecipada da aplicação. As pessoas que se encontravam a menos de 180 metros da maioria dos locais do McDonald's, de 4 a 12 de Dezembro, recebiam uma notificação móvel que oferecia um Whopper por 1 cêntimo. Depois de fazerem a encomenda, a aplicação direcionava-os para fora do McDonald's e para o estabelecimento Burger King mais próximo para receberem a sua comida.


A estratégia principal da campanha foi utilizar a geolocalização e a inteligência artificial para direcionar os consumidores para os restaurantes do Burger King quando estivessem próximos aos concorrentes, como o McDonald's. Essa abordagem única aproveitou a tecnologia disponível para criar uma experiência interativa e personalizada para os consumidores.

Esta campanha é um exemplo de como a tecnologia pode ser aproveitada de forma inteligente para impactar positivamente o marketing na era digital. O uso da geolocalização e da inteligência artificial permitiu ao Burger King identificar a localização dos consumidores em tempo real, enviar notificações para seus smartphones e oferecer um incentivo irresistível para visitar os seus estabelecimentos. Esta combinação de tecnologias trouxe um novo nível de personalização e engajamento para a campanha, aumentando a sua eficácia.

   

Uma das principais razões pelas quais a campanha teve um impacto significativo na era digital foi o seu foco no público. Conseguiu incentivar os consumidores a fazerem download da app aumentando o envolvimento e a interação com a marca, levando assim a um aumento significativo nas vendas.

"The Whopper Detour" deixou uma marca na indústria do marketing. Demonstrou como as marcas podem aproveitar a tecnologia e a personalização para se destacarem num mercado altamente competitivo. Além disso, a campanha inspirou outras marcas a explorarem abordagens semelhantes, criando experiências únicas para os seus consumidores.

A campanha alcançou mais de 1 milhão de download da app em poucos dias que se seguiram ao seu lançamento, tendo mais tarde conseguido 1,5 milhões de downloads no total, segundo José Cil, Diretor Executivo da empresa Burger King, a Restaurant Brands International.

E vocês, acreditam que campanhas como "The Whopper Detour" representam o futuro do marketing na era digital? Quais são suas expectativas em relação às estratégias de personalização e engajamento do público?


Fontes:
https://www.marketingdive.com/news/burger-king-whopper-detour-mobile-marketer-awards/566224/
https://www.contagious.com/news-and-views/burger-king-whopper-detour-strategy-cannes-interview
https://en.esloganmagazine.com/the-whooper-detour-burger-king/
https://www.mparticle.com/customers/burger-king-whopper-detour/https://www.fcb.com/work/the-whopper-detour

Impacto dos digital influencers no consumo da moda

A palavra influencer hoje em dia tem como conceito conquistar seguidores, criar empatia, alcançar o máximo de pessoas através do seu comportamento para poder triunfar nas redes sociais.

Quando falamos em comportamento, podemos estar a envolver:
  • produtos que consome;
  • forma de ver o mundo;
  • dia a dia;
  • background profissional;
  • acontecimentos que tenham gerado popularidade para a pessoa.

Os digital influencers quando fazem post nas redes sociais, mais especificamente no Instagram, muitas das vezes integram os produtos de forma subtil, não estando muitas das vezes percetível o objetivo que é a venda do produto em questão.

Para os digital influencers terem um grande impacto é necessário existir engagement, sendo este a estratégia chave para aumentar o consumo e a procura de determinados produtos. O Instagram é considerado uma rede social onde o engagement é bastante elevado devido à interação entre os influencers e as marcas.
Outra estratégia essencial é o storytelling para ser possível existir destaque e diferenciação entre os digital influencers.


A Zara, a Sephora e a Shein são das marcas mais mencionadas em post no Instagram e em stories. Em 2021 em Portugal:
  • Zara teve 25.552 menções;
  • Sephora 9.187 menções;
  • Shein 16.204.
Estas três marcas são extremamente mencionadas e para quem segue páginas de moda ou influencers sabe que existem imensos reels e posts sobre o “New in Zara”, “Unboxing” e “GRWM” que, para além de nos mostrarem como a peça/produto fica numa pessoa considerada “normal”, mostram as diferentes formas que podemos utilizar a mesma. A hesitação na compra é menor, porque conseguimos imaginar como ficará e como se encaixa na nossa realidade.

Contudo, acaba por estar à apelar ao consumo de todos que vêm estas partilhas nas redes sociais, pois caso não visualiza-se-mos as mesma não tínhamos a vontade de ir comprar o produto em questão.


Quem nunca comprou algo que vimos através de uma menção de um digital influencer?

Eu já, várias vezes, uma vez que facilitam de certa forma o nosso trabalho de pesquisa, pois estas marcas apresentam inúmeros produtos e ao seguirmos influencers que nós nos identifiquemos conseguimos visualizar de forma rápida muitos produtos que temos uma grande probabilidade de comprar.
Acredito que no futuro o consumo de moda devido aos digital influencers vai aumentar, uma vez que a facilidade de comprar as peças diretamente pelas redes sociais é bastante elevada e eventualmente irá tornar-se num hábito.

"Quiet Luxury" : Encontrar a elegância no minimalismo

No mundo cada vez mais movimentado e barulhento em que vivemos, há um desejo crescente de encontrar momentos de tranquilidade e luxo que ofereçam uma pausa da agitação diária. É nesse contexto que surge a tendência do "quiet luxury" ou "luxo silencioso".

Esta pode ser considerada uma abordagem que valoriza a calma e a simplicidade em meio a um mundo cheio de estímulos e excessos. Ao contrário do luxo ostensivo e chamativo, o quiet luxury concentra-se em criações discretas, elegantes e autênticas, e onde a qualidade e o minimalismo das peças de roupa e acessórios assumem o papel central.

Ao contrário do “Barbiecore” ou do “balletcore”, no quiet luxury, a estética é minimalista e intemporal. Muito em conta as referências dos anos 90, são criadas linhas simples, com materiais de alta qualidade e mão de obra meticulosa. O tal do “menos é mais” volta a aflorar-se como tendência, e cada elemento é cuidadosamente selecionado para transmitir uma sensação de sofisticação e tranquilidade, bastante associada à alta sociedade do século passado. Também as cores são suaves e neutras, o que transmite uma sensação de calma e sofisticação.

Muita em conta o nosso passado recente, onde fomos constantemente bombardeados com ruídos, distrações e outras preocupações maiores, encontrar elementos de simplicidade na vida tornou-se um luxo bastante valioso. Seja num refúgio na natureza ou num quarto de hotel silencioso, o silêncio nos permite desacelerar e desfrutar da quietude. Esta metáfora aplica-se e muito às tendências que o marketing de luxo nos tem vindo a mostrar, e em especialmente ao mundo da moda, expondo e massificando a nova forma de minimalismo.

        
São várias as celebridades que representam muito bem a questão do quiet luxury, e atualmente até as tendências da it-girl são dominadas pela forma como se vestem. Nomes como Sophia Richie, Hailey Bieber ou Gwyneth Paltrow apresentam-se cada vez mais com roupas e acessórios minimalistas, como um grito pela qualidade e não pela demarcação visível de uma casa de moda de luxo.

Com isto, o quiet luxury oferece, de forma algo contraditória, uma abordagem refrescante para o mundo do luxo, onde o valor é colocado na simplicidade dos elementos. Mas, afinal, num mundo tão agitado, será que o quiet luxury é uma tendência passageira ou uma resposta duradoura a todas as excentricidades que foram vividas no passado?


Fonte: 

Cookies: Personalização vs. Privacidade

Todos nós, em algum momento da nossa vida, já entramos num website e nos deparamos com uma faixa com algum texto, texto esse que possivelmente até começamos a ler mas rapidamente nos fartamos, devido à densidade do mesmo. Geralmente, essa faixa apresenta um botão a dizer “Aceitar tudo” ou “Aceitar e fechar”. Estou quase certa de que, pelo menos uma vez na vida, já todos clicamos numa dessas opções inconscientemente (ou não) para conseguirmos aceder apressadamente ao conteúdo do site em questão sem termos algo a perturbar o nosso campo de visão.

Essa faixa é conhecida como “Banner de consentimento de Cookies e privacidade” e a sua função é informar os visitantes do site sobre a utilização de Cookies, bem como a coleção de dados e práticas relacionadas à privacidade, estando explicados nesse texto resumidamente quais os cookies que serão utilizados e que tipo de dados serão recolhidos.


Provavelmente também já vos aconteceu terem determinada conversa sobre um produto ou serviço com um amigo ou familiar e mais tarde, quando abrem as redes sociais, surgir anúncios relacionados com a conversa que tiveram. Inclusive também tenho (quase) a certeza de que já se questionaram se haveria alguém a ouvir as vossas conversas.

Será coincidência terem optado por “Aceitar Tudo” e aparecer-vos conteúdo idêntico ao da conversa que tiveram através de publicidade?


Mas afinal o que são os “Cookies”?

Podiam ser as famosas bolachas americanas com pepitas de chocolate, no entanto, no meio digital tem outra simbologia. De acordo com a Webopedia, são um tipo de mensagem fornecida por um servidor/navegador da web que tem como objetivo “identificar os utilizadores e possivelmente preparar páginas da web personalizadas ou guardar informações de login do site”. Uma vez que um servidor web não possui memória, o site que está a ser visitado transfere um arquivo Cookie do navegador para o disco rígido do computador, possibilitando que o website memorize as nossas preferências e nos apresente sugestões do nosso interesse.

Do ponto de vista do marketing, os Cookies desempenham um papel fundamental na eficácia das campanhas no digital ao rastrear o comportamento dos utilizadores e ao permitir que as empresas ajustem e personalizem as suas estratégias, direcionando anúncios específicos para determinados segmentos de mercado. Além disso, fornecem informações sobre as preferências dos consumidores, permitindo às empresas o ajuste dos conteúdos disponibilizados para aquele consumidor, contribuindo para um maior envolvimento com o mesmo e para a maximização dos resultados das campanhas de marketing digital.

A verdade é que em alguns momentos da nossa vida até pode ser muito conveniente receber recomendações sobre algum tipo de produto/serviço idênticos ao que procuramos, facilitando-nos trabalho, como por exemplo quando nos encontramos a fazer compras online e nos aparece a secção “Talvez lhe interesse” ou “Complemente o seu look”, que, por vezes, facilita muito a nossa pesquisa.


 As plataformas de streaming, como a Netflix ou HBO Max também são um bom exemplo da utilização de Cookies, uma vez que se baseiam em conteúdo anteriormente visto para sugerir outros conteúdos dentro do mesmo género.


Assim, os Cookies têm-se revelado ser uma ferramenta cada vez mais importante no que diz respeito à personalização da nossa experiência online. Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte, um em cada cinco consumidores estão dispostos a pagar até 20% a mais por produtos e serviços personalizados. Além disso, são vários os setores que se aproveitam da recolha de dados dos utilizadores para personalizar a experiência dos mesmos, como ilustra a seguinte imagem:


No entanto essa inovação não vem sozinha, trazendo consigo grandes riscos associados, nomeadamente ao nível da privacidade. Esta tem sido um tema amplamente debatido com a evolução tecnológica que assistimos, visto que ao permitir a personalização dos sites também poderá estar a pôr em causa a privacidade dos utilizadores, podendo ocorrer fugas de dados ou até mesmo invasão da privacidade dos consumidores.

Nesse sentido, de modo que a utilização de Cookies seja vantajosa quando aplicada ao Marketing Digital ou Comércio Eletrónico, é fundamental que haja uma transparência entre as marcas e os respetivos consumidores aquando da recolha de dados através dos Cookies, fornecendo informações claras e consequentemente permitindo que estes tenham controlo sobre as suas preferências de privacidade bem como o nível de personalização do site e ainda os dados compartilhados com terceiros, transmitindo-lhes, assim, confiança enquanto navegam no site.

Cada vez mais se tem trabalhado em alternativas de forma que seja possível a coexistência da personalização sem comprometer a privacidade dos utilizadores, começando essas opções a ganhar vida com o aparecimento e desenvolvimento da Inteligência Artificial e o Processamento de Dados Local que proporcionam a personalização dos websites sem haver a necessidade de partilhar essa informação com terceiros e também possibilitam a análise de dados sem a necessidade de rastrear individualmente os utilizadores. Além disso, a implementação de práticas de anonimização de dados também poderá passar por uma solução, passando os Cookies a ser utilizados apenas para recolher informações agregadas e não identificáveis individualmente.

Para as empresas com plataformas online, tem sido um desafio manter o equilíbrio entre a personalização e a privacidade, no entanto têm investido em recursos de privacidade e mecanismos que permitam aos utilizadores controlar a utilização dos seus dados nos seus sites. A transparência, a adoção de práticas de anonimização e o respeito ao consentimento dos utilizadores são passos importantes para garantir que a personalização seja feita de forma ética e responsável, tendo sempre em vista a privacidade dos utilizadores.


Posto isto, deixo-vos com as seguintes questões:
- Já alguma vez pensaram sobre a questão da privacidade e quais os impactos que isso pode ter?
- São o tipo de pessoa optam por “Aceitar Tudo” ou que, delicadamente, rejeitam permissão a permissão, quando não existe opção de “Rejeitar Tudo”?


Fontes:
https://www.webopedia.com/insights/all-about-cookies/
https://infobase.com.br/personalizacao-vs-privacidade-no-marketing/

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Guerra de Marcas no Streaming

Quando falamos no setor de streaming, podemos destacar algumas marcas que o público identifica prontamente, uma das quais a NETFLIX, que se viu, em Fevereiro deste ano, alvo de grandes críticas por parte do público após anunciar que iria deixar de ser possível a partilha de contas, exceto se o cliente fosse assinante dos pacotes Standard ou Premium. Caso contrário, para a partilha de contas entre indivíduos que não habitassem na mesma residência, iria ter de ser pago um custo adicional de 3,99€/mês.


Esta medida, que entrou em vigor em Portugal a 22 de Fevereiro, provocou grandes manifestações de descontentamento por parte dos utilizadores, o que levou a que milhares de clientes recorressem às redes sociais para anunciar que iriam cancelar a assinatura.

Para além de Portugal, esta medida, que entrou em vigor em países como Espanha, Canadá e Nova Zelândia, previa uma redução significativa do número de subscritores, no entanto, acabou por se revelar uma campanha de sucesso, isto porque, apesar de todo o buzz criado à volta desta decisão considerada polémica, a verdade é que apenas no primeiro trimestre, e segundo dados divulgados pela empresa, a plataforma ganhou cerca de 1,75 milhões de novos subscritores. Este aumento de utilizadores deve-se ao facto de que quem usava contas “emprestadas” começou a ativar a sua própria conta, ou noutros casos, os subscritores começaram a pagar pelos membros extra, o que, não só aumentou o número de subscritores, como também as receitas da empresa.

À exceção da América Latina, onde se registou uma perda de clientes, esta decisão estratégica da Netflix, parece ter trazido resultados satisfatórios em todos os países onde já foi implementada, tanto que a plataforma de streaming anunciou que pretende alargar a medida a todos os territórios onde está presente.

Não estivéssemos nós numa era onde tudo é falado e comentado, as críticas a este anúncio não tardaram em aparecer, incluindo por parte de uma plataforma rival.

São várias as marcas que conhecemos que mantêm uma “guerra de marcas”, desta vez, o mesmo aconteceu no mundo do streaming.


Foi na conta de Twitter da Amazon Prime Video do Reino Unido, que foi partilhada uma publicação como forma de reprovação. A conta recorreu então a uma publicação da Netflix de 2017 onde se lê “Love is sharing a password” (“Amor é partilhar a palavra-passe”), e partilhou uma imagem com a pergunta “Who’s watching?” (“Quem está a ver”), em baixo, como resposta, aparecem seis perfis onde é possível ler “Everyone Who Has Our Password ❤” (“Todos os que têm a nossa palavra-passe ❤”).

Desta forma, a Amazon Prime Video, dá a entender que não tem nada contra com quem partilha as contas no seu serviço de streaming, ao contrário do seu concorrente, a Netflix.

Estavam a par desta recente guerra de marcas? 

Come On Barbie, Let’s go Party em 2023

A indústria do cinema tem desempenhado um papel crucial na promoção de marcas e produtos, e a Barbie é um exemplo disso. Em 2023, a icónica boneca da Mattel protagoniza um novo filme, que tem gerado grande expectativa entre fãs de todas as idades.



Como é que o marketing sobre o novo filme da Barbie tem influenciado as vendas das bonecas?

A divulgação prévia do novo filme da Barbie tem despertado uma grande antecipação e engagement do público. Trailers, teasers e campanhas promocionais são amplamente partilhados nas redes sociais, criando discussões e aumentando a visibilidade da marca. O público fica ansioso para conhecer as novas aventuras da Barbie no “big screen”, o que naturalmente aumenta o interesse pelas bonecas relacionadas ao filme.

O novo filme da Barbie procura manter-se atual ao abordar narrativas envolventes e temáticas relevantes, desde empoderamento feminino até questões de inclusão e diversidade. A Mattel utiliza então o poder da nostalgia, aproveitando toda essa saudade para reinventar a Barbie de modo a refletir os valores contemporâneos. Poderemos então encontrar, quer no novo filme, como nos novos modelos das bonecas, Barbies de diversas idades, tamanhos, etnias, estilos e profissões.

Estas histórias inspiradoras e representativas têm o poder de se conectarem emocionalmente com o público, tornando as bonecas da Barbie uma escolha desejada para recriar as aventuras vistas no filme.



Estratégias de marketing digital
O marketing digital desempenha um papel fundamental na promoção do novo filme da Barbie. A Mattel utiliza plataformas online, como redes sociais, sites e canais no YouTube, para compartilhar conteúdo relacionado com o filme. A criação de vídeos, imagens, assim como a criação de um template que com o auxílio da personalização através de UGC, aumentam o alcance da campanha e geram buzz em torno da marca. Além disso, a Mattel investe em estratégias de SEO (Search Engine Optimization) para garantir que o filme e os produtos da Barbie sejam facilmente encontrados pelos consumidores online.

Colaborações com os atores e user generated content
Uma tática eficaz de marketing digital adotada pela Mattel foi a parceria com os atores do filme para criar 24 posters com o mesmo template. Cada poster identificava um ator bem como a personagem que iria reprensentar. Com isto conseguiram associar a diversidade de origens dos atores e atrizes com a diversidade de Barbies que existem neste momento no mercado, estimulando o interesse do seu público e ampliando o alcance da mensagem.

Estes posters tornaram-se tão virais que foi criado um template para os utilizadores das redes sociais criarem o seu próprio poster com a imagem que pretenderem.






O impacto nas vendas
Prevê-se que o lançamento do novo filme da Barbie em 2023 tenha um impacto significativo nas vendas das bonecas. A combinação de uma narrativa cativante, estratégias de marketing digital eficazes e engagement do público resulta num aumento da procura pelos produtos relacionados com o filme. Irá ainda ser criada uma linha exclusiva relativamente ao filme assim como merchandise. É então expectável que crianças e adultos desejem obter as bonecas, até por que existe alguma colecionabilidade dentro do mundo das Barbies.




Fontes:

https://www.washingtonpost.com/business/2023/04/21/barbie-movie-mattel-adults/
https://pt.linkedin.com/pulse/o-que-filme-da-barbie-pode-te-ensinar-sobre-marketing-em-órbita

“Le Petit Chef”

O conceito de distribuição tem vindo a alterar-se ao longo dos tempos. Cada vez mais, diferentes setores tentam inovar, aproximar e de certa forma, equilibrar as ideias de distribuição on-line e off-line.

O setor da restauração começou também ele a apostar nesta diferenciação em 2015 com o desenvolvimento do projeto “Le Petit Chef”, criado pelos artistas belgas Filip Sterckx e Antoon Verbeeck, que desenvolveram em 2010 o projeto “Skullmapping”.

“Le Petit Chef” consiste num espetáculo completo com a duração de cerca de duas horas, onde, graças a uma instalação prévia, é possível desfrutar de um show em 3D com recurso a videomapping, só que, ao invés de a projeção acontecer numa tela ou ecrã, a mesma acontece em plena mesa de refeição.

Esta experiência consiste num jantar composto por momentos distintos onde é apresentado o processo de criação e confeção dos pratos inspirados em diferentes cenários e locais aos quais o chef vai buscar diversos ingredientes para a confeção dos mesmos.

O que torna este espetáculo distinto e familiar é o facto de, não só acabar por contar uma história no momento da refeição, mas também permitir ao consumidor acompanhar as aventuras deste pequeno chef, de apenas 6cm de altura, que, por mais que tente preparar verdadeiras iguarias gourmet, com a sua pouca destreza para as lides da cozinha, acaba por ter sempre um desastre à espreita. Assim que a performance termina, o serviço, previamente sincronizado com a projeção, traz para a mesa a comida verdadeira.

Este conceito inovador de “espetáculo digital”, torna um simples jantar numa experiência imersiva a não perder.

Esta que é considerada uma das experiências gastronómicas mais originais e divertidas de sempre, já existe em mais de 42 locais a nível mundial, tendo chegado recentemente a Portugal, ao restaurante do Sheraton Lisboa Hotel & Spa.

Este projeto tem vários vídeos base que tentam adaptar ao mercado onde apresentam esta experiência. No caso da adaptação a Portugal, em parceria com o Chef Gil Raposo (Chef executivo do Sheraton Lisboa Hotel & Spa), tentaram pegar nas raízes portuguesas e adaptá-las a um dos vídeos do Le Petit Chef disponibilizados.

Ficaram curiosos com esta experiência ou já conheciam?