Nos últimos tempos, basta olhar para as ruas de Lisboa, Porto ou até Braga para notar um fenómeno curioso: grupos organizados de corredores, com t-shirts iguais, playlists partilhadas e até fotógrafos a registar o momento. Não são maratonistas profissionais, mas sim membros dos chamados run clubs — grupos de corrida que têm vindo a crescer de forma impressionante, tanto em Portugal como lá fora.
Mais do que uma simples moda, esta onda representa uma nova forma de viver o desporto: comunitária, descontraída e profundamente conectada ao mundo digital.
Como tudo começou?
A ideia não é nova, mas o seu crescimento exponencial é recente e muito influenciado pelas redes sociais. Plataformas como o Instagram ou o Strava tornaram-se palcos principais para estes grupos. A partilha constante de vídeos, fotos e testemunhos criou uma sensação de pertença e motivação que dificilmente seria alcançada por outros meios.
Ao estilo dos antigos clubes de bairro, mas com um toque moderno, os run clubs passaram a organizar treinos semanais, encontros especiais ao nascer do sol e até corridas temáticas. A diferença? Tudo é documentado, partilhado e amplificado online.
Exemplos que estão a mexer com Portugal
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Rookie Run Club (Lisboa) @rookierunclub_pt
Nasceu em Lisboa e já soma centenas de participantes. Os encontros são gratuitos, inclusivos e sempre bem documentados nas redes sociais. Os stories e reels captam o ambiente acolhedor dos treinos e ajudam a atrair novos corredores todas as semanas. -
Porto Can Run Club (Porto) @portocanrunclub
Com o mote “Correr Pode Ser Para Todos”, este grupo do Porto aposta na acessibilidade e na energia positiva. As corridas acontecem em vários pontos da cidade e misturam iniciantes com corredores experientes. A sua presença no Instagram mostra bem o espírito descontraído, inclusivo e divertido do clube. -
Founders Running Club (Lisboa) meetup.com/founders-running-club-lisbon
Vindo de São Francisco, este clube juntou-se ao movimento em Lisboa, com um foco particular em profissionais e empreendedores. A componente de networking aliada à corrida cria um ambiente informal mas cheio de propósito.
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EDP Clube Runners (Nacional) edp.com – EDP Running Clubs
A iniciativa da EDP junta desporto com impacto social. Com clubes espalhados pelo país, o foco está em promover estilos de vida saudáveis em comunidades vulneráveis. Aqui, a comunicação digital serve para dar visibilidade ao projeto e mobilizar recursos.
A importância da comunicação digital
Uma das chaves do sucesso dos run clubs está na forma como se apresentam online. O uso de conteúdo visual forte, storytelling autêntico e interação real com a comunidade são pilares fundamentais. A estética cuidada das publicações, aliada a uma mensagem de inclusão e bem-estar, gera identificação e vontade de participar.
O apelo é emocional, mas também aspiracional. Correr torna-se um símbolo de estilo de vida — saudável, positivo e conectado.
Mais do que desporto
Estes clubes não são apenas sobre quilómetros percorridos. São sobre ligação, motivação e pertença. As pessoas querem correr, sim — mas querem também fazer parte de algo maior, conhecer pessoas novas e sentir-se bem. E é isso que os run clubs oferecem, com a ajuda da comunicação digital.
Fontes:
Olá André! Sem dúvida que este é um dos fenómenos culturais mais curiosos dos últimos anos. Na verdade o conceito dos run clubs existia mas com menos formalismo. Agora os grupos correm com periodicidade definida e exposta publicamente e estão presentes no digital. A corrida criou uma comunidade (quase tribal), disseminação de um lifestyle instagramável (e saudável) e mais conteúdo UGC. Os run clubs colocam à prova os planos do ginásio e expressam uma nova dimensão de consumo- não comprar produtos e viver experiências que representam a individualidade de cada um.
ResponderEliminarOlá André! Gostei muito da tua análise sobre a ascensão dos run clubs em Portugal. É interessante ver como uma atividade tão simples como correr se transformou numa tendência social e de marketing. A forma como exploraste a ligação entre o bem-estar físico e a construção de comunidades foi particularmente perspicaz. Além disso, a tua abordagem destaca bem como as marcas podem aproveitar estas dinâmicas para se conectarem de forma mais autêntica com o público.
ResponderEliminarOlá André! Excelente tema. Este artigo demonstra bem como os run clubs têm aproveitado as ferramentas do web marketing — especialmente redes sociais e plataformas como o Strava — para criar comunidades fortes e envolventes. A combinação de storytelling visual, partilha constante e foco na experiência emocional transforma uma simples corrida em conteúdo altamente partilhável, com potencial até para estratégias de e-commerce ligadas ao desporto e ao bem-estar.
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