domingo, 30 de março de 2025

Diferenças na Comunicação Visual: caso prático da IKEA na China vs Suécia

 


    A IKEA é reconhecida internacionalmente pelo comércio de mobiliário e peças de decoração, pelo seu estilo nórdico que reflete suas raízes suecas e por se encontrar presente em mais de 60 países. A marca será utilizada como base para analisar como empresas internacionais adaptam as suas estratégias de comunicação para atrair diferentes públicos ao redor do mundo.

    No que concerne a comunicação visual digital são observáveis diferenças entre a estratégia da IKEA na China e no seu país de origem, a Suécia, para a comparação iremos utilizar a página da IKEA na Weibo (uma rede social chinesa) e a página sueca de Instagram.

Exemplo ilustrativo de uma publicação da IKEA China na sua página do Weibo, na sua versão original e traduzida para português

    Por um lado, na sua comunicação em imagens, a IKEA China foca em imagens de produtos isolados, raramente incluindo pessoas, sendo acompanhados, tanto de texto explicativo como frases promocionais, porém uma diferença ainda mais curiosa é a inclusão do preço sempre que há a alusão aos produtos, como se pode ver na publicação. Esta estratégia pode tentar atrair diretamente o consumidor através de informações claras e objetivas. (Exemplo ilustrativo de uma publicação da IKEA China na sua página do Weibo, na sua versão original e traduzida para português)

Por outro lado, a página sueca da IKEA apresenta na sua larga maioria um conceito de espaço com uma combinação de produtos vendidos pela marca, sem destacar items específicos, para além disso não existe nem texto nem preços na comunicação digital da marca na Suécia. Isso reflete uma estratégia mais focada na inspiração e na experiência do consumidor, mais alinhada ao estilo de vida sueco (Exemplo ilustrativo de umpublicação da IKEA Suécia na sua página de Instagram)

Links:

IKEA Sverige - Instagram [@ikeasverige]

宜家家居IKEA - Weibo [@ikea]


O Marketing que não deixa nenhum desvio passar em branco

Quem diria que um evento político em Portugal, envolvendo um deputado e um conjunto de malas, se transformaria numa excelente oportunidade de marketing para várias marcas? 

A situação ganhou ainda mais visibilidade quando o caso de Miguel Arruda e as suas “malas” se tornou um verdadeiro meme nas redes sociais, gerando uma série de reações divertidas e irreverentes. Entre as marcas que souberam tirar proveito do acontecimento, o Licor Beirão destacou-se pela sua abordagem criativa e repleta de humor.



Aproveitando a confusão gerada pela situação das malas, a marca lançou uma campanha bem-humorada, com um trocadilho divertido. Conhecida como uma das marcas mais queridas em Portugal, publicou nas suas redes sociais uma imagem de uma mala de viagem coberta com autocolantes, com a legenda: "Chega de desvios!". A frase rapidamente foi interpretada pelo público como uma referência à situação que envolvia o deputado e as malas suspeitas e, ao mesmo tempo, está subjacente uma crítica aos desvios que se tornaram um tema central nos debates mediáticos.

Tal como em diversas outras situações, a marca soube captar a essência do momento, utilizando o seu tom divertido e descontraído para se associar a um tema atual e de grande impacto na comunidade online. O uso de uma mensagem simples, mas eficaz, gerou muitas interações e partilhas entre os utilizadores, amplificando a visibilidade da marca de forma orgânica.

O marketing humorístico tem sido uma das estratégias mais eficazes no mundo digital, e a campanha do Licor Beirão é um exemplo perfeito disso. Aproveitar uma situação viral para se conectar com o público de forma leve e divertida tem o potencial de gerar grandes resultados. Ao usar um tema de relevância nacional e ao mesmo tempo inserir o seu produto no contexto da conversa, a marca não só conseguiu potenciar o engagement nas suas plataformas, mas também reforçar a sua imagem como uma marca que está atenta às tendências culturais.

Mas não, não foi só o Licor beirão que brincou com o tema das "malas". 

Várias outras marcas também souberam explorar a situação com criatividade. Peixaria Silveira, por exemplo, usou a imagem de um funcionário a carregar uma mala, com a legenda: "Mala-andros", sugerindo o trocadilho com "malandros". Já a Feliciano Créditos & Seguros aproveitou a situação para promover os seus serviços de seguro de bagagens: "Chega de se preocupar com a sua bagagem.Saiba como pode assegurar a sua bagagem de porão".












Embora as abordagens tenham sido diferentes, o objetivo comum foi aproveitar o momento para se conectarem com o público de forma humorística, mas também relevante. Enquanto a Peixaria Silveira utiliza um trocadilho simples e direto, dando ênfase à sua capacidade de brincar com a situação e gerar risos, a Feliciano Créditos & Seguros adota uma abordagem mais séria, ainda que com um toque de humor, para promover o seu serviço de seguro que, no contexto da situação, fazia todo o sentido.

O que têm estas marcas em comum? A capacidade de se adaptar rapidamente a um acontecimento viral e integrar o humor nas suas campanhas de forma eficaz, criando uma conexão mais profunda com o público. 

Este tipo de marketing demonstra como as marcas podem ser rápidas a reagir a temas atuais, aproveitando o momento de forma inteligente para reforçar a sua presença junto do público. Além disso, são prova de que o humor, quando bem doseado, pode ser uma ferramenta poderosa para atingir notoriedade e engagement. E neste caso, estas marcas souberam usá-lo na perfeição.


Fontes:

https://visao.pt/atualidade/sociedade/2025-01-23-os-memes-e-piadas-sobre-o-caso-do-deputado-das-malas-que-estao-a-animar-a-internet/#&gid=0&pid=1

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2713168/empresas-brincam-com-matriosca-de-malas-de-deputado-chega-de-desvios

https://www.instagram.com/licor_beirao/



sexta-feira, 28 de março de 2025

Polène Entra no Mundo LV—Adeus preços acessíveis?

Polène: Da Elegância Minimalista ao Império Louis Vuitton

Polène é uma marca francesa de luxo conhecida pelo seu design minimalista, elegância discreta e qualidade artesanal. Fundada em 2016 pelos irmãos Mothay, a marca rapidamente conquistou um público fiel graças aos seus modelos sofisticados e a preços relativamente acessíveis (dentro do mercado de luxo), como o icónico Numéro Un. O seu sucesso baseava-se na combinação perfeita entre um design intemporal e um posicionamento mais acessível, tornando-se uma referência para quem procurava peças exclusivas sem os preços exorbitantes das grandes casas de moda.

No entanto, a Polène deu um passo gigante no mundo do luxo ao ser adquirida pelo grupo LVMH (o grupo adquiriu uma participação minoritária),  o maior conglomerado de luxo do mundo. Esta aquisição faz parte da estratégia da LVMH para expandir o seu portfólio e reforçar a presença em marcas direcionadas a um público mais jovem e moderno.

Com esta mudança, chegou também uma consequência inevitável: o aumento dos preços. Os modelos da Polène, que antes eram vistos como uma alternativa de luxo mais acessível, já começaram a sofrer reajustes nos valores, refletindo a nova gestão sob a LVMH. Esta transição levanta questões sobre o futuro da marca: conseguirá a Polène manter a sua identidade original ou será completamente integrada no universo Louis Vuitton?

Do Luxo Acessível ao Exclusivo

A compra pelo grupo veio confirmar uma tendência que já se verifica há anos no mundo da moda e do luxo: sempre que uma marca independente é adquirida por um gigante da indústria, os preços sobem. Mas porque é que isto acontece?

Quando uma marca como a Polène entra para um grupo como a LVMH, ela passa a integrar uma nova estratégia de mercado. Se antes o objetivo era oferecer luxo a preços mais acessíveis, agora a prioridade passa a ser a exclusividade, a valorização da marca e a maximização dos lucros. Isto reflete-se em várias mudanças:

  • Reposicionamento da marca – Deixa de ser uma alternativa mais acessível e passa a competir com outras marcas de luxo consolidadas.

  • Aumento na perceção de exclusividade – Preços mais altos criam uma barreira de entrada para consumidores ocasionais e reforçam a ideia de prestígio.

  • Padronização dentro do grupo – A Polène passa a seguir as estratégias da LVMH, que historicamente aposta na subida de preços para fortalecer as suas marcas.

A questão que fica é: será que esta estratégia compensa a longo prazo? Embora um aumento de preços possa elevar o estatuto da marca, também pode afastar os consumidores que a apoiaram desde o início. No caso da Polène, resta saber se a marca conseguirá manter o equilíbrio entre exclusividade e fidelidade ao seu público original.


Bernard Arnault: The Wolf In Cashemere

Bernard Arnault, presidente e CEO da LVMH, é conhecido pelas suas movimentações estratégicas no universo dos negócios. Recentemente, confirmou a aquisição de uma participação minoritária no grupo Richemont, proprietário da Cartier, referindo tratar-se de um pequeno investimento e garantindo que não pretende interferir na gestão da empresa. No entanto, esta não é a primeira vez que Arnault adota esta abordagem.

Em 2007, em parceria com a Colony Capital, adquiriu 9,8% do capital da Carrefour, maior retalhista europeu na altura, alegando que o objetivo era colaborar com o principal acionista da empresa (recentemente vendeu a sua participação). Mas nem sempre estas participações minoritárias são tão inofensivas.

Um dos exemplos mais marcantes da sua estratégia ocorreu em 1988, quando Arnault adquiriu uma participação inicial de 24% na LVMH. Através de aquisições subsequentes, aumentou gradualmente a sua posição, atingindo 43,5% das ações e 35% dos direitos de voto, permitindo-lhe assumir o controlo da empresa e ser eleito presidente do conselho de administração em janeiro de 1989.

Estes casos mostram que, embora uma participação minoritária possa parecer um investimento passivo, nas mãos de um estratega como Arnault, pode ser apenas o primeiro passo para obter influência ou até mesmo controlo futuro sobre a empresa. A sua abordagem cuidadosa e calculada prova que, no mundo dos negócios de luxo, nada é deixado ao acaso.


O Futuro do Luxo: Exclusividade ou Exagero?

A compra da Polène pela LVMH e o consequente aumento de preços mostram uma tendência cada vez mais comum no mundo do luxo: marcas acessíveis a tornarem-se cada vez mais exclusivas. Para alguns, isto significa mais prestígio e qualidade; para outros, é apenas mais uma barreira de entrada.

Bernard Arnault continua a provar que, no setor do luxo, cada movimento estratégico conta, e mesmo pequenas participações podem significar grandes mudanças no futuro.

No fim, a pergunta mantém-se: o luxo está a evoluir ou simplesmente a afastar-se do público que o ajudou a crescer?

Fontes: https://www.nssmag.com/en/fashion/37879/lvmh-bernard-arnault-investment-polene

https://euro.polene-paris.com/?utm_campaign=SEARCH_EU_Marque&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_id=918154555_169862944060_717640861185&gad_source=1&gbraid=0AAAAADP65syhjKQ6ViSyWxVANr7nBoSIq&gclid=Cj0KCQjwkZm_BhDrARIsAAEbX1EQPSE4VNdfqwJoDoy-KFcE86u22_Ezm_aphfAUIJeyUVbEGu_4xPMaAp3xEALw_wcB

https://forbes.com.br/forbes-money/2021/09/bilionario-bernard-arnault-vende-participacao-no-carrefour-apos-14-anos/

https://www.voguebusiness.com/story/companies/bernard-arnaults-stake-in-richemont-why-it-matters

Burger King Argentina e a Estratégia de Marketing Ousada nas Redes Sociais

 Na última terça-feira, as seleções do Brasil e da Argentina enfrentaram-se nas eliminatórias para o Mundial, num jogo que não trouxe bons resultados para a equipa brasileira. No entanto, o Burger King Argentina viu uma oportunidade perfeita para transformar o momento num caso de marketing criativo e provocador, utilizando as redes sociais para gerar engajamento e reforçar a sua presença no digital.

A marca lançou uma campanha direcionada aos brasileiros residentes no país, oferecendo um menu especial gratuito. Mas, claro, sem deixar de lado a tradicional rivalidade futebolística. Com o slogan "Se você é brasileiro, vai comer 4 outra vez", o Burger King brincou com o resultado do jogo – uma goleada de 4-1 aplicada pela seleção Argentina.

A mecânica da campanha é simples: os primeiros quatro brasileiros que comprovassem a sua nacionalidade através de mensagem direta no Instagram ganhariam quatro hambúrgueres Stacker grátis.


Nos comentários da publicação, os brasileiros entraram na brincadeira e responderam com frases como "Queremos 5", numa clara alusão às cinco Copas do Mundo conquistadas pelo Brasil, em contraste com as três da Argentina



Já os argentinos, por sua vez, elogiaram a criatividade da campanha com comentários como "Póngale 10 al de Marketing" (dê um 10 ao Marketing) e "Revivió el Marketing" (o Marketing reviveu).

Até ao momento, a publicação já ultrapassou as 15 mil curtidas, demonstrando o impacto e o alcance da estratégia digital do Burger King Argentina. A marca, conhecida pelo seu marketing ousado e irreverente, volta a "surfar a onda" de temas virais e amplamente debatidos nas redes sociais.

Esta campanha reforça uma das abordagens mais marcantes do Burger King: o marketing oportuno e provocador. Ainda que envolva algum nível de provocação a diferentes públicos, a estratégia gera forte engagement e viralização, consolidando a identidade da marca no digital.

É uma estratégia de newsjacking, onde as marcas capitalizam sobre acontecimentos atuais para promover os seus produtos de forma criativa.

De acordo com David Meerman Scott, newsjacking é o processo de inserir estrategicamente ideias e opiniões próprias em notícias de grande repercussão. Trata-se de aproveitar temas que estão a dominar a atualidade para captar a atenção do público e ganhar visibilidade.

Em Web Marketing, esta técnica permite que as marcas entrem na conversa de forma relevante e criativa, aumentando o seu alcance orgânico e o engagement com os consumidores. Contudo, para que funcione, é essencial agir com rapidez, autenticidade e sensibilidade, garantindo que a abordagem se alinha com os valores da marca e não gera reações negativas.

 No caso do Burger King Argentina, a rapidez com que a marca lançou a ação foi essencial para aproveitar um tema em alta e garantir que a mensagem tivesse impacto imediato. Quando uma campanha é bem inserida no momento certo, a probabilidade de se tornar viral aumenta significativamente.

Além disso, o uso do humor revelou-se uma estratégia eficaz, mas que exige um equilíbrio cuidadoso. Embora o tom provocador tenha gerado grande envolvimento, é sempre necessário considerar os possíveis impactos na perceção da marca. O humor pode ser um diferencial poderoso, mas, se não for bem medido, pode afastar parte do público.

Outro ponto fundamental foi a interação gerada nas redes sociais. O sucesso da campanha não se deu apenas pela criatividade da ideia, mas pela forma como os utilizadores participaram ativamente na conversa. O envolvimento do público reforça a relevância da marca e amplia o alcance orgânico da campanha, transformando um simples post numa estratégia digital de grande impacto.

Este caso mostra como uma marca pode usar a cultura popular e o desporto para criar campanhas memoráveis e virais. O segredo está em encontrar o equilíbrio entre humor, timing e estratégia digital, aproveitando tendências sem alienar o público.

Fonte: O que é Newsjacking? ; Burger King aproveita vitória da Argentina para distribuir lanches para brasileiros ; Mundo Marketing


quinta-feira, 27 de março de 2025

Cuecas e Bricolage? Só mesmo na Leroy Merlin!

 

No universo digital, onde captar a atenção dos utilizadores é cada vez mais desafiante, a Leroy Merlin está a dar que falar com uma campanha publicitária inesperada: LEROY MERLundies.


Sim, é verdade, uma linha aparentemente "fictícia" de cuecas.

A campanha divulgada nas redes sociais, com principal destaque no Instagram e Youtube, publicita os "boxers para toda a obra". O conceito é básico, uns boxers de cintura subida desenhados para assegurar mais conforto e discrição em qualquer tipo de obra. O produto foi pensado tanto para clientes profissionais da Leroy Merlin, como para os clientes de pequenos projetos e DIYs.

Mas, então, qual é o objetivo da Leroy Merlin? Como explicado num comunicado oficial, o propósito é que "quem se dedica aos seus projetos o possa fazer com liberdade de movimentos, sem preocupações adicionais, e mostrando só o seu talento”. Sim, mostrando apenas o seu talento, e nunca mais a sua "fenda", como explicado num Post no Instagram da marca.


Os vídeos da campanha, que andam a circular nas redes, foram gravados num tom divertido, impremeditável e até dramático. Pode parecer despropositado, mas é certo que se trata de uma campanha muito perspicaz, e com um devido propósito. Certamente, a marca não procura adicionar um produto desajustado à sua gama de artigos de bricolage e casa, mas sim corroborar que a marca oferece soluções para qualquer desafio ou contratempo doméstico.

O tom humorístico ditou a popularidade da campanha, e gerou a partilha da mesma nas redes sociais. Numa rápida análise às interações no Instagram oficial da marca, vemos que a campanha alcançou mais utilizadores do que o esperado, comparativamente a publicações anteriores. De facto, uma das publicações da campanha conta com mais de um milhão e setecentas mil visualizações, e sessenta e quatro mil gostos registados num dia.

O mais recente caso da Leroy Merlin evidencia, mais uma vez, que quem atreve-se a sair da caixa tem maior hipótese de conquistar a atenção do público digital. A marca não só lançou um conceito totalmente inesperado, como alinhou-o à sua visão e valores de forma orgânica e cativante.

Na verdade, os boxers “fictícios”, estão disponíveis na loja de Alfragide, mas limitados ao stock existente. Tal como dito pela marca, "os nossos olhos agradecem"!

 


Fontes:

https://www.imagensdemarca.pt/artigo/leroy-merlin-lanca-boxers-de-edicao-limitada-que-evitam-revelacoes-inesperadas/

https://www.instagram.com/leroymerlinpt/reel/DHoCGz5NFnR/

https://pmemagazine.sapo.pt/leroy-merlin-lanca-boxers-para-toda-a-obra/

https://www.youtube.com/watch?v=uOgDuFATNgA

 

quarta-feira, 26 de março de 2025

Big Arch: A nova estrela

Precisamente na passagem do dia 18 para 19 de maio de 2024, um fenómeno inesperado iluminou os céus de Portugal.

Enquanto o mesmo era captado por milhares de pessoas, a McDonald’s viu uma oportunidade única: deu o mote para o país se tornar rampa de lançamento de um novo hambúrguer.


A marca ao lançar um novo hambúrguer para o mercado, decidiu utilizar um dos vídeos mais icônicos do meteorito como peça central de toda a campanha.

Ao incorporar essa espontaneidade na publicidade do Big Arch, criou-se uma narrativa criativa onde Mila Refacho e os amigos descobrem o novo hambúrguer numa cratera formada pelo meteorito.

Através de uma campanha massiva na televisão, digital e até nos restaurantes a McDonald's conseguiu transformar um evento astronómico real numa estratégia de marketing envolvente.



Com a nova campanha, a McDonald’s assinala um momento histórico em Portugal e reforça o compromisso com a inovação e a iconicidade da marca, criando memórias com as quais os fãs se identificam.

A conveniência do momento e o aproveitamento da viralidade demonstrada pelo digital foram um motor poderoso para aproximar ainda mais a marca do público. Mas será que, quando o marketing se alinhou com o inesperado, o sucesso caiu diretamente do céu?


Fontes:

https://www.mcdonalds.pt/gabinete-de-imprensa/comunicados-de-imprensa/mcdonald-s-portugal-e-pioneira-no-lancamento-da-grande-estrela

https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/artigos/um-meteoro-iluminou-o-ceu-portugues-e-nasceu-o-big-arch

https://www.youtube.com/watch?v=R_JSo0KONAQ

https://www.meiosepublicidade.pt/2024/07/22/campanha-da-tbwa-bbdo-para-a-mcdonalds-portugal-pode-ser-usada-noutros-paises-com-video

 

Beacons - Tecnologia Útil ou Invasão de Privacidade?

Com a evolução constante do marketing digital, muitas marcas sentiram a necessidade de investir cada vez mais em formas diretas e eficazes de comunicarem com os consumidores dentro das lojas. 

Uma das tecnologias que tem tido um grande destaque é a dos beacons. Mas perguntam vocês, o que são beacons?




Os beacons são dispositivos instalados em espaços comerciais que utilizam o Bluetooth para conectar-se aos smartphones de cada cliente.

Os mesmos permitem que determinadas lojas, empresas e estabelecimentos enviem notificações em tempo real sobre possíveis promoções, produtos ou até mesmo indicações de direções dentro da loja. 

Cada cliente, necessita de descarregar a aplicação da loja no seu dispositivo móvel e de seguida autorizar o acesso aos seus dados pessoais e a sua localização. Assim, quando entram num determinado estabelecimento, a aplicação deteta o sinal do beacon e envia mensagens personalizadas, como recomendações de produtos, descontos baseados em compras anteriores e serviços exclusivos. 

Na teoria, esta tecnologia parece ser  vantajosa tanto como para as marcas como para os consumidores. 

Imaginem entrar numa loja de roupa e receber automaticamente uma mensagem no vosso telemóvel: "As sapatilhas que pesquisaste online estão no corredor 3 e hoje tens 20% de desconto!"


Afinal este tipo de abordagem até pode tornar a experiência de compra de cada consumidor muito mais personalizada e conveniente. Por outro lado, este nível de interação pode tornar-se excessiva e até invasiva, onde muitos dos consumidores sentem-se desconfortáveis ao perceberem que a loja “sabe” onde estão e o que procuram em especifico. Outras duas condicionantes aliadas a este tipo de interação para com os consumidores estão relacionadas com o excesso de notificações que pode ser irritante e resultar no efeito contrário (afastar os clientes, ao invés de os atrair) e  a necessidade de ter o Bluetooth ativado e a app da loja instalada faz com que muitos optem por não utilizar a tecnologia.

Empresas como AppleMcDonald's já utilizam beacons para impulsionarem as suas vendas e melhorarem a experiência de cada cliente. 

A par disto, o dilema que faz com que o "P" de Placement e o "P" de Promotion sejam cruciais para o sucesso desta tecnologia. Quando bem aplicada, pode ser uma ferramenta de marketing poderosa. Mas, se a mesma for mal utilizada, pode criar um efeito negativo e prejudicar toda a imagem e reputação da marca. 

De uma forma muito resumida, os beacons representam uma interação entre marcas e consumidores, mas o debate sobre privacidade continua a crescer de forma acentuada.

 

E vocês, aceitariam receber notificações personalizadas em troca da vossa privacidade?

Fontes:

https://rockcontent.com/br/blog/beacon/

https://www.linkedin.com/advice/0/how-can-you-use-beacons-enhance-your-location-based-132fc?lang=pt&lang=pt&originalSubdomain=pt

http://webmktfep.blogspot.com/2025/02/

https://neilpatel.com/br/blog/beacon/

https://www.retaildive.com/ex/mobilecommercedaily/mcdonalds-follows-consumer-behavior-to-mobile-with-beacon-deployment

Pink Stuff: A Revolução Cor de Rosa no Mundo da Limpeza

Se pensavam que era só o chocolate do Dubai a tornar-se viral nas redes sociais, pensem outra vez. 

Nos últimos anos, um produto que tem dado que falar no mundo da limpeza é a Pink Stuff. Conhecido pela eficácia na remoção de manchas e gordura, a sua fórmula biodegradável e suave torna-o uma escolha amiga do ambiente. Apesar de o mesmo existir desde a década de 1930, foi com a exposição no digital que este produto catapultou para o estrelato global. Mas será que vale mesmo a pena?

A popularidade da Pink Stuff disparou nas redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram. No entanto, o sucesso deveu-se, em grande parte a influenciadoras da área da limpeza, como é o caso da Sophie Hinchliffe, conhecida como Mrs. Hinch, que desempenharam um papel crucial na divulgação do produto onde rapidamente captou a atenção de milhões através da partilha dos seus resultados incríveis. 

 O efeito "antes e depois", onde superfícies sujas e queimadas transformam-se com pouco esforço, tornou-se numa estratégia orgânica para a marca. Empresas e influenciadores aproveitaram esta tendência para criar conteúdos patrocinados e alavancar cada vez mais as vendas do produto. 




A Pink Stuff, encontra-se disponível em várias lojas físicas e online. Para além disso, a marca tem expandindo a sua presença digital, investindo em parcerias com criadores de conteúdo e lojas online que oferecem envios rápidos e promoções exclusivas. 




Os utilizadores da Pink Stuff garantem que a experiência vale mesmo a pena. A mesma oferece uma limpeza eficaz, sendo aliada a um excelente custo-benefício. Tudo isto prova que qualquer produto pode alcançar um sucesso estrondoso com uma estratégia digital certa, sabendo que num mundo onde o consumidor confia cada vez mais em recomendações online e experiências partilhadas, o digital tornou-se essencial para impulsionar marcas e criar tendências de consumo.

E quem disse que limpar não pode ser divertido?


Fontes:

https://www.nit.pt/compras/decoracao/pasta-de-limpeza-que-se-tornou-viral-nas-redes-sociais-ja-chegou-aos-supermercados

https://www.iol.pt/pink-stuff/pasta-de-limpeza/pasta-de-limpeza-milagrosa-e-viral-do-tiktok-chegou-finalmente-a-um-supermercado-portugues/20240715/66953ad2d34e049892233231

https://newinsetubal.nit.pt/compras/a-pasta-de-limpeza-viral-da-normal-que-deixa-as-sapatilhas-brancas-como-novas/

https://www.tiktok.com/search?q=pinkn%20stuuf&t=1742895966815


De influencer a empresária: Como Molly-Mae transformou a sua influência na marca Maebe

Nos últimos anos, temos assistido a uma tendência crescente: influenciadores digitais a lançarem as suas próprias marcas. De Kylie Jenner com a Kylie Cosmetics a Chiara Ferragni com a sua linha de moda, esta estratégia de transformar seguidores em consumidores fiéis tem vindo a consolidar-se como um modelo de negócio poderoso. E a mais recente estrela a juntar-se a este clube exclusivo é Molly-Mae Hague com a sua marca de roupa, Maebe.

O Poder da Influência Digital

Molly-Mae Hague conquistou fama ao participar no reality show Love Island, mas foi nas redes sociais que construiu o seu império. Com milhões de seguidores no Instagram e YouTube, a sua influência não se limita a parcerias com marcas; ela compreendeu que a chave do sucesso reside na criação de algo próprio, sendo este sucesso positivamente influenciado pela relação próxima com os seus seguidores.

A sua marca, Maebe, reflete a sua paixão por moda e estilo, garantindo que as peças não são apenas uma extensão da sua imagem, mas algo que genuinamente faça sentido para o seu público. Ao lançar a marca, Molly-Mae soube capitalizar a sua credibilidade e conexão emocional com os seguidores para gerar antecipação e desejo pelos produtos. A marca foi lançada a 30 de setembro de 2024 e esgotou em apenas 24 minutos.

O Escândalo dos Blazers: Preço elevado, qualidade nem tanto




Apesar da receção positiva, Maebe não escapou a críticas. Um dos principais pontos de controvérsia foi o lançamento de blazers considerados excessivamente caros pelos seguidores. Muitos fãs expressaram desilusão ao ver peças a preços elevados, questionando se a marca estava realmente acessível para o público que sempre apoiou Molly-Mae.

Mas a polémica não parou por aí. Vários clientes relataram problemas com a qualidade do blazer, o que gerou um debate ainda maior sobre o preço e a qualidade das peças. Mais tarde veio-se a revelar através do documentário lançado pela mesma com o amazon prime que houve uma alteração do tecido usado sem a autorização da mesma, "O tecido com que o blazer foi feito não era o tecido que aprovamos. A nossa amostra final – aquela que testei e usei durante provavelmente um ano – não ganhava borboto", partilhou ela.



Molly-Mae: Behind It All

Molly-Mae tem vindo a mostrar ao mundo o lado mais pessoal da sua vida pessoal e empresarial através do documentário disponível na Prime Video. Através deste projeto, Molly-Mae oferece uma visão exclusiva dos bastidores da sua jornada como empreendedora mas também como pessoa. O documentário vai muito além da sua imagem pública, revelando as dificuldades e os desafios de construir uma marca de moda do zero.

Os fãs têm a oportunidade de ver a pressão constante a que Molly-Mae está sujeita, tanto no mundo digital quanto no mundo dos negócios. Ao longo do filme, ela partilha momentos de incerteza, decisões difíceis e os sacrifícios feitos para conseguir equilibrar a sua carreira de influenciadora e o desenvolvimento da da sua marca, ao mesmo tempo que enfrenta desafios na sua vida pessoal. A ideia de “mostrar quem está por trás da imagem” foi um ponto central do documentário, algo que lhe permitiu criar uma ligação ainda mais forte com o seu público.

O sucesso deste projeto foi notável, não apenas pela sinceridade com que Molly-Mae se expôs, mas também pela forma como cativou os seus seguidores. O documentário humaniza a figura de Molly-Mae, permitindo que os fãs percebam que, por trás da empresária de sucesso, existe uma jovem que também comete erros e enfrenta desafios diários. Ao revelar estas vulnerabilidades, reforçou ainda mais a sua autenticidade, algo que sempre foi uma marca registada da sua imagem e do seu trabalho.

Com o sucesso do documentário e a crescente popularidade da sua marca, fica claro que, além da sua influência nas redes sociais, Molly-Mae está a deixar uma marca significativa no mundo dos negócios, inspirando muitos a seguir o seu caminho, seja no e-commerce ou na criação de marcas próprias.


Maebe or Maebe Not?

Com todas as polémicas e desafios enfrentados, fica a questão: será que as marcas de influenciadores fazem realmente sentido ou são apenas uma moda passageira? A verdade é que qualquer nova empresa pode enfrentar obstáculos, especialmente no competitivo mundo da moda.

Erros acontecem, e o mais importante é como as marcas aprendem com eles. Molly-Mae e a sua equipa demonstraram capacidade de adaptação e resiliência ao continuar a evoluir a Maebe. Prova disso é o sucesso recente da nova coleção Daily Errands, que tem sido amplamente elogiada pelo público e mostra que a marca conseguiu recuperar a confiança dos consumidores.

No final do dia, o sucesso de uma marca de influenciador depende da autenticidade, da qualidade dos produtos e da capacidade de adaptação às necessidades do mercado. Se a marca aprender com os seus erros e continuar a inovar, poderá ter um futuro brilhante – mas só o tempo dirá se os consumidores vão continuar a apostar nesta nova geração de marcas.


Fontes

https://maebe.co.uk/
https://www.standard.co.uk/showbiz/mollymae-hague-maebe-ps500k-loss-b1205346.html
https://www.primevideo.com/detail/Molly-Mae-Behind-It-All/0R0S41C2DAM089K20AQ2QE8PCI

ENTRETENIMENTO SÉRIO

A minissérie britânica “Adolescence”, disponível na Netflix desde 13 de março, está a motivar um debate significativo sobre a utilização de smartphones por adolescentes no Reino Unido. A produção, escrita por Jack Thorne e dirigida por Philip Barantini, acompanha a história de Jamie Miller (interpretado por Owen Cooper), um jovem de 13 anos acusado do homicídio de uma colega de escola, num contexto que explora profundamente a influência negativa das redes sociais.

A série trouxe para primeiro plano questões relacionadas com os perigos que os adolescentes enfrentam online, especialmente em comunidades como a “manosphere” ou a chamada “cultura incel”.

Segundo o The Guardian, especialistas elogiaram a série por expor estes ambientes online que promovem misoginia e atitudes extremas entre jovens.


Stephen Graham, co-criador, co-argumentista e ator em "Adolescence" (interpreta o papel de pai do rapaz), explica que a ideia surgiu depois de ler e de ver na televisão que um grupo de jovens tinha esfaqueado até à morte raparigas.


E são precisamente os temas abordados que estão a ajudar na popularidade da série - o bullying, a masculinidade tóxica e o impacto das redes sociais nos jovens. Questões que já chegaram ao Parlamento britânico com o primeiro-ministro, Keir Starmer, a admitir que está a ver "Adolescence" com os filhos.

Em apenas quatro dias, a mini série foi vista mais de 24 milhões de vezes. É a série mais vista da Netflix, em 71 países, incluindo Portugal, e está no Top 10, noutros 91 países.

“Adolescence” lançou um alerta sobre os perigos potenciais das redes sociais e a necessidade de regulamentação. No entanto, permanece em aberto como estas medidas serão implementadas na prática, dada a complexidade do tema e as diferentes perspectivas envolvidas.

O que acham de usar o digital, nomeadamente o streaming, como forma de entretenimento para gerar engajamento e incentivar a discussão de temas sensíveis através deste tipo de produções?



Fontes

segunda-feira, 24 de março de 2025

Control: Marketing sem Tabus

 A Control, uma reconhecida marca de preservativos e produtos de bem-estar íntimo, tem apresentado um grande destaque no mercado, não apenas pela qualidade dos seus produtos, mas também pelas suas estratégias de marketing relacional que cativam os consumidores e promovem a educação sexual de forma aberta e bem-humorada.Com uma abordagem que mistura humor, oportunidade e um toque de irreverência, a marca tem conseguido criar campanhas memoráveis, cativando a atenção do público e reforçando a sua identidade.

Assim, o marketing relacional da Control baseia-se na criação de uma conexão genuína com o objetivo de obter um relacionamento duradouro com o seu público. Em vez de se focar exclusivamente na venda dos seus produtos, a marca procura estabelecer um diálogo contínuo, tratando os consumidores como “amigos próximos”, utilizando referências culturais, tendências virais e interações diretas com os seus seguidores.  

De facto, a publicação "Não é do Dubai, mas nunca esgota" faz um trocadilho com a febre do "chocolate do Dubai" para promover preservativos de chocolate. Esta abordagem, além de “aproveitar” uma tendência viral, associa a Control a temas de desejo e prazer de forma natural e divertida. É um exemplo perfeito de como o marketing relacional pode ser utilizado para aproximar os consumidores e reforçar o posicionamento da marca.

Outro exemplo de como a Control trabalha o marketing relacional é a publicação "Vais ver os cabeçudos?", um post relativo à época festiva do Carnaval, mas com um duplo sentido, levando os consumidores a associarem a marca a momentos de diversão e celebração, sem precisar de recorrer a estratégias invasivas. Estas publicações nas redes sociais fazem com que os seguidores republiquem e promovam a marca, visto que são engraçadas.

Além do humor e da criatividade, a Control também trabalha o marketing educativo. De acordo com Patrícia Coelho, diretora de marketing da marca, a estratégia passa por comunicar temas considerados "malandros" sem cair na vulgaridade. Tal significa abordar a sexualidade de forma aberta, mas sem ser ofensivo ou inapropriado.

Ao utilizar linguagem acessível e conteúdos envolventes, a marca consegue quebrar tabus e incentivar conversas sobre bem-estar sexual de maneira descontraída. A própria utilização de metáforas e trocadilhos nas campanhas contribui para esse efeito, tornando temas sensíveis mais fáceis de serem discutidos.

Ao combinar informação com entretenimento, a Control consegue que os seus clientes fiquem engaged, promovendo comportamentos seguros e conscientes.

A eficácia das estratégias de marketing da Control é evidente nos números. Em seis anos, o número de seguidores da marca no Instagram cresceu de 6.500 para quase meio milhão, alcançando cerca de 11,5 milhões de visualizações mensais. Este crescimento orgânico também se deve ao facto de utilizar temas muito atuais nas suas publicações.

Efetivamente, num setor onde a comunicação pode ser um desafio, a Control mostra que é possível criar campanhas criativas, educativas e que criem engagement sem perder a leveza e a diversão. Afinal, conteúdo divertido pede para ser republicado! 


Fontes:
https://www.noticiasmagazine.pt/2024/os-segredos-das-campanhas-de-marketing-mais-arrojadasfcvfcx/historias/304394/
https://lidermagazine.sapo.pt/patricia-coelho-marketing-director-da-control-como-comunicar-o-que-e-malandro-sem-se-tornar-vulgar/
https://www.instagram.com/controlportugal/?hl=pt

domingo, 23 de março de 2025

O fenómeno do “MercaTinder”

Tudo começou quando a atriz espanhola Vivy Lin descobriu, através do programa britânico “First Dates”, que se utilizavam os supermercados Mercadona para encontrar o amor. Foi então que decidiu perguntar ao Google “Qual a melhor hora para seduzir no Mercadona?” e obteve a resposta de que entre as 19 e as 20 horas seria o timing ideal. Decidiu então filmar e partilhar nas suas redes sociais a descoberta e a sua própria experiência. O vídeo viralizou e surgiu o fenómeno “MercaTinder”.

As regras do “MercaTinder” são simples: se estivermos disponíveis, colocamos no carrinho um ananás ao contrário e dirigimo-nos ao corredor dos vinhos; se ao ananás juntarmos doces, então a nossa intenção é obter algo casual; se juntarmos legumes, pretendemos uma relação séria. Se encontrarmos alguém disponível e que seja do nosso interesse, só temos de chocar “acidentalmente” e iniciar uma conversa.

O fenómeno ficou de tal maneira viral, que rapidamente milhares e milhares de utilizadores publicaram nas suas redes sociais as suas experiências entre as 19 e as 20 horas nos diversos Mercadonas espalhados pelas mais diversas cidades.

Quem saiu a ganhar?

Se os embates acidentais nos diversos corredores foram efetivamente eficazes na criação de novos casais ou relações interpessoais, não sabemos. O que sabemos é o que esta cadeia de supermercados ficou nas bocas do mundo durante um vasto período de tempo sem ter de realizar gigantes investimentos em promoção e publicidade. Apenas teve de aproveitar e ampliar os conteúdos desenvolvidos pelos seus consumidores de forma voluntária, criando nestes uma sensação de comunidade e de proximidade com a marca.

Claro está que as equipas de marketing de outras empresas tentaram utilizar este hype a seu favor, publicando conteúdo humorístico que seguiam a ideia base de todo o movimento: “Qual a melhor hora para encontrar o amor, onde e como?”. Estas estratégias surgem numa tentativa de “roubar” holofotes de atenção para as suas próprias marcas, mas continuaram a beneficiar e estimular o buzz em torno da Mercadona.

Assim, surgem diversos posts de outras marcas em torno deste tema, como são exemplo o Lidl, Leroy Merlin e até a da Polícia de Segurança Publica:





Este caso exemplifica de forma clara como, cada vez mais, não é através de grandes investimentos em campanhas publicitárias que as marcas se destacam junto do público. É através do uso do potencial dos próprios consumidores que cada vez mais gostam de controlar, interagir e estar por dentro do que é o produto que consomem, que as marcas conseguem captar a sua atenção.


Fontes

https://www.instagram.com/lidlportugal/
https://www.instagram.com/leroymerlinpt/?utm_source=ig_embed
https://www.instagram.com/policiasegurancapublica/
https://www.tiktok.com/@yosoyvivylin
https://www.linkedin.com/pulse/como-um-anan%C3%A1s-transformou-o-mercadona-numa-love-do-e-cerca-miguel-f83pf/
https://www.nit.pt/comida/gourmet-e-vinhos/mercatinder-sabe-o-que-significa-realmente-um-ananas-virado-ao-contrario-no-sexo
https://vascomarques.academy/blog/fenomeno-ananas-mercadona-estrategia-acaso/?srsltid=AfmBOopCElm02m1d_JzbrUYwLdsEPTtt2O2055KbVmIp-klgiH61wv7S
https://marketeer.sapo.pt/ja-foi-ao-mercadona-virar-um-ananas-de-pernas-para-o-ar-agiu-de-acordo-com-uma-estrategia-de-marketing-perfeita/

sábado, 22 de março de 2025

O Pipy da Cristina cheira a sucesso?

O Pipy é uma bruma íntima lançada no dia 7 de fevereiro de 2025 pela Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, Cristina Ferreira, no seu site https://eusougira.com/.
Todos conhecem este fenómeno que abanou o país no mês passado, mas aposto que poucos sabem responder à pergunta: "O que é uma bruma intima?" 

Esta foi uma de muitas dúvidas que surgiram com este lançamento, há quem diga que é uma forma mais elegante de dizer "perfume intimo", outros dizem que é para se diferenciar do produto que serviu de referência, "Puzzy" da Anitta, mas na verdade, ninguém sabe ao certo...

O produto foi anunciado na página da empresária através de posts e diretos nas redes sociais no dia 19 de Janeiro, respondendo a questões sobre o local de venda, valor e como pronunciar o seu nome, verdadeiramente (como se a ideia não fosse dizer "pipi"). Não foi preciso muito tempo para este tema estar nas trends em Portugal, durante umas semanas, entre piadas com o nome e debates sobre empoderamento feminino e higiene intima, foi um assunto presente em muitas conversas de café, trabalho e redes sociais.


Será o Pipy uma jogada de Marketing?

A apresentadora enviou varios "Pipys" a diferentes influenciadoras em Portugal para que testassem o produto em video (no pulso), além disso, outros influenciadores e pessoas não patrocinadas deram também o seu feedback, sendo no geral comentado o cheiro a gomas🍬. A grande maioria do público achou o aroma questionável e não agradável o que gerou uma grande polémica, como também a questão do empoderamento feminino. Afinal, é suposto a bruma fortalecer a auto-estima do utilizador ou gerar inseguranças? Digo utilizador, pois foi outra questão levantada, pelo facto da criadora se referir várias vezes ao produto como se fosse apenas para mulheres e para os seus homens apreciarem. Será uma ideia machista? Ou enquadra-se no seu público-alvo?

A realidade é que estas questões fizeram muitas pessoas debater em videos, podcasts e comentários em posts, mostrando-se desagradadas ou apenas fazendo chacota. Inclusive, questionou-se se seria prejudicial para a saúde intima, levando a médicos e ginecologistas pronunciarem-se sobre o assunto, esclarecendo que não é prejudicial se não for utilizado em demasia e dependendo da sensibilidade de cada um. A resposta a estas questões ainda gerou um maior engagement para as redes sociais da celebridade, aproveitando diretos com grandes audiências para se justificar e promover ainda mais o produto.

"Falar bem ou mal, o que importa é falar"

Diria que foi esse o pensamento estratégico, a não ser que a Cristina seja uma grande apreciadora de gomas e ache realmente o aroma aliciante e refrescante. Se o nome não fosse "Pipy", se o cheiro não fosse questionável, teria tanto sucesso? Duvido. Contudo é interessante saber se esta estratégia prejudicou a imagem da influenciadora ou se a audiência continua a segui-la e apreciá-la. A grande maioria são mulheres mais velhas que assistem aos programas da tarde, desde o seu inicio na televisão, e mulheres mais jovens que a seguem nas redes sociais, mas quem fala mal, não são os fãs...

O trafego no site onde é vendido o produto só aumentou, apesar de não haver dados referentes às vendas do mesmo, o lançamento a seguir "vibrador líquido" esgotou em menos de 24 horas! O que revela que apesar das críticas ao primeiro produto, não prejudicou as vendas dos seguintes, a curiosidade continua lá e a Cristina Ferreira é só umas das mulheres mais influentes de Portugal. 

Com isto, o assunto do Pipy já morreu, no entanto, será que os clientes vão repetir as encomendas? Terá sido apenas um "Boom estratégico" de curta duração? A empreendedora ainda revela que em maio "vai mudar a vida de alguém" com a sua próxima novidade. Da saga dos criadores do Pipy, o que se segue? 


Fontes:

A marca que quer governar o mundo

Durante os últimos anos, Corteiz, a marca de streetwear sediada no Reino Unido, tem roubado os holofotes do mundo da moda, especialmente no que toca ao movimento streetwear. Todas as grandes marcas de roupa possuem um designer apaixonado e a Corteiz não é exceção. Clint Ogbenna, fundador e responsável pelo incrível crescimento da marca, decidiu criar a sua marca de roupa aos 26 anos.
 


O primeiro lançamento da marca foi composto por uma coleção limitada ou drop de T-shirts e Hoodies com logo da ilha de Alcatraz e o simples slogan "Rules The World", o que acabou por chamar à atenção de várias figuras públicas, como Jorja Smith, Central Cee e até mesmo Pharrell Williams, diretor criativo da Louis Vuitton.



Crescimento da Marca 

Clint percebeu a importância da exclusividade para os consumidores. Assim, decidiu criar um website simples e privado, sendo necessário uma password para aceder ao mesmo. Isto cria uma ideia de comunidade para os consumidores, ajudando a estabelecer uma relação próxima com a marca. A Corteiz, ao contrário de outras marcas que se apoiam em estratégias de marketing mais tradicionais, construiu o seu caminho para o sucesso através de estratégias de "Guerrilla Marketing" em conjunção com as redes sociais da marca (Instagram, X, Tiktok).
Uma das coleções mais famosas da marca "Da Great Bolo Exchange" está associada a uma campanha de marketing curiosa. A partir da conta do X, os clientes da Corteiz foram convidados a trocar qualquer casaco de determinadas marcas conceituadas (ex:The North Face, Arc’teryx, Stussy, Moncler, Supreme, etc...) por um "Bolo puffer jacket" (Casaco da Corteiz). Todos os casacos angariados, avaliados num total de 18 000€, foram doados a uma instituição de caridade, responsável por disponibilizar refeições para os sem-abrigo.

Acham que a Corteiz apenas conseguiu promover a sua marca ou também descredibilizou as suas concorrentes?


Desta vez, através do Instagram, a Corteiz anunciou que iria abrir uma barraca de mercado onde venderia várias calças cargo por apenas 99 cêntimos, nem mais nem menos, não sendo dado qualquer troco no caso de não ser paga a quantia certa. Como seria esperado, a barraca abanou: cerca de 2000 pessoas apareceram na tentativa de adquirir um par de calças, sobrando apenas o sucesso desta campanha.

O reconhecimento e a parceria com a Nike 

Tudo começou com um comentário de descontentamento de um user no Reddit: “You can’t just pump out Alcatraz logos for the next five years”, ao qual Clint, fundador da Corteiz, respondeu da seguinte forma “What has Nike been doing for 58 years ”. Tudo pareceu premeditado, quando, em setembro do ano passado, a Nike apresentou um vídeo a anunciar uma coleção de roupa, inspirada na Nike Football do início da década de 2000, em parceria com a Corteiz.

Reconhecem este artista a quem Clint ofereceu recentemente um par de Corteiz Air Max 95S?



Já conheciam a Corteiz? O que acharam das estratégias de marketing aplicadas?

Fontes: