segunda-feira, 12 de abril de 2010

Marketing de Guerrilha

Como temos vindo a discutir, a publicidade tradicional é um meio de comunicação que funciona cada vez menos. Por isso surgem alternativas como o marketing viral, o marketing tribal e o marketing experiencial (vencedor da nossa sondagem), onde se inclui o marketing de guerrilha.
Este último refere-se a acções de comunicação que quebram a rotina do dia-a-dia com algo surpreendente na esperança de gerar passa-palavra. Tratam-se de acontecimentos insólitos (muito ao estilo dos "Insólitos Yorn" ou das "Flash Mobs") que procuram uma perspectiva diferente do quotidiano e novos usos para os espaços públicos. Nalguns casos, estes eventos são convocados e organizados através das redes sociais e da internet, numa era onde, ironicamente, a total conectividade "virtual" parece diminuir outras formas de contacto humano e dificultar a vivência de experiências e emoções "reais". São, também, uma nova forma de encarar o entretenimento, que tende a ser cada vez menos passivo e mais voltado para a surpresa - tornando as pessoas mais participantes e menos espectadoras, pretendendo transmitir um clima de espontaneidade e naturalidade. Menos interrupções, mais histórias.
O marketing de guerrilha pode ajudar as marcas a criarem uma experiência capaz de gerar atenção, envolver as pessoas e entretê-las (aqui o vídeo de uma acção de guerrilha da FNAC). Os consumidores podem participar nas acções e interagir, como se de "ataques-surpresa" ou "emboscadas" de "guerrilheiros" com pouco orçamento e treino mas extrema mobilidade e criatividade se tratassem (aqui o vídeo da manif de promoção da última temporada de "Lost" na FOX, com fãs da série). É uma forma de criar um diálogo, ao invés de uma mensagem unilateral dos meios tradicionais. Além dos exemplos já referidos, merece também destaque a campanha Be Stupid da Diesel e uma das suas acções de marketing de guerrilha nas ruas de Paris e também a Be Stupid Secret Party realizada durante a Moda Lisboa para lançamento da colecção Primavera-Verão 2010.
Deixo-vos ainda alguns exemplos curiosos destas acções, mas espontaneamente gerados por comunidades informais de utilizadores da net.


O International Pillow Fight Day (ou Dia Internacional de Lutas de Almofadas) celebra-se desde 2008 no ínicio de Abril. Este ano, os Invictados foram responsáveis pela sua organização no Porto no passado dia 3 de Abril na Avenida dos Aliados. Mais detalhes no seu blogue e no Facebook (e para dia 17 de Abril já está previsto um Concerto de Testos nas inaugurações da Bombarda...)
Também curioso é o Dia Mundial Sem Calças ("No Pants Day"), que se comemorou no passado dia 10 de Janeiro. Este dia acontece há vários anos em vários países graças ao grupo Improveverywhere e começou numa simples brincadeira que consistia em tirar as calças (!) em locais como o metro e ruas movimentadas e agora arrasta-se por 42 cidades e 15 países. O ImprovLisboa foi o grupo responsável em Portugal pela sua organização pelo 2º ano consecutivo.



Finalmente, o movimento "Free Hugs" distribui abraços grátis aos traseuntes. Iniciado por Juan Mann em 2004 em Sidney, Australia, o movimento ganhou projecção em 2006 e as suas "brigadas" mobilizam apoiantes por todo o mundo. O International Free Hugs Day é celebrado no primeiro sábado de Julho. O evento realizou-se também em Lisboa e no Porto (para ver vídeos clicar nos links). Às vezes basta um abraço..."we are all the same"...:)

3 comentários:

  1. Há uma agência de Marketing de Guerrilha no Porto!
    www.bazooka.pt no blogue poderão verificar vários exemplos de acções.

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  2. Para confirmar o passa-palavra deste tipo de iniciativas, recebi hoje através do Facebook a informação sobre a guerra de balões de água que está marcada para:

    Data: 15 de Maio 30 de Maio, 2010
    Hora: 15:00 - 15:30
    Av. doa Aliados (Porto)

    É incrível mas já aderiram 2120 pessoas a esta iniciativa...

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  3. O Be Stupid da Diesel foi uma campanha genial...eu conheci-a numa estadia em Berlim durante as feiras de moda. A Diesel apresentou a sua campanha em posters gigantes em fachadas de prédios e em festas organizadas pela própria Diesel. Todos os dias passava-se por um poster e todos os dias olhava-se e discutia-se a marca...O diferente suscita sempre interesse e quando pensamos que já tudo foi descoberto encontramos sempre algo de novo e de criativo que nos mostra que há ainda muito por experimentar no marketing.

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