segunda-feira, 10 de maio de 2021

O Comércio online e a falta de espaço em Portugal

Com o grande crescimento do comércio online, a procura por grandes espaços para a construção de armazéns também aumentou. O processo de descoberta de terrenos e posterior construção de armazéns é sempre muito demorado e burocrático e, atualmente, não há oferta nem capacidade administrativa suficiente de fazer face à procura existente. Como é sabido, este tipo de infraestruturas ocupa muito espaço e, como tal, ficam sempre afastados dos grandes centros urbanos. Ainda assim, a busca pela proximidade a estes é uma constante e nas zonas mais próximas destes centros, entre 2019 e 2020, os preços cresceram cerca de 50%!


Não só o comércio digital deu um grande salto como toda a cadeia logística também teve grandes avanços, ainda assim “Falta um milhão de metros quadrados de armazéns”. É este o título da notícia avançada pelo Expresso na passada sexta-feira face a um estudo da consultora B.Prime sobre a cadeia logística, que identifica tendências em Portugal.

As principais localizações procuradas pelos grandes transportadores e armazenistas, segundo o estudo, são:
Alverca/Azambuja;
Póvoa de Santa Iria/Loures/MARL/Vialonga.

Contudo, a que teve maior procura em 2020 foi a zona Palmela/Setúbal.

Também já no blog foi comentada a importância que as devoluções têm para o consumidor, mas para as empresas estas constituem um grande encargo… Em média, as devoluções representam 30% do volume de encomendas, representando ainda maiores necessidades de espaço.

E se entrarmos numa componente de maior proximidade em que são necessárias entregas rápidas? Também teremos que ter armazéns nos grandes centros urbanos? Ao que tudo indica a solução passará por cacifos abertos 24 horas.


Esta tendência já se verifica em muitos países (e em Portugal também como por exemplo com os CTT) e passa pela colocação de cacifos em locais estratégicos em centrais de transportes públicos ou estacionamentos. Alguns destes cacifos podem, por exemplo, ser refrigerados para que os produtos não se estraguem. Há ainda uma outra novidade que é o facto de alguns edifícios em construção já incluírem uma “portaria” para esse efeito.

Já estavam a par dos problemas da falta de espaço seja nas periferias seja, ainda que de forma diferente, nos centros urbanos?

Fonte 1
Fonte 2

1 comentário:

  1. Interessante Simão, desconhecia que Portugal já estava a passar por esse nível de problemática. Não sei se conhecia o conceito mas a cerca de 2 anos grandes grupos de retalho que já passavam por esse problema em outros países, começaram a trabalhar com as "dark stores", principalmente em função do aumento das vendas online. Em resumo as "dark stores" são locais exclusivos para armazenamento, separação e envio de produtos comprados online, mas diferentemente dos centros de distribuição tradicionais, que são gigantescos e longe da cidade como vc bem demonstra, as "dark stores" são menores, localizadas em centros urbanos e parecidas com lojas comuns, mas fechadas para o público. Inclusive muitas das "dark stores" são criadas no espaço físico de antigas lojas que tinham pouco movimento. Um caso recente foi o do grupo DIA, que recentemente encerrou as operações das lojas Clarel em Portugal, no caso as antigas lojas, as maiores, foram transformadas em mercados Mini Preço, as demais foram entregues ou transformadas em "dark stores", já que a estratégia do grupo é manter a rede Clarel apenas no e-commerce.

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