sábado, 4 de março de 2023

Nova normalidade no Pós Pandemia e as Tendências para 2023 no Comércio Eletrónico.

Como forma de iniciar a minha participação no blog e celebrar o início do ano de 2023, acho interessante começar por analisar os impactos que existiram no comércio eletrónico causados pela pandemia. Parece uma realidade distante, mas prolongou-se por mais de 2 anos e marcou a sociedade de forma inesperada.
Por tal, parece-me ser revelante ver o que mudou no nosso país e na sociedade no geral bem como, analisar as tendências para 2023. 

O comércio eletrónio era já antes da pandemia a grande tendência e o bote salva-vidas de uma grande parte dos negócios. Os portugueses já recorriam ao online para comprarem e com um simples telemóvel faziam intermináveis pesquisas sobre qual o melhor produto e melhor relação preço-qualidade para que fizessem a melhor escolha possível e por tal, era já notória a importância desta nova tendência e o impacto que teria a médio-longo prazo. 

Com a chegada da pandemia, o encerramento de centros comerciais e a “obrigação” de reduzir as interações sociais, o comércio eletrónico deu o seu maior pulo como forma de satisfazer as necessidades dos consumidores fechados em casa e dos comerciantes desesperados com os fracos resultados e a incerteza de data para a volta à normalidade. 

Assim, as empresas – grandes, médias e pequenas – a nível mundial viram-se forçadas a adaptarem-se à situação e assim foi, no entanto, é interessante constatar que segundo artigo do Sapo, “cerca de 20% a 30% da transformação digital impulsionada pelos desafios colocados pela pandemia, tenham vindo para ficar” e por tal, efetivamente existe um "novo normal’’ e não um regresso à normalidade. 

Esta tendência também se verificou em Portugal, já que segundo a SIBS em comunicado à Sapo,  “o comércio digital representa agora, aproximadamente, 15% do total de compras pagas com meios eletrónicos. Antes da pandemia representava 9%. Destaque para o MB Way, tanto nos pagamentos com número de telemóvel, como na criação de cartões virtuais MB NET, que nos últimos meses cresceu duas a quatro vezes mais do que crescia antes da Covid-19.” 

No que toca ao comércio eletrónico propriamente dito, segundo a Marktest, "mais de 56% dos portugueses já fazem compras online e que quase um terço (30%) faz compras na internet entre duas a três vezes por mês e uma vez por mês. Os mesmos dados revelavam ainda que 14,2% dos que fazem compras online já as fazem semanalmente." 

No entanto, há quem defenda que as lojas físicas continuam a ser o espaço de eleição dos clientes pela possibilidade de contacto e de interação com outro ser humano, o qual é capaz de aconselhar e apoiar decisões de compra, tal como referido em entrevista pelo diretor comercial da Worten. 

Porém, o fenómeno Glovo e Uber Eats, o qual praticamente não envolve interação humana, veio para ficar e segundo a empresa Glovo “nestes últimos dois anos vimos os hábitos dos portugueses alterarem por completo. Se já estávamos numa rota de crescimento desde que entrámos em Portugal, há pouco mais de 4 anos, e a converter de forma estável os hábitos de consumo, nos últimos dois anos vimos o consumo dos portugueses aumentar de forma mais acentuada”. No entanto, não é na entrega de comida onde a Glovo mais cresce, é na entrega de "quase tudo menos comida’’, levando a que empresas como a Uber Eats comecem a pensar em seguir o mesmo caminho. 

Então, a meu ver, será que o consumidor dá assim tanto valor à interação humana, já que, mesmo num período pós-pandemia continuamos a verificar que a alimentação não é o bem mais encomendado pela internet, mas sim, eletrodomésticos, telemóveis e decoração? Ou será que o português se acomodou ao novo normal? 

Olhando agora para o futuro, sabendo o impacto que o passado teve, devemos analisar as tendências para este novo ano. 

Do meu ponto de vista, a aposta em comércio eletrónico e em estratégias omnicanal já não são uma opção mas sim uma necessidade, no entanto, a integração das redes sociais e do chamado “social commerce”, será a nova plataforma a adicionar à estratégia de omnicanal, já que é uma das tendências mais aclamadas até porque segundo o Statista, cerca de 724 mil milhões de dólares foram gerados em social commerce em 2022 e a estimativa é que esta tendência cresça mais de 30% até 2030. 

Ainda, a aposta em live commerce é uma moda que nasceu com a pandemia e que se tem vindo a intensificar, sendo já fonte de receita para diversas empresas, aliás segundo a Marketshow, os carrinhos de compras podem chegar até valores superiores em mais de 20% ao valor captado pelas plataformas de e-commerce tradicionais. 

Além disso, a relação do comércio eletrónico com a realidade aumentada e o metaverso provavelmente serão a aposta do futuro para diversas marcas como já é o caso da Nike. 

Por fim, mas não menos importante, a relação com a sustentabilidade é também essencial e cada vez mais valorizada pelos consumidores, por isso, a aposta em produtos ecológicos, redução de plástico, etc. deverá – sendo que por algumas empresas já é -  ser o próximo passo para atingir um novo público alvo e expandir as vendas. 

Que mais tendências acham que podem existir? E com quais se relacionam mais? 

Fontes usadas: 

https://tek.sapo.pt/noticias/negocios/artigos/pandemia-mudou-o-comercio-eletronico-em-portugal-o-que-ficou-depois-da-tempestade 

https://smartlinks.pt/5-tendencias-do-e-commerce-para-2023/ 

https://phcsoftware.com/business-at-speed/marketing-digital-em-2023-tendencias-e-oportunidades/ 

https://pt.linkedin.com/pulse/tend%C3%AAncias-para-e-commerce-em-2023-octavio-hozawa?trk=pulse-article 

5 comentários:

  1. Olá Alexandra! De facto, com o inicio da pandemia verificamos enormes mudanças na sociedade contribuindo fortemente para um crescimento acentuado do comercio eletrónico e mudando hábitos que eram inexistentes ou pouco frequentes em período pré-pandémico. Aliado à tendência que referiste acerca da importância pela sustentabilidade, a economia de partilha tem também verificado um enorme crescimento. Em vez de as pessoas despenderem dinheiro na aquisição de algo novo, cresce a mentalidade de reutilizar algo ou pedir a alguém esse produto ou serviço. Temos como exemplo o caso do Airbnb, cada vez mais os anfitriões vivenciam uma demanda crescente pelas suas estadias. Segundo uma noticia do Jornal de Negócios, “O Airbnb registou a sua melhor temporada de férias e o primeiro ano lucrativo em 2022, atingindo 8.400 milhões de dólares (cerca de 7.820 milhões de euros) de faturação”. Tanto quem viaja em negócios como quem viaja por lazer ainda prefere hospedar-se em hotéis entre todas as outras alternativas. Contudo, a procura por acomodações particulares (Airbnb) tem ganho muita força e, segundo uma notícia do Super Anfitrião 41% dos viajantes escolhem acomodar-se neste tipo de alojamento não só pelo menor custo mas também pela experiência única.
    Obrigada pela tua partilha!

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    1. Olá Diana!
      Muito interessante a relação entre a sustentabilidade e a economia de partilha. Estão efetivamente correlacionadas e a meu ver, são uma solução fantástica para capitalizar recursos, bens e patrimónios. Até porque há indicações de que esta nova geração cada vez menos quer a posse propriamente dita.

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  2. Olá Alexandra, bem vinda ao blogue!
    De facto, vive-se atualmente numa dicotomia tech vs. touch (muito alavancada pela pandemia), que pretende chamar a atenção para o facto de o uso intensivo de tecnologia levar potencialmente a uma redução das interações pessoais entre empresas e clientes. Numa lógica high tech, o e-commerce, o big data, os assistentes virtuais, a automação e a inteligência artificial serão cada vez mais importantes nas estratégias de marketing. No entanto, o high tech pode conviver com o high touch. Tal acontece especialmente em certos serviços, onde a interatividade é mais valorizada, sendo que o high tech (p.e., Uber Eats) e o high touch (restauração) têm ambos o seu espaço, contribuindo para a liberdade de escolha dos consumidores. O futuro é mesmo omnicanal! Obrigada pela partilha!

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  3. Boa noite Alexandra.
    De facto, a "nova normalidade" pós-pandémia tem implicações significativas para o comércio eletrónico, nomeadamente, com a digitalização, a personalização e a inteligência artificial a desempenharem um papel cada vez mais importante. Em boa verdade, a logística também será fundamental, com a procura por serviços de entrega rápida a aumentar. Não tenho dúvidas, que a adoção do comércio eletrónico em setores tradicionais continuem a crescer em 2023.
    Obrigado pela partilha!

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    1. Olá Hugo! Exato, parece-me que efetivamente definir tendências fica cada vez mais complicado! Hoje em dia, tudo está em mudança, começa a ser difícil prever a próxima trend. Parece-me que as empresas têm que começar a repensar o seu modelo de negócio quase na totalidade.

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