quarta-feira, 31 de maio de 2023

Marketing com Humor

Vivemos, no status quo, uma realidade simultaneamente física e digital, onde a fusão de universos, potenciada pela revolução digital e marcada por fenómenos como a globalização e o capitalismo motiva uma nova forma de ser e viver em sociedade. Nesta realidade, os indivíduos recebem qualquer informação de forma instantânea, sendo nesse formato moldada a sua relação com o ambiente e com os outros. O imediatismo, a transparência e a originalidade são, assim, palavras de ordem no seu quotidiano.

De acordo com a informação supracitada, o marketeer e o gestor devem estar preparados para as necessidades das novas gerações. Em particular, destacam-se os Millenial e a Gen Z como os novos consumidores que, à distância de um clique, rapidamente encontram uma panóplia diversa de oferta, reviews e, ainda, comparações com outras marcas. A Gen Z destaca-se, ainda, pela sua proximidade às causas sociais, pela afinidade pela personalização e, ainda, pelo respeito dedicado aos social influencers, que, ainda que não sejam figuras de autoridade na matéria, apresentam poder sobre a escolha do consumidor, principalmente porque neles encontram, aparentemente, transparência e uma experiência mais próxima. O indivíduo revê-se no mesmo, nas suas mensagens e nos valores que assume, procurando um estilo de vida semelhante e “querendo viver uma vida que não a sua”, uma experiência que adquire pelo consumo do produto/serviço que lhe é direcionado e, muitas vezes, pelo “cargo” de co-criador que lhe é permitido. A identificação, integração e a envolvência pautam a sua atividade no mundo digital, nomeadamente a de consumo.

Neste contexto, é essencial que as marcas demonstrem esta vertente mais humana para o consumidor, criando um elo de ligação emocional com o mesmo, sem sobrecarga. A nova geração não tem paciência para pop-ups constantes ou saturação dos seus feeds, principalmente numa era em que se verifica grande adesão a tendências como minimalismo, green life e hustle culture. Neste cenário, as marcas têm procurado diversificar a forma como transmitem a sua mensagem, aderindo ao humor como uma ferramenta de particular interesse para criar este vínculo com o consumidor.

Um exemplo de marca que usa este instrumento é a Donuts PT:



A marca serve-se de imagens criativas com descrições simples que aludem a eventos que pautam atualidade, gerando uma partilha contínua das mesmas e, assim, aumentando o seu alcance e visibilidade. Encontramos, por exemplo, na segunda foto, a descrição “passeios fofos” com uma ligação criativa entre a “fofura” do evento em abordagem e, simultaneamente, característica que a marca destaca no seu produto, como vantagem face aos concorrentes. Na quinta foto, por sua vez, encontramos uma referência à presença da banda Coldplay em Portugal, que dominou as redes sociais. Por fim, a oitava imagem apresenta os donuts, produto de destaque da marca, como vaso onde floresce a liberdade (representada pelo cravo vermelho, símbolo marcante da cultura portuguesa). A descrição “liberdade para ser fofo” revela, uma vez mais, a originalidade da marca em interligar a sua característica de vantagem competitiva com fenómenos da atualidade.

Uma outra marca que é exemplo no que toca à criatividade e à ligação com o consumidor é a Superbock, quer através do storytelling nas suas campanhas, quer através de um perfil recheado de analogias. Às vivências que marcam a sociedade portuguesa, o seu público-alvo:


Neste exemplo verificamos como a marca procura utilizar o seu produto no centro da resolução de problemáticas e situações de vida do indivíduo, procurando, ainda, ser inclusivo nas suas publicações, como se evidencia na última imagem, onde se apresenta um celebra a participação e inclusão nos momentos de felicidade e alegria (estilo de vida promovido pela marca) apesar da intolerância ao glúten, com um produto direcionado para esse segmento.


Também as pequenas marcas usam o humor como ferramenta de divulgação dos seus serviços, como é o caso do Bar do Tio, por exemplo na seguinte publicação, onde tira proveito do fenómeno "This Barbie", lançado, por outra entidade, de fenómenos da atualidade ou de acontecimentos no espaço particular em que se situa para, alcançar consumidores de um nicho específico:


https://www.instagram.com/p/Cqv9DXwoa1F/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==


Por fim, um outro exemplo de destaque é a Control Portugal:

A marca procura incluir uma mensagem “entrelinhas” em todas as suas partilhas, gerando um fenómeno de identificação e partilha por parte do consumidor. Além disso, a interação do consumidor com a marca, dá muitas vezes, continuidade à incitação lançada pela marca na sua descrição, promovendo a sua divulgação, como se encontra exemplificado no segundo modelo.



Fontes:

Globalwebindex (2019) The Youth of the Nations: Global Trends Among Gen Z.
@Donuts_pt - instagram
@Superbockpt - instagram
@Controlportugal - instagram
@Bardotio - instagram

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