
Uma Nova Forma de Vender: Da Sala de Estar para o Ecrã
Durante os confinamentos, várias empreendedoras iniciaram
transmissões em direto nas redes sociais para escoar stock e manter contacto
com os clientes. A fórmula revelou-se eficaz: apresentavam peças em tempo real,
interagiam com os espectadores, respondiam a perguntas e reservavam produtos
conforme os comentários.
A proximidade, a informalidade e a resposta imediata tornaram-se os pilares deste modelo. O público não se limitava a assistir a uma transmissão de vendas, estava envolvido numa experiência comercial interativa, com oportunidade para diálogo, partilha de opiniões e momentos de descontração.
![]() |
Exemplo de venda em Direto |
O Que Explica a Eficácia das Vendas em Direto
Vários fatores explicam o sucesso crescente deste formato:
- Interatividade:
Os clientes podem colocar questões em tempo real e obter respostas
imediatas.
- Exclusividade:
Muitas das peças são vendidas em quantidades limitadas, o que aumenta a
urgência e o valor percebido.
- Humanização
da marca: Ver quem está por trás do negócio cria uma ligação emocional com
o cliente.
- Conversão
elevada: A envolvência do formato reduz a hesitação na decisão de compra.
Da Tendência à Estratégia
O fenómeno deixou de ser uma solução de recurso e passou a
integrar a estratégia de muitas marcas. Plataformas como o CommentSold
facilitaram o processo de automatização das vendas em direto, permitindo gerir stock,
pagamentos e interações num único sistema.
Nos Estados Unidos, estima-se que o live shopping movimenta mais
de 11 mil milhões de dólares em 2021. Na China, onde o modelo já está mais
consolidado, este tipo de vendas representa uma parte significativa do comércio
online. Em Portugal, começam a surgir cada vez mais iniciativas do género, com
boutiques locais a adotarem transmissões regulares para apresentar coleções.
O Futuro do Comércio é Mais Próximo
Num mercado saturado de publicidade digital, estas vendas em
direto oferecem algo diferente: proximidade, autenticidade e interação real.
Não se trata apenas de vender produtos, mas de construir relações e
experiências em torno da marca.
É um exemplo claro de como a tecnologia pode ser usada para aproximar
marcas e consumidores, mesmo à distância.
Fontes:
https://www.voguebusiness.com/technology/instagram-facebook-snapchat-tiktok-the-social-shopping-race
https://theboutiquehub.com/live-selling-for-your-boutique-how-to-turn-views-into-sales/
https://about.fb.com/news/2021/05/introducing-your-new-favorite-way-to-shop-live-shopping-fridays/
Ola Beatriz! É muito engraçado que tenhas escrito sobre isto. Já me tinha questionado sobre este fenómeno, que me intrigou no início (mas agora consigo ter uma visão mais clara). O que entendi foi que apesar de várias pessoas/ marcas realizarem diretos sem qualquer formação em vendas, marketing ou uma estratégia, o sentido de comunidade e autenticidade agarra os participantes. O erro e o improviso humanizam a jornada do consumidor e o vínculo social substitui a necessidade de confiança na marca/empresa. A interação em tempo real também é muito valorizada. O cliente pode estar no seu conforto e ver todas as suas questões respondidas enquanto compra. No meio do processo também são ativados alguns gatilhos emocionais como o FOMO da "é a última peça meus amores". Muitos nem sabem, mas são um sucesso do marketing de comunidade.
ResponderEliminar