A Dove distingue-se no mercado pelas suas campanhas únicas, que têm como objetivo enaltecer as diferentes características físicas das mulheres, tentando acabar com os estereótipos de beleza que perpetuam na sociedade. Uma das mais conhecidas é a “Campaign for Real Beauty”, lançada em 2004. A principal mensagem era celebrar as diferenças únicas das mulheres e não ignorá-las, pelo que selecionaram mulheres cujas aparências estão fora das normas estereotipadas de beleza, por exemplo, mulheres mais velhas com rugas, mulheres com excesso de peso, entre outros.
Após um estudo realizado pela Dove, esta concluiu que 70% das mulheres continuam sem se sentir representadas nos media e na publicidade. Sendo assim, decidiu que era altura de mudar esta realidade.
Em 2019, a Dove criou o projeto #ShowUs em parceria com a Getty Images, Girlgaze e mulheres de todo o mundo, para mudar a perceção de beleza a nível global. Este projeto consiste numa coleção de mais de 10 000 imagens, que oferecem uma visão mais inclusiva da beleza.
No entanto, não se ficou por aí. Em 2020, lançou a campanha “It's On Us", uma extensão do projeto #ShowUS, com o objetivo de invadir a indústria publicitária com os modelos de beleza real do projeto #ShowUs. Cada modelo encoraja a inclusão, através de uma mensagem simples “If you choose me, and show me as I really am, Dove will cover the cost of my appearance fee”.
A Unilever está, então, a subsidiar o custo da contratação de modelos de beleza real por outras marcas, visto que se comprometeu a promover a diversidade e a inclusão na publicidade, de modo a fazer avançar a indústria publicitária. Assim, deixa este apelo a outras marcas:
“Dear brands,
together, we can drive change and empower women by striving for a more
inclusive representation of beauty. It’s on us to change the media and
advertising for the better.”
Até ao momento, algumas marcas já se juntaram à Dove, para para mostrar ao mundo uma visão mais inclusiva e diversificada da beleza, nomeadamente, a Magnum, Krispy Kreme, Cif e Nedbank.
Sugiro que vejam o vídeo!
O que acham desta campanha? Será que o esforço da Dove terá um impacto significativo na indústria publicitária?
Quem tem TikTok, certamente que, ao deslizar pela página inicial (a chamada “For You Page”) já viu várias vezes a “receita viral” (massa com queijo feta e tomate cherry).
Acontece que, depois de tanto se falar nesta receita, fácil e rápida de se fazer, numa ida ao Continente deparei-me com o seguinte:
Pois bem, como podemos ver o Continente não deixou a situação passar em branco e aposta numa vitrine com o essencial para a confeção desta mesma receita. Aliado a isto, ainda coloca uma breve explicação do porquê de se ver e/ ou falar tanto nesta receita:
Estamos habituados a ir ao supermercado e encontrar secções com produtos em promoção, ilhas para influenciar o consumo por impulso, etc. Desta vez, para além do que estamos habituados, somos ainda influenciados a comprar um conjunto de produtos que nos vai fazer sentir dentro da “novidade”.
Considero esta uma boa estratégia do grupo uma vez que ao mostrar-se a par da atualidade, do que é viral pelas redes sociais, consegue também promover os seus produtos e ainda facilitar a adesão daqueles que desconheciam ou ainda não se tinham disposto a procurar os ingredientes necessários para a confeção da mesma.
Para os que ainda não conhecem a receita, deixo aqui um exemplo:
Várias são as estratégias que uma marca pode adotar para conseguir alcançar os seus objetivos e impactar o seu público-alvo de forma positiva, pelo que é deveras importante conhecer alguns conceitos cruciais como o Push and Pull Marketing. Seguindo a tradução literal de Push and Pull para português, conseguimos rapidamente perceber as suas definições:
Push Marketing: “empurra” o conteúdo e os produtos para os consumidores, contudo esta estratégia tem vindo a ser considerada como intrusiva, o que levou a uma redução do uso da mesma pelas marcas. Como meios Online Push consideramos:
1.Display
Advertising
2.Messaging/Tracking
3.Product
placement
Pull Marketing: remete para a vontade própria do consumidor de procurar e pesquisar o conteúdo. Como meios Online Pull consideramos:
1.Sites
próprios
2.Search
Engine Marketing
3.Widgets,
Podcasts, Apps, QR Codes
4.Comunidade
da marca
5.Blogs,
mundos virtuais, redes sociais
6.User
Generated Content
7.Advergames/Gamification
Passando agora para um exemplo prático destas duas abordagens mencionadas anteriormente, podemos analisar o caso da Nike. Esta empresa é conhecida por utilizar tanto a estratégia Push, como a Pull, conseguindo assim chamar a atenção dos clientes e, ao mesmo tempo, desenvolver uma relação mais próxima com estes.
No próprio site da marca, como podemos verificar, existe uma estratégia bastante evidente de Push marketing:
Por outro lado, a Nike também é conhecida pela sua aplicação “Nike Training Club” que permite o acesso do usuário a treinos gratuitos. Esta pode ser vista como uma estratégia Pull utilizada pala marca, de forma a estabelecer uma relação mais próxima com o utilizador e despertar a curiosidade do mesmo.
Para implementar uma ou ambas estas estratégias, a empresa precisa de ter em atenção algumas variáveis. Primeiramente, deve ser realizada uma análise do público alvo, uma vez que consumidores diferentes exigem estratégias diferentes. De seguida, é importante definir o seu objetivo de forma a conseguir utilizar a estratégia mais adequada para o mesmo. Por último, a monitorização dos resultados é essencial, percebendo o que está e não está a funcionar para um melhor desempenho. É de notar que a escolha de uma estratégia não invalida o uso de outras, podendo elas serem complementares uma da outra, e assim, aumentar a eficácia do marketing.
Mas agora digam-me vocês, o que acham destas duas estratégias? Será uma mais eficiente que a outra?
A indústria dos vídeo jogos tem vindo a crescer, ao longo dos anos, sendo hoje a maior indústria de entretenimento do mundo. Os vídeo jogos deixaram de ser vistos como um entretenimento para crianças, para transcenderem a idade e o sexo, existindo jogos para todos os gostos.
Apesar de o ano de 2020 ter sido difícil para múltiplos setores devido à pandemia, a indústria dos vídeo jogos cresceu cerca de 20%, alcançando os 179,7 mil milhões de dólares. Em 2020, havia cerca de 2,7 mil milhões de jogadores em todo o mundo.
Sendo assim, os vídeo jogos são um canal eficaz e criativo, através dos quais as empresas conseguem alcançar os consumidores e, por isso, cada vez mais empresas apostam no in-game advertising, para promover a marca ou os seus produtos, criando brand awareness.
Foi exatamente isto que o Burger King Espanha decidiu fazer.
De modo a captar a atenção dos jogadores de vídeo jogos, o Burger King Espanha utilizou as ferramentas de edição do jogo da NBA 2K21, para criar um campo virtual especial, o The Menu Court. Para além das características habituais, este campo apresenta os itens mais populares do Burger King espalhados pelo chão do campo de basquetebol.
A criação deste campo teve como objetivo criar uma experiência virtual, que liga o jogo a recompensas reais. Assim, o Burger King Espanha pretende seduzir os jogadores do jogo NBA 2K21 a participarem na iniciativa, com a promessa de comida grátis caso consigam completar algumas jogadas difíceis no jogo de basquetebol. Após conseguirem incestar a bola, os jogadores têm de publicar um vídeo da jogada no Twitter, identificando o Burger King e a NBA2K com a hashtag #BKMenuCourt para resgatar o prémio equivalente.
Esta campanha começou no dia 26 de março e estará disponível até 4 de abril, na PS4 e na PS5. Para perceberem melhor como é que os jogadores podem participar, deixo aqui o vídeo de apresentação.
Posto isto, acredito que esta campanha do Burger King foi uma ótima iniciativa! Ao estimular os jogadores a jogar neste campo, aumenta a lealdade dos seus consumidores atuais e, ao mesmo tempo, desperta a curiosidade dos consumidores que nunca consumiram estes produtos. Para além disso, é um modo de in-game advertising apelativo e que gera aceitação, visto que não é tão intrusivo como um simples vídeo que interrompe o jogo.
E vocês, o que acham desta campanha? Gostariam de poder jogar neste campo?
Para aceder a fonte 1, clicar aqui. Para aceder a fonte 2, clicar aqui. Para aceder a fonte 3, clicar aqui.
A dicotomia tech vs. touch, muito associada ao marketing digital, pretende chamar a atenção para o facto de o uso intensivo de tecnologia levar potencialmente a uma redução das interações pessoais entre empresas e clientes, uma vez que estas passam a poder ser realizadas à distância.
Nunca como nos tempos atuais tal foi tão verdade. Devido à necessidade de manter o distanciamento social, o Marketing Low Touch, com base digital, irá ser cada vez mais decisivo. A comunicação online, o e-commerce, o big data, os assistentes virtuais, a automação e a inteligência artificial serão cada vez mais importantes nas estratégias de marketing, sobretudo em serviços.
No entanto, o high tech e o high touch podem não ser necessariamente realidades opostas. A atual geração de consumidores prefere marcas que conseguem combinar os dois. Se a pandemia acentuou o low touch, para manter o envolvimento e impedir o afastamento dos consumidores, é exigido às marcas que sejam cada vez mais high touch e mostrem o seu lado emocional, mesmo que à distância. Ao longo do último ano, com mais ou menos humor, com mais ou menos hashtags, o vírus foi fonte de inspiração para muitas marcas que se humanizaram e desenvolveram campanhas de prevenção, promovendo p.e. o distanciamento social e demonstrando apoio aos profissionais de saúde.
Cada vez mais, e principalmente nos atuais tempos high tech e de pandemia, os consumidores querem que as marcas, para além de venderem produtos e serviços, defendam valores com significado, relevância e com os quais estes se identificam. O propósito personifica as marcas, pois, cada vez mais, se compra um produto, uma marca ou serviço, pelo que nos transmite e o que entrega de volta à sociedade e não só pelo que o compõe. Com o sucesso e ubiquidade atingidos pelas ferramentas digitais, são os consumidores que condicionam a forma como as marcas agem, quais os seus valores e causas a que se associam, fazendo com que estas não só se superem, mas também ajudem a criar um mundo melhor... e mais hightouch!
A estilista norte americana, Tory Burch, lançou recentemente uma peça de roupa de 695€ que gerou grande polémica nas redes sociais, levando à indignação dos portugueses: uma camisola semelhante à dos pescadores de Póvoa de Varzim, que custa 30€. Segundo a estilista, esta inspirou-se na cultura mexicana, mas as semelhanças com a peça de artesanato tradicional portuguesa não deixam quaisquer dúvidas de que se trata de plágio e de apropriação cultural (“apropriação de elementos culturais por alguém externo a essa mesma cultura, muitas vezes para fins lucrativos.”)
Na verdade, já não é a primeira vez que Tory Burch não reconhece a verdadeira origem das peças de roupa, e o Licor Beirão aproveitou a oportunidade fazendo uma publicação no Instagram com a descrição: “Um brinde às coisas que são únicas…e nossas. Como a camisola poveira e o Licor Beirão!” Sem dúvida que este é um excelente exemplo de Marketing relacional com um timing perfeito, não acham?
Ontem estava a ver ao direto de Instagram do Bruno Nogueira e, durante aproximadamente meia hora, assisti ao tão esperado unboxing da D. Luísa. Mas para contextualizar, vamos voltar um pouco atrás.
Todos nós conhecemos o fenómeno do “Como é que o bicho mexe. Se, por um lado, já estamos, há um ano, a par dos bons números de visualizadores, dos novos seguidores dos protagonistas e até das campanhas de solidariedade, por outro, há uma perspetiva mais recente a ser analisada: as marcas favoritas da D. Maria Luísa, mãe do humorista.
Há umas semanas, durante o direto, o Bruno e a mãe estavam a fazer a lista de compras em conjunto. A D. Maria Luísa, a certa altura, refere que as suas bolachas favoritas eram as “Maria” e o Bruno sugere que o Lidl ou outra marca faça o patrocínio e cumpra o desejo da mãe – ter bolachas Maria até morrer.
O Lidl não demorou a responder e fez uma publicação alusiva à situação: “Estamos a pensar mudar o nome das nossas bolachas em homenagem à nossa fã nº 1!”.
Claro que depois disto, a D. Luísa recebeu bolachas "Maria" de muitas marcas. No entanto, os presentes não ficaram por aqui. Desde então, esta nova “influencer” tem recebido vários produtos como uma máquina de café, peças de joalharia e cremes de beleza. E eu e mais de 50 mil pessoas cá estamos, à espera de ver o unboxing em direto.
Antes de mais, é importante destacar o timing do Lidl, que conseguiu rapidamente aproveitar o momento e a oportunidade. Para além disto, também mostrou que o anúncio de há uns tempos era verdade - "ninguém nos vende como os nossos clientes".
Em relação às restantes marcas e produtos, sem dúvida que têm no direto um grande palco: cada conta de Instagram mencionada no programa, seja de um convidado, instituição ou marca, recebe logo um grande aumento de seguidores. Ainda por cima, ficam a pertencer à narrativa que a plateia online quer ver. No entanto, sendo tantas referências ao mesmo tempo e semelhantes é possível que o propósito fique um pouco confuso e esquecido.
Gostaram da resposta rápida e oportuna do Lidl? O que acham em relação ao unboxing durante o direto do "Como é que o bicho mexe?"? É uma boa montra para as marcas?
A nova campanha da Gatorade entra com um forte vídeo (não)comercial que exemplifica várias das técnicas de marketing que temos visto e que, por isso, constitui um repleto exemplo para analisar.
O vídeo em si mesmo apresenta uma forte produção, recorrendo a elementos narrativos, visuais, digitais, e aquilo a que se poderia chamar um elenco de luxo. Embora enquadrados no tema, pela cena introdutória e as imediatamente subsequentes, como veremos adiante, não somos contextualizados quanto ao propósito da narrativa. Isto aliado ao uso de tipografia específica, uma figura encapuzada, e convites misteriosos detêm-nos num suspense entre a espionagem e a ficção científica. Retida a atenção do espectador, como quem diz, convidados a entrar neste mundo misterioso vamos até ao um lugar, de ascendência imemorial, o sítio dos escolhidos - o sítio onde os melhores se tornam Greatest Of All Time. O presente do futuro abre-se-nos, estilo Jogos da Fome, e vamos vendo o sonho - missão - da Gatorade que é promover as condições necessárias para encontrar jovens com talentos especiais e ajudar a desenvolvê-los até se tornarem eles mesmo mitos e partilharem um lugar na galeria dos deuses, e retornamos, assim, a cena inicial.
Tentarei, agora, distinguir alguns elementos do vídeo procurando encontrar várias das técnicas de marketing que temos discutido e deixando algumas reflexões para que me ajudem a perceber como estas foram estas aplicadas.
Cena Introdutória - Cinematograficamente, a primeira imagem de um filme deve ser o resumo do mesmo. Procura, de certo modo, expressar a premissa pela qual o filme se rege, dar o tom que vai marcar o filme e o espectador. A primeira imagem deste vídeo é a apresentação de quatro enormes vultos do desporto - tema definido -, considerados como os melhores de sempre das suas modalidades e que atingiram grandes feitos. E, no centro, o G da Gatorade que imediatamente recebe emprestado o valor destes atletas e o capta para si mesmo. Por outro lado, o modo como estes são apresentados, em largos estandartes, dá-lhes a eles a conotação de heróis, já consagrados, por nós, e por isso, que nós já admiramos. E isto é muito importante para o resto do filme, pois está marcado o tom mítico e estamos prontos a entrar na academia para ser como estes heróis.
Influenciadores - A marca apresenta quatro enormes desportistas. São mundialmente conhecidos, consagrados e, como já referido, têm um estatuto muito própria do qual a marca se aproveita. A notoriedade destas figuras é grande e, provavelmente, têm um forte poder de influência sobre o segmento de mercado alvo da campanha. A proximidade destes actores é, no entanto, diminuta, o que se por um lado pode fazer sentido para o propósito narrativo, podemos perder em influência directa. Podemos, ainda assim, estar perante um fenómeno curioso de que apesar de o vídeo os tornar mais inacessíveis, eles são não só aqueles que todos queremos ser, mas são mesmo os guias e mentores, conferindo-lhes esta faceta de proximidade e de ligação directa com cada um de nós, podendo por isso chegar a mais do que um alvo.
Para reflexão 1 - a quem acham que se dirige esta publicidade?
A Marca - estamos perante um daqueles casos em que o vídeo facilmente poderia ser sobre qualquer coisa ou qualquer marca. No entanto, a Gatorade não deixou para o fim o desvendar da sua presença. É, sim, ubíqua do inicio ao fim: desde o portentoso "G", qual timbre de uma nação, passando pelas várias cenas, ora discretamente em plano de fundo, ora acompanhando os GOAT na forma de um garrafa-cantil (produto da Gatorade), essencial para a óptima performance de cada um deles, mais, que cada um busca activamente, e vindo mesmo a ser a camisola que é preciso vestir para se tornar um GOAT, até ao encerrar do vídeo em que se apresenta distintamente.
Para reflexão 2 - Pareceu-vos que a marca estava suficientemente clara ao longo do vídeo?
A missão, um ideal - estamos perante um vídeo que não publicita directamente a marca. Promove sim, um ideal, de que somos capazes de ir mais longe, e que ela está lá para ajudar nos esforços e acompanhar o percurso até às conquistas. Esta publicidade introduz-se como o inicio de uma manobra de marketing que pretende mostrar como os melhores do mundo recorrem à Gatorade e como esta irá ajudar a próxima geração a concretizar o seu potencial. De notar que a Gatorade já patrocina alguns eventos que promovem jovens talentos e uma das figuras deste vídeo é Gisela Robledo, estrela em ascensão do futebol 5v5.
Para reflexão 3 - Foi maior a intenção da marca promover-se a si mesma ou ao seu ideal?
Storytelling - A Gatorade optou por iniciar a construção de uma narrativa. Desde logo, todos possuímos uma forte conexão com histórias e vibramos com histórias de superação. Ficamos ligados emocionalmente e tornamo-nos adeptos de herói e, por extensão, da marca. Para além disso, abre um mundo novo que é exclusivo da marca e que, bem trabalhado, como já temos visto com a Nike ou a Coca-Cola, permite uma relação contínua, que culminará na identificação instantânea desta. Já alguns colegas falaram sobre este fenómeno, pelo que em vez de me estar a repetir convido-vos a ver a publicação da Inês Machado - Storytelling e a relação com as marcas - que nos fala um pouco melhor sobre esta técnica.
Para reflexão 4 - sabem de que modo esta publicidade se insere no mundo da Gatorade ou por onde nos vai levar?
O Produto - embora o vídeo não esteja propriamente a publicitar a marca em si mesmo, não perde a oportunidade de ligar umbilicalmente os seus produtos à história (espero não me estar a contradizer!). A Gatorade é essencialmente conhecida enquanto bebida especialmente trabalhada para responder as necessidades nutricionais e energéticas dos desportistas. E, ela não falta aqui. Nas mãos de cada um dos grandes, a bebida laranja cumpre a sua função e, adicionalmente, apresentado alguns dos outros produtos da Gatorade, tais como a garrafa que é o testemunho (atletismo) que se passa às novas gerações.
Este vídeo fez-me lembrar, com as devidas diferenças, aqueles mais antigos da Nike com os grandes da bola. Lembram-se? Eu lembro-me como gostava de ver essas publicidades. Mas isto para dizer que este vídeo tem para mim muito potencial. E, lançados os dados, estou verdadeiramente curioso para ver o seguimento dado à campanha pela Gatorade.
Com certeza haverá mais elementos relevantes neste vídeo e muita coisa terei deixado por dizer mas passo agora a bola(?) para vocês. Espero ter-vos deixado com um bocadinho de sede de deixar a vossa opinião nos comentários sobre o vídeo ou sobre algumas das sugestões de reflexão que fui deixando. GOAT ou não GOAT?
O conceito de partilha é por
consenso algo que envolve algum altruísmo quando emprestamos
(partilhamos) uma folha de papel, ou pode gerar a expectativa de retorno quando
emprestamos (partilhamos) o nosso carro a um amigo. Ainda assim o termo facilmente pode ser confundido, no contexto económico, com economia circular, economia colaborativa ou economia digital, tornando-se um desafio a definição de um conceito transversal e que integre totalmente os vários silos de análise.
O consenso que parece existir é que este "tipo de economia" veio permitir uma combinação eficiente entre procura e oferta, onde o intermediário perde relevância e o consumidor é agora também produtor e não perde na maioria das vezes a propriedade (conceito que iremos explorar mais à frente), por exemplo, em alguns serviços (embora outros impliquem direitos que também são transferidos). Esta última abordagem (economia digital) é
acompanhada pela noção de risco, e é nesse risco que a Internet vai ter um
papel fundamental.
O risco da partilha é avaliado
então no âmbito da propriedade ou transferência de propriedade: através da partilha
a pedido (muitas vezes traduz-se numa subscrição em troca do acesso) quando o
acesso só é possível na sequência da autorização do outro; em partilha
aberta, ou seja, aquela em que os interlocutores já se relacionam de alguma
forma, e sem expectativa de retorno daquilo que foi partilhado. Assim, a troca que antes era informal, agora é mais eficiente, sobretudo nos custos de informação e logística.
A WEB 2.0 veio de facto acelerar
sobretudo a partilha aberta, justificada principalmente por quatro fatores: aceleração digital, urbanização crescente, preocupações ambientais e custos de transação.
O exemplo da Napster, enquanto partilha aberta, é claro, pois permitiria pela
primeira vez a partilha peer-to-peer (download ou upload) de ficheiros de
música ou filmes de forma gratuita. Do seu nascimento até à sua conversão
legal, assistimos a uma explosão de opções semelhantes que obrigaram as
indústrias de cinema e de música por um lado a forçar regras de propriedade
intelectual de forma a controlar danos financeiros, como por outro a acolher estas novas
formas de partilha para os seus modelos de negócio. Com a incorporação destas
práticas nos modelos de negócio acompanhadas pela regulação de propriedade
intelectual ajustada ao mercado sugeririam mais tarde as plataformas de download/streaming como, por exemplo, o I-Tunes ou mesmo o Spotify para música, ou a Netflix para filmes/séries.
Outra curiosidade acerca do
fenómeno da partilha online é que muitas vezes a mesma não envolver nenhuma
compensação. O utilizador apenas partilha textos, música ou vídeos, cuja ação que
é incentivada pelas plataformas: o Facebook pergunta-nos “Em que estás a pensar?”,
o Youtube “O que tens para partilhar?”, ou a Wkipédia com uma "Esplanada" onde
grupos podem partilhar as suas ideias acerca de temas específicos (ou mesmo a
Comunidade de Editores). É então a partir do conteúdo gerado e
partilhado que as mesmas plataformas vendem espaço para publicidade aos
segmentos onde atuam, enquanto lutam pelos lugares cimeiros da
pesquisa orgânica em motores de pesquisa como a Google, a qual também tem a sua
fonte de rendimento nos anúncios.
Um último conceito a assinalar é o
caso da plataforma Airbnb.com que nos traz outra ideia da economia da
partilha com base no princípio da eficiência coletiva. Um conjunto de pessoas
com interesse em realizar a mesmíssima transação, partilham o seu próprio
espaço de habitação num canal comum. Sob este princípio, a relação custo benefício
é superior tanto para quem vende - porque os custos de transação são
substancialmente menores face a uma promoção isolada – como para quem compra,
já que entra em contacto com algo que potencialmente é único na experiência
oferecida. Do encontro de interesses a plataforma retém uma percentagem do valor transacionado.
Figura 1 - Modelo de Negócio na Economia da Partillha P2P (C2C) - Fonte 2
De assinalar uma vez mais, que a
economia colaborativa no online veio desafiar os modelos tradicionais, que em casos como o do alojamento turístico, onde a personalização massificada
pelos recursos às “novas” ferramentas disponíveis é por si necessária. Esta nova economia levanta também várias questões e desafios: a consolidação de informação a nível estatístico de forma a perceber e atingir determinados targets, a linha ténue entre a partilha ou o convencional aluguer, ou mesmo a perspetiva da coopetição como modelo a migrar para a economia digital para alargar possibilidades e aumentar a competitividade nos negócios.
Atualmente, num mundo cada vez mais rodeado de informação e de ruído, torna-se sistematicamente mais desafiante para as empresas criarem campanhas publicitárias que consigam captar a atenção dos seus possíveis consumidores e que, como tal, tenham a capacidade de atingir os objetivos e as metas idealizadas. O storytelling surge com o intuito de captar a tão disputada atenção dos consumidores, é uma forma de marketing a que as empresas cada vez mais recorrem. Esta estratégia permite às marcas comunicar a sua ideia, mensagem ou evento através de uma narrativa.
Quando uma marca usa o storytelling para contar uma história que tenha a capacidade para despertar emoções e criar uma ligação com o cliente, a mensagem é mais facilmente percecionada como autêntica. Contar histórias dá vida ou significado e um cenário e cria uma conexão emocional, provocando sentimentos de êxtase, tristeza ou paz, com a capacidade de prender o cliente ao ecrã. Aliado a estas características, o storytelling também consegue a atingir um maior buzz, gerando mais partilhas nas redes sociais que qualquer outro conteúdo. Como tal, é considerada a forma mais eficaz de conseguir engagement e persuadir o seu público-alvo.
Se uma campanha de storytelling for realizada com sucesso, esta poderá desempenhar um importante papel, enquanto elemento de persuasão e de fortalecimento da relação do consumidor com a marca. Permite uma melhor interação e integração dos valores das marcas aquando da comparação com as formas mais tradicionais de comunicação utilizadas pelo marketing. O fluxo de afetividade criado pelo storytellingtambémé tido como um processo com grandes chances de aumentar a propensão dos consumidores a serem leais a determinada marca. Os consumidores suscetíveis de desenvolverem maiores laços de afetividade para com a marca em resultado do storytelling, demonstram uma maior tendência a descrever a outros consumidores as suas experiências com as marcas. Adicionalmente, a criação de um envolvimento afetivo dos consumidores com a marca, incrementa os níveis de compromisso com a mesma, mostrando-se os consumidores mais disponíveis para dispender um maior valor para obter as suas marcas preferidas.
Posso aferir que um consumidor mais ligado a uma marca e mais envolvido afetivamente com ela, deixa-se influenciar positivamente por ela na sua intenção de compra, é este comportamento que o storytelling pretende despoletar. Mas neste sentido, não estaremos nós demasiado vulneráveis a este tipo de técnicas? Que influência o storytelling tem em vocês?
O e-commerce continua a crescer, players como o Facebook, Tik-Tok e YouTube entram para competir com a Amazon. As lojas físicas globais fecham em cerca de 50%, e a previsão é que as que se mantiverem até 2025 serão as que tiverem experiências e showrooms, atitude Millennials e espera-se que no final de 2024 esta mudança já esteja realizada. Poucos grandes shoppings vão sobreviver. Encontrei este filme que está diretamente ligado com o nosso Web Marketing, extenso mas muito completo, podemos ver a cadeia de fornecimento completa, p.e. da Pinterest.
O mercado das
sapatilhas é um dos mais competitivos de sempre. Este mercado faz as grandes
marcas (Adidas, Nike, Puma, Under Armour) procurarem o melhor design, os melhores
atletas, a melhor gestão de logística e o melhor marketing.
Entre estas 2
marcas destacam-se a Nike dos Estados Unidos da América e a Adidas da
Alemanha. No entanto, a Nike tem dominado o mercado, tendo um market cap de $216,75
B (valores de março de 2021). Comparando estes valores com os da Adidas ($67,23
B), da Puma ($16,13 B) e da Under Armour ($9,65 B) percebemos que o market cap da Nike é mais do dobro do
que as outras 3 juntas.
Apesar da
Adidas e Puma terem dominado o mercado durante muito tempo, o domínio da Nike
dura há décadas. Mas que estratégia é que a gigante americana tem adotado para
se manter no topo?
Enquanto a
Adidas (nos anos 80) investia o seu dinheiro em organizações como a FIFA e o
Comité Olímpico Internacional, a Nike investia mais nos atletas e a otimizar as
suas sapatilhas. Esta aposta da Nike fez com que ela ficasse com um vasto leque
de designs e tecnologias inovadoras, sendo a mais recente a sapatilha de running Nike Vaporfly que foi quase banida por
aumentar a performance dos atletas (o que por si só, já é um bom marketing).
Para além disso, a sua aposta em atletas fez com que a empresa desenvolvesse
parcerias com os melhores atletas do mundo, como por exemplo Michael Jordan,
Tiger Woods, Serena Williams, Naomi Osaka, Ronaldinho, Roger Federer, Rafael Nadal, LeBron
James e Cristiano Ronaldo.
A Nike é uma
organização matrix, onde os
trabalhadores reportam a mais do que um supervisor. Isto faz com que a troca de
informações seja maior e a comunicação seja mais eficiente. Inicialmente, a empresa
apostou numa organização que tinha como subcategorias o desenvolvimento, o
mercado e as vendas por tipo de produto. Como esta abordagem não ia ao encontro
das necessidades do consumidor, em 2008 a empresa organizou-se por desportos
como running, futebol, basquetebol e
treino (gym). Esta mudança fez com
que as vendas aumentassem 70% e afetou o layout
das lojas, tornando a experiência mais agradável ao consumidor. Isto também fez
com que as pessoas procurem uma sapatilha para cada atividade que pratiquem.
Por exemplo, se as pessoas correrem e fizerem ginásio, irão comprar uma sapatilha
para correr e outra para fazer ginásio. Num ponto de vista de gestão
financeira, este modelo dá mais controlo à marca, que consegue investir
diretamente nas categorias que estão a ter pior desempenho.
É também
importante referenciar que a Nike tem recorrido à exclusividade para atrair os
consumidores e aumentar a sua market share, vendendo quantidades limitadas de
sapatilhas e recorrendo a colaborações com marcas de streetwear e de luxo tais
como a Dior, Off-White, Sacai, Commes des Garçons, Ambush, Undercover, Cactus
Plant Flea Market e Swarovski. Para além disso, o seu vasto leque de designs
icónicos como a linha Air Max e a Air Jordan permite-lhes lançar retros, que são lançamentos de
sapatilhas com colorblockings que não
foram lançadas há muitos anos e são parte da história e cultura da marca. Estes
lançamentos ocorrem na aplicação SNKRS, onde a marca também aposta em conteúdo storytelling que incentiva as pessoas a
partilhar fotos nas redes sociais com determinados hashtags (marketing digital
gratuito) e lives onde participam
convidados que interagem com os membros. Isto combinado com as páginas de Instagram, Facebook e Twitter (que não pertencem à Nike) que são dedicadas a esses
lançamentos, fazem com que esse tipo de sapatilhas sejam muito cobiçadas no
mundo online e seja uma estratégia de marketing digital incrível, sendo que traz mais importância à marca, fortalece o seu branding e entra no segmento de luxo com as colaborações e a exclusividade.
Para o futuro,
a Nike quer investir mais em vendas online pelo seu próprio website, em vez de
vender a outras empresas como a JD Sports ou a Foot Locker. Isto permite à
Nike vender mais sapatilhas por retail,
em vez de wholesale, ganhando mais
dinheiro por cada sapatilha que vendem (aumentando a margem de lucro). Para
além disso, a Nike também está a investir mais em marketing e produtos de mulher, visto ser um mercado que
está em ascensão e tem também melhores margens de lucro.
Na minha opinião
a Nike é sem dúvida um role model em
termos de marketing. Uma empresa que começou entre 2 gigantes (Adidas e Puma),
conseguiu através da sua excelente capacidade de decisão, timing de mudança e inovação superar a concorrência e tornar-se aquilo que é
atualmente. Note-se que a Nike não é a responsável pela produção das suas sapatilhas. Estas são
produzidas por fábricas independentes e a empresa compra-as e tem o seu trademark, o que lhes permite focar mais no marketing
e no design.
Se refletir sobre o assunto da exclusividade, penso que o trade-off que a Nike faz com a venda de quantidades limitadas de certas sapatilhas faz com que a empresa ganhe menos dinheiro em vendas mas consiga um marketing digital bastante bom e desperta interesse genuíno por parte dos consumidores, comparativamente com os stocks da concorrente Adidas que são muito maiores (e consequentemente as sapatilhas são menos cobiçadas). No entanto, esta estratégia também traz consequências como um aumento da contrafação para tentar satisfazer a procura gigante pelos modelos que a Nike não satisfaz.
Na minha opinião a estratégia compensa, até porque a empresa tem outras sapatilhas com stocks enormes e consegue fazer mais vendas por aí. E vocês, o que acham? Será a exclusividade um dos fatores importantes para o sucesso do marketing digital da Nike e, consequentemente, da empresa em si?
A nova série "Drive to Survive", desenvolvida em conjunto pela plataforma de streaming Netflix e pela Fórmula 1, mostra toda a realidade do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2018. A série mostra como pilotos, agentes e dirigentes de equipa vivem a vida a mil, dentro e fora da pista, durante todas as temporadas de corridas de Fórmula 1, permitindo acesso exclusivo aos pilotos mais rápidos do mundo, bem como aos seus bastidores e diferentes personalidades de cada equipa.
Ian Holmes, diretor de direitos de media do promotor do campeonato mundial de Fórmula 1, disse que esta era uma iniciativa para incluir um público mais amplo neste desporto e para aumentar o número de fãs, que por norma é mais do género masculino e mais envelhecido.
Através desta excelente iniciativa, muitas pessoas que antes não valorizavam nem tinham qualquer interesse pelo automobilismo passaram a apreciar e a sentir a emoção do que é viver de perto uma temporada deste desporto tão intenso e apaixonante, estar presente em todas as vitórias e derrotas e viver todas essas emoções.
Na minha opinião, esta foi uma estratégia de marketing muito bem conseguida, uma vez que ajudou o desporto automóvel a ganhar popularidade e atingir um novo grupo de consumidores mais feminino e menos europeu, que até então não tinha qualquer interesse.
Esta série foi gratificante tanto para a Fórmula 1 como já referi, como também para a Netflix, uma vez que tanto os amantes do desporto como aqueles que antes não gostavam a viram.
Se pensarmos na realidade atual, apercebemo-nos que as crianças e os adolescentes de hoje não sabem como seria o seu dia a dia sem a internet.
Seria irrealista afirmar que esta não traz benefícios para os indivíduos, uma vez que é por causa dela que temos acesso a todo o tipo de informação, o comércio sofreu uma grande transformação, a comunicação tornou-se mais fácil…
No entanto, a internet também facilitou o desenvolvimento das redes sociais como, por exemplo, o Instagram, Facebook, Twitter, que, apesar de todas as vantagens que oferecem aos seus utilizadores, podem deixá-los expostos a perigos.
Embora estas plataformas sejam destinadas a adultos, há milhares de crianças e jovens inscritos, o que as deixa ainda mais expostas aos perigos, dada a sua inocência e ingenuidade, que não as deixa perceber a existência de pessoas mal intencionadas. Aquando da criação do perfil, é negado o acesso a menores de 13 anos. Contudo, as plataformas têm plena consciência que nem todos os seus utilizadores são maiores, pois nada os impede de mentir no momento do registo.
Sendo assim, o Instagram quer lançar uma versão da plataforma indicada para crianças entre os 6 e os 12 anos com o intuito de poderem utilizar o Instagram com segurança. Esta plataforma permitirá que as crianças comuniquem com os seus amigos e partilhem interesses. No entanto, é gerida e controlada pelos pais.
Citação de Vishal Shah (vice-presidente do Instagram): "Cada vez mais as crianças perguntam aos pais se podem aderir a plataformas que os ajudem a manter o contacto com os seus amigos. No momento, não há muitas opções para os pais, então estamos a trabalhar na construção de novos produtos que sejam adequados para crianças e geridos pelos pais"
Para além disso, o reforço da segurança passa pela proibição do envio de mensagens por adultos a pessoas que não sigam e sejam menores de idade, bem como o envio de um aviso de segurança aos menores quando um adulto envia uma grande quantidade de pedidos de amizade ou mensagens. Também é incentivado a colocação do perfil em privado, no momento do registo. Todas estas novas características tornam mais difícil para os adultos encontrar e seguir menores quando usam a função de busca no Instagram.
As questões que se colocam são: até que ponto é que as crianças vão estar seguras às ameaças e perigos das redes sociais? Será que as crianças entre os 6 e os 12 anos não deveriam ocupar os seus tempos livros com outras atividades?
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Em Setembro de 2020 a Google assinou o Memorando de Entendimento com o Governo Português. Este visava uma
colaboração entre as partes que fosse impulsionadora de transformação digital
para o nosso país.
Dos vários programas lançados e/ou a lançar, pela Google,
estava precisamente a StartUPSchool. Este programa destina-se a
fornecer mentoria, recursos, materiais, ferramentas e habilidades para alavancar
o negócio destas startups. Surge
assim direcionado para as startups
que estão ainda numa fase mais inicial de desenvolvimento.
O programa prevê a realização de formações online gratuitas,
num total de dez sessões, com foco particular neste tipo de empresas. Na agenda
antevê-se temas como o trabalho remoto,
como obter financiamentos ou ter um foco internacional desde a génese do
negócio. Alguns temas relevantes abordados serão o do Marketing Digital e Estratégias de Negócio (feitos por “Googlers”)
e líderes de indústria.
A Google obtém daqui a possibilidade de divulgar os seus
produtos e ferramentas que serão relevantes para estas empresas, nomeadamente,
Adds, Analytics, Youtube, Cloud, entre outros, - que serão igualmente objeto de
formação. Do lago da Google, refere Sofia Benjumea que “estão entusiasmados com
o lançamento do programa StartUp School em Portugal (…) dirigimos o foco para
as startups em fases iniciais de
desenvolvimento, proporcionando-lhes acesso a produtos Google, conhecimentos e
contactos que irão ajudar a fazer crescer os negócios”.
O Estado Português já manifestou também o seu agrado através
do comunicado de André de Aragão Azevedo, Secretário de Estado para a Transição
Digital, que realça que “é essencial para a nossa recuperação económica e (…)
vem ajudar a acelerar o nosso ecossistema de empreendedorismo”.
GOOGLE FOR THOUGHT
Todos nós participantes deste blog, temos sido autênticos
pesquisadores Google, por alguns anos, e, mais ainda, idiotas. Este último, não
necessariamente num tom depreciativo. Mas já pensaram bem na quantidade de
ideias ou soluções, que têm, para o vosso dia-a-dia? Provavelmente até já viram
algumas ideias “vossas” a serem realizadas, especulo eu. Claro que, noutros tempos pensaram:
“naaah, dá muito trabalho 😅” ou “nunca
iria resultar"…são geralmente os meus preferidos, da inércia que vos alimenta. Pois
bem, não pretendo que este post
transcenda para a esfera ou visão pessoal de cada um, quanto à sua filosofia, mas
de apresentar-vos algumas reflexões quanto a este programa, o nosso país e
quiçá espevitar um pouco mais cada um de vocês aí.
Embora este programa Google possa parecer bastante
futurista, está alinhado face à conjuntura atual e encontra-se igualmente adaptado
à nossa realidade nacional. O foco, ainda assim, será de procurar que as startups tenham uma visão mais global,
sobretudo nos dias de hoje, sendo suportadas com ferramentas Google. Lembrem-se sempre que "não há almoços grátis". A Google aproveita esta iniciativa para introduzir os seus serviços, desde o início de negócios promissores, e fornecer/vender ferramentas e serviços adicionais. Realce-se que o negócio da Google são os dados, imagine-se o incremento que esta iniciativa gratuita, não lhes dará!
Temos visto
a surgirem diversas iniciativas que deram azo a novas empresas startups, como resposta a consequências da pandemia. E
cada vez mais se destaca a necessidade de ser sustentável, cooperar com outros
Estados e sustentar vantagens competitivas globais.
É aqui que a Google e Portugal podem unir-se: possuímos um país estável e seguro, gente qualificada e empreendedora, com o célebre atributo português de "desenrasque", características que
permitirão a quaisquer empresas, que venham para cá, montarem negócios
eventualmente bem-sucedidos num futuro próximo. Temos estado a rumar
em torno do empreendedorismo e inovação digital, sobretudo nos últimos anos,
com os pacotes de transformação implementados pelo governo. Pelo que tenho alguma expetativa que possamos, não só ver surgir mais projetos portugueses, como estes crescerem e alcançarem um nível global.
Acredito ainda que nesta mesma turma não faltarão ideias nem
criatividade. Por vezes, é mesmo uma questão de discuti-las com as pessoas
certas. Recordem-se que, grande parte das empresas que conhecemos hoje
como líderes, iniciaram numa posição de descrença, dúvida e incerteza. Não
muito diferente do tratamento que damos a sugestões de mudança. Já pensaram
nisso?
Como sempre, convido à reflexão e questiono: e vocês? Quando
é que poderei ver o próximo projeto “Google” de vossa autoria? Estão a
imaginar as próximas startups globais
que surgirão em Portugal, como consequência deste programa?
Já tiveram alguma ideia ou sugestão, que acharam
nunca resultar e viram-na efetuada por outro? Se sim, partilhem! 👀
Nos últimos meses tem-se falado muito sobre criptomoedas, muito por causa da valorização do Bitcoin. As marcas tentam não perder o comboio e o hype que as criptomoedas estão a ter e adotam novas estratégias, tal como fez a marca Pringles. Aqui vai a explicação...
As Pringles criaram 50 latas exclusivas de um novo sabor! Mas estas latas não são tangíveis. São um ficheiro MP4 1080x1080. Fica a explicação: “@pringlesus has now released a limited-edition, never-before-tasted flavor in the form of an NFT. 'CryptoCrisp,' is a virtual flavor limited to just 50 versions of a 1080x1080 MP4 file that shows animated spinning golden Pringles can with Crypto-themed chips.”
Sim, as Pringles lançaram um NFT (non-fungible tokens) que na realidade é apenas um ficheiro MP4 com uma lata a “dançar”. As licitações começaram na passada terça-feira e o primeiro preço disponível era, aproximadamente, de $2. Atualmente a licitação mais baixa disponível é de $558 (~€470). Obviamente que, para comprar estas latas não podemos usar, nem dinheiro físico, nem um simples pagamento com um cartão de crédito ou débito. É necessário usar Ethereum (ETH) que de uma forma muito sucinta é uma criptomoeda similar à Bitcoin. Resumindo, a primeira lata custava 0.0013ETH e vale agora 0,31ETH. Os NFT tendencialmente valorizam muito, portanto, em breve poderemos estar perante uma lata de Pringles a valer $1000. Alguém interessado em comprar uma lata destas?
Deixo-vos, a custo zero, algo similar ao que poderiam comprar, neste momento, por €470: CryptoCrisp
Poderá não ser conhecido de muitos mas o Reino de Novelmore é um lugar onde a novidade é apenas limitada pela imaginação infantil - e, quem sabe, não apenas - dos pequenos cavaleiros que enfrentam as sucessivas legiões dos Burnham Raiders. Uma profecia antiga anuncia um desastre. O pendor da batalha poderá ser decidido por uma armadura indestrutível - a Invincibus!
Este é o pano de fundo de uma das histórias da mundialmente conhecida Playmobil. Normalmente, associamos esta e outras marcas de brinquedos afins a bonecos feitos para a manipulação, reino distante da linguagem binária. Não vos assusteis, porém, guardiães do tacto, pois não trago novas de uma digitalização destas articuladas figuras e, mantém elas a função de puxar pela imaginação.
Esta é uma história para os alquimistas do marketing pois não deixaram estas marcas de aproveitar a internet e as suas maravilhas para chegarem aos pequenos. Alguma digitalização houve, sim, desculpem ter-vos enganado. Não sendo novidade, foi-o para mim, quando descobri que a Playmobil criou um site dedicado ao mundo de Novelmore. Aqui são apresentados filmes, mini-jogos, e vídeos que têm como função dar a conhecer os brinquedos disponíveis e disponibilizar o acesso os locais de venda.
É criado assim um universo talvez capaz de se auto-sustentar. O meio digital será sem dúvida uma forte forma de atração. Confere, desde logo, a possiblidade de interação com a marca, mesmo para aqueles que não têm os brinquedos; forma uma comunidade que servirá de estímulo aos participantes quer entre si, quer com terceiros nos recreios; potencia ainda um fervor pela novidade, qual será o próximo brinquedo, ou o próximo capítulo da história?
Este marketing interativo introduz-se, assim, nas brincadeiras. Os conteúdos são o suficiente para manter o público-alvo interessado: os mini-jogos são simples mas mantém o interesse que todos temos por bater os recordes, as histórias criam o pano de fundo e incitam a imaginação e os vídeos de unboxing fazem furor, ao mostrarem crianças a disfrutarem de maravilhas anunciadas, num crescendo de parafernália. Posso afirmar de experiência própria que já assisti a um pequeno a fazer ele próprio vídeos de uma espécie de unboxing e de longas batalhas de onde, vos garanto, ele saiu vencedor, com ou sem Invincibus.
Reconheço que todo o marketing dirigido a crianças levanta sempre questões éticas que devem ser ponderadas. Por outro lado, podem até conferir o estímulo para criar pequenos cineastas. Vêem aqui potencial para user generated content?!
A força destes brinquedos continua a ser a sua presença física e gostamos deles pelas histórias que nos obrigam a contar e pelo exercício do polegar oponível, tão importante na nossa evolução, antes e agora. No entanto, estas marcas não deixaram o digital de fora. Agarraram uma plataforma em que mais facilmente podem chegar a mais crianças e criar uma relação com estas. Ainda que o tempo efetivo de sermos crianças seja limitado, existe aqui um forte potencial para criar relações afetivas e de lealdade de longa duração. Mesmo se olharmos para estas crianças enquanto futuros pais, uma relação criada agora poderá ser uma relação criada com as crianças do futuro.
O que vos inspira este tipo de marketing? Parece-vos um bom exemplo das ferramentas que aprendemos? Estamos perante uma estratégia invencível?
Faço, também, uma sugestão bem disposta: deixem nos comentários uma pequena história da vossa infância relacionada com algo que vocês gostavam de brincar ou alguma ação de marketing que vos tenha influenciado e que ainda se riam disso. Afinal qual foi a vossa Invicibus?
No passado dia 09 de Março o Grupo Unilever lançou uma press releasena qual anunciou que iria eliminar a palavra "Normal" de todas as as campanhas de marketing, packaging, das suas marcas de Beleza & Cuidado Pessoal.
Se têm decorrido tempos, onde os rótulos através dos quais conhecemos as pessoas, eventos, coisas e gerimos as nossas vidas, foram desafiados serão , sem dúvida, estes últimos dois anos. Com a vinda do fenómeno do "novo normal". Certamente já terão ouvido essa expressão?
Na aula passada explorámos precisamente alguns estereótipos, assim como "Gerações", donde conseguimos retirar certos comportamentos e/ou características predominantes em cada um deles. Mas tudo isto bebe dum conceito fundamental, na minha opinião, do contexto.
Pois bem, no panorama atual, o GRUPO UNILEVER passou igualmente a ser mais consciencioso, nomeadamente, com as mensagens que aporta nas suas campanhas de marketing, packaging e trends que cria. O Grupo decide assim abolir o label "Normal" das suas marcas de Beleza & Cuidado Pessoal numa campanha em prol da "Positive Beauty".
O Grupo reconhece que esta nova visão estratégica visa promover mais bem, do que fazer menos mal. De acordo com um estudo que efetuaram a 10.000 pessoas, em nove países diferentes, concluíram que :
Mais de metade (~56%) pensa que a Indústria de Beleza & Cuidado Pessoal as faz sentir-se excluídas
Que a maioria das pessoas pretendia que a Indústria se focasse em fazer com que as pessoas se sentissem melhor ao invés de parecerem melhor (~74%)
Mais de metade das pessoas (~52%) refere prestar mais atenção à Posição da Marca em questões sociais, antes de escolher o produto
7 em 10 pessoas acredita que a utilização do termo "Normal" na publicidade, embalagem, tem um efeito nocivo. Entre os mais jovens, 8 em 10 destacam isto mesmo.
"Do more good, not just less harm, for people and the planet"
Estão patentes ainda três compromissos para o Grupo para:
Promover ações através das marcas para melhorar a saúde e bem estar, e avançar a equidade e inclusão, visando alcançar 1 bilião de pessoas até 2030.
Reduzir/Terminar a descriminação e promover inclusão - desafiar ideais de beleza e aumentar o portfolio de produtos.
Igualdade de género, desafiando o status quo e #unstereotyping adverstising
Melhorar Saúde e Bem Estar através de programas educativos em higiene oral, lavagem e limpeza de mãos, pele, com foco na saúde física e bem estar mentais.
Ajudar a proteger e regenerar 1.5 milhões de hectares de terra, floresta e oceanos até 2030
Suportar a proibição de testes em animais dos cosméticos até 2023
Beauty for Thought - O que podemos inferir daqui?
Remover o label "normal" em si não resolve nada, contudo, é um passo interessante para o posicionamento do Grupo para a tendência "Positive Beauty". Através da qual sustenta que irá gradualmente promover a redução de estereótipos, normas ou conceitos prejudiciais e alargar o conceito de beleza. Aliás, deixará, ainda, de alterar digitalmente a forma corporal, tamanho, proporção ou mesmo a cor de pele nas publicidades e aumentará o número de anúncios retratando grupos sub-representandos (minorias).
Por outro lado, iniciativas como esta serão sem dúvida relevantes principalmente se "espevitarem" a concorrência para que siga a tendência. Muitos dos produtos que são consumidos pertencem a um mesmo grupo de marcas, com um poder indescritível para fomentar uma mudança, para um mundo mais positivo. Posto isto, é necessário que haja também um maior foco em questões de responsabilidade social e aumentar a consciência junto dos stakeholders quanto à "Positive Beauty".
Estas marcas conseguem sustentar uma produção long-tail, isto é, podendo, sem dúvida, alcançar minorias, promover equidade e descredibilizar alguns dos estereótipos que são atualmente vendíveis nos dias que correm. Tirando e tomando por base o incremento de interatividade entre marcas e consumidores, no momento atual que vivemos, podem efetivamente criar uma nova visão de mercado e utilizar as capacidades de marketing e divulgação para que seja o mais justa e fidedigna possível.
Existe ainda a questão digital que vivemos atualmente e da capacidade de engagement que as marcas/pessoas são capazes de criar. Habitualmente refiro-me ao Web-of-Mouth, pela capacidade de divulgar e "influenciar" as marcas concorrentes, assim como o mercado atual. A própria utilização dos influencers pode agora ser também escrutinada para algo mais realista e ajustado.
Num post que escrevi no passado destaquei a questão das Fake Reviews. A colega Adriana Oliveira já havia igualmente feito um post sobre a falsa realidade em que vivemos : "Fake Famous": o despertar para a realidade. Quanto a mim, parece-me que se há momento atual para investir numa mudança mais conscienciosa é agora.
E quanto a vocês, desse lado, quando optam por marcas, têm em conta questões de responsabilidade social ou ambiental? Conhecem as políticas das marcas das quais são ávidos consumidores?
Acreditam ainda que conseguirá um impacto suficiente, ou mesmo um shift na indústria da cosmética, para uma mudança de visão, para uma "realidade mais real" que todos possamos desfrutar?
No início deste mês, a tão conhecida
marca de batatas fritas Lay's anunciou a criação de um plugin que vem
revolucionar a forma como vemos vídeos no Youtube. Em parceria com a agência de
comunicação, Happiness
Saigon, a Lay's veio resolver um dos maiores problemas de quem vê vídeos no
Youtube e come snacks ao mesmo tempo - não conseguir ouvir o som enquanto mastiga.
Assim, após uma profunda análise do consumidor,
para ser mais especifica, 178h a analisar o som de pessoas do mundo inteiro, incluindo Portugal, a comer batatas fritas, uma equipa especializada
em inteligência artificial conseguiu criar um plugin que deteta automaticamente esse ruído, e adiciona legendas aos vídeos do Youtube nesses momentos.
As Crispy Subtitles estão,
assim, disponíveis gratuitamente no Google Chrome. Basta instalar o plugin!
Para vos dar a minha opinião pessoal,
só me apercebi que isto era realmente um problema quando percebi que havia
solução para ele. Ainda não experimentei e não sei dizer se realmente funciona,
mas estou muito curiosa. Já conheciam? Acham que vai revolucionar a forma como
vemos vídeos? Poderão outras empresas de streaming seguir este exemplo, e a adaptá-lo?
Deixo-vos o vídeo para que possam
perceber melhor como as Crispy Subtitles funcionam.
Os Millennials são a geração de pessoas nascidas entre 1980 e 2000 aproximadamente. Souberam adaptar-se às novas tecnologias a agora elas fazem parte do seu dia-a-dia. Sucedem aos Baby Boomers e têm características e especificidades muito próprias.
Uma delas é o desejo pela exclusividade, motivo pelo qual cada vez mais marcas criam campanhas ou produtos de acesso restrito. Esta geração tem um sentido de identidade muito vincado, procuram experiências autênticas, à sua medida e que traduzam a sua individualidade. Não querem ser apenas mais um, querem ser únicos, irrepetíveis, exclusivos. Empresas como a Citroën já se aperceberam desta característica e agora possibilitam que os seus clientes personalizem as cores dos seus automóveis, desde o tejadilho, ás portas, aos espelhos e até aos interiores. Sendo apenas um exemplo que mostra que as marcas estão atentas e querem satisfazer este desejo de exclusividade.
Mas não é só nas marcas que esta geração quer ser exclusiva, também nas redes sociais se verifica o mesmo padrão. O Facebook começou por surgir com este intuito, com acesso aberto apenas a alunos que frequentavam as universidades de elite, até se difundir e tornar o fenómeno mundial que hoje conhecemos. Mais recentemente, assistimos ao aparecimento do Clubhouse, uma rede parcialmente privada, apenas para convidados, que rapidamente ganhou popularidade. Outro exemplo é o Discord, semelhante ao Clubhouse, permitindo que pessoas anónimas mas com os mesmos interesses, falem por voz ou texto em salas privadas. Estas redes sociais agregam valor por meio da qualidade e da força das suas conexões, bem como por meio do apelo à exclusividade, ao invés dos efeitos das redes de grande escala.
Esta questão da exclusividade levou-me a refletir porque razão ela é algo que tanto privilegiamos? A verdade é que vivemos num mundo cada vez mais rodeado de informação, pessoas, ruído! Acho que é daqui que nasce a necessidade de sermos exclusivos, para não nos misturarmos com a multidão e sermos apenas mais um, visto que, outra característica desta geração Y é o egocentrismo, a exclusividade faz todo o sentido.
E vocês colegas? Concordam com o meu raciocínio? Também sentem esta necessidade de se diferenciarem das pessoas ao vosso redor e ser, de certa forma, exclusivos?