sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Funalcoitão: a funerária que nada recusa a um morto



A jovem funerária, Funalcoitão, quer que os funerais "não sejam tão negros e pesados", tal como revela o vídeo.
Um procissão faz juz  às palvras de  Mário Sá Carneiro em "Fim": 
"Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza... A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro."
"A um morto nada se recusa". 
A Funalcoitão pretende diferenciar-se pelo preço, estratégia, nas formas de divulgação e na própria realização dos funerais, onde pretendem romper com o tradicionalismo português.
Objetivam chegar às pessoas mas sem chocar.  As suas formas de comunicação são através da publicação de anúncios em jornais locais, passa-a-palavra e também pela Internet.O vídeo irrompeu nas redes socias há cerca de um mês e está a tornar-se viral.
 O fato de ser algo insólito e diferente está a fazer com que muitos utilizadores das redes sociais partilhem pela sua rede de contatos e disseminem a mensagem, word of mouth.
Acho que na generalidade é uma estratégia de marketing que poderá não ter o sucesso esperado, devido às caraterísticas socio-culturais demarcadas na sociedade portuguesa. Contudo, se o foco for um determinado nicho de mercado,  sobretudo pessoas com mais abertura, a ideia poderá vingar.

E vocês o que acham desta estratégia de Marketing?

6 comentários:

  1. Discordo completamente com esta estratégia de Marketing!
    Tal como a Inês já referiu, é necessário estratégias com pés e cabeça e não "só mais uma que talvez encaixe na perfeição". É necessário estabelecer limites e defendo que não é no funeral que se façam homenagens, demonstrando assim o meu desagrado para com o slogan "Mais do que enterros, fazemos homenagens".
    Além de que, esta estratégia só será bem sucedida, não só em pessoas com mente aberta como a Maria afirma, mas também em religiões que o aceitem.

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    1. Concordo com tudo o que a Eduarda aqui disse ... Para além da mensagem não se encaixar com o perfil do povo português, quer a nível cultural ou religioso, não concordo que seja nos funerais que se façam homenagens, pois se as pessoas forem dignas disso, essa homenagem será feita em vida e terá muito mais valor ...
      Esta estratégia não será a mais indicada para o público que quer atingir, pois apesar de gradualmente a mentalidade dos portugueses estar a mudar, não será assim tão radical esta mudança e não referente também a estes temas como a morte. A empresa deveria primeiro ter um conhecimento prévio do seu mercado, fazer um estudo e abordar o seu público alvo com esta ideia e não apenas fazer esta tentativa e "ver no que dá".
      Apesar disto, acho que a mensagem estar a ter impacto nas redes não pelo propósito que se pretendiam mas pelo facto de ser insólito e diferente, como disse a Maria.

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    2. Eduarda, gostei bastante da referência ao meu nome! Dessa forma, poupa-me já argumentos sobre essa parte do artigo em causa! Também discordo com esta estratégia como é óbvio...

      MAS VEJAM ISTO:
      http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/americano-e-enterrado-em-cima-de-uma-harley-davidson.html

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    3. Acrescento apenas que discordo por ser uma empresa nacional e não estar centrada no âmbito cultural deste país. Mas por exemplo, tenho origens angolanas e a minha avó está sempre a dizer que o funeral dela terá que ser com cores como vermelho, amarelo e laranja e todos a dançar porque morrer é algo natural e os anos que viveu já fazem a diferença! Como se pode ver a cultura africana já tem um ponto de vista diferente do nosso e esta estratégia possivelmente encaixaria nessa cultura!

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  2. Claramente ninguém pode negar que esta empresa teve coragem e uma ideia arrojada na divulgação dos seus serviços e que por isso está a ser marcante. Fazer publicidade aos serviços funerários não é fácil, está sempre presente uma conotação negativa que não é fácil gostar, nem mesmo de ver um simples panfleto na caixa do correio. Por isso, gostava de desafiar as colegas a deixarem aqui outras sugestões de publicidade para uma agência funerária.

    A internet é interactiva e imensa e a Funalcoitão quebrou com a tradicional de interacção entre empresa e cliente, conseguiu criar um efeito de rede bola de neve e word of mouse viral.
    É realmente importante um conhecimento prévio do mercado, mas vendo o anuncio e lendo as notícias à volta do vídeo nada faz transparecer que não têm conhecimento do mercado, muito pelo contrário, são jovens com experiência na área que certamente já comunicaram muitas vezes com o cliente e conhecem as suas necessidades. Para um serviço de excelência e diferenciador é necessário dar voz ao cliente, perceber as suas reais necessidades.
    De facto, este serviço não é para todos os portugueses, a empresa apresenta uma variedade de escolha e ao mesmo tempo criam uma necessidade no cliente. Provavelmente nunca pensámos a sério como seria o nosso funeral, mas como gostaríamos que fosse? Se calhar todos nós já verbalizamos que não gostamos disto ou daquilo ou ouvimos os nossos avós/ pais a fazê-lo... As pessoas fazem um planeamento do seu funeral durante a sua vida, em plena consciência, a questão económica é uma preocupação (o ter dinheiro para o funeral). Porque não planear outras coisas?

    Consultei o site da empresa e o que oferecem é um serviço normal, mas têm uma um factor de diferenciação porque satisfazem as necessidades reais do cliente, mesmo que aos nossos olhos seja um disparate. Pelo feedback positivo no facebook parece que os portugueses têm cada vez mais uma mentalidade aberta.

    Só para terminar, na minha opinião as homenagens devem ser feitas enquanto a pessoa cá está, mas no seu fim deve homenagear-se e relembrar-se os seu feitos, as suas conquistas e o que de melhor foi aquela pessoa que nos foi querida.

    Pessoalmente, o vídeo não me chocou e acho a ideia interessante. Inovação seria a palavra que escolheria para este anuncio.


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  3. Tal como a Carla, este vídeo também não me chocou.
    Fazer marketing funerário é uma área ainda por explorar e não é fácil pela sensibilidade do tema inerente ao serviço em questão.
    O ano passado fiz um trabalho focalizado no serviço funerário e apurou-se, junto de profissionais do setor, que a escolha da funerária por parte dos consumidores recai, em grande parte, na agência perto da área de residência do cliente ou, por lealdade à marca, numa agência que serve a família ao longo de várias gerações.
    Ora, uma vez que a Funalcoitão é uma empresa recente (criada em 2010), esta optou por uma estratégia de marketing pouco convencional no setor funerário para atrair/fidelizar novos clientes a uma marca ainda fraca e cuja reputação é ainda desconhecida. Após análise do site da Funalcoitão, verifica-se que os serviços que oferecem são iguais a de outras funerárias do mercado, portanto esta empresa procurou diferenciar-se pela abordagem de comunicação, provavelmente para dar a conhecer-se a um segmento de clientes tendencialmente "conectado" à web e às redes sociais e menos sensível a tradições.

    Já agora, aproveito para deixar aqui a publicidade de uma app, "If I Die First", relacionada também com o tema da morte: https://www.youtube.com/watch?v=sdzCELofGgE

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