quarta-feira, 18 de abril de 2018

A personalização pode ser uma faca de dois gumes

No passado dia 17 de abril, tive o prazer assistir ao Congresso de "Future shapping jobs" que aconteceu na FEUP e foi promovido pelos estudantes do mestrado de Engenharia e Gestão de Serviços, nossos vizinhos.
Uma das sessões do dia foi sobre AI (artificial intelligence) e além de vários tópicos abordados, onde machine learning foi o foco principal, foi falada numa empresa muito badalada: a Netflix.
Como já sabem, a Netflix é uma plataforma de streaming de conteúdos de entertenimento e, uma das features que esta plataforma tem é um sistema de recomendação personalizado, fazendo com seja apresentado ao subscritor vários filmes e séries com base no que ele já viu ou pesquisou.
Pois bem, nada de novo até aqui. Estamos bem familiarizados com este tipo de práticas. O que aqui é interessante de frisar é que o sistema se tornou "perfeito demais", tão perfeito que, em vez de aumentar o número de subscrições ativas, estava a diminui-las.
A Netflix descobriu que o comportamento generalizado da maioria dos seus subscritores era o de "devorar" séries inteiras num curto espaço de tempo, em vez de uma visualização doseada. Ora, agregando esta tendência a um ótimo sistema de recomendações, o que começou a acontecer foi que, os subscritores assistiram às séries que lhes interessava de uma assentada só e cancelavam a subscrição no mês seguinte.
Dito isto, dei-me ao trabalho de ir pesquisar a mais recente publicação sobre o algoritmo da netflix e que alterações estão a fazer para combater esta "excelência que foi alcançada". Gostava ainda de sugerir que lessem o artigo, pois aborda temas interessantes, como por exemplo a dicotomia exploitation vs exploration que me era desconhecida, mas também os comentários, em baixo, onde alguns utilizadores se queixam de como o sistema de sugestões "definitely need some work". 

Artigo da Thrillist

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