terça-feira, 30 de abril de 2019

Coachella: Muito mais do que um festival de música

Na sua primeira edição, em 1999, o Coachella Valley Music and Arts Festival, ou simplesmente Coachella como é conhecido, era visto unicamente como um festival de música alternativa, rock, hip hop e eletrónica, e arte. Porém com o passar dos anos, o festival tornou-se também um local para "ver e ser visto", marcado pelo estilo hippie - desde as coroas de flores ou longas tranças, às famosas botas taxanas e não esquecendo as peças de roupa, com mistura de padrões ou monocromáticas, que têm que ser o mais apropriadas para aguentar as elevadas temperaturas que se fazem sentir no recinto. O facto de juntar as últimas tendências de moda com os artistas e famosos mais seguidos em todo o Mundo, faz com que o festival seja visto como uma passerelle, servindo de inspiração para os festivais que se realizam até ao longo do ano.


As modelos da Victoria Secret's são umas das caras que marcam presença todos os anos no festival.



Os preços do festival, que podem ir dos 370€ aos 5 mil (apenas entrada, por cada fim-de-semana), fazem com que este seja um evento premium e ao alcance de poucos. Porém, durante dois fim-de-semanas, os olhos do Mundo estão postos no festival, e tudo graças às redes sociais de quem marcou presença e registou todos os acontecimentos. Foi, desta forma, que o festival se tornou num mundo de oportunidades para as mais diferentes marcas, através da criação de momentos intencionais.

Apesar de ser um evento destinado aos Millennials, todas as marcas encontram oportunidades de aumentar a sua notoriedade e vendas, bem como fidelizar clientes.
Por um lado, temos as marcas já conhecidas por esta geração, como marcas de maquilhagem e de desporto, que aproveitam o evento mais "instagramável" do ano para fortalecer a relação com os seus consumidores.
A marca de maquilhagem NYX Professional MakeUp, é um bom exemplo da ligação das marcas com o evento. De forma a celebrar o seu primeiro ano como patrocinadora da 20ª edição do festival, a marca lançou uma linha de maquilhagem inspirada no mesmo, a Glitter Goals. Para além disso, realizou uma série de ativações da marca, nomeadamente convidando pessoas do mundo digital de diferentes países, para que pudessem usufruir de um fim-de-semana do Coachella na "companhia" da NYX. Em Portugal, a escolhida foi a ItGirl e maquilhadora Helena Coelho, que "em troca" do convite, partilhou com os seus seguidores, ao longo de 3 dias, diferentes maquilhagens feitas apenas com produtos da marca.



Por outro lado, também as marcas desconhecidas para os Millennials aproveitam a ocasião para melhorarem esta relação. É o caso da American Express e da Marriott, que através do festival tentam transmitir uma imagem mais moderna e eficiente.


Este ano começaram a surgir notícias de que o festival está a ficar sobrevalorizado e que tem cada vez menos impacto na sociedade digital. Contudo este ano o sucesso foi, ainda, inegável. Resta esperar pela 21ª edição, em 2020, para saber como será o próximo Coachella e qual o impacto que irá ter.

Fontes:
WWD
NIT
COACHELLA
POPSUGAR

1 comentário:

  1. Um festival muito especial, sem dúvida. Este é o tipo de conteúdo com sucesso nas redes sociais: com uma comunicação voltada para o digital, gente famosa e bonita, exibindo as várias marcas que por seu turno apoiam o festival e se associam ao mesmo, umas já conhecidas e sonantes, outras que vêem nesta a ocasião perfeita para se perfilarem.
    Quando referes que em Portugal a figura convidada foi a itGirl e maquilhadora Helena Coelho, que "em troca" partilhou com os seus seguidores, ao longo de 3 dias, diferentes maquilhagens feitas apenas com produtos da marca, não pude deixar de recordar a discussão que tivemos na aula de WebMarketing, em que foi referido que a certa altura os influencers deixam de ter o poder de influenciar porque já são mais vistos como estrelas do que como um de nós (esta influencer em concreto tem 277 mil seguidores no Instagram). E não deixa de ser um contrasenso o recurso a estes tipo de influencers por parte das marcas. Já há estudos que indicam que as pessoas não confiam no que os influencers dizem, pois sabem que as marcas lhes pagam para isso. E este é mais um exemplo óbvio disso mesmo.

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