Nike contra o racismo nos EUA: "For once, Don't Do It"
O desenvolvimento dos meios digitais e o seu acesso generalizado pelas sociedades desenvolvidas vieram estimular as marcas a estarem cada vez mais presentes nas redes sociais, sendo frequente depararmo-nos com campanhas de marketing desenvolvidas com base em acontecimentos, eventos ou circunstâncias atuais, mais ou menos polémicos, que revelam um timing perfeito e que tendem a enfatizar o engagement dos consumidores.
A Nike, mais uma vez, mostra que não é indiferente ao que a rodeia e lançou ontem, nas suas redes sociais, um vídeo a consciencializar para a necessidade, não só de reconhecer a existência do racismo na América enquanto um problema social, mas também a necessidade de ser imperativo ter uma postura firme e assertiva no sentido de o travar. A marca alude para a questão, "desconstruindo" o seu lema, de “Just Do It”, para “For once, Don’t Do It”.
A publicação vem no seguimento da morte de George Floyd, um homem negro que, nos EUA, fora imobilizado por um polícia branco, Derek Chauvin, que lhe pressionara o joelho contra o pescoço durante quase 9 minutos e, como consequência, o deixara sem sentidos.
Ao percorrer o blogue, não me apercebi de que um post sobre tema já tinha sido publicado e acabei por também publicar um. Por isso aproveito para colar aqui o meu cunho pessoal quanto a este anúncio:
Acho que espalhar uma mensagem positiva e tentar inspirar o público a contribuir para uma sociedade mais solidária e livre de preconceitos é sempre algo digno de se promover. No entanto, é possível que alguns vejam este spot como uma tentativa de promover a marca Nike com os conflictos associados ao racismo nos EUA como plataforma, especialmente com a aparição do logo no fim do anúncio.
Olá Cristiana! A Nike é uma de várias marcas que se associam a um propósito - no caso a igualdade racial - para se posicionar e criar uma relação mais próxima e de identificação com o seu target, tirando partido da viralidade das redes sociais. Como diz o Edgar, apesar de potencialmente geradoras de engagement, estas estratégias correm o risco de ser vistos como pouco autênticas ou como mero oportunismo das marcas. Por outro lado, dependendo do propósito ou causa podem desagradar a certos segmentos da população e criar atitude negativa relativamente à marca, um efeito precisamente oposto ao pretendido. Foi o que aconteceu com a própria Nike com a polémica campanha com o Colin Kaepernick ou com a Gillette, como publicado neste blogue em https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8702741391701476965#editor/target=post;postID=1034037886346683352;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=8;src=postname. Mas Nike tem um longo historial de defesa da igualdade, não só em termos de raça (como a campanha Equality de 2017) mas também em termos de género (p.e. ao nível do desporto), o que lhe permite ter já alguma consistência nas iniciativas desenvolvidas. Este ano está a ser desenvolvida uma tese do MGS sobre o tema! ;)
Boa noite, Cristiana! Tive a oportunidade de ver o anúncio assim que foi publicado no Twitter e bastaram poucos minutos para começaram a surgir inúmeros comentários e opiniões. Se, de facto, alguns (poucos) comentários mencionavam uma atitude oportunística pela Nike, a grande maioria aplaudia a mensagem transmitida. Penso que o historial da Nike, mesmo não sendo perfeito, a protege, até certo ponto, desse tipo de críticas. São vários os exemplos de campanhas da marca que abordam não só o tópico do racismo, como os casos já mencionados, mas também outros temas que outras marcas poderiam considerar demasiado sensíveis. A propósito desse vídeo, e lembrando a transformação radical que os meios digitais trouxeram ao que era assumido como norma no marketing digital, nomeadamente no que toca à competitividade entre marcas, partilho o link para uma interação entre a Nike e a Adidas que resultou da publicação do vídeo.
Utilizando o vídeo da concorrente como ponto de partida, a Adidas repartilhou-o com os seus seguidores, adicionando um comentário a reforçar a mensagem de união. As interações com esse tweet são quase tão elevadas como as do tweet original!
Ao percorrer o blogue, não me apercebi de que um post sobre tema já tinha sido publicado e acabei por também publicar um. Por isso aproveito para colar aqui o meu cunho pessoal quanto a este anúncio:
ResponderEliminarAcho que espalhar uma mensagem positiva e tentar inspirar o público a contribuir para uma sociedade mais solidária e livre de preconceitos é sempre algo digno de se promover. No entanto, é possível que alguns vejam este spot como uma tentativa de promover a marca Nike com os conflictos associados ao racismo nos EUA como plataforma, especialmente com a aparição do logo no fim do anúncio.
Olá Cristiana! A Nike é uma de várias marcas que se associam a um propósito - no caso a igualdade racial - para se posicionar e criar uma relação mais próxima e de identificação com o seu target, tirando partido da viralidade das redes sociais.
ResponderEliminarComo diz o Edgar, apesar de potencialmente geradoras de engagement, estas estratégias correm o risco de ser vistos como pouco autênticas ou como mero oportunismo das marcas. Por outro lado, dependendo do propósito ou causa podem desagradar a certos segmentos da população e criar atitude negativa relativamente à marca, um efeito precisamente oposto ao pretendido.
Foi o que aconteceu com a própria Nike com a polémica campanha com o Colin Kaepernick ou com a Gillette, como publicado neste blogue em https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8702741391701476965#editor/target=post;postID=1034037886346683352;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=8;src=postname. Mas Nike tem um longo historial de defesa da igualdade, não só em termos de raça (como a campanha Equality de 2017) mas também em termos de género (p.e. ao nível do desporto), o que lhe permite ter já alguma consistência nas iniciativas desenvolvidas. Este ano está a ser desenvolvida uma tese do MGS sobre o tema! ;)
Boa noite, Cristiana! Tive a oportunidade de ver o anúncio assim que foi publicado no Twitter e bastaram poucos minutos para começaram a surgir inúmeros comentários e opiniões. Se, de facto, alguns (poucos) comentários mencionavam uma atitude oportunística pela Nike, a grande maioria aplaudia a mensagem transmitida. Penso que o historial da Nike, mesmo não sendo perfeito, a protege, até certo ponto, desse tipo de críticas. São vários os exemplos de campanhas da marca que abordam não só o tópico do racismo, como os casos já mencionados, mas também outros temas que outras marcas poderiam considerar demasiado sensíveis.
ResponderEliminarA propósito desse vídeo, e lembrando a transformação radical que os meios digitais trouxeram ao que era assumido como norma no marketing digital, nomeadamente no que toca à competitividade entre marcas, partilho o link para uma interação entre a Nike e a Adidas que resultou da publicação do vídeo.
https://twitter.com/Nike/status/1266619698260533248
Utilizando o vídeo da concorrente como ponto de partida, a Adidas repartilhou-o com os seus seguidores, adicionando um comentário a reforçar a mensagem de união. As interações com esse tweet são quase tão elevadas como as do tweet original!